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28/12/2012

SUPORTE DO USUÁRIO



Recebi esse texto por e-mail e infelizmente não sei quem é o autor, mas achei muito inteligente e bem humorado.

Prezado Técnico,

Há um ano e meio troquei o programa [Noiva 1.0] pelo
[Esposa 1.0] e verifiquei que o Programa gerou um
aplicativo inesperado chamado [ Bebê.txt ] que ocupa
muito espaço no HD.

Por outro lado, o [ Esposa1.0] se auto-instala em
todos os outros programas e é carregado
automaticamente assim que eu abro qualquer
aplicativo..

Aplicativos como [Cerveja_Com_A_Turma 0.3],
[Noite_De_Farra 2..5] ou [ Domingo_De_Futebol 2.8],
não funcionam mais, e o sistema trava assim que eu
tento carregá-los novamente.

Além disso, de tempos em tempos um executável oculto
(vírus) chamado [Sogra 1.0] aparece, encerrando
Abruptamente a execução de um comando.

Não consigo desinstalar este programa. Também não
consigo diminuir o espaço ocupado pelo [Esposa 1.0 ]
quando estou rodando meus aplicativos preferidos.

Sem falar também que o programa [Sexo 5.1] sumiu do HD.
Eu gostaria de voltar ao programa que eu usava
antes, o [Noiva 1..0], mas o comando [ Uninstall.exe]
não funciona adequadamente.

Poderia ajudar-me? Por favor!
Ass: Usuário Arrependido


RESPOSTA:

Prezado Usuário,

Sua queixa é muito comum entre os usuários, mas é
devido, na maioria das vezes, a um erro básico de
conceito: muitos usuários migram de qualquer versão
[Noiva 1.0] para [ Esposa 1.0] com a falsa idéia de
que se trata de um aplicativo de entretenimento e
utilitário.

Entretanto, o [Esposa 1.0] é muito mais do que isso:
é um sistema operacional completo, criado para
controlar todo o sistema!

É quase impossível desinstalar [Esposa 1.0] e voltar
para uma versão [Noiva 1.0], porque há aplicativos
criados pelo [Esposa 1..0], como o [ Filhos.dll ], que
não poderiam ser deletados, também ocupam muito
espaço, e não rodam sem o [Esposa 1.0].

É impossível desinstalar, deletar ou esvaziar os
arquivos dos programas depois de instalados. Você
não pode voltar ao [Noiva 1.0] porque [ Esposa 1.0]
não foi programado para isso.

Alguns usuários tentaram formatar todo o sistema
para em seguida instalar a [Noiva Plus] ou o [ Esposa
2.0], mas passaram a ter mais problemas do que antes
(leia os capítulos 'Cuidados Gerais' referente a
' Pensões Alimentícias' e ' Guarda das crianças' do
software [CASAMENTO].

Uma das melhores soluções é o comando
[DESCULPAR.txt /flores/all] assim que aparecer o
menor problema ou se travar o micro. Evite o uso
excessivo da tecla [ESC] (escapar). Para melhorar a
rentabilidade do [Esposa 1.0 ], aconselho o uso de
[Flores 5.1], [ Férias_No_Caribe 3.2] ou [Jóias 3.3].

Os resultados são bem interessantes!
Mas nunca instale [Secretária_De_Minissaia 3.3],
[Antiga_Namorada 2.6] ou [ Turma_Do_Chopp 4.6], pois
não funcionam depois de ter sido instalado o [Esposa 1.0]
e podem causar problemas irreparáveis no sistema.

Com relação ao programa [Sexo 5.1 ] esquece! Esse roda quando quer.

Se você tivesse procurado o suporte técnico antes de
instalar o [Esposa1.0 ] a orientação seria: NUNCA
INSTALE O [ESPOSA 1.0] sem ter a certeza de que é
capaz de usá-lo!

Boa Sorte

2012

ANO NOVO VIDA NOVA


Ano novo, resoluções de ano novo, novas! Eu não sei, mas tenho planos incríveis para o meu paladar e estômago neste 2013 de década nova. Sabem aquele monte de coisas que tu queres fazer e ficas adiando? Isso. E ainda que nem todos sejam muito realistas, vale a pena registar... Assim posso ir marcando com xis quando cada um deles for alcançado ao longo os próximos 12 meses. Será que dá? A crise está ai, e que crise, mas vamos ver se tudo o que estará marcado na agenda se concretiza.

1 - Comer hamburguer

Hamburguer é um menú sensacional. Não era, nem sou fã, mas…. Pão, carne, saladinha para quebrar a gordura, catchup para dar um toque de acidez. Em 2012 fiquei amigo das versões mais "sofisticadas", com pão especial, brie, foie gras, da Marinha & Dedeiras, come-se um hamburguer à crioula que é de chorar por mais, e não fiquei pobre e sem paciência... Haja carteira para bancar estes Hamburgueres, com suas batatinhas fritas. Tudo o que sei sobre a M D Bar, me animou. Acho que é lá!

2 - Tomar café da manhã no Tivoli

Ovos, bacon, panqueca com maple syrup? Sempre gostei dos pequenos almoços nos hotéis, e descobri o bufê matinal do Hotel Tivoli. Desde então, venho sonhando com ele sábado sim, sábado não...

3 - Provar o menu do Gaúcho

Anos e anos morando em Lisboa e reclamando da imaginação escassa das cozinhas locais. E é só eu sair para negócio andar! O Gaúcho abriu há mais ou menos dois anos. Rodizio fantástico. Quem cuida são os chefes que vieram de Porto Alegre - Brasil, que se conheceram e resolveram abrir o Restaurante. O que me deu água na boca foi a Picanha no especto, tudo reforçado com saladinhas feitas por dona Rosa.

4 - Voltar ao Tico Tico

Já tentei várias vezes o cardápio do Restaurante Tico - Tico , mas o que mais me marcou no Tico-Tico foi o Bife á casa, degustação que comi junto com a turma da confraria do penico dourado no fim de 2009. Não consegui esquecer aquele suculento Bife, deixando escapar os cheiros de carne e temperos que passaram horas a se conhecer melhor. Nem o caldo, uma sopinha de camarão me demoveu de comer tão belo manjar. Quero de novo e vou.

5 - Ir aos sete mares

Tudo já foi dito sobre essa super cervejaria. Passarei por lá por volta das 20 horas e preparo-me para beber umas boas imperiais ( finos ) e uma boa sapateira...com alguns avilos da banda. Normalmente é lá que o pessoal se encontra depois de mais um dia de trabalho.

6 - Provar as receitas dos amigos

Tem muitos lugares que eu quero ir nessa vida, como dá para perceber. E alguns desses lugares, é a casa dos amigos. Tenho uns amigos de quem eu gosto muito e que eu sei que cozinham bem, e, ainda assim, não como o que eles fazem tanto quanto gostaria. Este ano vai ser melhor.

7 - Almoçar no Faz Figura e Jantar no Charrua.

Dizem que o universo conspira a nosso favor quando temos um objetivo claro. Não precisa nem saber alcançá-lo Então esse é o meu universo, Tenciono almoçar no Faz Figura e Jantar no Charrua, belos locais e que servem bem para um almoço e um jantar especiais.

8 - Almoçar no Tromba Rija

Não é que o Tromba Rija abriu uma casa nas docas ali a Santos. Bom local para nos reunirmos e fazer ou uma almoçarada ou uma jantarada com o máximo possível de confrades.

Será que este 2013 conseguirei obter estes meus objetivos!!!!!!!!!!

ZÉ ANTUNES

2012

JUSTIÇA…PARA PROTECÇÃO DOS MAIS PODEROSOS?


“A Justiça em Portugal é má. É lenta, é cara e, muitas vezes, não é justa. É uma Justiça com dois pesos e duas medidas – impiedosa, inclemente, inflexível, para quem não tem dinheiro para contratar um Advogado; dócil e até obsequiosa para quem tem dinheiro…” Quem afirma, é o célebre Dr. Marinho Pinto, o Bastonário da Ordem dos Advogados.

Então, e a Autoridade? Para que serve? À primeira vista, esta é uma questão que não merece grandes desenvolvimentos. Afinal, o discurso quotidiano está repleto de referências à “Autoridade”. Habituámo-nos a falar da “autoridade moral” que alguém tem para dizer o que diz; da “autoridade dos professores”; da “autoridade dos pais”, que por vezes se contrapõe à liberdade dos filhos; do “abuso de autoridade” e da “autoridade do Estado”, que todos nós gostaríamos, que fosse forte para nos proteger, mas não excessivamente autoritária e presunçosa para nos oprimir. Há quem diga, que em Portugal, a “Autoridade” é apenas um nome pomposo, que serve para assustar os mais pequenos. É que a consequência de compreender, perceber alguma coisa que englobe a “Autoridade”, tem de abranger as suas variadas vocações: moral e jurídica, política e religiosa, familiar e corporativa, professoral e administrativa.

Muita infelicidade e frustração advêm do facto de, na nossa sociedade, a lei ser comummente confundida com justiça, liberdade e igualdade. Na verdade a lei tem muito pouco a ver com estes princípios morais fundamentais. A lei existe para ajudar a sociedade a defender-se e é usada por aqueles que representam a sociedade, como uma arma com a qual dominam e discriminam os direitos e liberdades individuais. A lei é a tentativa tosca do homem para tornar a Justiça – um conceito teórico – em realidade prática. Infelizmente, é invariavelmente mais inspirada pelos preconceitos e interesses pessoais dos legisladores do que por respeito ou preocupação pelos direitos dos indivíduos inocentes. Jamais sociedade alguma teve tantas leis como nós temos. E no entanto, poucas sociedades tiveram menos Justiça. Muitas das leis que existem hoje foram criadas não para proteger indivíduos ou comunidades, mas para proteger o “sistema”. Hoje, poucos indivíduos podem dar-se ao luxo de tirar proveito da protecção oferecida pela lei. A lei oprime o fraco, o pobre e o desprotegido e protege-se a si própria e aos poderes que a preservam. O custo do litígio significa que existe uma lei para os ricos e nenhuma lei para o pobre. Resultado: a lei ameaça e reduz os direitos do fraco e fortalece e aumenta os direitos do poderoso. Termino com as distintas palavras da Drª. Maria José Morgado, ex-responsável pela Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira da Polícia Judiciária e a exercer, actualmente, funções de Procurador-Geral Adjunta no Tribunal da Relação de Lisboa: “Por detrás de reposteiros dourados, de sociedades fantasmas de certos escritórios, estão as comissões pagas para obter vantagens fabulosas em negócios de milhões, os dinheiros silenciosamente transferidos por certos políticos e dirigentes corruptos para paraísos fiscais, os circuitos financeiros ocultos da fraude e da corrupção, a aparente respeitabilidade dos poderosos do crime organizado, o poder subterrâneo cimentado por pactos de silêncio, a paz traiçoeira da impunidade.”

Mais palavras para quê?

Cruz dos Santos

2012

19/12/2012

PALACIO DE FERRO LUANDA

Palácio de Ferro.jpg
Palácio de Ferro em 2011



Luanda - Símbolo do renascimento da capital de Angola depois de 27 anos de guerra civil, o "Palácio de Ferro", restaurado pela construtora brasileira Odebrecht, é uma estrutura única projetada pela escola de Gustave Eiffel que ressurgiu da ferrugem e do abandono para virar um centro cultural. foi durante muitos anos a sede da companhia do açúcar.

A recuperação econômica do país de língua portuguesa rico em petróleo, que disputa com a Nigéria o posto de líder em produção do combustível na África subsaariana, se reflete em várias obras públicas em Luanda.

A capital, onde se refugiaram milhões de angolanos que fugiam da guerra, é cenário da construção de estradas e edifícios modernos. Ao invés de demolir os prédios históricos danificados, o município decidiu restaurar os imóveis. "A história do Palácio de Ferro conserva seus mistérios", afirma Emanuel Caboco, do Instituto Nacional Angolano para a Herança Cultural. "Não há arquivos sobre esta obra, mas pensamos que data de 1890", acrescenta.




Palácio de Ferro com original decoração
terá sido desenhado por Gustave Eiffel


O edifício, construído em módulos na França e que teria Madagascar como destino, teria sido interceptado pelos colonos portugueses quando o navio que o transportava foi obrigado a atracar na costa atlântica do continente, bloqueado pelas fortes correntes da Costa dos Esqueletos. "Diante da falta de documentos da época é impossível dizer por quê chegou aqui e não foi transportado até Madagascar", afirma Caboco. "Pensávamos que havia sido desenhado por Gustave Eiffel. Depois soubemos que por razões de datas deve ter sido obra de um de seus alunos".

A estrutura de dois andares parece ter sido utilizada como centro de exposições de arte até a saída dos portugueses, na independência de Angola em 1975. O Palácio de Ferro, como todos os edifícios da época, foi abandonado durante a longa guerra civil que explodiu com a independência.

Com o passar dos anos, vários sem-teto se refugiaram no local. Há pouco tempo, os habitantes da capital utilizavam o terreno como estacionamento. Depois de dois anos de obras financiadas pela empresa paraestatal de extração de diamantes Endiama, o Palácio exibe com orgulho atualmente os muros amarelos e as balaustradas de aço, como um símbolo do renascimento da cidade.

A Odebrecht começou os trabalhos com a retirada das partes destruídas. "Depois isolamos, parte por parte, o que restava do edifício", conta Alan Cunha, um dos engenheiros que supervisionaram os trabalhos. "Alguns pedaços estavam em boas condições, mas outros tiveram que ser reparados e os enviamos ao Brasil de avião", completa.

As peças muito destruídas tiveram que ser fabricadas no Rio de Janeiro, já que nenhuma indústria viável sobreviveu à guerra civil em Angola. Agora que a restauração terminou, os moradores se perguntam sobre o futuro da estrutura.

Para alguns, o Palácio de Ferro abrigará um museu do diamante. Outros afirmam que o andar superior foi preparado para receber uma cozinha industrial e que o Palácio será transformado em restaurante.


Palácio de Ferro em Luanda
na sua versão original, antes da reparação


Extraido de uma noticia de angola via net

2011

ARDINA



Ficheiro:Ardina (Porto).JPG
Estátua de um ardina no Porto,

O ardina era um vendedor de jornais de rua que apregoando a notícia chamava a atenção do potencial cliente. Figura muito retratada por artistas e muito popular pela sua exposição pública, a sua origem perde-se nos tempos e remete-nos à "notícia" que corria de boca em boca.

O ardina difere do atual distribuidor de jornais gratuitos. Preteridos pelo aparecimento de quiosques e outras meios de distribuição, já não se encontram ardinas pelas ruas de Lisboa, que
apregoavam a manchete do dia, e a informação fonte do seu sustento.

Os ardinas começaram por ser crianças esfarrapadas, descalças, de macaco de ganga remendado, muito despachadas e sempre de olho vivo. Homens adultos, mulheres e raparigas também ingressaram na profissão. As mulheres vendiam os jornais à porta dos cafés e igrejas.

As raparigas faziam a sua venda à porta dos cinemas e muitas percorriam as ruas a vender jornais.

Os jornais matutinos eram por regra vendidos pelos rapazes.

Os vespertinos eram vendidos nos carros elétricos pelos miúdos, que subiam e desciam do carro elétrico em movimento. Os ardinas iam comprar os jornais à Secção de Vendas. Nos anos quarenta as empresas jornalísticas começaram a ter vendedores nas estações, fardados que usavam um boné com um letreiro indicando o nome do jornal.

Estes vendedores recebiam os jornais meia hora antes dos ardinas e varinos e roubavam-lhes a clientela no Rossio.

Os ardinas tinham um sindicato. Em meados do século XX os jornais começaram a ser vendidos em locais fixos, nos quiosques, nas bancas, nas papelarias, acabando por extinguir a profissão de ardina.



Vendedores de Jornais em Lisboa 1940



T
Tipos e factos da Lisboa  (1900-1974). 

Publicações Dom Quixote, 1986, p. 201


1985

M'BANZA CONGO

História
   Brazão
A cidade foi fundada antes da chegada dos portugueses e era a capital de uma dinastia que governava desde 1483. O local foi abandonado durante guerras civis que eclodiram no século XVII.
M'Banza Congo foi o lar de Manikongo, que governava o Reino do Congo. No ano de 1549 foi construída uma catedral no local em que os angolanos reclamam ser a mais antiga da África Sub-Saariana, o nome da igreja no local é nkulumbimbi. Foi elevada ao status de catedral em 1596. O papa João Paulo II visitou a catedral em 1992.
O nome São Salvador do Congo apareceu pela primeira vez em cartas enviadas por Álvaro entre os anos de 1568 e 1587. A cidade voltaria a se chamar M'Banza Congo, após a Independência de Angola em 1975.
 
                                                  M`Banza Congo


Quando os portugueses chegaram a M'Banza Congo, ela já era uma grande cidade, a maior da África sub-equatorial. Durante o reinado de Afonso I, edificações de pedra foram criadas, incluindo o palácio e muitas igrejas. Em 1630 foram relatados cerca de 4000 a 5000 batismos na cidade com uma população de 100.000 pessoas.
A cidade foi saqueada várias vezes durante as guerras civis do século XVII, principalmente na batallha de Mbwila e foi abandonada no ano de 1678, sendo reocupada em 1705 por seguidores de Dona Beatriz Kimpa Vita, a partir desta época a cidade não foi mais abandonada.
Foi aqui as minhas férias de 1974 em julho.

1974

TORRES VEDRAS



Era uma vez um rei…


Vista Geral de Torres Vedras

Afonso Henriques de seu nome que em 1148 tomou aos mouros uma vila na Estremadura rodeada por suaves colinas e bonitos vales. Assim podia começar esta resenha histórica da cidade de Torres Vedras, situada no distrito de Lisboa, região agrícola de
forte componente vinícola e centro de uma intensa vida comercial e industrial que a torna um dos pólos mais modernos e importantes do Oeste. Esta tendência não é de agora pelo que Afonso III concedeu foral em 1250, confirmado e ampliado por D. Manuel I em 1510, reconhecendo-lhe o privilégio de vila que se manteve por 729 anos até chegar a cidade em 1979, sede de um concelho com 20 freguesias, 80.000 habitantes e 410 km2 de área total.

O perfil de Torres Vedras é como o daquelas mulheres que sendo elegantes mas não fascinantes, revelam-se encantadoras e gentis. Afonso III assim o entendeu: apreciando andar por estas paragens com a rainha D. Beatriz, mandou edificar um paço na encosta do castelo do qual não há rasto. D. Dinis foi outra conversa. Trazia a corte, mas por razões menos discretas deixava-se ficar por cá, enamorado que estava de D. Gracia Frois de quem teve um filho que chegou a ser conde de Barcelos. Vila doada a rainhas, sobretudo da dinastia de Avis, acabou por ter uma imperatriz nascida em Torres Vedras a 18 de Setembro de 1434, a infanta D. Leonor, filha de D. Duarte e D. Leonor, casada com Frederico III, imperador da Alemanha.

Dessas construções onde reis, rainhas e amantes se acolheram, mesmo os amplos edifícios onde D. João I decidiu reunir, em 1413, o seu Conselho a fim de legitimar a expedição a Ceuta, que assinala o princípio da expansão marítima de Portugal, ou onde o regente D. Pedro convocou Cortes, em 1411, para deliberar sobre o atribulado casamento de sua filha Isabel com o sobrinho Afonso V, nada resta. E não seria pouco se não devêssemos registar o fausto e esplendor dispensados por D. João II à visita da embaixada do rei de Nápoles, bem como a da República de Veneza, em 1496, feita nesta vila a D. Manuel I. Porém, não há só glórias a assinalar pois também sucederam dias negros.


Brasão de Torres VedrasBandeira de Torres Vedras

  Brazão                                             Bandeira

A alcaidaria esteve de preferência nas mãos de naturais da vila e quando assim não foi deu para a desgraça com intrigas e confrontos, como em 1384 quando o Mestre de Avis pôs duro cerco de modo a obrigar o alcaide castelhano Juan Duque a entregar as chaves. Razão igual obrigou D. João IV a tomar o mesmo caminho em 1640, agora com o alcaide português João Soares de Alarcão, bandeado para o lado dos Filipes. Há vozes históricas que atestam, com simpatia, a lealdade do povo da terra à Restauração da Independência, assim como a resistência aos franceses de Napoleão Bonaparte que não tiveram melhor sorte na Guerra Peninsular (1808-1810). Antecipando o presságio de uma derrota final, o general Delaborde foi derrotado em 21 de Agosto de 1808, nas batalhas da Roliça e do Vimeiro, pelo exército anglo-luso desembarcado em Porto Novo. Junot, o grande general instalado na vila, fez a trouxa e largou com o seu exército, em fuga para Lisboa, logo no seguinte dia 22, não sem ter saqueado o que pôde das igrejas e conventos.

A epopeia da resistência ao imperador francês é protagonizada pelo general inglês Arthur Wellesley, 1º Duque de Wellington e 1º Marquês de Torres Vedras, com a construção (1810-1812) das célebres
Linhas de Torres que acabaram por se estender do Tejo ao mar. Sistema fortificado e complexo, composto por 152 fortes e 628 bocas de fogo, tinha o seu coração no Forte de São Vicente, em Torres Vedras. Curiosamente, guerra, o forte só a conheceu quando as tropas cabralistas (Costa Cabral), do Duque de Saldanha, dali desalojaram os setembristas do Conde de Bonfim. Juntou cerca de dez mil homens a sangrenta Batalha de Torres Vedras que teve um mau fim para o Conde de Bonfim, obrigado a render-se no dia 23 de Dezembro de 1846. O rescaldo foi cerca de 500 feridos e 400 mortos, entre os quais o tenente-coronel Luís Mouzinho de Albuquerque, liberal desembarcado no Mindelo e sepultado aqui na Igreja de S. Pedro.

De guerras e batalhas a vila e o concelho ficaram fartos, optando pela paz e pelo progresso com o
caminho-de-ferro em 1886 , a luz eléctrica em 1912, a água canalizada em 1926. Cresceu a vila com novos bairros e ruas e tornou-se cidade em 1979. (…)

Mais de 20 Praias ao Longo do Litoral Torriense

Mesmo assim muitas são as opções para um banho refrescante no Atlântico ou simplesmente para repousar o corpo num banho de sol. Ao longo de mais de 20 km de costa, da Assenta a Porto Novo, mais de vinte praias estão ao seu inteiro dispor, algumas na proximidade de convidativas matas para um piquenique ou uma repousante sesta. De todas elas destacamos:
Praia da Assenta Sul
Praia da Assenta Norte
Praia de Cambelas
Praia da Foz do Sizandro
Praia Azul
Praia da Amoeira
Praia Formosa
Praia do Guincho
Praia da Azenha
Praia de Santa Helena

Praia do Centro
Praia do Norte
Praia da Física
Praia do Pisão
Praia do Mirante
Praia do Navio

Praia da Mexilhoeira
Praia da Vigia
Praia do Seixo
Praia de Santa Rita Sul
Praia de Santa Rita Norte
Praia de Porto Novo

Visite-nos! Deixe-se Tocar pela Natureza!
Vários são os motivos para usufruir de um passeio por Santa Cruz: Não só a beleza natural das suas paisagens mas também o poder de relaxamento e de descontração que vai encontrar.

Visite alguns locais impregnados de cultura, tocados pelos notáveis poetas e escritores que viveram nesta terra. Entenda porque corriam para o cimo destas arribas e sinta as suas fontes de inspiração.

Mapa do Concelho de Torres Vedras


2011

SANTA CRUZ

Diz-se que Santa Helena apareceu em Santa Cruz e que foi vista pelos monges cistercienses.
Como Santa Helena guardou pedaços do madeiro da Cruz em que Cristo foi crucificado - as Santas Relíquias - durante a sua vida, e foi mãe do Imperador Constantino (o primeiro Imperador cristão do Império Romano), deu-se à terra o nome de “Santa Cruz”.
Assim, Santa Helena é padroeira de Santa Cruz.
A aparição deu ainda nome à praia da Amoeira porque, segundo contaram os monges que testemunharam a aparição, Santa Helena tinha uma expressão triste e amuada.


Praias Atlânticas de Rara Beleza Natural

Talvez pela rara beleza natural das suas praias, Santa Cruz é uma das estâncias balneares mais concorridas na região do Oeste.

Santa Cruz e os seus arredores são dotados de um conjunto de praias, quase todas formadas por extensos e dourados areais, envolvidas por majestosas arribas. Estas escarpas, formadas por sedimentos argilosos, vermelhos e acinzentados, ora cobertas pelo verde da vegetação ora a descoberto, envolvem os banhistas num quadro natural de excelsa beleza. Atraídos por estes encantos são aos milhares os turistas que se estendem por estes imensos areais, buscando momentos de repouso e delazer.

O mar e o vento podem por vezes fustigar agrestemente o areal, mas estes de tão extensos e muitos deles abrigados pelas arribas, aconchegam os corpos ávidos de sol. Paraíso para os surfistas que com tão fortes argumentos encontram aqui as condições naturais para a prática da modalidade.

Durante a época balnear e, em especial no mês de Agosto, Santa Cruz chega a ter uma população residente que ronda as 40.000 habitantes. Nos fins-de-semana solarengos, seja verão ou inverno, principalmente aos Domingos à tarde, várias centenas de pessoas que vivem nos arredores não dispensam o seu passeio dominical a Santa Cruz.


 Para saber mais clic As Praias


Praias Atlânticas de Santa Cruz à praia  Azul

2010



18/12/2012

RECORDAR É VIVER



Lembras-te desta velhinha nota de 100$00 ?

Então recorda-te do que tu e podias fazer com ela, há cerca de 40 Anos...

Comíamos um frango de churrasco no Bom Jardim 20$00

Víamos uma matinée no Cinema S. Jorge (Música no Coração) 10$00


Bebíamos 2 ginginhas no Rossio 3$00

Comíamos 2 sandes de presunto no Solar dos Presuntos
 6$00

Jantar no Parque Mayer (Sardinhas Assadas) 17$50

Assistíamos a uma Revista à Portuguesa no Parque 16$00

Telefone para casa  para dizer que tínhamos perdido o último transporte  1$00

Dormir numa pensão com peq.-almoço incluído  25$00

O resto da nota dava para ir de carro eléctrico 1$50
  Total 100$00

Hoje ... 100$00 são € 0,50 e dá para uma simpática gorjeta !

Os tempos são outros, diferentes realidades, Que saudades, será que esta notinha ainda volta ????

António Aleixo já dizia

Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que ás vezes fico pensando, se a burrice não será uma ciência

ZÉ ANTUNES

2011

PÒVOA DE PENAFIRME



Um dia andavam uns pescadores à pesca no mar, até que se levantou um grande temporal acompanhado de nevoeiro e eles perderam o rumo de terra, ficando à deriva durante alguns dias. Debaixo de grande aflição fizeram algumas promessas. Uma delas, a de que se pusessem os pés em terra firme, essa terra ficaria a chamar-se “Terra de pé firme”. Assim aconteceu. O nevoeiro passou e eles começaram a avistar terra. Então conseguiram desembarcar e fizeram o que prometeram. Dizem que foi assim que nasceu o nome desta terra. Primeiro chamou-se “Terra de pé firme e depois de algumas alterações ficou com o nome de “Póvoa (fica à beira-mar) de Penafirme”.


           As Ruínas do Convento de Penafirme


“Convento velho” é o nome pelo qual se designam as ruínas do antigo convento que marcou profundamente a história de Penafirme. Segundo consta na tradição, o mosteiro foi construído neste local ermo de Penafirme devido aos constantes ataques que os monges sofriam dos muçulmanos da vila de Torres Vedras e que havia sido edificado em honra de Santa Rita (derivando talvez daí o nome da actual praia), sendo, Santo Ancieno, um eremita alemão da Ordem de Santo Agostinho, que fundou o convento, dedicando a Nossa Senhora da Graça, cerca do ano de 840.

Todavia, com o decorrer do tempo os efeitos provocados pela proximidade do mar e a movimentação das areias, obrigaram a construção de um novo convento, que veio a ser erguido um pouco mais afastado da praia. É este o actual convento novo, que se julga ter começado a sua construção no ano de 1547 e que terá sido concluído em 1639, sendo ainda melhorado ao longo da primeira metade do século XVIII. Por esta altura, o mosteiro era um reflexo da pobreza em que viviam os religiosos: era mais pequeno que um mosteiro de padres capuchos com celas muito pequenas e tectos muito baixos, o claustro tinha um só andar, a igreja era pequena, e somente esta e a sacristia tinham cobertura. É então que em 1735 se dá a fundação da 3ª edificação, sob o impulso do provincial frei António de Sousa, da Casa de Távora.

Depois de 1755, após o terramoto e o maremoto, e com o avanço das águas provocado pelo mesmo, o convento acaba por sucumbir e torna-se inabitável. Houve a necessidade de se realizar uma reconstrução, pois o abalo de 1755 devastou o novo convento, sendo, assim, concluído em 1790. Mas ainda antes da sua conclusão, a comunidade dos frades foi viver para o novo mosteiro que também foi dedicado a Nossa Senhora da Graça.

Trata-se de edifício simples, de pobreza distinta, encontrando-se apenas algumas influências da arte barroca e do estilo Rococó do século XVIII na fachada da igreja e na porta do convento. A igreja é orientada, ou seja, dirigida para nascente, símbolo da esperança dos cristãos pelo advento do Sol Nascente que é Jesus. Em 1834, a extinção das ordens religiosas obrigou os frades a deixarem o convento e saírem do país, sendo o convento de Penafirme vendido em hasta pública, passando a sua posse por varias mãos, acabando por ficar o edifício ao abandono e o seu património sujeito a sucessivos saques.

Sabe-se que foram seus proprietários, entre outros, o Vice-almirante inglês Jorge Rosa Sertorius e José Avelino Nunes de Carvalho, negociante de Torres Vedras.

Mais tarde o edifício foi adquirido pelo pároco de A-dos-Cunhados José Jorge Fialho e no final dos anos 50 do séc. XX foi restaurado e aumentado com mais um andar com vista ao seu aproveitamento para a instalação de um seminário menor, respeitando as linhas arquitectónicas do edifício. Foi encerrado em 1975, pelas perseguições à Igreja surgidas pela Revolução do 25 de Abril de 1974.

Contudo, uns meses mais tarde, a população da Póvoa de Penafirme solicitou que as instalações do mesmo fossem aproveitadas para funcionar uma escola que servisse as áreas pedagógicas das freguesias da Silveira e A-dos-Cunhados. Em Outubro de 1975 o antigo seminário passou a funcionar como escola preparatória e secundária, através de um contrato de associação elaborado com o Ministério da Educação, com a designação de "Externato de Penafirme", sendo hoje uma das escolas mais prestigiadas deste concelho.

As Ruínas do Convento de Penafirme foi classificado pelo IPPAR na categoria de Arquitectura Religiosa e tipologia Convento através de 2 decretos: o decreto 29/90, DR 163 de 17 de Julho de 1990 e o decreto 45/93, DR 280 de 30 de Novembro de 1993.


Convento novo de Penafirme

ZÉ ANTUNES

ZÉ FERROVIÁRIO





ATRÁS DE UMA BAGUNÇA  ESTÁ SEMPRE UM BAGUNCEIRO…

A minha Teresa mal para em casa. Salta de manif para manif. Foi à do que se lixe a troica, foi a da CGTP, foi à das Farmá­cias... Vai a todas... Está numa de protesto permanente.

Por um lado eu não aceito muito bem o nervosismo com que ela encara a situação atual. Receio que o coração dela não aguente, mas não sou eu que lhe vou dizer para deixar de protestar contra o que ela pensa que está mal e precisa de ser corrigido.

Na manifestação da Inter, no Terreiro do Povo, (antigo Ter­reiro do Paço) dei com ela, a minha. Teresa a discutir com um grupo de ferroviários. Discutir é uma maneira de dizer, porque de uma troca de opiniões verdadeiramente se trata.

O tema em discussão não podia ser mais complexo e difícil de clarificação. No centro da conversa estava, como não podia deixar de ser, a crise. Quem a provocou e quem a está a pagar com um palmo de língua de fora.

Uns afirmavam que a culpa era do governo ou do ministro qualquer coisa. Outros juravam que o mal estava no euro, por que, com o escudo, estaríamos muito melhor ou, pelo me­nos, menos mal.

Perante a complexidade dos problemas a minha Teresa, que não é estúpida e de parva tem muito pouco, ficava-se pela essência das coisas:

- O que eu sei, disse ela, virando-se para uma ferroviária que intervinha no diálogo é que alguns estão a fazer fortunas com esta crise, que esmaga os trabalhadores e os reformados, to­cando até muitas famílias da classe a média...

- Mas como é que eles ganham dinheiro se a economia está parada?

- Aí é que reside o problema, a economia está parada mas a máquina da especulação financeira é que não pára e, por mais estranho que pareça, até acelera. Este e o nosso grande mal. A economia está a ser subvertida pela finança. Com um simples computador um capitalista, um especulador, daque­les que nos (dizem que) emprestam o dinheiro das troicas, pode ganhar num minuto o que o dono de uma fábrica com dezenas ou centenas de trabalhadores não ganha num mês. Hoje não é a produzir que se ganha, mas a especular e a rou­bar.

- No caso da CP, que dizem estar a ser preparada para a venda aos privados, fala-se agora muito da bagunça que por aqui reinou nos últimos anos, bagunça que, por exemplo levou um governo do PS a proibir esta empresa pública de participar no concurso da travessia do Tejo, que acabou por ser entregue á FERTÁGUS adiantou outro circunstante.

Aqui a minha Teresa entendeu que era a altura de por alguma verdade em cima da mesa:

- Se o afastamento da CP, para se entregar o bolo todo à Fer­tágus foi para acabar com a bagunça, os que desenvolveram essa operação acabaram por fazer precisamente o contrário. Talvez por falta de pontaria, erraram o alvo e contribuíram escandalosamente para aumentar a bagunça que hoje dizem que pretendiam combater.

A CP foi afastada do concurso da concessão pelo Cravinho do PS depois dela ter feito a infraestrutura e a linha na Ponte 25 de Abril e de ter firmado o contrato dos comboios para fazer a travessia do Tejo, e que o governo do PS acabou por entregar à Fertágus, para que a esta fosse permitido assinar um contrato que lhe assegura o exclusivo dos lucros deixando para o Estado o exclusivo dos prejuízos …

Foi assim que o governo do PS decidiu acabar com a bagunça na CP. Um escândalo que se pode compreender melhor se, acrescentarmos isto:

Se no fim do ano a Fertágus ganhar, por hipótese, mil mi­lhões de euros, fica com a totalidade do lucro. No caso con­trário, se a Fertágus chegar ao fim do ano com um milhão de euros de prejuízo, é o Estado que suporta inteiramente as perdas.

Esta contabilidade encontra-se camuflada no contrato de concessão sob a fórmula de cálculo do movimento de pas­sageiros transportados. Se houver menos o Estado paga uma indemnização. Se houver mais, muito mais, a Fertágus arre­cada tudo...

Se esta é urna forma correta de defender os interesses do Es­tado é caso para se dizer que vou ali já venho, para não dizer outra coisa pior.

E por aqui nos ficamos...

Zé Ferroviário

“À TABELA” Nº 109 Novembro de 2012 Orgão da CT

ÉPOCA NATALICIA


Primeiramente, quero desejar ( para todos e para todos os vossos Entes Queridos), um Santo e Feliz Natal. Depois, anexar este pequeno texto, que é alusivo à época Natalícia.

Recebam um forte Abraço de eterna Amizade e os desejos ardentes de muita saúde e votos de Festas Felizes.
Um pequeno texto de natal!
Hoje, nesta Sociedade de consumo e da época geológica e notável das tecnologias avançadas, já pouco damos importância à virtude da humildade: pouco, ou mesmo nada, à seriedade, à honra e à Amizade. O mundo moderno, já não nos dá tempo para essas disposições, para esses actos virtuosos e muito menos para cultivar o Amor. Pelo contrário, compadece-se de quem tem um comportamento puro, sincero, humilde e considera essa pessoa fraca, uma vencida. Esta imagem surge na nossa mente desta forma, porque se perdeu o significado profundo, espiritual da humildade. Nós vivemos como se os recursos da terra fossem ilimitados. O nosso orgulho é excessivo. Estamos convencidos de que as nossas acções são sábias, racionais. Na verdade, procedemos com arrogância e teimosia. Somos todos intolerantes, estamos convencidos de que só nós, conhecemos a verdade. Condenamos e exaltamos quem ajuíza e condena. Fazer Amigos hoje, está a tornar-se um “artigo de luxo”. As pessoas hoje, querem ser idolatradas, admiradas, famosas. Estão a perder os sentimentos, a pôr de parte o Amor pelo seu semelhante, pelo seu Irmão. Estão a “virar as costas” à fraternidade, à simpatia e à ternura. Mas CRISTO, nos últimos dias da sua trajectória nesta Terra, disse que queria muito mais do que admiradores, queria Amigos. Não há relação mais nobre do que ser e ter Amigos. Os Amigos mesclam-se, confiam mutuamente, desfrutam do prazer juntos, segredam coisas íntimas, torcem uns pelos outros. Os Amigos não se anulam um ao outro, completam-se. Quem vive sem Amigos…vive só e triste.

E quem somos nós perante Deus? Nada, um cisco no ar, uma gota de água suspensa do tecto e que pode cair a todo o instante. Então, porquê tanta vaidade? Porquê tanta petulância? Tanto ódio e tanta Inveja? A humildade de que nos fala a nossa tradição é, portanto, uma importante virtude. Ela torna-nos conscientes dos nossos deveres para com a Terra e o futuro. Tenhamos Fé. A Fé é o oposto do procedimento intelectual. A Fé é Amor apaixonado por Deus. Mas este Amor é o próprio Deus que o suscita. O homem pode apenas predispor-se a encontrá-lo. Fá-lo orando, transformando-se em “NADA” na presença Dele.

E é com esta mesma Amizade e Humildade, que rogo a DEUS, para que todos tenham, um Santo e FELIZ NATAL!

C. S.

RUA MACHADO SALDANHA



Rua Machado Saldanha do nosso glorioso “Popular” (era lá no meu tempo de miúdo que viviam as miúdas mais bonitas de Luanda) é um dos novos “teatros de guerra” onde o Estado angolano tem estado a ser batido todos os dias por uma “conspiração” de comerciantes estrangeiros/nigerianos que contra todas as normas e portarias transformaram aquela emblemática artéria num infecto/insalubre/engarrafado espaço de venda de sucata automóvel importada.

A reportagem publicada pela última edição do NJ retrata bem a dimensão desta “fascinante” (ou humilhante?) derrota, que está a ser duramente sentida pelas populações autóctones.

Se nesta cidade há um local de referência onde a qualidade de vida desapareceu completamente por força de uma aliança entre o comércio selvagem e a falta de autoridade pública/cumplicidade/conivência/corrupção, a Rua Machado Saldanha é já um caso de sucesso e de estudo.

PS- Ou será que agora o Governo quando se trata de garantir a qualidade de vida dos cidadãos, só pensa nas novas centralidades/condomínios/talatonas?


Rua Machado Saldanha - Bairro Popular nº 2
http://morromaianga.com/as-batalhas-que-o-governo-esta-a-perder-ou-ja-perdeu-mesmo#.UL3lR3X82Wc.blogger

NATAL





MEUS CAROS E BONS AMIGOS / AMIGAS/FAMÍLIA

Hoje em dia, na época do Natal, é costume as crianças, de vários pontos do mundo, escreverem uma carta ao S. Nicolau, mais conhecido como Pai Natal, onde registam as suas prendas preferidas. Nesta época, também se decora a árvore de Natal e se enfeita a casa com outras decorações natalícias. Também são enviados postais desejando Boas Festas aos amigos e familiares.

Em Angola – Luanda também fazíamos o Presépio. A palavra Presépio deriva do latim praesepium, que quer dizer curral, estábulo ou lugar de recolha de gado.

Na tradição Portuguesa, as figuras que se colocam no presépio, além da Sagrada família (S. José, Maria e o Menino Jesus), dos pastores e alguns animais, e dos três Reis Magos, também encontramos figuras como o moleiro e o seu moinho, lavadeiras, e outros personagens típicos da cultura portuguesa.

Tradicionalmente feito de barro, podemos encontrar ainda peças de diversos materiais, desde tecido ou madeira até porcelana fina.

Não esquecer os doces, as rabanadas, as filhoses e demais iguarias tradicionais nesta quadra. Minha mãe tinha prazer em fazer estas iguarias para enfeitar a mesa de Natal.

A Consoada é celebrada sobretudo em
Portugal, no dia 24 de Dezembro de cada ano, o dia de véspera de Natal. Esta tradição leva as famílias a reunirem-se à volta da mesa de jantar, comendo uma refeição reforçada. Na véspera, depois da refeição tradicional que em nossa casa era o bacalhau cozido com batatas, couves e o polvo cozido.

Por ser uma festa de família, muitas pessoas percorrem longas distâncias para se juntarem aos seus familiares.

Na tradição católica os fiéis participavam, ao final da noite, na
Missa do Galo.

O Natal em Angola, Luanda, é um Natal diferente. Sem frio, sem neve. Natal na época do calor, Mas é (era) um Natal vivido com grande religiosidade e sem o desenfreado consumismo que agora há ( havia). Celebrava-se à meia noite a Missa do Galo, deixando a refeição festiva para o dia seguinte. Normalmente o Português era o Cabrito Assado no Forno. Os Cabo-Verdianos costumam fazer um cozido, enquanto os Moçambicanos preferem um assado de cabrito e os Angolanos comem pratos vegetarianos com mandioca. Bem que muitas famílias já degustavam o fiel amigo.

Enquanto os nossos pais e famílias iam à missa do Galo, a Juventude ia para a Ilha Luanda. Tomar banho nas belas praias, Era engraçado, o tomar banho de mar à noite, no Natal.

Lembro-me do meu tempo de criança eu e meus irmãos ficávamos frenéticos e ansiosos. Na véspera como manda a tradição lá se colocava o sapatinho no Fogão pois não tínhamos lareira com os pedidos elaborados por nós e a nossa mãe a dizer as dicas do que seria melhor para cada um de nós.

"Sempre irá existir aquela criança que acredita no Pai Natal!!! Lembro-me quando tentava acordar cedo para ver se via o Pai Natal!!! era mágico quando acordava e no sapato estava a minha prenda!!! Minha mãe nunca deixou o sapatinho sem, nada!!! Isso era mágico!!! Era Natal!!! Vou voltar a viver essa magia agora que sou Avô !!! Volta tudo como era!! é o ciclo da vida!!! Natal sempre Natal!!!!"

Mais um natal…Mais um ano!

O NATAL é bonito, é colorido, é um dia diferente, dia da família, mas…não deixa de ser uma confusão! Perde-se imenso tempo a fazer doces e decorações, a gastar dinheiro na compra de presentes, a suportar toda essa "trapalhada" dos cartões de boas-festas, dos mails, dos “embrulhos” ornamentados, das refeições de família, etc.!

Além desta canseira, desta correria louca às lojas comerciais, aos Super e Hiper-mercados, estão mesmo no centro do mistério supremo que nos leva ainda hoje a celebrar o Natal, porque o Verbo de Deus assim o determinou.

É verdade, mais um Natal…mais um Ano! Mais pobres, é certo, mas…sempre com aquele espírito Natalício, que sempre nos uniu. E, participar no Natal é amar o próximo, mudar de vida, entrar no Amor. Mas se não o fizermos, mesmo que não o queiramos fazer, ao menos participamos no Natal repetindo a canseira, despesa e trapalhada que foi desde o princípio.

Nesta Quadra Festiva, DESEJO A TODOS UM FELIZ NATAL e um FELIZ ANO NOVO para 2013, com muita Saúde, Prosperidades e Pleno de Realizações.

Um abraço / muitos beijos e que DEUS vos dê as maiores Felicidades (bem como a todos os vossos ente queridos), muita Saúde e muitos êxitos!


UM SANTO E FELIZ NATAL!






ZÉ ANTUNES

2012

SÓ PARA OS SÃO PAULISTAS


Recordar Pedacinhos de LUANDA TROPICAL!


Aiué Mano Balsemão, Porfírio de seu nome. Miúdo esperto, “Kamanguista”, cheio de trukes…Visioneiro da OPAN (“Organização Política Administrativa da Nação”), que pertencia ao Gabinete dos Negócios Políticos, tempo do Rebocho Vaz e Silvino Silvério Marques! A PIDE, tinha medo do “gajo”! Era Primo do Seixas, grande guarda-redes do “Ferrovia” e do “ASA”! Cada defesa…Pópilas! Um “gajo” ficava Boamado! Aiué Mano Balsemão…como me fizeste recordar com a tua “Quicuerra”, nem imaginas! Naquelas noites do “Kalipanga” e Braguês, das tabernas dos “Fubeiros” do Muceque Mota, Bairro Zangado e Rangel! E dos grandes comerciantes do Sambizanga: "Santo-Rosa", "Carmona", "Casa Branca" do Sô Braz, "Cambutas", "Casa Queimada", "Majestic", "Casa Sabú", "Armazéns São Paulo", "Casa Lina", etc. E daqueles afamados: "Catonho-Tonho", "Aliança Comercial", "Casa americana", Lusolanda e outros. Te lembras, quando corríamos atrás das camionetas a gritar: “Monangambas”! “Monangambas sem vergonha”! Eram os pobres serventes que iam na carroçaria do “Jorge das camionetas” e do “Portugal”! Aqueles mesmos Operários, que erguiam os “Arranha-Céus” da Marginal, enquanto os Capatazes/patrões (brancos de 1ª), se encharcavam de “Finos” da Cuca e da "Nocal", no Tarico do “Baleizão”, "Bar América" ou no "Cravo"! Aquelas lembranças do Povo! Daquele Povo humilde, serventuário e criado das senhoras; criado das Lojas e ajudante das camionetas, que tinham que passar, muitas vezes, nas rusgas do "Poeira" (chefe de posto..."mau como as cobras"), para irem trabalhar para casa do patrão. Tinham que levar o “Cartão” assinado pelo “Manda-Chuva”…por causa da falta de imposto. Lembras-te? Grandes injustiças! Aiué “Palácio do Comércio”, Pastelaria Vouzelense, Pastelaria Paris, Lello, Armazéns do Minho, "Minerva", Quintas & Irmão, Robert Hudson, Mampeza, Lusolanda, Pólo Norte, Versailes, Proquímica, Ofir….Farmácias: Maculusso, Popular, Dantas e Valadas, Central, São Paulo, Colonial e tantas, tantas outras….!! Aiué Mano Balsemão, Porfírio de seu nome. Esperto p’rá caraças! Lembras-te das sandes de peixe-frito do "Campino" e das de presunto no Baleizão e daqueles Finos, tirados à maneira!??? AIUÉ a nossa “Mutamba! Sempre tão acolhedora, que se mostrava igual todos os dias, colorida com os seus “Maximbombos” e com aquelas suas bichas. A bicha para São Paulo, para o BÊ-Ó (Bairro Operário), Vila Clotilde, Vila Alice, Maianga, Alvalade, Praia do Bispo, Cemitério Novo, Casa Branca….AIUÉ, Que saudades! Saudades daqueles nossos “Miúdos”, todos os dias, nos “Trumunos” da Bola de trapos, de camisas e calções rasgados, pés descalços, com os dedos roídos pelas “Bitacaias” (pulgas que chega…pópilas!), “Dava BUÉ de comichão”, parece “Impinge” ("Flor do Congo", que ficava nas virilhas, junto das “Matubas)…AIUÉ que saudades! Saudades do Raúl e Bany do Poço da Morte! Das nossas músicas: Nat King Cole, Frank Sinatra, Elvis Presley! AIUÉ Charles Chaplin (Charlôt); Louis Amstrong, e dos nossos Artistas: Elias Diá Kimuezo, Teta Lando, Minguito com a sua concertina, Palhaço “Pipofe" e outros que me fazem chorar....!

AIUÉ o Tarzan mais a sua “Xéta” e “Aventureiros na Lua” no Écran do Cine-Colonial…Tinhas que ter bilhete “Superior”, senão o Sabú ti mandava p’rá “Geral”, para aqueles bancos de cimento, cheios de percevejos…Sacana do gajo! Sempre a perseguir-nos! Parece qui advinhava, quando um gajo “pulava o muro”! Nga Zambi é quem sabe….Dizem aí, qui falta pouco. Vamos lutar meu Irmão. Um dia mesmo, a nossa sorte vai mudar. Agora, preciso mesmo é pensar na mudança. É BOM RECORDAR…! FAZ FALTA!!

DE BANGA NINITO

2012

16/12/2012

O ROQUE SANTEIRO



Luanda estava povoada de vendedoras de fruta, peixes e legumes, que desciam à cidade vindas do mercado Roque Santeiro (um dos maiores mercados a céu aberto do mundo), com alguidares à cabeça recheados de suculentas mangas, ananases ou carapaus. Ao fim da tarde, quando aumenta o trânsito nas ruas congestionadas da capital e não havia lugar para estacionar e ir á padaria, surgiam os convenientes sacos de pão fresco para levar para casa.

Todos estes vendedores eram geralmente afáveis e humildes, sem assediarem demasiado os passantes, como em certos países do Norte de áfrica. Apenas não gostavam que lhes tirassem fotografias, por medo de represálias por parte da policia, que passava o dia a persegui-los de um lado para o outro. Só as vendedoras de frutas e legumes beneficiavam de alguma tolerância e condescendência. O nome deste mercado surgiu por causa da novela do Roque Santeiro, que tal como em Portugal também gozou de grande popularidade em Angola.


Roque Santeiro

Dizem que o Mercado do Roque Santeiro era o maior mercado de África e o sítio onde se movimentava mais dinheiro em Angola.

Nesse mercado encontra-se de tudo, desde produtos básicos, como pão e vegetais, aos produtos mais estranhos, diamante, droga, armas ou mesmo contratar capangas para matar alguém, vendia-se de tudo: sexo, cigarros, bicicletas, moedas, filmes, perfumes, bebidas, roupas, comidas e remédios.

Havia de tudo, só era preciso saber procurar. Pepetela escritor Angolano dizia que se no Roque não tem ainda não foi inventado.

Havia quem se decidia a conhecer este lugar, principalmente o turista, ou quem já lá esteve nos tempos da colonização portuguesa, apesar dos constantes avisos para se manterem afastados, mas que contribui para aumentar ainda mais a curiosidade.

A entrada do mercado fazia-se pelo musseque do Sambizanga, Casa Branca, que nos manda para uma realidade fora do nosso mundo, onde sentiam que eram olhados como estranhos mas ao mesmo tempo exercia um fascínio por estarem a conhecer uma realidade que nunca antes tinham visto de tão perto.

Aos domingos, o dia mais fraco do mercado, existia gente por toda a parte a comprar e a vender o mais diverso tipo de produtos. Misturamo-nos com a multidão para ver de perto o que o mercado tinha para oferecer e eventualmente comprar alguma coisa que nos desperta-se a atenção.

Passeava-se por entre bancas de musica, colares, roupa, vegetais, frutas, carvão, carne…Tudo exposto de uma forma muito crua e pouco elaborada mas que, juntamente com a o reboliço das pessoas, despertava no visitante um conjunto de sensações que os deixava absolutamente deslumbrados com o que os rodeava.

Normalmente o passeio acabava sem que nada se compra-se, mas nas suas mentes ficava uma imagem forte do famoso mercado a céu aberto do Roque Santeiro.

Só para dizer que o Governo Angolano acabou com o Roque Santeiro.


Roque Santeiro
NOTICIAS DE ANGOLA

2008

ANOS 1970

Não é, que agora com estes anos todos passados, e já são 37 anos , após o meu regresso de Luanda, me deu na cabeça para procurar, matérias, fotos, contactos de amigos e temáticas relacionadas com Angola e principalmente com Luanda e mais em particular as zonas por onde andei... Bairros de Luanda e seus musseques, Bairro Popular nº2, aqui mais em permanência, pois foi para esta zona que depois de sair do Bairro de São Paulo, fui viver. Enfim recordar os anos 70.

Vou tentar recolher dados de amigos , que entretanto vou tentando localizar, afim de documentar este espaço, que com garra estou a criar e tentar incluir aqui acontecimentos, fotos para que se possam recordar bons e maus momentos, trocar ideias e tudo o mais que a seu tempo se verá.

Talvez os “anos 70” tenham começado, na verdade, em 68, 69 ou até mesmo em 71. Os limites de tempo/espaço, em relação a acontecimentos históricos, não são rígidos. Os anos 60 terminaram com o “Maio de 68”, em Paris.


Movimento Estudantil Maio de 1968 - Paris
Este poderá ter sido o marco histórico que, em si, foi uma rutura e que acabou por expandir o espírito dessa mesma rutura da qual foi símbolo. Será que esta década de 70 teve início, nesse caso, com uma greve estudantil, em universidades e escolas secundárias, que alastrou a outras camadas sociais, contra o governo gaulista? Fica a questão. A maioria dos manifestantes partilhavam ideias esquerdistas, comunistas e anarquistas, com o intuito de abanar os velhos costumes da sociedade e apelar aos princípios da educação, relacionada com o sexo e o prazer. Eis o início de algo.


Led Zeppelin
No início dos anos 70, no que é conhecido como
rock progressivo. Diversos artistas se reuniram na proposta, sendo os de grande destaque Pink Floyd, com The Dark Side of the Moon, John Lennon, Genesis, Yes, Jethro Tull, Emerson, Lake & Palmer, King Crimson, Mike Oldfield, Van Der Graaf Generator, Gentle Giant, no terreno britânico. Também caíram no gosto bandas germânicas (Can, Faust, Neu!, Tangerine Dream, Amon Düül e Kraftwerk) e italianas (Le Orme, Formula Tre e Premiata Forneria Marconi). Canadá (Rush), Bélgica (Univers Zéro) e Holanda (Focus) também dão sua contribuição.



Pink Floyd,
Simultaneamente, a “Primavera de Praga”, na antiga Checoslováquia, e as suas reformas políticas acompanharam o início dos “anos 70”


Ocupação da república Checa
A 20 de Julho de 1969 Neil Amstrong pisou pela primeira vez o solo lunar. O módulo lunar da missão Apolo 11 pousou serenamente no mar da tranquilidade, tendo a bordo dois astronautas americanos, Amstrong e Aldrin. Um terceiro astronauta Collins, aguardava seus companheiros em órbita ao redor da Lua. Um pequeno passo para o Homem um gigantesco salto para a Humanidade.
A chegada do Homem à Lua, em 69, seria o impacto que abriria a porta para a missão a Marte, o computador pessoal, o videojogo e a popularização da televisão a cores.


Neil Amstrong a colocar a bandeira em solo lunar
Antes de a década chegar oficialmente e, em Agosto de 1969, houve o “Woodstock Music & Art Fair”, o festival dos 3 dias de paz e música, durante o auge da guerra fria, com uma forte presença da cultura hippie. Os moradores locais opuseram-se mas, ainda assim, “Woodstock” aconteceu, na localidade rural de Bethel, Nova Iorque.


Jimi Hendrix no Woodstock 1969


Woodstock 1969
O festival foi um marco para esta contracultura. Entusiasmou toda uma geração com sonhos e esperança no futuro da sociedade humana, mas sem esquecer maldades como a Guerra do Vietname, terminada em 1975, sob o mandato de Richard Nixon


Guerra do Vietname HelicópeterosHelicópteros
A Guerra e o escândalo “Watergate” viriam a sujar toda a sua pintura.


Watergate (Bob Haldeman, John Mardian,
Kenneth Parkinson,John Ehrlichman,
John Mitchell), Dec. 30, 1974

Nas vésperas da revolução democrática de 1974, Portugal vivia uma conjuntura bastante desfavorável. Em primeiro lugar, colocava-se a questão de uma guerra colonial prolongada e inconclusiva. A tardia e pouco eficaz abertura do sistema político promovida pelo governo de Marcelo Caetano desde 1968 e o desgaste das estruturas institucionais do Estado Novo, com um núcleo político incapaz de resolver o impasse a que o país chegara, geravam um governo caracterizado pela lenta agonia da luta pela sobrevivência, extremamente debilitado perante a comunidade internacional. Em segundo lugar, a insatisfação geral e as dificuldades económicas e sociais da população caracterizavam a realidade isolacionista de um país que se revia ainda na famosa expressão "orgulhosamente sós", comandado por uma classe dirigente dependente de valores políticos e ideológicos ultrapassados.


Cartaz do 25 de Abril 1974

A rutura foi lenta, mas foi feita. Os “anos 70” continuaram-na. Aqui, os “anos 70” começaram quando se perdeu "a inocência e a crença nos ícones e bandeiras dos anos 60” - na opinião de Fernanda Mayer, colaboradora do “Folha Online”. Ainda assim, nem toda a rutura significou corte - houve também continuação.

O feminismo, os direitos das minorias ou a luta contra o racismo subiram de tom, ininterruptamente, vindos das décadas transatas, com fortes marcas a médio prazo.


Passeata Feminina
Continuaram manifestações, mais subtis e menos ingénuas, coloridas, à medida que a experimentação da estética hippie se generalizava, mas não só. A moda hippie, das calças à boca-de-sino, roupa unissexo ou mini-saia (lançada nos “anos 60”),


Moda Hippie


Calças à boca-de-sino
Alternou com uma onda disco, e com uma outra metálica e futurista, com David Bowie e ainda com a contracorrente “punk”.


David Bowie




Puro hedonismo!!! ;)

O hedonismo ( prazer supremo ) dos festivais ao ar livre, alternativos, com flores, droga e manifestações de amor à mistura, começava a concorrer com o prazer em locais fechados, espaços de festa e de cocaína durante toda a noite, de sexo descomprometido, como só as discotecas podiam oferecer. O lado negro da noite, com os assassinos em série, florescia para caçar vítimas e vidas.


Direito à liberdade
O direito à liberdade e às alegrias simples da vida, ao som dos “Beatles” ou “Bee Gees”. Os desejos de uma ordem social hipócrita, pequeno-burguesa e injusta, substituída por uma nova, igualitária e mais verdadeira. A geração d' ”os 70’s”, que criou ruturas e continuou lutas, deixou-nos o mito do “faça você mesmo”, “seja você mesmo”, e do "constrói o mundo à tua imagem", fora do “sistema” e da sua margem. Tu és tu, simplesmente.


   Beatles                                                     Bee Gees
Talvez os “anos 70” não tenham terminado em 1979, nem tenham perdido a força do mito - levando, sim, a força da utopia.
Principais acontecimentos dos anos 70
Desporto
21 de junho de 1970 - Brasil tri-campeão do Mundo em
Futebol, competição realizada no México.

Benfica após mais uma
Taça de Portugal em 1969/70 venceu na final sobre o Sporting por 3–1

Em 1972, são realizados os Jogos Olímpicos de
Munique (República Federal da Alemanha) - O Massacre de Munique também conhecido como Tragédia de Munique teve lugar durante os Jogos Olímpicos de Verão de 1972, em Munique, quando, a 5 de Setembro, 11 membros da equipe olímpica de Israel foram tomados de reféns pelo grupo terrorista palestino denominado Setembro Negro.

Em
1972/73 o Benfica torna-se no mais perfeito campeão da história do futebol português. 28 vitórias, dois empates, zero derrotas, 101 golos marcados, apenas 13 sofridos, o primeiro campeonato invicto da história do futebol português

Em 1976, são realizados os Jogos Olímpicos de Montreal (Canadá). Carlos Lopes fica em 2º Lugar ( medalha de prata )
Ciência e Tecnologia
15 de novembro de 1971 - A Intel lança o primeiro microprocessador do mundo, o Intel 4004.

Em janeiro de 1972 é lançado o Odyssey 100, primeiro
videogame do mundo.

1975 - A missão espacial Viking I explora o planeta
Marte. A televisão em cores começa a se tornar popular no final dos anos 70.
Guerras, Golpes Militares, Revoluções e Conflitos
11 de setembro de 1973 - golpe militar no Chile, liderado pelo general Augusto Pinochet, derruba o governo de Salvador Allende.

Com derrota dos Estados Unidos, termina a
Guerra do Vietnam.

25 de abril de 1974 - Revolução dos Cravos em Portugal acaba com o regime FASCISTA que estava implantado desde 1928.

Abril de 1975 - começa a Guerra Civil no Líbano.

Abril de 1979 - Revolução Iraniana.
Política
15 de março de 1974 - O general Ernesto Geisel assume a presidência do Brasil.

9 de agosto de 1974 - Após o caso Watergate, Richard Nixon renuncia à presidência dos EUA.

15 de março de 1979 - o general João Baptista Figueiredo assume a presidência do Brasil.
Economia
1973 - Crise mundial do petróleo -
OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) aumenta o preço do barril em mais de 300%.

1973 - Início do projeto do Eurotúnel e lançamento do primeiro Airbus. Início da década de 1970 - Brasil vive a fase do "Milagre Econômico".
Música
Março de 1970 - Depois de muito sucesso, acaba a banda dos
Beatles.

16 de agosto de 1977 - Morre o rei do rock,
Elvis Presley.

Bandas de sucesso da década de 1970:

Deep Purple, Black Sabath, Rolling Stones, Led Zeppelin, Kiss, Aerosmith, AC/DC, Sex Pistols, The Clash, The Ramones, Bee Gees, Queen, Iron Maiden, The Police, Pink Floyd,
Músicos que fizeram sucesso:
Gilberto Gil, Roberto Carlos, Caetano Velos, Elis Regina, João Gilberto, Gal Costa, Tom Jobim, Erasmo Carlos, Rita Lee, Chico Buarque, Clara Nunes, Jair Rodrigues, Jorge Ben Jor, Raul Seixas, Tim Maia, Vinicius de Moraes, David Bowie, Elton John, John Travolta, Donna Summer, Elvis Presley, Rod Stewart, John Lennon, Bob Marley,
Televisão
Programas que fizeram sucesso:

Nacionais ( Zip-Zip, Domingo Desportivo, TV Rural, Espelho dos Acácios, Bom dia Domingo, Magazine 7 e Retrato de Familia,

Internacionais ( Hulk, Cyborg, As Panteras, Havai 5.0, Chico City, Vila Sésamo, Sítio do Pica-Pau-Amarelo, A Grande Família)

Desenhos que fizeram sucesso:

Speed Racer, Pica-Pau, Pernalonga, Piu-Piu, Tom e Jerry, Gaguinho, Os Herculóides, Homem Pássaro, Popeye.

1970

Zé Antunes