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27/01/2015

CORTEM, E DESCONTEM, A QUEM NÃO PRECISA!


Senhor Diretor:

Permita-me V. Exa. que enumere algumas injustiças, cometidas contra todos os contribuintes sérios, que – honradamente - se preocupam com o pagamento dos seus impostos. Qualquer política social, salvo melhor opinião, tem de obedecer sempre a um princípio: o “Estado tem de ajudar a quem precisa”! Até aqui tudo certo. Mas…é baseado nessa filosofia (já gasta), que este pobre país é constantemente “inundado” de oportunistas (“chicos-espertos”), que sabem tirar proveito das circunstâncias de dado momento em benefício de seus interesses. Porque esse mesmo Estado, quando distribui dinheiro dos contribuintes, tem de ter a certeza de que quem está a ser ajudado necessita mesmo dessa ajuda. É que existem p’raí, infelizmente, muitos “chorões” e aldrabões a “pedinchar”, mas…com avultadas somas depositadas em instituições bancárias. Até há bem pouco tempo, podia candidatar-se ao “Rendimento Social de Inserção” (RSI), quem não tivesse rendimentos, mesmo que tivesse uma conta bancária com 99.999 euros. É verdade! Eu disse bem, noventa e nove mil, novecentos e noventa e nove euros. “A poupança do candidato só não poderia ser igual ou superior aos 100 mil euros”. Inacreditável, não é? Mas, poderia ter o primeiro valor referido em dinheiro depositado, mais a posse de barcos, carros e casa, no valor de centenas de milhares de euros, esses “pobrezitos” coitados! O discernimento e a sensatez, como é óbvio, foi recentemente alterada. Mas a chamada condição de recurso para os candidatos ao Rendimento Social de Inserção (RSI) e outros apoios, ainda permite a posse cumulativa de: conta bancária com saldo até 25 mil euros; bens móveis sujeitos a registo, como carros, motas e outros, até ao valor de 25 mil euros; casa para habitação própria e permanente de valor até 188 mil euros. Tudo somado, a condição de recurso ainda permite ao candidato ao “subsídio social a posse de um patrimônio avaliado em 238 mil euros”.

Quantas famílias portuguesas conseguiram acumular esta riqueza? Mas afinal, perguntarão os Leitores do Diário de Coimbra, se alguém tiver patrimônio até este valor, fugir ao fisco, não declarar rendimentos e alegar que é pobre, pode receber o RSI? Em que país estamos? Estamos num país de oportunistas, de burlões, em que diretores de escolas particulares revelam que, ainda hoje lhes aparecem pais “a pedirem os formulários para pedido de ajuda do Estado ao pagamento da mensalidade dos filhos”, quando sabem que esses mesmos pais têm negócios, vivem bem, mostram sinais exteriores de riquezas, mas os mesmos responsáveis das escolas não podem recusar o “encaminhamento dos pedidos de ajuda”. Mas há mais “chicos-espertos” escondidos, cheios de “papel”, que passam por “gente de bem”, muito carinhosa, religiosa, crente em Jesus, amigos de comungar aos domingos, na santa missa! Bendito seja Deus!

Cruz dos Santos

2015