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11/12/2016

JOÃO KAJIPIPA



A VOZ DE JOÃO KAJIPIPA

-Possas pá! Na minha terra qui nasci, mais propriamente em Luanda, já não há “Culturistas”, agora aqueles gajos dos músculos viraram “Kuduristas”! Em qualquer beco, em qualquer sanzala, só si vê “Kuduro”! Ah, porqui tem paludismo, porqui tem diarreia, febre amarela, tifóide, malária...Qui si lixe!! Priméramente, o qui interessa é “Kuduro”. Luanda mesmo, está fudido pá...! Ninguém liga maji a ninguém! Toda a gente mesmo só quer “Kuduro”! Qualquer “Madié”, seja ele “Kandengue” ou mais-velho (Kota), “Albino”, mulato, ou mesmo “Unguenta du puto”, preto retinto, ou fulo...Seja ele di Kibala, du Bailundo, di Nova Lisboa, di Caxito, di Camabatela, du Kuando-Cubango, ou mesmo du Bairro da Lixeira...Qui si lixe!! KUDURO! Nunca lhi vi assim...Possas pá! Também já “chateia”. Já não há “demengueno”, “merengue”, “baronas”, “kitatas”, “Minguitos”, “Elias Diakimuezo”, “Teta Lando”, “Ouro Negro”, aquela nossa “malta” do Bairro Brinca, di São Paulo, Bairro do Cruzeiro, Bairro Zangado...”Malé Ueh!” “Kuabo Kachi”! Acabou! Mesmo o “rabo di junko”, a “celeste”, a “viúva”, “bico di lacre”...já “bazaram”, nem a “andorinha” já si vê. Ficou apenas o pardal. Todo ele magrinho, escanzelado, nem “pia” mais como antigamente. Nem a cigarra, qui cantava escondida na “Mulembeira”...já si vê. “Kudurista”, “Kudurista”...mas é uma Merda! Cambada di “rabetas”, andam só à toa, a fazer “banga” com seu “mataco” di fazer có-có...Possas! Nunca lhi vi assim.



BANGA NINITO

2016
 





 
A VOZ DE JOÃO KAJIPIPA
No ano de mil novecentos e tal e “Kabuza”*, ainda Presidente Carmona, chefe dele Salazar, não tinha lhi mandado vir gritar as mentira de nos ‘intrujar cada vez mais, as autoridades qui mandavam “kangar” um gajo e mandavam na “Munenga” tinham dado as ordem nos Kapita p’ra o Povo todo fazer só as lavra de algodão. Porra...um gajo saía da sua “kalipanga”, cheio di sono, e tinha qui ir apanhar algodão, na época da Companhia Agrícola do Ndondo descobrir qui as terras dos vizinho, também eram boas p’rá algodão nascer lá. E si um gajo “virava bicho”, aí já então arrenhavam com o “Poeira” (chefi di posto), p’ra ti virem amarrar com corda di cizal e ti “vuzarem” meia-dúzia di palmatoadas. Nem qui fosses magro, nem qui fosses afilhado do “Catonho-Tonho”, ti livravas du “Poeira”. Nem qui tivesses “catolo-tolo”...Tás a brincar! IAS NA LAVRA e ías mesmo...sem refilar! Agrediam um gajo à toa, que eles primeiro amarravam os pés e algemavam as mão. Eram os “vadio”, qui não tinham documentação e qui vinham nas Junta e nos Grémios no trabalho di andar espreitar quem é qui semeou pouco algodão. Si não cumprias as ordens, então saíam os soco, as “galhetas”, os “pontapés” e a palmatória cantava...! As lavra de mandioca, de milho, di feijão e mais das outras comida começaram a desaparecer. Um gajo com família, p’ra conseguir comer qualquer coisa, só tinha de contar com o troco de saldo de imposto e mais das multa qui vinham por tudo e por nada. Ora, porqui dançou sem licença; ora, porqui faltou na concentração das vacina...”Filhos d’Caixa”!

Mas agora é pior!

*Kabuza"=Forma de designar uma data longíqua, indeterminada



BANGA NINITO

2016




 
A VOZ DE JOÃO KAJIPIPA

-Como é mano Kilengue? Andas coxo? MAS é...fingimento, ou é mesmo “catolo-tolo” di verdade?

-OLÁ Zé Kitumba do “caraças”!!!...Meu “kamanguista” dum raio, ainda não morreste? Há bué di tempo qui não ti ponho as vistas em cima.

-Mas, fala ainda mano Kilengue. O quê qui tens na “kinama”? Ti “vozaram”, ou ti deram "baçula"? Culpado mesmo, é esse teu vício de beber álcool puro e de fumar à toa, qui é qui te fez ficar assim, magro como cão sem dono, em vez di tomar juízo. Olha lá, ainda vais casar com aquela “baleia” do Rangel, filha do “Quinino amargoso” que andava à rasca e quiria dar dinheiro à pessoa qui lhi aceitava tirar a vergonha em casa?

-Também não preciso falar assim Zé Kitumba!...A vida é qui está lixada!! Um gajo não tem “kitadi”, não tem emprego, vive só à toa, com us doença. Mas também no sofrimento uma pessoa pode também aprender muita coisa. “Catolo-tolo”, mas é uma ova! É reumatismo di verdade qui eu tenho. Tás a brincar! E a Domingas, minha namorada, não é baleia nenhuma. É simplesmente gorda.

-Não lhi quis insultar mano Kilengue. Mas sabes uma coisa, agora já não si chama “reumatismo” e muito menos “catolo-tolo”.

-Como é então o nome dessa “dituba”?

-OSTOPORISE...!

-ÓS...QUÊ???

-Ostiporosi, ou Ustiporosi...porra “Jiputo”! Não lhi sei dizer o nome...Não pertenço neste bairro.

 
BANGA NINITO

2016


 

A VOZ DE JOÃO KAJIPIPA


(Carta da Dª. Ermelinda da Muxima, para o seu filho que está em Coimbra a estudar, com documentação falsa)

-Meu firio, ti ponho estas palavras nesta “Mukanda”, para saberes qui estou viva. Estou a escrever divagar porqui sei qui não gostas di ler dipressa. Também não convém ler à toa. Si receberes esta “mukanda”, é porqui chegou. Si não chigou ti mando outra. Teu padrasto leu no jornal “Maka di Angola”, qui está a ver muitos desastres di carros, perto dus portas das casas. Assim, mudámo-nos para mais longe. Sobre aquele casaco qui querias, o teu tio Soba da Camabatela, disse qui ficava muito caro si ti mandasse pelo correio di avião, por causa dus botões qui são di ferro e pesam bué. Assim, arranquei os botões e ti meti nos bolsos. Quando chigar aí, tens qui pregá-los di novo. Sobre o teu cão, o piloto, anteontem foi atropelado e tiveram qui lhi cortar o rabo. Por isso “tambula-ó-conta” quando atravessares a rua. Sabes bem qui estes “pulas” não sabem conduzir divagar. “Gikula ó Mesu”....! Sabes outra coisa? A tua irmã Maria Caprikito, vai ser mãe, mas ainda não sabemos si é menino ou minina, portanto não sei si vais ser tio ou tia. O teu irmão João Cambaio, nos deu muito trabalho hoje. Fechou o carro e deixou as chaves lá dentro. Tivémos qui ir a casa, buscar as “gazuas” do teu pai (não é do teu padrasto), aquelas qui ele usava quando ele era “gatuno de 1ª”, no bairro zangado, para abrirmos as portas. Como não conseguimos abrir, chamamos a Polícia. Resultado, o gajo do teu pai, foi “cangado”. É bem feito!

Kuabo-Kaxi! Se vires aí a Dª. Josefa, lhi mandas cumprimentos. Si não lhe vires, não lhi digas nada.

Tua Mãe Ermelinda da Muxima

(Adaptado)

BANGA NINITO
2016 

2016

ALMOÇO DOS COLEGAS DA BOAVISTA


XIV CONVÍVIO DE AMIGOS FERROVIÁRIOS

DA Ex OFICINA DA BOAVISTA

12-11-2016

CONCENTRAÇÃO – ESTAÇÃO DE PAREDES - 11:55


RESTAURANTE --- “ADEGA DA FONTE”









 O tradicional Almoço Convívio de Aniversário realizou-se no dia 12 de Novembro de 2016. Mais uma vez, os antigos trabalhadores e colaboradores das ex- oficinas de Manutenção do Posto da Boavista no Porto, reuniram-se neste almoço/convívio que já se vem realizando há dez anos e que se concretizou no restaurante “ Adega da Ponte “, na cidade de Paredes.
 

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 Estes almoços de confraternização e convívio realizam-se somente a pretexto de todos os anos nos encontrarmos e sabermos novidades uns dos outros e claro recordar tempos idos.

Muitos foram os presentes que de uma maneira ou outra compareceram neste convívio












 
Os organizadores leram uma missiva

Ilustres companheiros, mais um ano e cá estamos no nosso 14º convívio, fazendo votos para que todos estejamos muitos mais anos neste evento.

Como e sabido, temos algumas ausências por diversas razões , ficamos satisfeitos se para o próximo estiverem presentes.

Não foram esquecidos aqueles que já partiram, e que em vida fizeram parte deste convívio, foram colegas de trabalho e grandes amigos, nomeadamente:

Joaquim da Silva Teixeira

Adolfo Guedes

Manuel Pegas

Baltazar Lopes Feijão

Carlos Alberto Miranda

Adriano Araújo

Fernando da Silva Fernandes

Laurindo Teixeira Júlio

Foi sugerido fazer-se um minuto de silencio por todos aqueles que já não estão entre nós.







Seguidamente foi servido o repasto com pratos regionais dos quais destacamos: saladinha de grão com bacalhau e dobrada a moda do Porto

Pratos Principais Bacalhau a minhota, Cabrito assado no Forno Filetes de pescada com puré e no fim vitela assada no forno

Sobremesas Salada de frutas Pudim da casa mais uns doces que estavam divinais.

Depois, como digestivo, as aguardentes velhas e o famoso bagaço da região





 Finalmente procedeu-se ao corte dum grande e saboroso bolo de aniversário que foi acompanhado com espumante e se brindou por mais um excelente convívio de todos os ex trabalhadores do Posto de Manutenção da Boavista da Companhia dos Caminhos de Ferro de Portugal não esquecendo as amizades cimentadas por tantos e tantos anos de convívio.


 




 


ZÉ ANTUNES

2016