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02/11/2016

NOSTALGIA


Muitas vezes acontecem coisas para as quais não temos explicações. De vez em quando temos nostalgia dos tempos já vividos, é um turbilhão de memórias inesquecíveis. Na realidade, quando era miúdo, queria.... ser rico. Penso, que esse até aos dias de hoje não foi o meu destino. Conheci muitos lugares, muitas pessoas, e vivi muitas aventuras e desventuras. 

Nem sequer vos consigo transmitir o que significa para mim estas lembranças da minha adolescência e Juventude.

Não há sensação melhor do que relembrar as coisas do passado, ver fotografias antigas, lembrar aqueles momentos inesquecíveis que jamais irão voltar. Aquele leve sentimento despertado pela lembrança de uma época boa, daqueles brinquedos de infância feitos por nós próprios. Tudo isso faz parte de uma nostalgia, que faz sabermos, que somos felizes !

A nostalgia não se resume a saudade das pessoas, mas também dos bons momentos que foram passados ao lado daqueles que eu sinto falta. Quando estamos em estado nostálgico, desejámos que aquelas pessoas (e aqueles momentos especiais) nunca tivessem desaparecido! 

Mas de vez em quando vem uma nostalgia dos dias da minha infância... de quando jogava á bola no Largo do Preventório Infantil de Luanda , lançava o papagaio, brincava de Índios e Cow-Boys e até tinha uma casa de madeira no Cajueiro em frente á casa de meus pais, e até me lembro quando tentava fintar o meu pai e minha mãe com as horas de chegar a casa.

Tenho saudades, do tempo em que havia ....tempo.

E até tenho saudades dos amigos com quem brincava:
Manelito, Chico, Litó, Cacito, Quim, Jorge, João, Manel João, Bia, Capoon, Albuquerque, Tó Barata, Beto, Galiano, Juca, Luís Van-Dúnem, Dário, Carlos Sousa, Luis Alfaiate, Peralta, Luis Gordo, Quim Mota, Festas, Adão, Pompeu, Salvador, infância feliz depois recordações dos mais velhos, Chico Leite, Moedas, Teixeirinha, Guimas, Caroças, Fernando Simões, Touringa, Castelo, Jaimito, Toalhinha, Bronson, Tony Novo, Augusto ( Russo ) que ficávamos ali no Muro do Matias até altas horas a contar e ouvir anedotas, e mais tarde das farras nos clubes, e ainda os mais cotas Nascimento, Delmar, Nogueira, Lobo , João Ferreira, Alberto ( Gugu), Américo Nunes, Manuel Alves da JOC, os manos Borges, Filipe Santarém, Cid Adão, Adelino ( Ninito ) Zé das Senas……..

E muitos mais, aos quais rendo a minha singela homenagem, pois fizeram parte de um tempo, em que havia tempo.

Muitos já partiram, outros andam por aí, talvez com a nostalgia do passado como eu. Tudo era novidade naquela fase da vida, e eu não sabia muito bem como lidar com os meus sentimentos. Assim, todas as emoções, alegrias e dores ficam desproporcionais e mais intensas, hoje vou sentindo essa nostalgia que me faz bem. 

 Alguns irão ler este pequeno texto que escrevi, pois fazem parte deste "Novo Mundo"!

Não falei ainda das miúdas do bairro. Ficaram para o fim pois já adolescente pulava de clube em clube para as conhecer e botar em qualquer funguta e numa boa dança, alguma conversa interessante, isso também é nostálgico. 

Lembro-me bem das garinas do Bairro: Dina, Virinha, minha irmã Amélia, Mila, Bety, Linô, Celina, Chú. Judite, Graciete, Leta Pita Grós, Nixa, Florinda, Mimi, Preciosa, Alice, Guiomar, Fernanda, Paula, Lena, Belinha, Fatinha, Ivone, Goretty, Felismina, Fernanda, Maria João, Tiza, Bela Mota, Alda, Ana Bela, Ana Maria, Cândida, Beatriz, Berta, Célia, Rosário, Crisanta, Zinha, Zita, Ester, Elisabete, Inês, Madalena, Helena, Ilda, Letinha, Zeza, São, Lili, Sónia e muitas mais que com o tempo a memória foi esquecendo mas de vez em quando abre-se a gavetinha das memórias e lá vem á lembrança outras garinas e os bons tempos da minha juventude.

ZÉ ANTUNES
2016