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31/05/2012

MOTOCROSS

Foi a década de 1970 que marcou a crescente popularidade do desporto em nivel global. O desporto que começou como um evento de corridas de diversão chanado " Scrambles" tinha conquistado estatura internacional.

A década de 1970 testemunhou mais alterações na forma como o motocross surgiu como desporto popular entre todos os entusiastas do motociclismo em vários paizes do mundo. Isto incluiu regras de jogo passando por mudanças, pesos mínimos para motocicletas foram introduzidos, como eram duas baterias, pontos a contar para o Campeonato do Mundial de Motocross, em vez de apenas um anteriormente.

As Competições de motocross são geralmente realizadas em pistas fechadas com distâncias que podem chegar a 1,5 km, essas pistas incorporam características naturais do terreno com quantidades variadas de saltos, costelas (aequência de lombadas e pequenos morros) e curvas. No Supercross a distância dos saltos é maior que as de pista de motocross.

As corridas de motocross ocorrem tradicionalmente em terreno molhado. As provas são divididas em varias categorias, onde grosseiramente podemos dizer que são amadores e profissionais, nas provas realizadas pelos profissionais as baterias podem durar ate 20 minutos, nas baterias amadoras 10 minutos. A sinalização em uma prova de motocross ocorre geralmente por placas ou bandeiras, cada cor de bandeira tem um significado:

Bandeira xadrez (ou quadriculada): Fim de prova;

Bandeira amarela: Perigo logo a frente. Proibido ultrapassar. Reduza a velocidade;

Bandeira listrada em amarelo e vermelho: Proibido ultrapassar e saltar. Reduza a velocidade. Acidente particularmente grave;

Bandeira azul: Dê passagem (o retardatário) a uma moto mais veloz que quer ultrapassar;

Bandeira verde: Pista livre para iniciar processo de largada;

Bandeira vermelha: Corrida paralisada devido a problemas meteorológicos ou acidentes particularmente graves impossibilitando a continuação da corrida;

Bandeira preta: Desclassificação do piloto ao qual foi indicada;

Bandeira branca com cruz vermelha: Equipe medica na pista;

Placa Stop and Go: Será indicado na placa o numeral e o tempo de penalização em segundos do piloto a ser cumprido no pit-lane.


 

As corridas de motocross são ricas em imagens, o esforço dos pilotos em ultrapassar seus limites e de suas motos, em cada curva aumentando a velocidade e em cada salto adquirindo mais altura, faz desse desporto uma imã para quem assiste e não deseja perder uma imagem.

O desporto tem evoluído muito na década de 1990, recentemente mesmo ainda sendo um desporto de alto custo, mas as facilidades que vem se encontrando recentemente para aquisição de motos e pistas para treinamento. As motos de entrada para o desporto, que inicialmente as crianças iniciam acima de sete anos de idade, são as motos 50cc.

                            Publiocidade e Patrocinadores



A experiência cativou-me e como tinha como refererências da Malta das Motas principalmente do Mabeco, Marito, Russo da Garelli, Nandito, Zé Ideias, Stop, Carlos Magalhães, Tony Sanguito, Carlos Aniceto, Zeca Mulato, Cesar Peixe, mais tarde quem corria com a minha mota era o Zé Tó. Desses tempos lembro ainda o Gaspar que me afinava as motas e que íamos para a recta da casa dos rapazes fazer velocidade de ponta e na Lagoa do Roldão o motocross.
De todos os motocrosses que participei tenho grata recordação de um que fui fazer ao Cacuaco em Dezembro de 1973 e que fiquei em 3ª lugar.
Doutro em que estava a correr bem e até ia em primeiro a poucas voltas do fim, a corrente partiu-se foi no Cazenga  e ai acabou-se a minha futura glória.
                Motocrosse do  Palanca  Agosto de 1972  
A última vez que corri foi já no ano de 1974 na Lagoa do Roldão com parceria com o Zé Tó que ficamos em 5º Lugar, mas ai o meu pai tirou-me a mota, pois foram-lhe dizer que andava a meter óleo de risson no depósito da gasolina.  
Assisti ao grande prémio internacional de Luanda nas Barrocas do Miramar em que o Stop deu  espetáculo com uma 250cc perante os Belgas e Congoleses com altas motas de cilindrada até 500 cc.
Foi com bastante pesar que nos anos 80 faleceu o miúdo Abel que morava ali no Jardim Constantino, era um promissor corredor e alinhava sempre com os mais velhos, mas ele não conseguiu vencer  a selva de Lisboa.
Zé Antunes
1973


HIPERMERCADO

Lembro-me  da  construção deste hipermercado ao qual o batizaram de  Pão de Açucar - Jumbo,  com o desenho do elefante e tudo. E lojas pequeninas à volta,  foi  construído a contar com o futuro, pois tem o tamanho dos Hipermercados  normais de Portugal.  Nos anos 70 demos um passo à frente. Foi uma festa do inicio dos anos 72,  o  Jumbo está bem de saúde e recomenda-se.
No ano de 1972 é inaugurado o 1º Hipermercado em Angola o “ Jumbo “ do grupo Pão de Açucar, uma inauguração com pompa e circunstância, um mar de gente com curiosidade, a propaganda era convidativa, pois os produtos teriam uma redução que variavam até aos 50%. Além de que era fácil estacionar, o parque de estacionamento teria capacidade para mais de 500 automóveis, já naquela época era problema quando nos deslocavamos a uma qualquer loja principalmente na baixa de Luanda.

Começou a ser hábito para muitos ir lá beber o cafézinho,  pois as garinas estavam lá a trabalhar e os avilos sempre davam um dedo de conversa, nesta época emprego para mulheres era mesmo só os Bancos (empregadas bancárias)  e o Hipermercado ( repositoras,  empregadas  de armazém e  empregadas de caixa ).

Foi nessa ocasião que comecei a comprar as famosas calças LA FINESSE à boca de sino  que eram feitas de fibra sintética e por conseguinte bem mais baratas que na Casa Saratoga, uma vez,  todo bangão fui para a farra do Clube do Sarmento Rodrigues e as calças tinham encolhido nas  pernas com o calor do escape da mota.

O Hipermercado era novidade pois na altura não existia nada igual em Luanda, existiam as tradicionais lojas. A partir dessa altura começou a ver-se mais Centros Comerciais e mesmo Galerias Comerciais, sendo que eu frequentava muito o Edificio Mutamba, pois além das lojas tinha um grande bar com esplanada num terraço no interior e salão de jogos.


Hipermercado Jumbo Estrada de Catete 1973

Zé Antunes

MINI HONDA

Sou um apaixonado pelas Mini Hondas,  tive uma em Luanda comprada já em 1975 onde vivia e que a trouxe para Lisboa, toda modificada com um motor da ss50z de cinco velocidades e com amortecedores na parte traseira. Só para contar que em Luanda fazíamos  muito isso: montar motores das SS50 nas Minis.  Lembro-me do gozo de subir a Luís de Camões a dar ratadas a grandes motas... e já em Lisboa na Avª. da Liberdade ficavam todos boamados a olhar para a Mini – Honda.
É assim, outros tempos, outras gentes, outras alegrias.
Contaram-me (alguns patrícios) a história assim...e eu acredito nela:
Dizem que havia um Stand  de automóveis em Luanda, (pensa-se que a Própria representante da Datsum  e  Honda  a  Soccar) que, há uns  anos  atrás, quando as Mini Hondas custavam 4.500$00 (cerca de 22,5€) resolveu, numa estratégia avançada de marketing (digo avançada porque ainda se faz isso nos nossos dias com scooters) resolveu, dizia eu, colocar uma Mini Honda como oferta para quem comprasse um carro novo. Um Datsun de Luxe 1200,  podia custar, nessa altura qualquer coisa como 80.000$00 (400,00€) por isso era como fazer um desconto de pouco mais de 5% o que era usual naqueles tempos. Se a Mini Trail cabia ou não na mala do Datsun  isso não sei, mas uma coisa é certa isto nunca foi uma estratégia de marca (Honda  ou Datsun, até porque eram concorrentes entre si) mas de concessionário como medida própria para alavancar as vendas. Por isso as Mini Hondas não vinham dentro dos carros,  eram compradas  à  parte  pelo  Stand e  oferecidas ao cliente final como brinde, o que é uma coisa diametralmente diferente. Será mesmo assim? Pelo menos parece uma história crível.
Depois de dois anos de sucesso da Honda Monkey Z50M , a Honda decide lançar, em 1969, uma mota similar mas com rodas de 8 polegadas - a Honda Z50A (MiniTrail) e com a particularidade de ter uma suspensão dianteira, embora de curto curso, para proporcionar um maior conforto aos condutores. O assento, também mais cheio e confortável, é rígido mas permite 2 posições  de altura. A ferramenta básica desta mota (chave de velas) ficaria colocada por debaixo do assento presa em dois  ganchos-mola  ali aparafusados.  A facilidade de transporte deste pequeno veículo em automóveis "obriga" a Honda a manter a solução já testada na Z50M - volantes rectráteis.

Um pouco de História da Mini Honda

O modelo foi exportado para quase todo o mundo com a referência Z50A sendo que os modelos vendidos no mercado interno  japonês (Japan Market) têm outra referência - Z50Z .Mini Honda, aqui considerada a Honda Mini Trail (Z50A) (>1969 <1972) ,a qual continuou a ser comercializada até 1975. Refere-se que existiram 3 modelos de Mini Honda antes da MiniTrail Z50A, que foram as Z100, CZ100 e Z50M(Monkey).
Nos Estados Unidos  foram lançados, primeiramente as K0 disponíveis em duas cores - amarela e branca (ivory white & bright yellow) e vermelha e branca (ivory white & scarlet). Este modelos diferenciam-se dos outros pela sua extrema simplicidade - punhos e manetes brancos marfim, escape sem "pilinha"e tamponado com anilha, ausência de chave de ignição (apenas swich on-off), ausência de iluminação, guarda lamas pintados em cinza prata fosco, banco mais corrido, sem o alto traseiro e também (aparentemente) mais comprido. A primeiríssima K0 (houve dois modelos diferentes) distingue-se da segunda pelo detalhe da protecção do escape ser inclinado - daí o seu nome de baptismo ser Slant Guard. A segunda versão da K0 já detém a protecção do escape horizontal.Qualquer delas usa um logotipo redondo - asa da Honda com as inscrição MiniTrail em redor.
Mais tarde foi lançada a K1 disponível em três cores - amarela e prata (bright yellow & cloud silver), vermelha e prata (candy red & cloud silver) e azul e prata (candy blue & cloud silver). Estes modelos já possuíam iluminação dianteira e traseira, buzina, bateria sem protecção lateral, escape com silenciador (pilinha), guarda lamas cromados, côco de farol sem conta kms (no local deste usa uma tampa com o H - logo dos automóveis Honda).Os logos dos depósitos são iguais aos da K0.
Por fim a Honda lançou no mercado americano o modelo K2 que se distinguia do K1 em alguns pequenos detalhes - travão traseiro duplo (manete e pedal), uso do logotipo do depósito oval com as inscrições MiniTrail.As cores disponíveis são o vermelho e branco (candy ruby red & white) e azul e branco (candy shappire blue & white).
No Japão alguns destes modelos Z50Z possuem uma nova  particularidade - trem dianteiro amovível - para melhor acondicionamento e transporte em automóvel. Trata-se de um eixo amovível o qual prende o forqueta dianteira ao corpo do quadro. As Z50Z na versão de 1969 apelidam-se Z50ZA2 são também algo diferentes - por exemplo: possuiam bateria, tampa lateral para protecção da bateria com os dizeres "Monkey", piscas, pneus de rastro de estrada (tipo Vespa), filtro de ar cilíndrico (igual ao da Z50M), escape por baixo , logo igual ao da Z50M no depósito de gasolina e as cores dos quadros são azul claro, vermelho claro e e amarelo claro com o depósito de gasolina sempre cinzento prata (monocolor). A versão Z50Z1 de 1970 mantém o logo redondo (= ao da Z50M) no depósito o qual passa a bicolor (faixa em baixo), adopta o escape por cima, mantém a bateria e os piscas, é adicionado o travão traseiro duplo (pedal e manete) e, alguns modelos, têm descanso central. A única côr conhecida é vermelho brilhante e cinzento (candy ruby red & silver cloud).Admitimos que possa também ter sido disponibilizada em azul brilhante e cinzento (candy shappire blue & silver cloud). Em 1971 é lançada a Z50ZK1 com pequenas diferenças do modelo predecessor mas da qual se destaca o logo oval (igual aos das K2 europeias).
Portugal / Angola / Australia-Para estes países o modelo disponibilizado foi também somente a K2 mas com algumas alterações específicas - côco de farol pequeno (igual ao da Z50M UK market) com o conta kms incorporado graduado até 50km/h para Portugal/Angola e até 30 mp/h para a Australia. Ausência de bateria e farol de stop específico (igual aos de algumas Honda de maior cilindrada). Os logos dos depósitos são ovais com a inscrição MiniTrail. As cores disponíveis foram vermelho e branco (candy ruby red & white) , azul e branco (candy shappire blue & white) e amarelo torrado e branco (mexican yellow & white).
Representantes Z50A K2 - Portugal(IBA) /Angola(Socar)

                                Mini - Hondas

Texto adaptado da internet

1973

30/05/2012

NAMORO

Foi  no  ano  de 1972, quase toda a rapaziada do bairro namorava, eu conheci a minha namorada  que é hoje minha esposa, no dia do seu aniversário em 23-12-1972, ela fazia 14 anos, e a minha irmã convidou-me para uma festa de aniversário, pois a São era colega da minha irmã e andavam ambas na “ João Crisóstomo”,  fomos apresentados, dançamos, dissemos aquelas baboseiras que é típico de quem se conhece pela primeira vez e começamos a namorar em Junho de 1973 ai comecei a ir a casa dela e como a mãe era segundo diziam e confirmei depois uma bela costureira, pois todas as idas a casa dela era pretexto  para costurar mais uma camisa, e  era pretexto para falar com a São, era todas as semanas uma camisa nova.
Separamo-nos quando das minhas férias á ex- São Salvador (Mbanza Congo ) em Julho de 1974  e depois ela foi viver para a Vila Alice  por causa dos conflitos  que se estavam a passar. Só a tornei a ver em Maio de 1975 a quando da vinda dela para Portugal. Retomando o namoro já em Portugal no Natal de 1975.
As kivitas  para fazerem agrados aos meninos, telefonavam ou escreviam cartas a pedir músicas para passar na Rádio Comercial de Luanda que ficava ao cimo da rua Vasco da Gama no Prédio do Suba, e dedicavam aos seus namorados, dedicatórias essas para serem ouvidas no Domingo de manhã, havia quem levasse o rádio para a praia, essas dedicatórias não mencionavam todos os nomes era um código que logo foi descoberto de tão evidente que era. Os locutores eram, o Carlos Alberto, Jorge Seabra  e o Norberto de Andrade, Começava o Programa :
Vamos ouvir o Roberto Carlos na música  tal...  que as garinas, Celina, Betty, São, Virinha, Mila, Célia, Rosário dedicam aos Pássaros: Amarelo (Zé-Tó), Vermelho (Henrique), Azul (Zé Antunes), Preto (Lili), Verde ( Minguitos), ao Carlos e ao Paquito, o Carlos e o Paquito estavam identificados, quanto aos pássaros coloridos eram os restantes e estavam também identificados pelas cores das  motas, depois de ouvirmos as músicas românticas  lá íamos até à ilha de Luanda para uns bons banhos na água do mar. Ao fim da tarde era na matiné do cine São João que os casalinhos de namorados trocavam umas beijocas e havia umas mãos mais atrevidas que não paravam quietas, BONS TEMPOS DA NOSSA JUVENTUDE QUE JÁ NÃO VOLTAM!!
  
Confesso que ao escrever este tema dedicado a recordar alguém que foi a que mais me marcou emocionalmente naqueles meus jovens anos. Não que tenha receio de quem no presente possa ler. Nem de nenhum “fantasma” do passado. A esse e a outros níveis sou totalmente desprendido. Pois é-me completamente indiferente o juízo de valores que a meu respeito possam tecer. Mas o tema faz-me retornar às memórias desse tempo longínquo do ano de 1973 que esse alguém ficou bem no meu intímo, num qualquer recanto do meu ser.
Nessa altura ouvi minha mãe quando conversava  sobre a que é hoje minha esposa “…pois é meu filho não há dúvida que essa moça está-te a marcar para sempre, mas tu ainda és um beija flor. Procuras pousar em todas as flores que podes e encontras pelo caminho, sorves o mel e depois “ voas “ para outra e agora verificas que muito de ti está a ficar agarrado a ela.  Nem o tempo consegue fazer esquecer nem colar os cacos em que deves andar”.  Não rebati aquela reflexão de minha mãe, porque este caso não foi como os outros anteriores,
Este foi totalmente e inesperadamente, sublime. Só ela, ao ter entrado no meu mundo da forma que entrou, conseguiu que eu fizesse coisas e criasse situações que nunca antes tinha feito. Inclusive o facto de pela primeira e única vez na minha vida ter-me “sujeitado”  a aparecer um “ atrasado mental” quando tive que pedi-la em namoro. Eu perto de fazer 18 anos, nunca tinha permitido “ autorizar-me” a ter esse tipo de procedimento de procurar obter permissão. …Eu é que permitia se andavam ou não comigo e nunca os outros…Ter que obter o “aval” não fazia parte do meu dicionário comportamental. Aliás já tinha dito mais que muitas vezes que nunca andaria com alguém cujo passo seguinte fosse o de “formalizar” esse “andar” e até gozava com os meus amigos que se sujeitavam a esse constrangimento. Pensamento de machista reconheço.
Mas ela foi particularmente em tudo “especial” desde que pela primeira vez a vi, passando por esse embaraçoso momento. Razão pela qual refiro que a reflexão de minha mãe neste caso bem particular da minha vida não tinha cabimento, pois em nada de nada foi como os outros. E esta foi e ainda é, a mais desconcertante história de amor que um dia me aconteceu quero partilhá-la, porque eu mereço, porque ela merece porque ambos merecemos.
                                              Marinha ( São) 1973


             Zé Antunes

29/05/2012

CARTA DE CONDUÇÃO

Luanda, estávamos  em Junho do ano de 1973. Tinha acabado de fazer  18 anos.
Assim começa mais uma das minhas  histórias. A imperiosa  necessidade de ter um meio de transporte próprio de quatro rodas  e já que  a Honda SS50Z não me satisfazia  e se calhar tinha a mania que sabia conduzir mais ao menos  e para estilar junto das garinas,  já tripulava os carros do Cota Júlio,  senhor meu pai, o  ( Opel  Kadete ) e a carrinha da Dona Carmitas Senhora minha mãe ( DATSUN 1200 ) resolvi tirar a carta de condução. E como meu pai me deu a emancipação logo em Maio desse ano. Lá fui.....
Escola de Condução Académica na Mouzinho de Albuquerque junto ao Kinaxixe. Até essa altura nunca tal se me ocorreu, pois sempre tive amigos que me davam “boleias”,  já que o objectivo final das saídas era praticamente comum, as garinas e animação.
Para o trabalho  era a torraite , os transportes públicos (maximbombo 22),  eram o suficiente e o andar a pé fazia bem à saúde.
Posta a situação dirigi-me  à  Escola de Condução Académica, e fui ter com o Sr. Coelho quer já era conhecido da familia,  principalmente do meu tio André do Patrocinio,  que dava umas aulas de condução quando estava em Luanda a quando da manutenção do NRP “VASCO DA GAMA”, nos anos de 1966/1968 e comecei a dar as lições de código e condução. E foi nesta escola que minha mãe tirou a carta de condução.
Ficava um pouco  furioso porque se tinha motorizada e sabia os sinais e sabia conduzir desde os 14 anos que me encontrava ligado a carros, se sabia o que os sinais representavam, para quê aquela perda de tempo a ir as aulas de Código tempo precioso para mim, para poder estar com a namorada. Mas não tive outro remédio senão ir à escola inscrever-me, pagar e querer logo  marcar  o exame, deixando a funcionária de “cabelos em pé”
                                            Largo Serpa Pinto  Hotel Kate Kero
                                 Trabalhei  na Rua Conselheiro Julio  de  Vilhena  
                                                    ( frente as Obras  Públicas )


Fui a meia dúzia de aulas teóricas, pouquíssimas de prática e nos “intervalos” lá ia “moendo” a cabeça do pessoal da escola para  me marcarem o exame. Eu queria era a carta o mais depressa possível.
 Penso que para se verem livres de mim, principalmente o  Sr. Coelho, lá me candidataram-me a exame com umas três  semanas após a inscrição , comparência nas Obras Públicas às 09 horas da manhã ( examinador o conhecidissimo Sr. Cid num VW Carocha 1200 bem antigo). Saí da DGV, sita junto ao Sindicato dos Motoristas e Ferroviários de Angola, Largo e Rua de Serpa Pinto, subi pela  rampa do Liceu, local onde habitualmente se chumbava devido a ser bastante íngreme, lá fiz o ponto de embraiagem, ponto morto, encostar à direita, à esquerda, regresso pela Brito Godinho, Fernão de Magalhães, Largo Serpa Pinto, chegada à D.G.V. Só ai comecei a ficar nervoso.
Aguardei, mas quando saí do carro deu-me a impressão que o examinador o conhecidíssimo  Cid “tremia que nem varas verdes vá lá  saber-se  porquê,  se calhar   por ser  meu vizinho no Bairro Popular nº 2   e  daí a instantes, oiço uma voz  Senhor José Antunes Gonçalves está aprovado”, lá passei com “distinção” ( outra coisa não seria de esperar deste crânio). De salientar que por ter perdido a carta de Angola e  a não  ter renovado, tive que ir novamente a exame de código e de condução, novamente com o Sr. meu tio André do Patrocinio, na Escola de Condução da Amadora..foi só meter os papeis da inscrição e do médico e passados 15 dias estava a fazer o exame.
Zé Antunes e o  Mini 1275 GT  em Lisboa 1976

             Adapatado do texto de Leão Verde

              1973


PISCINA DE ALVALADE

Estávamos no ano de 1973, tinha completado 18 anos e estudava na Escola  Industrial de Luanda, último ano de Curso.
A nossa turma preparava a  festa de finalistas, que foi um passeio à Barra do Quanza e à noite a famosa farra no ginásio da Escola Industrial de  Luanda.
Eu não era de fugar ás aulas, mas quando o fazia eram as aulas de Oficinas, matéria que eram 4 horas todos os dias. Saía da Escola, ia pela Norton de Matos  e chegava ás Piscinas de Alvalade que pouco tempo antes tinham sido inauguradas! Situava-se ao lado do Cinema Aviz e ai passavamos umas tardes em beleza, Na Piscina de Alvalade conheci o professor de  natação Carlos Viegas. Conheci também os professores Pintassilgo e Saraiva.
                                                        Piscina de Alvalade em Luanda,  1973
Ai ficávamos até quase à noitinha, era nadar e saltar, lembro-me de um acidente em que um madié que na última prancha, preparava o salto e não se sabe por que motivos ao ganhar balanço deve ter escorregado e caiu na Piscina de chapão com o peito na água. Foi preciso um dos professores se lançar á água e trazer o madié para  fora da água tendo logo ali lhe sido prestados os primeiros socorros e foi de seguida transportado ao Hospital.
Sei que a partir dessa altura, só se ia para a torre mais alta acompanhado de alguém com responsabilidade, pois o acesso ficou vedado por umas correntes.
As garinas também muitas delas fugavam ás aulas no Liceu Feminino e ali se iam encontrar com os seus namorados. Eu gostava de ir à Piscina, ficávamos nas espreguiçadeiras ali deitados,  ver as garinas e a mandar-lhes piropos, coisas da juventude,  e foi lá também que aprendi a nadar, os mais velhos atiravam moedas para o fundo da Piscina e nós com aquela genica toda lá íamos até ao fundo da Piscina buscar as moedas, havia apostas  de quem aguentava mais tempo debaixo de água.

Zé Antunes
1973

PRIMEIRO DISCO

          Ideia original de LEÃO  VERDE




Ano de 1968 meus pais decidiram comprar um móvel com a inclusão de rádio, gira discos e gravador, marca ONKIO 900 tão usual na época
Antes desta aquisição tinhamos um portátil a corrente eléctrica e a pilhas em que o altifalante era a tampa , o gira disco quando fechado parecia uma maleta que levava para pequenas festas de aniversário de amigos e vizinhos

Para aquele móvel gira-discos havia de ter discos o meu gosto, pois a música existente comprada pelos meus pais eram mais de natureza folclórica, fados e música do género.
Assim decidi comprar o meu primeiro disco.
Num sábado à tarde entrei no maximbombo 22 ( Bairro Popular-Mutamba) para na baixa ir aos supermecados Angola, e à discoteca no Edificio Mutamba a Valentim de Carvalho para   comprar o disco que ainda não sabia qual era, tinha uma ideia, mas nada de concreto.

Entro no estabelecimento, dirijo-me para as prateleiras com LPs e Singles, verifico os preços e decido-me por comprar um single por se óbviamente mais barato, oiço uma série de discos  e a escolha foi feita. O single foi colocado num saco de papel próprio para aquele género de artigo, pago e embora não deixando transparecer qualquer emoção, aparentando muita calma,  certo é que estava em “pulgas” para chegar a casa, colocar o disco no gira–discos  e pô-lo a tocar para que meus irmãos e meus pais o ouvisem e eu também, agora com mais atenção e pormenor. Meus irmãos gostaram do que ouviram pois era totalmente diferente da música que havia lá em casa, minha irmã por ser mais nova quase que não ligou à “novidade”.
O certo  é que o meu gosto musical ficou por mim aprovado e todos os outros discos que a seguir comprei foram sempre na mesma linhagem musical  e na raça dos cantores. Otis Redding, Percy Sledge, Margaret Singana, Manu Dibango, Glória Gaynor, Donna Summer, Ray Charles, James Brown, Miriam Makeba e outros, bem assim como como quase toda a música dos anos 60/70, Beatlles, Bee Gees, Zed Zepling, Santana, Emerson Lake and Palmer, Rolling Stones band e outros, mas o meu primeiro disco foi dos PROCOL HARUM que ainda hoje guardo  religiosamente na minha discografia.
Procol Harum é uma banda britânica de rock progressivo formada no início dos anos 60. Eles são mais conhecidos por seu compacto "A Whiter Shade of Pale", número um nas paradas de sucesso inglesas.
Formada das cinzas de um grupo chamado "Paramounts" liderado por Gary Brooker e Robin Trower, a estreia ao vivo do Procol foi abrindo um concerto de Jimi Hendrix em 1967, o que levou a recém-lançanda "A Whiter Shade of Pale" ao topo das paradas. Um LP e outros compactos seguiram-se, mas sem alcançar o sucesso daquela primeira gravação.
Durante os anos 70 o grupo Procol Harum permaneceu mais popular do que outras bandas de rock progressivo mais sofisticadas, como Emerson, Lake & Palmer. O grupo continuou apesar das diversas mudanças na formação, mas o declínio das vendas decretou o fim do grupo em 1977.
A banda reuniu-se em 1991 para o lançamento de Prodigal Stranger, que não obteve muita repercussão. Uma nova encarnação do Procol, liderada por Brooker, está na estrada em turnê pelos EUA desde 1992.
O nome da banda foi escolhido por seu empresário, inspirado no nome do gato de um amigo seu. Traduzido do latim, significa algo como "Através dessas coisas".
O asteróide 14024 Procol Harum tem esse nome em homenagem à banda.
Recentemente, a justiça do Reino Unido concedeu ao tecladista da banda, Matthew Fisher, 40% da autoria de "A Whiter Shade of Pale". A alegação de Fisher para o pedido é o refrão e o solo de órgão da canção, os quais estão entre seus elementos mais distintivos. O juiz do caso disse que a contribuição do organista foi "substancial", embora não tão grande quanto a ontribuição do cantor
                                 
                          

Depois foi uma panóplia de musica mais moderna, mas ai comecei a frequentar mais a discotecoa do meu amigo Zé Maria a BONZÃO

          
                       

28/05/2012

FOFOCAS DA TELEVISÃO PORTUGUESA!

Opinião de Cruz dos Santos ( Ninito )

As Televisões tantas vezes armadas em árbitros da moral pública, dão-nos cada “ bailarico” com a venda de produtos e aparelhos em publicidade, que nos deixam a todos “ embasbacados” !
Nem as televisões piores em Itália, Brasil e Estados Unidos, fornecem, como neste nosso pais, tanta publicidade no meio de qualquer programa, seguido de Telejornais  transformados  em folhetins de “faca e alguidar”, de manipulações e de violência exercida sobre quem sofre e quem vê sofrerem. As televisões  portuguesas  mentem mais  do que os políticos, são mais arrogantes do que os treinadores de futebol, mais depravadas do que os patrões de bordel, mais cúpidas do que os proxenetas e mais imorais do que os traficantes. As Televisões portuguesas representam o mais violento atentado contra a cultura.  Denunciam dramas e tragédias, como quem vende lotes de sardinhas; exploram os humildes, a caridade pública, com um único fim, obter lucros ou donativos, abusando da boa fé, da ignorância, bondade ou posição de alguém.
A  Televisão portuguesa, exibe um total desprezo pelas elites. Só ultrapassado pelo que nutre pelas classes populares, que considera  gananciosas, estúpidas e taradas. A Televisão portuguesa podia combinar cultura de massas com cultura simplesmente. Sexo com decência. Pensamento com emoções. Seriedade com trivialidade! E informação com publicidade. Mas não! Nem sequer procura um equilíbrio sensato. Apenas se preocupam com a “concorrência “, ou seja , se o canal “A” tràs a público um homicida que degolou a mulher; o canal “ B “, procura, de imediato, apresentar um criminoso mais bárbaro, mais sanguinário, mais cruel. Se o canal “ C “ exibe um tumor: o canal “ D “ mostra, de imediato, um cancro maligno. Se o canal “ E”  expõe em concurso um “ Seat Leon”: o canal “ F “ põe em vista um “  BMW” . Todas elas empenham-se numa exibição desenfreada de quem “ vende mais”! Querem nivelar por baixo. Querem fazer o pleno da mediocridade, produzindo “Lixo “! Lixo nacional e comprando todo o lixo internacional disponível. Os diferentes canais, nas suas programações, podiam competir entre eles com seriedade  e pela pontualidade. Em vez disso, dá-lhes para competir com a desgraça, com a miséria, com a baixeza, com a indignidade….comercialmente.
A sociedade democrática é assim. A cultura de massas é a que temos. As vicissitudes da economia e da sociedade portuguesa confirmam um estilo: adiar o que faz falta para fazer o que dá nas vistas.

Envio deste texto para o Blogue LUANDA TROPICAL sob o titulo “ As Fofocas da Televisão Portuguesa “, para ser publicada  em data oportuna.

 

cruz dos santos ( Banga Ninito )


 


25/05/2012

AS FARRAS

 


  



                                                    Os Emblemas dos dois Clubes dos Bairros  


Cidade de Luanda, Bairro Popular nº2, e Sarmento Rodrigues, genuinos bairros de vivendas amplas e acolhedoras, varandas com alpendres amplos, onde à noite as familias se concentravam para as cavaqueiras com os vizinhos, com o seus quintais, bairros bem urbanizados, todos gostavam de lá morar. Longe vão os tempos em que nos Sábados à noite e aos Domingos nas matinés se ia dançar. As farras da Associação Recreio e Desporto de Luanda ( Bairro Popular) ou ao Grupo Cultutal e Recreativo do Bairro Sarmento Rodrigues (Bairro do Sarmento Rodrigues), do Clube do Bairro Popular situado no Largo que confinavam as ruas do Andulo, Vila Viçosa e Crato, era um Clube pequeno que foi tendo obras durante as várias direcções tendo até uma equipa de futebol de onze amadora e mais tarde de futebol de salão. Para obter outros rendimentos que não só das cotas dos associados, promovia-se as noites dançantes de Sábado e as tardes dançantes de Domingo, com vários sorteios de rifas e de mais expedientes para se angariar algum “kumbu”para a tesouraria do Clube.


                                                            OS RUBIS ( foto Claudino )


Com uma entrada de portão de ferro grande, entrava-se para um quintal todo cimentado, onde se jogava futebol de salão, esse acrescento que foi feito mais tarde, era descoberto e era ai que se fazia as farras, dai entrava-se à direita no edificio principal e à esquerda era o bar (Jorge Lâmina) sempre com o Bar bem organizado, umas 5 /6 mesas lado direito os gabinetes da direcção em frente o palco genuino, onde vi muitas vezes os irmãos “Bondosos” “Chico Leite” “Claudino” com o conjunto “OS RUBIS” abrilhantarem grandes farras. Ponto obrigatório de encontro para os que procuravam divertir-se através da música e do convívio e para estar com as garinas.


                                                        OS RUBIS ( foto Claudino )


Ao som de música da época que estava na moda: Nelson Ned, Niltom César, Roberto Carlos e
outros românticos, ou ao ritmo dos Kiezos, Prado Paim, Ouro Negro e outros, as farras eram
bastante animadas por parte da juventude. As garinas ( brancas, negras e mestiças ) eram
 Lindas, vinham madiés de outros bairros cobiçar as Garinas do Bairro Popular e
do Sarmento Rodrigues

Clube do Bairro Popular, um dos clubes onde a minha presença era uma constante, onde, com os meus amigos e amigas, e ao som dos cantores e conjuntos da época, Lindomar Castilho, Roberto Carlos, Nelson Ned, Nilton César, dos Credence, The Archies, Otis Redding, Percy Sledge, do “Tango dos Barbudos”, dos Pasodobles, era no Clube do Bairro que passava, quase sempre os Sabados à noite.

Encostados, de cigarro na boca só para o estilo, de longe mirávamos a rapariga que se pretendia para dançar e fazíamos sinal quase impercetível, para não dar muito nas vistas, que a procura era muita e a oferta pouca.

Acontecia muitas vezes, haver mais que um rapaz a fazer sinal à mesma rapariga e depois era o bom e o bonito quando ela se levantava e pensando que era para nós, passava ao lado e ia dançar com outro. Disfarçava-se o melhor que se podia o caricato da situação e lá íamos de novo para o canto.

As miúdas casadoiras iam com os pais ou com amigas e o cochichar delas era para nós incómodo pois não sabíamos do que falavam e podia ser um ‘bota-abaixo’ à nossa forma de dançar ou elogios. Só elas é que sabiam do que falavam. Felizmente fui sempre bom dançarino e embora tivesse passado algumas situações acima descritas, raramente não dançava.

O ‘travão’ que elas colocavam (braço em frente ao peito), impediam qualquer ‘avanço’ mais malicioso da nossa parte mas, aos poucos, iam cedendo, pois de tanto rodopio as ‘defesas’ iam abaixo e quando davam conta já estávamos encostados.

Mas também haviam mulheres mais maduras que iam lá sozinhas para ‘encontrarem’ um parceiro ocasional. Esta história foi verídica e passou-se com um amigo meu.

Ele fez sinal a uma mulher trintona e eis que quando ela se levanta verificámos que coxeava. Como ela veio ao encontro dele que remédio teve ele senão dançar o ‘slow’ que nesse momento tocava. Era uma música do Percy Sledge (nunca me esqueci desse pormenor).


                                                                  Farra de Quintal


E lá foram eles enlaçados, muito juntinhos, e ela para cima e para baixo consoante o pé que poisava. Quase a música acabada, ele lança-nos um pedido de socorro. Pediu-nos para o rodearmos e para irmos para a casa de banho. Assim fizemos e tinha acontecido o inevitável. Com tanto ‘roço’ o nosso amigo não aguentou!!!! e calças e cuecas lavadas. Secou-se o mais possível e a camisa ‘cintada’ (muito utilizada na época) por fora, serviu de resguardo ao molhado que se notava.

Foi um riso pegado entre nós. Depois da farra acabada, vi-a indo pelo Largo do Bairro, no seu coxear, perdendo-se no escuro da noite.

                                                                    Os Kiezos 1972

O Clube do Sarmento Rodrigues era na 2ª rua do lado direito quem ia para o Golf e ai a meio da a rua á esquerda, Edificio moderno de 2 andares e atrás um grande quintal, com um bar e uma grande pista para de poder farrar, e um palco para os conjuntos e para variedades. As cervejas, os refrigerantes, as batatas fritas, sandes e outros géneros, era fornecidos pelo bar, e ao som dos discos ou de um ou outro “ Conjunto“ músical, convivia-se, conversava-se e dançava-se, e cada um fazia pela vida. Muitas garinas que frequentavam os Clubes dos Bairros estabeleceram grandes amizades, namoros e até casamentos.

Como é comum nessas andanças, alguns rapazes procuravam obter as boas graças de determinada garina “arrastavam-na“ para a pista de dança e faziam os possiveis para a “cativar” para o resto da noite ou tarde e para outros encontros futuros, ai era ela que decidia. Se ele soubesse que era do “agrado” dela, tudo bem, grandes namoricos que se fizeram nas farras, senão teria que procurar outra garina.

                                               Malta no Clube do Bº. Sarmento Rodrigues

Era interessante ver como algumas eram “disputadas” com “marcação” em cima por parte de alguns rapazes. Era uma luta de galos e, regra geral o mais batido e sabido na lábia era o ganhador. Mas o madié que perdia partia logo para outra batalha e se não fosse naquele sábado ou domingo que obtivesse o troféu, seria nas semanas seguintes. Era assim a mentalidade da juventude naquele tempo, dos meus convivios nunca me apercebi da existencia de problemas entre eles, ficavam todos na mesma amigos.



                                             Matinee dançante no Sarmento Rodrigues


Face à fama que os Clubes tanto do Bairro Popular como o do Sarmento Rodrigues, das farras. começou a constar em Luanda que as garinas eram bué (muitas) e ai começaram a aparecer avilos de outros bairros. E, assim sendo, algumas das “nossas” garinas pensavam em nos provocar “ciúmes” Às vezes havia alguma maka (discussão) quando um de nós ia buscar uma delas para dançar, e se a garina desse “tampa”(não, não danço) e na mesma música fosse dançar com um Madié (rapaz) de outro bairro, ai era quase certo que poderia haver mesmo maka, muitas delas faziam de propósito para nos provocar. Umas discussões mais acaloradas, mas ficava-se por ali, na outra semana estavam lá de novo e já como amigos
Assim se passavam fins de semana nas Farras



                                                               Conjuntos


Zé Antunes

1973