TuneList - Make your site Live

29/06/2014

VIDAS ( AMIGOS )



Joaquim Costa meu amigo de infância desde Luanda, conheci-o no Bar São João na Vila Clotilde em Luanda a quando do nosso regresso a Portugal, o I.A.R.N. aloja-o numa pensão ali para os lados da Rua dos Correeiros.


Estando em Lisboa lá nos íamos encontrando e quase todos os dias ao fim da tarde era ponto de encontro para beber uns finos nos Bares da Baixa Lisboeta, Bessa, Pic – Nic, Leão Douro e Pingo Bar onde copo atrás de copo íamos recordando dos nossos momentos anteriormente vividos em Angola principalmente em Luanda, e também desabafando o nosso dia a dia na Tuga.

Esplanada na Rua Augusta ( foto net )

Falava-se muito das Províncias Ultramarinas do regresso dos nossos amigos para onde iam, onde estavam, enfim queríamos saber noticias. 

Nessa altura eu e ele fomos trabalhar no que nos iam aparecendo, eu já estava no Teatro Variedades, e a convite do meu irmão Fernando o Quim Costa vai trabalhar também para o Teatro Variedades, teatro de Revista que ia estrear a “ Aldeia da Roupa Suja” Revista com um grande elenco. 

No teatro tinha uma politica óptima que era na altura dos recebimentos, recebíamos á semana o que era bom pois tínhamos sempre dinheiro para os gastos.

Teatro Variedades ( foto net )

Nos jantares principalmente ao Domingo entre a sessão da tarde “matinée“ e a sessão da noite a “Soirée” íamos todos jantar ao Riba Douro, Águia de Ouro, “Júlio das Miombas” e muitas vezes ao “Ferreira” tudo ali perto do Parque Mayer.

Muitas figuras do elenco, Ivone Silva, Nicolau Breyner, Camilo de Oliveira, Mafalda Drumond, Natália de Sousa e muitos outros e também as bailarinas, iam jantar connosco e nesses jantares existia uma amizade entre todos, inclusive a Ivone Silva foi convidada para Madrinha de uma bebé de um funcionário do Teatro.

Ivone Silva ( foto net )

Amizade que no caso de Quim Costa e da Bailarina Patrícia deu namoro.

Minha mãe gostava do Quim e um dia disse-lhe:

Joaquim meu filho não te iludas, isso é sol de pouca dura, e realmente o namoro durou pouco tempo, pois a Patrícia depressa desapareceu com a ilusão de promessas que nunca foram cumpridas ( promessas de que iria para um grande programa da nossa R T P, o que nunca aconteceu quiseram foi aproveitar-se da ingenuidade dela, com vergonha nunca mais a vimos.

Joaquim Costa recompôs-se dessa situação.

No ano de 1977 nos Santos Populares, numa das festas Populares da Praça da Figueira, entre sardinhas assadas, saladas mistas, broa de milho, caldo verde e muito vinho, sangria e cerveja e muita animação, numa troca de olhares , lá estava o Quim e a Maria Manuela a dançarem durante toda a noite, foi ai que conheceu a mulher e mãe dos seus dois filhos. 


Santos Populares ( foto net )

Nestes anos todos de vivência ainda trabalhamos juntos na “FISIPE” Fábrica de têxteis sintéticos, comprada em 1975 pelos Japoneses, altura conturbada da nossa politica onde imperava o “ PREC “ Plano Revolucionário em Curso.

Meu amigo Quim, mais tarde é integrado numa companhia Holandesa de Reparações e Manutenções de Navios Cargueiros onde se encontra actualmente a trabalhar.

Nas suas vindas a Lisboa, faz um esforço para se reunir todos os seus amigos e com saudades combinamos todos uma jantarada que passa a fazer parte dos Convívios da Confraria do Penico Dourado de que ele também é membro.

Confraria do Penico Doirado

Sempre com esta animação, também nos entristecemos quando sabemos da ausência de algum nosso amigo. Teria muitas histórias para contar dos bons e alguns maus momentos que vivemos naqueles dias a seguir ao nossa vinda de Africa, tempos onde reinava também uma certa anarquia em Portugal.


ZÉ ANTUNES

1976






25/06/2014

SAUDADES DO BANGA NINITO




PÁREM UM BOCADINHO, PARA RECORDAR OS NOSSOS "BECOS", AS NOSSAS "BERRIDAS"...!??  E...


CANTEM...CANTEM...MINHA GENTE!
DEIXEM A TRISTEZA P'RÁ LÁ...
CANTEM FORTE, CANTEM ALTO
QUE A VIDA VAI MELHORAR!!!
QUE A VIDA VAI MELHORAR!!!

 Mas...será que vai melhorar????


Que saudades tenho de ti

MARTINHO DA VILA!!

E de ti ELEUTÉRIO SANCHES, com a tua canção do subúrbio!!

 E TETA LANDO, onde é que andas? Vê lá se encontras aí na nossa "banda" o

ELIAS DIA KIMUEZO, 

ou o TITO PARIS...!!!

AIUÉ...N'GOLA RITMOS!!

BARTOLOMEU,

SOFIA ROSA,

MINGUITO com a sua concertina a fazer o seu estilo;

ONDINA TEIXEIRA no "Chá das Seis" em matinée no Restauração; 

DUO OURO NEGRO, 

PAULO FLORES com as "Coisas da Terra"; 

a saudosa CESÁRIA ÉVORA! 

EDUARDO NASCIMENTO sempre com o seu "Vento Mudou", no Festival da Canção...

BONGA, 

RUI MINGAS com os seus "Meninos à Volta da Fogueira"; 

AIUÉ QUE SAUDADES!!! DOS MEUS MANOS AMIGOS LÁ DA BANDA:

Pateira "ganda" maluco das motas

Américo Alves "bom Mano", mas era "kandengue"

Xico Gonçalves “ possas, nem sei o que dizer! Verdadeiro "Santo"

António Gomes, o homem dos "Porches", que virou engº aqui no "puto"  

Henrique Tomé: 1º Sargº do "Bê-Ó"

Hernani Sebastião, virou já professor dos "kandengues" 

Juvenal, qui foi Alferes milº e Capitão das "gambas" e do "carangueijo de Moçamedes", rei da "Cuca"

Norberto, amigo de infância, branco di 1ª e filho do dono da "Casa Branca"..."Ti-Braz"

Zé Nobre, mais conhecido por "Zé da Minerva", qui vendia livro di "tabuada" e a "gramática portuguesa", para uso dos alunos do ensino liceal. Atualmente virou Engº da Informática..."gajo porrero", paciente, amigo do seu amigo, aliás, sempre foi...estou sempre a "xateá-lo", "madié", qualquer dia "vira bicho"

Aurélio dos Santos, "kandengue" "Lelinho"; "Bugueiro" 100%, sai ao Tio-Ninito,..."malandro", p'rá caraças!

Marçal, Sargº.-Mor, "ganda" maluco por carros alemães 

Zé Antunes, mais conhecido por "Benfiquista"..."Bué di Fixe", virou diretor do Blog "Luanda Tropical"

Zé Ideias, o verdadeiro "Trumuno" e Chefe de "Kazekuta"

Resende..."ganda" Amigo du Pêto 

Braguez (irmão do outro Braguez), professor porrêro, pensador do "Mufete" e "karindolo" guizado 

Cachuchito..."ganda kamanguista" e jornalista do Conselho da Revolução du "Karibala"

António Gonçalves... Alf. milº Eh! Cuidado com ele, "bugueiro" até dizer basta! Bastante "fixe", "ganda" Mano...juro mesmo!

Eurico Breda, moçambicano, "maningue" di fixe, "ganda" Camarada de luta 

Evaristo, chefe du posto do "bairro zangado"

Lopes da Silva, nem é bom falar..."porrero" até dizer basta! Amigo do seu Amigo, "ganda" amigo de Aquilino Ribeiro

Agostinho, "ganda" atleta, esquecido da "banda" porque não é jogador de futebol...se fosse, era campeão do mundo! 

Pedro Oliveira...nem sei o que dizer! Está junto da minha "muxima"! 


Fernando das Quarras, sempre a enganar o seu amigo para beber umas nocais.

Escaqueirado sempre a fugir dos Cangas

Cacepita, filho da Mariazinha irmão do Arturinho

Abraço a todos os "Kimbundos" qui vieram di Lá, sem "kumbús", "malaikos" dum raio...!

Para todos um valente "kandando"

Do sempre

Banga Fukula 

que virou Kota no "Puto", mais concretamente na cidade de Coimbra, porque levou "berrida"...TÁS A BRINCAR ou QUÊ???

Di seu nome verdadeiro, criado e batizado no São Paulo de Luanda!

Do verdadeiro
NINITO

2014


 

 

SENHORES DIRIGENTES: APOSTEM NO TURISMO!


Vivemos num Estado esmorecido, desalentado, desprovido de alento, sem forças para agir, cansado, esfalfado, sem esperança, um Estado sem graça, sem carisma, sem motivação, sem crença. Parece não bastar às pessoas serem, terem ou fazerem. Além disso, é absolutamente necessário que os outros saibam que eles são, têm e fazem – sob pena de, aparentemente, nada valer a pena. 

É que os políticos gostam de prometer programas impossíveis e absurdos como os da “revitalização do interior” ou da “fixação das populações nas suas regiões de origem”. Pensam que assim conseguem a adesão do eleitor. Deveriam tão-só apostar no Turismo, investindo nessas Aldeias e Vilas destruídas, despovoadas, nesse mundo rural feio, decrépito, sujo e desordenado. 

É que esse mesmo mundo, dá-nos a todos, belíssimas recompensas: Natureza, árvores magníficas, floresta linda, caça, pesca, passeio, repouso e reparação. Devem apostar forte no Turismo, mas com utilidade económica, desde que cuidada. Conhecem-se áreas despovoadas, habitações abandonadas, destruídas com o tempo, que poderiam ser recuperadas e ampliadas. 

Campos ricos para o desenvolvimento da agricultura, com proveito económico para toda a gente, deixados ao abandono, desertos. O descuido e o não aproveitamento são fruto dos homens, sejam eles proprietários, agricultores, autarcas ou governantes. É difícil, mas não é impossível imaginar Portugal com o interior rural ou natural belo e cuidado. Olhemos em volta, de norte a sul. Que sobra de interessante, aproveitado, arranjado e belo em mais de três quartos de território? Uma fração do Gerês.

O Alto Douro. O Douro vale pelo seu vinho. Mas também por si próprio. Pequenas áreas de Trás-os-Montes. Um pouco da serra da Estrela. O montado alentejano, os socalcos durienses e outros. Parte do Alentejo. Quase todos os Açores, com certeza. Enfim, estas e outras, são áreas onde o campo ou é aproveitado e produtivo, mas ainda equilibrado, com locais pacíficos e repousantes, onde os urbanos podem encontrar sossego, afeto, convívio e reparação. Uma função essencial, para o nosso bem-estar e felicidade, oferecida pelos nossos campos e interior (Vilas e Aldeias), desse belíssimo e atraente país!

Cruz dos Santos

2014
 

A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO CINISMO…!


Vivemos no tempo da imagem, da fama e da reputação. Vivemos debruçados sobre o nosso umbigo e de costas viradas para todos aqueles que sofrem – penosamente - com essa austeridade inconstitucional! A opinião e a figura de “mandachuva” são hoje omnipotentes, mas andam controladas por inconstância, irregularidades, suspeitas e apego excessivo a formalidades e a etiquetas. 

Não admira portanto, que os resultados de todas essas injustiças, estão à vista de todos. É que na relação entre a aparência e a realidade, existe um estranho e perverso desequilíbrio. Quando a imagem é má, principalmente quando ela aparece suja, envolta em ganância pelo poder, coberta pela prepotência e embelezada pela petulância do “posso, mando e quero”, ninguém tem dúvidas quanto à hipocrisia, que a mesma encerra. Se o aspeto é bom, e tem “dom” de palavra, sabe comunicar, exprimir, orar e ornamentar, acima de tudo, a mentira com promessas delirantes e fogosas, embora levante suspeitas, o Povo, impávido e sereno, deixa-se levar no chamado “conto do vigário”, condenando-os mais tarde, em praça pública, arrependidos por terem acreditado nesses “magnatas” de colarinho branco.

E se juntarmos a isto, uma comunicação social hiperativa, com uma influência sem par na História, os resultados são terríveis. Organiza-se a indústria do juízo precipitado, promove-se a “institucionalização do cinismo”, completa-se o paroxismo da murmuração e da “mexeriquice”. Como vivemos num tempo, que confundiu democracia com populismo e, como este elemento continua a “reinar” incontestadamente, entre nós – graças a Deus – o Povo, desta Nação, que já foi valente, Vota nos mesmos, alegando, simultaneamente, que “podem regressar, porque estão perdoados”! 

Portanto, não admira que, apesar do justo orgulho nos direitos humanos e no sistema judicial, se cometam, infelizmente, enormes e repetidas injustiças, toda a gente sabe que “anda meio mundo a enganar outro meio”, pelo que existe uma predisposição para pensar sempre o pior. 

Mais palavras para quê? Para bom entendedor…!

Cruz dos Santos
2014

19/06/2014

A VOZ DE JOÃO KAJIPIPA

ILHA DA ARMONA


Aiué!...Como todos somos manos e manas (vou escrever com toda a justeza esta "Mukanda", propriamente do João Kajipipa, qui veio cus "tugas" e foi nus férias, na carrinha "VogseVaguem" (VW), aquela que é parecida cus "pão de forma", no Olhão para a Ilha da Armona, foi nus barco "Guadiana", juntamente com a sua namorada Maria das Dores, e uns "cambas" seus "avilos". Ali na ilha, quando chegavam, iam sempre apanhar berbigões, "kitetas", para fazerem uma "Kúdia", juntamente com a sua "barona", na praia da Contra Costa, lá nos confins... onde estão todos nús e os espreitadores vão lá só "espiar". Assim, quando eles estavam a apanhar as "mabangas", lhes deram as saudades do antigamente, qui lhe fizeram até chorar. Aí já então, olharam para um lado, olharam para outro, e como só avistaram areia e ondas baixas, foi ali mesmo...à "canzana"! Que bom..."Atuála"...está doce! Mas...a "garina", ali mesmo, não estava propriamente descontraída e como estava virada para o céu, lá ía "visionando", para ver se apanhava qualquer "madié" qui lhi fosse perturbar. E não é qui atrás mesmo deles, estavam dois mais velhos - "Kotas Kaúmbos", cheios de "catolo-tolo", pescadores e espiões? Aí já então, Maria das Dores, dona do seu físico, criado com óleo de palma e muita mandioca assada, gritou nus ouvido do João:

-"João...pára, pára lá com essa merda! Estão ali dois "Kimbundeiros" da merda, mais velhos, a nos olhar!" 

João Kajipipa, totalmente descontraído, lhi respondeu: 

-"Deixa lá queridinha! Os "Kotas", querem varrer um "pungo" à nossa custa! Descontrai-te, faje di conta qui não lhe vês....!!?? 

Acabada a função dus "tremeliques", os homens tinham desaparecido, eles então, vieram para junto dos amigos (ao pé do cais) no Bar do "Tolinhas", onde tinham combinado, para "varrerem juntos" umas cervejas. Embora, estes, tivessem estranhado a demora deles, não lhes desconfiaram... 

Aqui já então, a Maria das Dores, vestiu uma blusa diferente, colocou um chapéu por causa do sol e manteve-se, ofegante, ali a fazer companhia; mas, o João Kajipipa manteve-se com os mesmos calções , T-Shirt e boné, a mesma vestimenta, quando estava na função. Eles não ficaram verdadeiramente nús, até porque poderiam ter que dar alguma "berrida" a qualquer momento), então voltaram ao Bar do Tolinhas, onde o ritmo estava a pôr um gajo maluco e a "Kuíba" estava a progredir, quando viram passar os dois madiés, que eles lhes tinham "avistado" (os "Kotas"). Então, ambos se encostaram, para ouvirem o que é que eles estavam a dizer deles:

-"Talange" Mano é...Olha só, o gajo que estava lá em cima nos viveiros a comer a "barona" di "apanha cavacos"! Repara: agora está ali com a mulher, os amigos e a família. " 

-"E é mesmo! Filho da caixa, cabrão dum raio"!

A Maria das Dores, já se estava a rir, pois eles não lhe conheceram, porqui estava com outro vestido, na altura, quando estavam nus "trumunos", além do mais, trazia também um "chapéu qui não morresse", mas qui lhi faziam confundir. Enquanto o grupo ouvia isto, João Kajipipa e a sua namorada finjiam não saber o qui se tratava. No grupo, estava lá mais um "Kota", cambaio de uma perna, que também era "lixado" para gozar com um gajo. Aproveitando toda aquela confusão, disse: 

-"Olha o azar que eu tenho. Por ser o mais kota e não poder andar, estes gajos vão lá para cima, espreitar ver os outros a "trumunar", a fazer "karibeúla" e eu aqui, rétido, sem puder mexer as minhas "kinamas" (pernas)!

João Kajipipa e a Maria das Dores, aproveitaram esta deixa, para se "escangalharem a rir!!! 



BANGA ZÉ / NINITO

2014

18/06/2014

O PORTUGAL DOS PEQUENINOS E DOS GRANDES!



“Orgulhosamente sós” e pequenos, mas…diferentes. Com muito orgulho? Que motivo de orgulho há na pequenez? Cresçamos! Austero, intransigente é o tempo. O “Portugal dos Pequenitos” já existe. Urge construir o Portugal dos Grandes.
Grandes, em que sentido? Ficamos de “boca aberta” e deitamos as mãos à cabeça, ante o cenário que se nos depara no dia-a-dia: pessoas sãs a serem tratadas como débeis mentais, e gente doida tida como normal; criminosos com cama, mesa, roupa lavada, jogos, ginásios e música, a contrastarem com inocentes sem abrigo e sem migalha de pão; promovem-se os incompetentes e bloqueiam-se carreiras dos competentes; louva-se a parvoíce e despreza-se a lucidez; esconde-se a verdade e enaltece-se a mentira e a hipocrisia; passam-se “atestados” de estupidez a quem vê e sente as coisas, enquanto se despreza a sabedoria; fecham-se as portas às pessoas honradas e sérias, para as abrirem-nas aos gatunos e aos “pulhas”; amnistiam-se condenados, e tiram-se liberdades a cidadãos cumpridores da lei.
Dantes “chamavam-se os bois pelos cornos”; agora são os “cornos” que chamam "boi", àqueles que o não são! Os donos deste país de eufemismos, delirantes, pelos vistos, com cada revolução linguística, enchem de efeitos palavras rebuscadas, dúbias, inócuas de qualquer sentido da realidade, dentro do eterno conceito de “brandos costumes” que nos caracteriza.
 
Assim, os "meninos mal comportados", são aqueles dotados de “hiperatividade comportamental”; “Ladrão”, deixou de ser “gatuno”, para passar a ser “corrupto”; a menina que faz birra e bate o pé, não é “teimosa”, mas uma: ”voluntariosa”; também não é bonito dizer-se: “aleijadinho”, “manco”, “perneta”, “maneta”, “marreco”, mas: “deficientes físicos”; da mesma forma que não se deve dizer, que um sujeito destituído de juízo é “maluco” ou “doido”, mas de: “portador de patologia do foro psiquiátrico”. Um “drogado”, passou a ser um “toxicodependente”; “Aborto” é a “interrupção voluntária da gravidez” e…atenção! –“Cego”, é um “Invisual”! Quanto aos: “Canalizadores”, “reparador de máquinas de lavar”, esquentadores, frigoríficos e outros, são: “Técnicos de eletrodomésticos”. Os “eletricistas”, são hoje: “Técnicos de energia elétrica”.
Sob o mesmo critério se englobam os “pedreiros”, “ladrilhadores”, “pintores de edifícios” e “trolhas”, como sendo: “Técnicos de construção civil”! As “criadas de casa” e “mulheres-a-dias”, são “empregadas domésticas”; os “contínuos”, “Auxiliares de educação” e os chamados “serventes”, passaram a ser “Auxiliares de limpeza pública”. Nem as prostitutas escaparam ao sacramento, para serem transformadas em “Profissionais do Sexo”. Mas estas, quiçá por terem a profissão mais antiga do mundo, são imunes a modernices terminológicas, que nenhuma conseguirá retirar o primitivo e autêntico valor semântico à suas expressões. 

É esta a imagem do País que somos. Quanto ao diagnóstico? Este não pode ser senão um: estado crítico!

Cruz dos Santos

2014

08/06/2014

NOITE DE LITERATURA EUROPEIA...




Na noite de 07 de Junho de 2014 e integrado nas festas da Cidade de Lisboa, e com o fim de voltar a divulgar a literatura Portuguesa e Europeia, certame onde se dá a conhecer novos escritores e também os já consagrados e prestigiados.

Nessa noite fui ao Palácio do Menino de Oiro ( onde funciona o British Council ) na Zona do Príncipe Real que foi escolhida para este evento onde além do Palácio do Menino de Oiro, foram escolhidos mais nove locais emblemáticos onde se realizou este pequeno mas intenso festival de literatura.



Entre Prosas e Poesias a noite da literatura Europeia de 2014, apresentou obras de fundo, Politicas, histórias familiares e pessoais, apresentação de vários homenageados e divulgação de novos escritores.

Esta iniciativa foi organizada pelos institutos culturais e embaixadas que integram a rede EUNIC Portugal, a saber British Council, Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, Embaixada da Áustria, e muitos mais

Neste festival de Literatura o livro mais relevante para mim e por se tratar de um acontecimento histórico e por mim em parte vivido foi a obra de Dulce Maria Cardoso “ O RETORNO “.

O Retorno trata-se de um tempo recente da história de Portugal, o difícil tema do fim do império Ultramarina e o conturbado regresso de mais de meio milhão de pessoas a Portugal.

A descolonização e a vida de jovens adolescentes que foram arrancados a um estilo de vida diverso que vieram encontrar na chamada Metrópole.

A Autora leva-nos a uma viagem que nos permite conhecer as consequências psicológicas dessa experiência avassaladora e de precaridade que todos os jovens de então se viram obrigados a amadurecer, a serem homens mais cedo, sempre com a esperança de melhores dias.

Aconselho este livro a todos os meus amigos que comigo viveram em África, e a todos os outros para terem uma ideia do que se passou naqueles tempos, e como foi difícil a nossa integração na sociedade Portuguesa.

Gostei desta iniciativa em que participei…

ZÉ ANTUNES

2014