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31/07/2012

PUNTA CANA



Bahia Principe Babaro



 No Hotel Gran Bahía Príncipe Babaro poderá relaxar, ir ao Spa e obter uma massagem oriental, passear pela imensa praia de areia branca e tomar um banho nas suas cristalinas águas.
E se tem o dia agitado, pratique quaisquer das atividades na praia, uma excursão pela zona e sair de festa à noite. Tem vontade?



Spa no próprio paraíso, com os tratamentos mais exóticos que possa imaginar

.


A praia mais bonita e exclusiva de Punta Cana, a praia Bávaro.






Uma grande piscina com forma de lago, com um bar na própria piscina para ir nadando até seu copo.






Para os mais agitados também há actividades. O tempo acompanha e a temperatura também. Tem coragem?




Nadar junto dos golfinhos, dirigir buggies pela selva, tomar um banho na praia virgem de Macau e muitas coisas mais






Discotecas, bachata e merengue, restaurantes à la carte e festas com música dos anos 80. Que o ritmo não pare!



 UM DIA TIPICO DAS MINHAS FÉRIAS


     Quarto 09:00


Acorda-se e pode-se desfrutar do quarto, uma olhada rápida nas vistas desde a varanda, decide-se tomar um banho relaxante no jacuzzi. Está-se de férias e deve-se começar o dia de boa maneira.




Buffet 10:10


Entramos no buffet, decidi que hoje eu tomarei o pequeno almoço como um rei, torradas, geleia, croissants, um pouco de bolo, ovos mexidos, omelet, fruta e, para arrematar, um chocolate com bolachas. Por que parar se é um buffet e posso tomar o que quiser?





Na piscina 11:30



É hora de queimar algumas calorias e para me divertir e, por que não para me bronzear. Tudo em um. Com o traje de banho e a toalha, o vólei na piscina é demais


          Na praia 12:30


Vai-se a caminho da excursão que se reservou: dirigir buggies pela selva tropical. Nunca imaginei que dirigiria em um lugar tão bonito, ou atravessar de barcaça o rio Chevron e ver a paisagem majestosa onde o Silvester Sttaloni fez o filme da saga Rocki I, e o melhor é que me espera um banho na praia virgem da ilha Saona, onde foi filmado a filme Lagoa Azul, com almoço de lagosta grelhada, debaixo dos majestosos coqueiros. Como será banhar-me em um lugar virgem? E no regresso vir nos rápidos com a água do mar a salpicar-nos todo o corpo e a andrenalina da viagem de regresso, nos dar tão gostoso prazer. Piscinas naturais, ou tomar banho com os tubarões, a Marinha ficou deslumbrada em fotografar os tubarões ali tão perto, também realçar que estes tubarões são vegetativos.







O almoço 14:00


Estou na piscina e tenho fome. ... dúvidas entre seguir deitado ao sol e comer rápido no snack bar ou levantar e desfrutar de uma grande variedade de pratos no restaurante buffet, mmmm! Tudo bom.







Nas espreguiçadeiras 16:00




O café com gelo ou um coco louco? Não sei qual escolher. O que sei é que o pedirei no bar, ao pé da praia e que o beberei na espreguiçadeira, enquanto relaxo rodeado pela areia branca, o mar azul-turquesa, as palmeiras. Lá vou eu! Tomar um banho de mar enquanto a Marinha fica a dormitar.







No Bahía Spa 17:00


Quem quiser tratar da pele ela agradece! O tratamento de chocolate está me esperando no fantástico Bahía Spa, a Marinha depois finalizará com manicure e pedicure francesa. Eu sairei esplêndido. Minha mulher também .....está mais carinhosa depois da massagem relaxante ...
Vamos ao quarto nos deitar um pouco na cama e nos preparar para o jantar. Hoje reservamos o restaurante gourmet.. jantar temático ... então é hora da elegância. ... Esta noite é especial.. ... comemoramos qualquer acontecimento estamos de férias e há sempre um pretexto para se comemorar.





No restaurante 20:30


A fome aperta e o agradável cheiro que provém do restaurante Gourmet junto com o maravilhoso sorriso dos garçons, antecipa uma noite mágica, que fica totalmente confirmada na primeira mordida.. ... Que sabores!!!





Na sala de baile 22:30




Podemos dar um pé de dança nas diversas discotecas existentes. Para descomprimir de tanta agitação






No quarto 24:00

A cama cheia de pétalas de rosas, o jacuzzi pronto, uma bandeja de frutas e como chave de ouro, a garrafa de espumante com duas taças. Quanta noite de amor, que feliz sou nos melhores dias da minha vida. Estas férias em Agosto de 2009 ficarão para sempre na minha memória, foram 8 dias maravilhosos.


ZÉ ANTUNES


2009




























"MONANGAMBA"

Naquela roça grande não tem chuva
é o suor do meu rosto que rega as plantações;
Naquela roça grande tem café maduro
e aquele vermelho-cereja
são gotas do meu sangue feitas seiva.
O café vai ser torrado
pisado, torturado,
vai ficar negro,
negro da cor do contratado.
Negro da cor do contratado!
Perguntem as aves que cantam,
aos regatos de alegre serpentear
e ao vento forte do sertão:
Quem se levanta cedo? quem vai a tonga?
Quem traz pela estrada longa
a tipoia ou o cacho de dendém?
Quem capina e em paga recebe desdem
fuba podre, peixe podre,
panos ruins, cinquenta angolares
"porrada se refilares"?
Quem?
Quem faz o milho crescer
e os laranjais florescer
- Quem?
Quem dá dinheiro para o patrão comprar
maquinas, carros, senhoras
e cabeças de pretos para os motores?
Quem faz o branco prosperar,
ter barriga grande - ter dinheiro?
- Quem?
E as aves que cantam,
os regatos de alegre serpentear
e o vento forte do sertão
responderão:
- "Monangambééé..."
Ah! Deixem-me ao menos subir às palmeiras
Deixem-me beber maruvo, maruvo
e esquecer diluído nas minhas bebedeiras
Monangambééé...

António Jacinto (Poeta angolano, 1924-1991) de Poemas, 1961

"RÉSTEAS DE SOL".

Vou aqui colocar o poema da minha amiga Laura

Esta amiga Laura, minha vizinha em Luanda no Bairro São Paulo  ficou surda aos 6 anos. A professora achava que era tempo perdido ensinar uma surda a saber ler e escrever. Mas a Laura nunca esmoreceu, soube dar a volta por cima e hoje escreve e sente como ninguém a voz do silêncio... do seu silêncio! Um dia sabendo o que quanto ela tinha para nos dar e, assim, é ver a minha amiga Laura colocar no papel todos os seus sentimentos em forma de prosa ou poemas.

Nelas retrata a sua vivência e o seu amor por um Bairro (o nosso B.º S. Paulo), e acima de tudo por uma cidade que foi o grande amor da sua vida... Luanda.

Neste poema a Laura lembra aquela idílica Ilha que faz parte do imaginário de cada um de vós e que nós, em Luanda, bem a conhecíamos quando o barco "Kapossoca" ou o “ Kitoco “ atracava no cais e éramos recebidos com colares de missangas,... a Ilha do Mussulo.


O Poema

Quero ser de novo a garota feliz, lá do bairro,
Quero sair por aí, passear na minha ilha,
Conversar com meus amigos
Correr com eles pela praia.
Jogar ao ringue, dar ao arco, mergulhar lá no charco
Que tinha na minha ilha, quando a maré vazava
E não havia maralha que resistisse a saltar,
A berrar pelas alforrecas que dançavam ao nosso redor
E nos faziam correr, chorar e gritar de dor.
Quero ir para a minha ilha
Encontrar um pescador vê-lo a deitar as redes,
E ir com ele pelo mar na canoa a flutuar
Ter a qualquer lugar, que lá na nossa ilha
Era tudo ao pé da mão, podíamos apanhar
Mamões, bananas e papaias lá nas praias,
As mangas eram um nunca mais acabar
Era saltar dentro da água e comer até fartar,
Para as mãos não ser preciso ir lá fora lavar.
Quero ir à minha ilha, sentar ali ao pé dela
Falar da minha vida e o que tem sido
O meu regressar a outra terra, a outro mar
Dizer-lhe bem no ouvido, que, mesmo de longe
A continuo a amar!...

De: Laura Vieira

NOITES DA BOÉMIA

Ir até à Vila Alice, estar ali na cavaqueira com os amigos,  Mabeco, Muralha, Marito,  sentados nas cadeiras do Bar da Eugénio de Castro, e desfilar conversas sobre as miúdas conhecidas enquanto outros faziam malabarismos com as Zundapps,  Floretts, Hondas, Suzukis e Yamahas, mais tarde as Garellis e acelerações que faziam as noites  silenciosas, numa noite  barulhenta.

As noites passadas no "Veleiro" à entrada da Ilha de Luanda, 007 por baixo do Dancing "A Gruta", Flamingo, Iate, D. Quixote, Copacabana, no Poney  e tantas outras, e ali, sentado, bebia o meu Gin Tónico ( Canada Dry ) entre névoas de fumo, sentindo o erotismo dos sons, das palavras ditas até o romper da aurora.

Das noites dançantes, pegar na toalha e ir refrescar o corpo suado nas águas cálidas do Atlântico ali na praia do Tamar, a seguir à “Boite” que lhe deu o nome. Quantas vezes não adormeci  na praia.

Sair da esteira e vir cheirar os cheiros do “Mar Vegetal” nas noites em que o corpo se espreguiçava no corpo dolente de uma africana.

Dos caminhos sem fim, de passos perdidos ou de vidas achadas no calor da noite onde a bebida escorria entre gargalhadas de circunstância depois de um murmúrio, fez parte das  minhas... Inesquecíveis  boémias. Não foram  muitas, mas foram  vividas intensamente.

De: Marius 70




O DESCANÇO DOS DOMINGOS



Longe vão os tempos que nos Domingos à tarde se ia beber umas Cucas ou umas Nocais companhando uma boa lagosta ou umas gambas de estalo, à Restinga, à Biker, ao Amazonas ou uma dobradinha ali no Bar São João, ou no Bar Cravo.

Longe vão os tempos em que no Domingo à tarde se ia a uma Matiné dançante no Tropical, ou ver o “Cazumbi” programa de variedades e de entretenimento no Miramar.

Ou o Chá das Seis no Restauração apresentado pela Alice Cruz.

Longe vão os tempos em que ir ao cinema era como ir ao Teatro Avenida onde, a uma pausa de um concerto de um pianista, o povo se levantava e logo se sentava pois aquilo era só uma pausa, um descansar de mãos momentâneo.

Ir ao cinema era ver as garinas, dar um assobio e elas ruborescerem. Era ver o "El Cid - o campeador", Sansão e Dalila, Trinitá- cowboy insolente, filmes onde as pistolas tinham balas que nunca mais acabavam. ( Artista olha no teu trás… o actor virava-se matava o bandido… hué fui que lhe avisas-te ) dizia o bumbo todo feliz

Ir ao cinema Miramar era; mirar a Marginal, o mar, as barrocas e sonhar por um país que afinal nunca o chegou a ser. Domingo à tarde era uma ida ao Cacuaco, a Viana ou um passeio até à Ilha. Domingo à tarde era dia de jogo nos Coqueiros. Domingo à tarde era dia de moto-cross no Cazenga, na Lagoa do Roldão e nas barrocas do Miramar. Domingo à tarde era altura de passear com a namorada, da mão marota, do descobrir novas emoções.

Agora no Domingo à tarde Josefina, ela mesmo estendida na esteira, vai olhando para a porta da palhota ouvindo o Nelson Ned “esdomingo_ditarde”.



De: Marius 70

26/07/2012

CAÇA GROSSA



Sebastião, era homem já de mais de meia idade, se bem que em África sempre foi difícil saber a idade daquela gente, e até se dizia, em relação aos cabelos brancos, raros, mesmo nos sékulos, os mais idosos, que preto quando pinta, são três vezes trinta!
O Sebastião além de pisteiro era um companheirão formidável. Sempre alegre, já avô, tinha mais resistência do que muitos rapazes de vinte anos que lhe passaram por perto. Todos o tratavam por Bastião
Consciente, sabia que seguir pacaças feridas dentro da mata era temeridade a evitar. Mas chega sempre o dia em que o inevitável acontece.ois de algum tempo dcindo trilhos já muitas vezs, o eim seco mas muito alto, que mal dava para ver as costas das pacassas correndo, o jeep avança e de cima sai um tiro que derruba um dos animais. Quando o cae aproxima e pára, de era quase nula.



Antilope, No meio do capim alto, era difícil atirar!

O Victor Malheiros, o mais maluco e alegre de todos os parceiros de caça, com uma carabina FN 9,3 uma arma possante, corre para a entrada da mata e aí estaca. Nesse local o terreno descia um pouco para uma linha de água, seca naquela época, onde por haver mais humidade, a mata se adensava. O Sebastião aventurou-se um pouco mais, e entrou uma dezena de metros. Ele era o pisteiro, quem tinha de indicar o caminho! O Victor um pouco atrás, arma pronta a atirar. De repente a pacassa, que ferida e à espera de se vingar estava atenta, avança, pega o Sebastião, e sai lá de dentro correndo, com o Sebastião agarrado à cabeça dela e gritando:


- Aiué! Aiué! Não atira, patrão. Não atira, patrão!



Impala Bicho veloz!

Se o patrão atirasse podia atingi-lo, claro! e todos ficaram aterrados sem nada poder fazer para acudir ao nosso Sebastião. Felizmente a pacassa depois de galopar um pouco fora da mata, deve ter-se assustado ao deparar com o jeep no seu caminho, bruscamente estaca e retrocede. Com esta parada foi o Sebastião sacudido da cabeça do bicho e safou-se! Ao passar de novo pelo caçador este desfechou-lhe um outro tiro a poucos metros de distância que a fez cair de vez. O Sebastião estava lívido, que o susto não foi p’ra menos, mas nem sequer se arranhara. Uma sorte louca. O resto do dia foi de grande risada com o não atira patrão, até hoje lembrado com uma saudade imensa daquele homem, óptimo pisteiro e coração grande e amigo. Maior foi ainda a risada quando ao fim do dia de volta à sanzala onde vivia o Sebastião, e para aí passar a noite. Este mal chega, ainda com ar de susto, corre para a mulher e diz-lhe:


- Mulhé, eu moria! Mulhé, eu moria! Quero tudo bêbo! Eu moria mêmo!




Belo exemplar! (talvez 450 a 500 kg) - (foto Sapo)


Imagine-se como foi aquele serão! Não faltou carne nem bebida! Sebastião foi dignamente elevado à dignidade de Grande Forcado, cheio de banga!

A maioria destas caçadas acontecia quase sempre nos fins de semana. A região onde o Sebastião morava e que tão bem conhecia, ficava a menos de cem quilómetros para norte de Luanda, na chamada faixa costeira. Saía-se da cidade cerca do meio dia de sábado. Uma hora e meia depois atravessava-se o rio Dande, onde perto da foz havia uma fazenda de palmar. Paragem quase obrigatória, nessa fazenda bonita, bem organizada, as ruas ladeadas por laranjeiras que davam o que deviam ser as melhores laranjas do mundo. O administrador deixava que se apanhassem quantas quisessem, o que ajudava a matar a sede durante a caça. Ali ao lado, na foz do rio, um imenso viveiro natural de magníficas ostras. Contratava-se um trabalhador da fazenda para as ir apanhar no domingo de manhã, que no regresso da caça, se levariam para casa.

Normalmente dois sacos cheios delas! Em Lisboa custariam uma fortuna! Ali uma gratificação ao apanhador que ficava todo contente e nada lhe custara. Tanta coisa boa naquela terra à disposição de quem quisesse! As noites de sábado para domingo eram sempre passadas no maior desconforto, procurando cada qual dormir um pouco dentro do jeep ou no chão, duro e irregular, nas tendas de campista que levávamos. Impossível. Mas a paixão pela caça tudo justificava e perdoava. Depois do pôr do sol no sábado, normalmente já com alguma peça de caça abatida procedia-se ao seu preparo. Quantas vezes junto à cubata onde vivia o Sebastião e parte da sua família. Esfolava-se o bicho, dividia-se a carne pelos moradores da sanzala, acendia-se o fogo e preparava-se ali um jantar opíparo! Carne de caça, uma delicia, temperada com sal e vinho tinto, e como acompanhamento raras vezes mais do que pão, um pouco de pirão ou umas batatas a murro. À sobremesa as laranjas do Dande. Para beber o mais usual era cerveja ou vinho de garrafão, daquele, do bom, com capacete de gesso, e tudo o que sobrava, e era sempre quantidade apreciável, era reserva do Sebastião, cuja provisão nunca faltava. E ficavam-se horas esquecidas sentados junto ao fogo depois de comer, conversando, ouvindo, contando e repetindo histórias de outras caçadas, histórias e lendas que os pisteiros e até os sobas vinham por vezes compartilhar e contar sob um céu estrelado e tranquilo. Sunguilando. Todos sempre ofereciam as suas cubatas - palhotas de pau a pique - para que lá dentro pernoitassem também os patrões, o que alguns aceitavam, enquanto outros preferiam deitar-se debaixo de alguma árvore, esticados (?) num banco do jeep, ou simplesmente junto ao fogo, dormitando umas escassas horas sob o efeito da ceia e da cerveja, acordando normalmente todos empenados!
Ainda noite, levantar de novo, procurar esticar as pernas, massagear as costas doloridas pela falta do colchão, pescoço meio torcido, passar um pouco de água na cara, reavivar o fogo para preparar um café, e de volta para cima do jeep continuar a caçada.



Gazela

O nascer do dia nos locais de caça é mais uma imagem que o tempo não apaga. Uns bons anos mais tarde, soubemos, com um desgosto imenso, que o nosso querido Sebastião, no meio daquela horrível guerra civil havia sido morto, envenenado, por um dos grupos rivais! Se a guerra é uma imoralidade, guerra civil consegue ser bem pior, o que é difícil, e mais grave ainda quando se matam inocentes que nada têm a ver com as desmedidas ambições dos chefes de qualquer dos lados.



O Búfalo cafre

Volta e meia uma lágrima teima em sair para refrescar as boas lembranças de um homem bom, simples, amigo. Mas falar dele é trazê-lo um pouco de volta à vida.

Histórias de Angola Victor Malheiro fotos net


ZÉ ANTUNES


1974





24/07/2012

VIDA DIFICIL


Depois do 25 de Abril de 1974, a vida em Angola não foi fácil para ninguém. Houve um período em que todos os “brancos” eram considerados “persona non grata” e por isso assistiu-se ao abandono em massa de cerca de 300 mil que regressaram a Portugal e aqui foram designados por “retornados”. Também para os angolanos, aqueles dias não foram melhores, porque logo se iniciou uma feroz guerra civil entre os movimentos de libertação. Quais os cenários possíveis para os ex-combatentes angolanos que lutaram ao nosso lado? Poderiam ter sofrido as consequências por serem considerados traidores; poderiam ter sido “recrutados” pelos movimentos ou fugido à guerra que assolou o país. Não sei o que lhes aconteceu, mas certamente a vida não foi fácil para eles. O auge desta guerra entre o MPLA e a UNITA, viveu-se depois das primeiras eleições que decorreram em 29 e 30 de Setembro de 1992.



Cidade do Kuito ( antiga Silva Porto )

Durante 10 meses, de Janeiro a Outubro de 1993, a cidade de Kuito (antiga Silva Porto) foi cercada e bombardeada pela Unita que a tomou de assalto. Os mortos foram cerca de 45 mil e mais de 50 mil feridos. Do que foi esta batalha, aqui se transcreve um relato:



Cidade do Kuito ( antiga Silva Porto )



Particularmente grave era a situação na cidade do Kuito, cercada pela UNITA. A população estava submetida a bombardeamentos diários, desde o início do ano. Chegavam-me relatos dramáticos, através de esporádicas comunicações via rádio, dando conta de toda a sorte de privações na capital biena, onde cadáveres, abandonados nas ruas, eram devorados por cães esfaimados. Não havia uma única casa de pé. Os habitantes, com medo dos bombardeamentos e dos tiros, escondiam-se entre as ruínas, deixando muitos mortos por enterrar. Só dali saíam para procurarem alguma coisa para comerem, como ratos, lagartos, raízes e folhas de arbustos, enfim, tudo o que encontrassem. Quando esta fonte se esgotou, começaram a alimentar-se dos cães que comiam os cadáveres humanos!
Testemunho de grandes amigos que desde mais ao menos 1993 deixei de ter os seus contactos. O Zé Manel era natural do Cuando-Cubango (Menongue antiga Serpa Pinto) o Tomás do Bié (Kuito antiga Silva Porto), zonas onde a guerra civil foi muito intensa e por isso receio muito pelo que eventualmente lhes possa ter acontecido. O Nené, era natural de Namibe (antiga Moçamedes), uma zona onde a guerra foi mais “suave”. Conheci-os em ( Bailundo antiga Vila Teixeira da Silva) no Monte Belo na estrada que ia para o Kuito. A estes três companheiros, grandes avilos em qualquer lugar onde estejam, presto a minha homenagem. Se forem vivos, terão cerca de 70 anos, “muito velhos”, para um país onde a esperança média de vida é de apenas 42,7 anos.

ZÉ ANTUNES
1993.
Testemunho de Manuel Serrote ( Néné )

23/07/2012

VIDA DIFICIL ..........

Depois do 25 de Abril de 1974, a vida em Angola não foi fácil para ninguém. Houve um período em que todos os “brancos” eram considerados “persona non grata” e por isso assistiu-se ao abandono em massa de cerca de 300 mil que regressaram a Portugal e aqui foram designados por “retornados”. Também para os angolanos, aqueles dias não foram melhores, porque logo se iniciou uma feroz guerra civil entre os movimentos de libertação.

Alguns queriam ficar, mas a falta de alimentos e as condições de trabalho começaram a degradar-se, ninguém sabia já quem mandava.

É aqui que José João, querendo ficar, pois até era Angolano, nascera em Luanda, e até estava a trabalhar num Banco, mas vendo que as coisas estavam a piorar resolve embarcar nos últimos aviões da Ponte Aérea, desembarca em Lisboa num dia de Outubro e vai para casa de sua mãe que já se encontrava em Lisboa, como empregado Bancário vai ao Sindicato dos Bancários e rapidamente se encontra colocado e a trabalhar.

Tempos depois é chamado para o serviço militar, tempo reduzido pois vivíamos numa democracia e não se necessitava de tão grande contingente militar, acabado o serviço cívico, regressa ao seu posto de trabalho no Banco.

Como jovem ambicioso, e porque conhecera alguém no norte do pais, com quem queria partilhar a sua vida , pede a transferência para o Norte e ai se casa e se estabelece, tem dois filhos e trabalhando no Banco a vida está-lhe a sorrir e a correr bem.

Fora do Banco tem três estabelecimentos de pronto a vestir, que lhe dão um dinheirinho extra ao fim do mês, vidinha boa até aos anos 85, depois..............

A partir daqui é só especulação, é o que se houve falar, é o pouco que se sabe ..........

No Banco conhece duas clientes já de idade e com a confiança cliente / Banco as ditas perguntam ao nosso José João o que teriam de fazer para rentabilizar uma boa maquia de dinheiro, que tinham em depósito. O nosso prestativo funcionário bancário logo tratou de gerir o dinheiro ás idosas, pois as lojas estavam a ter prejuízo e aquele dinheiro vinha a calhar, para pagar umas certas dívidas..

Entretanto, lá ia vivendo e fazendo festas como se as lojas estivessem a dar muito bom lucro , e é ai que os fornecedores começam a apertar o cerco, não havendo saída para pagamentos das dividas, o nosso José João despede-se do Banco ou é despedido ninguém sabe, e vem rapidamente para Lisboa, não diz nada a ninguém e primeiramente quer ir para a América, mas para ir para os Estados Unidos é preciso um visto de entrada e é muito burocrático pedir um visto e demora algum tempo, embarca rapidamente para o Brasil para São Paulo.

Colegas do José João ficaram admiradíssimos com tudo o que aconteceu, pois não sabiam de nada, e até pensavam que estava tudo bem e que os negócios iam de vento em poupa, mas a vida é mesmo assim, está-se bem hoje, amanhã não sabemos, é preciso é ter a mente sempre descansada. E se era só o dinheiro das clientes que isso se resolveria, mas que o caso com os fornecedores era mais complicado dai a fuga. Ainda falam hoje em dia porque é que ele tomou a atitude que tomou, mas vá lá o diabo saber, ele é que sabe e é segredo dele.

Entretanto no Norte de Portugal começam a circular Editais com a foto dele a saber se alguém saberia do seu paradeiro, entretanto o caso foi para a Justiça, tendo sido arrestado tudo que se encontrava no seu apartamento, tendo a mulher mesmo assim salvado alguns tarecos, que os levou para casa dos pais.

Ao abrigo de uma lei em que se um dos conjugues estiver desaparecido durante um ano , a esposa pediu ao Ministério Público o divorcio ao qual lhe foi concedido.

Vida difícil para esta mulher, que sozinha criou os dois filhos, praticamente sem ajudas pois sua mãe entretanto falecera e ainda tinha que tratar e cuidar de seu pai que está muito doente. Mas ela sente-se feliz e apesar das agruras da vida, conseguiu educar os filhos que se encontram dentro do possível a trabalhar, e ela agora diz que só quer continuar a trabalhar até a sua reforma, e a tratar dos netinhos, que entretanto nasceram.

ZÉ ANTUNES
2008


22/07/2012

EURO: A MOEDA QUE TROUXE MISÉRIA ?

Tanto se falou na integração da "União Europeia", assim como na nova moeda...o "Euro".. Que a Europa seria uma autêntica muralha defensiva para todos nós, difícil de transpô-la, e que unidos, nós portugueses, só teríamos a ganhar, com essa forte unificação. Na verdade, foi um golpe psicológico inteligente, onde tudo não passou de um sonho, de uma desilusão, de uma fútil aposta ou percepção elementar, acompanhada de um capricho e teimosia, de alguns políticos (advogados e economistas).

Hoje, só se fala em erro, em falha financeira. "O velho sonho de uma língua mundial que aboliria a Babel da competição entre os idiomas é Quixotesco por motivos óbvios. Ninguém vai aprender uma língua, que praticamente ninguém fala. Agora, pense no "Euro": e se ele acabar virando uma moeda europeia entre muitas, em vez do equivalente monetário de uma língua franca?" É que os Alemães, já falam em "ressuscitar o marco", em vez de resgatar economias quebradas como a da Grécia.

É trágico que o sistema europeu, já se encontre dividido em duas "camadas", e que a de baixo seja ocupada pelos próprios países - Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda - que mais beneficiaram da ascensão à União Europeia. A forma como a Grécia se comportou ao esconder as suas dívidas, ofendeu os Alemães. E são, todos esses conflitos gerados à volta do "Euro", nomeadamente entre a Alemanha e a Grécia, que fez com que o Ministro Grego das Relações Exteriores, relembrasse a "ocupação da Grécia pelos Alemães, bem como a transferência das reservas de ouro do país". Bom!, com todos esses desentendimentos financeiros, onde uns tentam viver à custa dos mais pobres, com pesados juros e sacrifícios, irá criar-se uma atmosfera de revolta (que já está a ocorrer em alguns países), em vez da tal "Unificação" que todos desejava-mos! E vai ficar muito pior, quando os Alemães começarem a "resmungar", que precisam de "apertar" o próprio cinto, para subsidiar outros regimes menos eficientes. Aí, perguntamos: "-o que vai ser do nosso sonho?" Um futuro promissor, auspicioso e risonho? Provavelmente...que Não! Porque há, efectivamente, alguma coisa na história da Europa, que ficou por contar, envolta em muita precipitação e...imprudência...!
Cruz dos Santos

20/07/2012

CAROS E BONS AMIGOS...

Afim de satisfazer as dezenas de pedidos, provinda dos meus AMIGOS, sobre o estado de saúde do nosso amigo Banga NINITO, tenho a honra de vos elucidar, através deste pequeno "historial".

Como é do vosso conhecimento, O Ninito foi submetido a uma intervenção cirúrgica a uma "Hérnia Inguinal", no dia 11 de Maio pelas 19h numa Casa de Saúde. O Esculápio que lhe "enterrou" o escalpelo, foi um distinto Cirurgião, especializado nessa parte da Medicina - terapêutica - esta, que comporta a intervenção da mão ajudada por instrumentos. Correu bem, no entanto, a recuperação à forma exata, ou seja, ao restabelecimento da saúde após à referida cirurgia, tem-no deixado a "KO", e, não fazem ideia das dores que ele tem tido. Levou 16 agrafes (pontos), que ontem dia 22 p.p. os foi remover no Centro de Saúde da sua freguesia. Ora bem, devido a ter sido afastado o chamado "Funículo (cordão) Espermático", e ter levado "peritônio", que é uma tela especial, atualmente inerte para não causar nenhum tipo de reação adversa (antigamente era de tecido plástico), para fechar o orifício herniário, ficou um pouco traumatizado pelo inchaço na púbis Ainda tem essa intumescência, mas o que ele há-de fazer!? Queixar-se ao Sindicato dos Camionistas?" Mas...a SURPRESA maior estava para vir: E, foi quando, o nosso NINITO Assustadíssimo, no dia seguinte quando se preparava para urinar, agarrou no "material" e...MEU DEUS!!! O quê é isso??? Apavorado pensou, que o Doutor em vez de lhe colocar a "tripa" no interior da cavidade, a transferiu todas aquelas vísceras para o "Kinjango" (pénis)! Porra...aquilo que tinha entre as mãos, não era, nem pouco mais ou menos, um pénis normal "GAITA"!! Gritou em altos berros pela Enfermeira:

-"Srª ENFERMEIRA; SRª. ENFERMEIRA...Ande cá depressa ver isso! Telefone, por favor, já ao médico, e transmita-lhe o que está realmente a vislumbrar"!????

Resposta da Senhora (toda Vermelha e perplexa):

-"ENA PÁ !! DE QUEM É ESTE "MATERIAL??? CHIÇA!!! PARECE UM BRAÇO DE CRIANÇA"!!!

-"Ó Enfermeira...não brinque com coisas sérias"!? Disse-lhe a transpirar e a tremer. "Telefone por favor ao Sr. Doutor"! Tornou a gritar. Mas ela, não tirava os olhos daquele “ Chouriço”. Qual Chouriço, qual quê? Daquele "Paio", pois era mais parecido com isso do que propriamente com uma tripa de um porco de Arganil. "Olhe, ligue-lhe e passe-me o telefone, se faz o favor"!

Assim fez.

Falou então com o "Capador", Cirurgião ou o Transplantador de "Instrumentos de Natureza", narrando-lhe a referida ocorrência. Após ouvir toda aquela reclamação, Riu-se e deu-lhe essa resposta:

-"OLHE MEU CARO AMIGO: Como tinha em stock, "trombinhas" de elefante-bebé oriundas da Guiné, resolvi enxertar a "torneirinha" que você trazia aí pendurada, substituindo-a pelo referido órgão preênsil, que lhe será útil, não só para aquilo que a gente sabe, como lhe irá servir também, ao transporte de comida, principalmente de amendoins, para as partes bandéficas do ………s!. Portanto, é uma espécie de Extensão nasal cilíndrica, comprida e extremamente flexível, do bebé-elefante, com as narinas e um apêndice tátil na extremidade. Ou seja, você deixou de possuir um pénis normal, para ser detentor de um Órgão possante, sugador de certos insetos, moluscos, vermes etc. Ou seja, passa a ter uma Trombeta, em vez de um apêndice"!.

-"Então, que lhe disse o médico?" Perguntou a Enfermeira, cheia de curiosidade.
Aí ele não se conteve. Desesperado e já sem saber o que fazer...respondeu-lhe:
-"OLHE SRª. ENFERMEIRA: O Sr. Doutor pede-me para lhe perguntar, se a Senhora sabe assoprar ou tocar "Trombeta"!?

AH Mulher do caraças....! Saíu pela porta fora, deixando-o ali descorçoado, mas ao mesmo tempo feliz, rogando baixinho à Nossa Senhora da Muxima, que não lhe removesse, na totalidade, todo o inchaço daquela "Ponta da Natureza"!

E PRONTO!

É este pequeno extracto, resumido, daquilo que ELE PASSOU após à intervenção cirúrgica à Hernia, numa Clínica de Saúde!

Uma pessoa passa cada uma na sua vida!


ZÉ ANTUNES

A VOZ DE JOÃO KAJIPIPA! 6

-Tá Lá? Quem Fala? É o Mano "Kisomba"? Como é? Ainda, di facto, não arranjaste trabalho? Ória, arranja "kitari" e vem-te escrever nas Niversidades dus Lusófuna! Traji us ducumento da "Escola 8" da 3ª classe, ondi 'studasti pá. Juntas papéris ducumentali, dus teus pássado, quando fostis "Cipaio"e "Contínuo" nus Bancos di Angola. Séguidamente, maji propriamente, lavas bem e desfrizas a "carapinha", p'rá ficar "cabelo qui voa". Lavas us sovacos e as "matubas", por causa du cheiro da "katinga" e ápresenta-te nu Sinhó Rectori. E fica só, quietinho, calado. Quando passari um ano...ÉH! ...Ti vão chamari Dóctor! Juro mesmo!
Assim, o coração d'um homem, já não arrebenta! Falas outras conversas da Pátria, qui fostes "Sordado arvorado", qui és di Bailundo, maji tens famíria nus Dembos, qui são enferméros, e também tens fírio di mulato, no Golungo Alto e em Dalantando. Qui todos os teus camáradas, eram "matumbos" e "filhos-da-mãe" e dávam purrada, à toa, num gajo!


Nus tempos, quando havia muita Banana, não havia tanto Sacana!


"Kuabo Kachi"!
Vai dando notícia!
--------------------------------------------------------------Pensamento do dia, Angolano:


“Os febre tifóide, é aquela febre que você cura, ou ela Tifóide mesmo pá”!


Banga Ninito

HOSPITAL


O Hospital de Santa Cruz, que comemorou em 2005 o seu 25.º aniversário, iniciou a sua actividade a 23 de Abril de 1980, nas instalações de uma clínica privada criada nos anos 60 e que se encontrava desactivada na sequência do 25 de Abril de 1974. O projecto que esteve na sua origem era o de colmatar as carências que se faziam sentir em Portugal, nessa época, em termos de procedimentos altamente diferenciados nas áreas da cirurgia cardíaca e da nefrologia, situações em que era frequentemente necessário recorrer ao estrangeiro.Foi lá que fiz as cirurgias ásd minhas hénias inguinais.
                        Hospital de Santa Cruz em Carnaxide

As hérnias mais frequentes são as congénitas, produzidas por uma debilidade da parede abdominal possam surgir posteriormente devido a uma esforço excessivo, vómitos, esforço para tossir ou prisão de ventre.

O inchaço pode inclusive estender-se até à zona do saco escrotal. O diagnóstico de uma hérnia não deve suscitar receio porque, embora seja preciso operá-la, a sua detecção precoce é fundamental para combatê-la.



As causas
A hérnia inguinal surge na maioria dos casos quando o canal inguinal não se fecha completamente.

Diagnóstico precoce

Quando a hérnia é detectada tem indicação para ser feita uma cirurgia, para que a parte do intestino que provoca a hérnia seja recolocada na cavidade abdominal e o orifício por onde passava seja encerrado. A sua urgência dependerá do tamanho, características e evolução.

Uma hérnia inguinal é um problema frequente

A cirurgia

Regra geral o doente não fica hospitalizado mais do que umas horas, podendo regressar a casa no próprio dia. O facto de o doente necessitar de realizar uma intervenção cirúrgica após o diagnóstico, é muitas vezes causa de alarme, fica-se aterrorizados com a ideia de ter de se submeter a uma cirurgia. No entanto, estas intervenções são praticadas sem o menor risco, mesmo nos mais pequenos. A cirurgia - clássica ou laparoscópica - é a melhor solução para erradicar a hérnia, uma vez que esta tende a aumentar com o passar do tempo, podendo ocasionar consequências graves.

Na 5ª feira dia 07 de Outubro de 2010 fui submetido a uma Cirurgia de Ambulatório a uma Hérnia Inguinal (acho que é assim) do lado esquerdo ás partes moles, e tenho curiosidade em saber se a recuperação é morosa? dolorosa? Quanto tempo até poder andar de novo de bicicleta?

São questões que coloquei ao médico naquela 5ª feira. Recuperação após cirurgia a Hérnia Inguinal. Conselhos do meu médico!

Os primeiros dias são um pouco dolorosos! Na casa de banho então... ui ui... Se tiveres muitas dores, toma paracetamol.

Força!! Daqui a algum tempo já nem te lembras disto!!!

Na primeira semana, deveras passar grande parte do tempo deitado, sem esforços. No entanto, umas pequenas voltas a pé, dentro de casa, ajudam muito. Cuidado para não te constipares. Espirros e tosse nesta altura são uma desgraça!

À medida que vais recuperando, vai aumentando um pouco as voltas a pé. Na segunda semana já te vais sentir melhor. Embora te sintas com vontade de sair, não o faças pois, o risco de algo acontecer fora de casa que te obrigue a um esforço mais intenso pode ser prejudicial.

Começas a fazer a tua vida normal, no final da terceira semana. Na quarta, começas com as tuas voltinhas de bicicleta mas, só em estrada plana. O risco aqui são as quedas que podem comprometer a recuperação.

A partir daqui , é sempre a evoluir e, ao final de dois meses, voltas aos montes!

A partir dos 2-3 meses começas a fazer uns abdominais de forma consistente e evolutiva para fortalecer essa zona. O meu médico sempre me disse que, antes de 3 meses, não deveria fazer nenhum esforço!

Sempre me surpreendeu que jogadores da bola (Pedro Barbosa, Nuno Gomes, Nani, etc) operados a hérnias inguinais, uma semana depois, já tinham voltado aos treinos!!!!

Em relação aos futebolistas e outros desportistas de alta competição, realmente não sei como são operados ou como recuperam, mas a verdade é tal como se diz, com maior ou menor sacrifício 3 ou 4 semanas depois estão como novos.

Curiosamente na 5ª Feira dia 29 de Setembro de 2011, fui submetido a nova cirurgia de ambulatório, desta vez a hérnia inguinal do lado direito das partes moles, estou já bem elucidado de tudo que me possa acontecer e estou confiante.

Na entrevista preliminar com a médica anestesista e com o medico cirurgião foi dito que já estava elucidado pois era igual a primeira cirurgia que tinha feito, mas mesmo assim foi-me dito tudo como se fosse a primeira vez.

De ressalvar que praticamente a equipa que me operou na 1ª vez foi a mesma da 2ª vez só mudando o médico cirugião, na altura João Granho e agora Paula Magro

Recepcionista Célia santos , cirurgia ambulatória: Enf. Fátima, Susana e auxiliar Manuela Zorro, bloco operatório: Paula Magro, João, Cristina e anestesista Vitória no recobro, Enf. Hugo, Iracema e auxiliar Felicidade. Cirurgia decorreu bem e desta vez a anestesia foi Raqui ( Raquidiana ) com histórias contadas por alguns dos intervenientes fui para casa para recuperação desta 2ª cirúrgia.Regressei dia 14 de Outubro para retirar os pontos, estando marcada uma consulta para dia 13 de Dezembro. Agora só me resta ir recuperando.



ZÉ ANTUNES

2011

RECORDAÇÕES DO Bº. POPULAR Nº2

Cinema S. João

Cine São João, Rua de Serpa no Largo do Bairro Popular nº. 2 cinema que marcou muito a minha infância. Olho as fotos e parece que estou a viver as matinés ao Domingo. Entrada de portão de ferro do lado direito à esquerda as bilheteiras entrada com um grande Hall e o bar atrás das bilheteiras e atrás do Ecran eram os sanitários de um lado homens e do outro mulheres, ecran esse com um pequeno palco para variedades. Esta descrição é do cinema novo, porque o velho era com bancos de madeira e não tinha declive na plateia. Quantos filmes vi neste cinema, ( pedi ao sr. Reinaldo gerente do cinema para trabalhar no bar só para assistir aos filmes). Num belo domingo fui ao fim da tarde a uma matiné mais a minha namorada que é hoje minha mulher vim directo do moto – cross e como tinha dado uma bassula estava todo dorido e não me sentia bem, fiquei doente nessa noite, a garina perguntava o que é que eu tinha e eu para me mostrar forte dizia que estava tudo bem.

                                                               2005 – Cine são João


O Bar S. João ( Matias e Jorge )
Bairro Popular nº 2, Bar São João no Largo, Matias e Jorge os seus proprietários,  a acompanhar as Nocais , as Cucas e os finos, lá vinham uns pratinhos de ginguba e tremoços ou uns pratinhos da famosa dobrada com gindungo  que era para se beber mais uma cervejolas para apagar o quente do picante. Um dos empregados que eu  me lembro era o Joaquim sempre na berrida a servir as mesas pois o pessoal gostava de bebê-las bem fresquinhas.

Curioso ninguém bebia  água. Era neste bar que o maralhal se reunia e convivia no  dia a dia, contando as suas histórias.

Mesmo com a guerra civil já dentro de Luanda, o Bar São João estava sempre cheio e como a cerveja já não abundava, tinha-se obrigatóriamente que ser acompanhada com pratinhos dos ditos cujos e bitoques tudo a pagar. Eram pratos cheios que voltavam para a cozinha,  porque a malta queria era beber porque a sede apertava e o calor era imenso.

Muitas vezes estavam aos tiros M.P.L.A e F.N.L.A  e nós só saiamos quando parava o tiroteio, parecia que estava tudo combinado, e lá saiamos e cada um ia à sua vida.

 
As Farras





Tempos em que no Sábado à noite se ia dançar ali para o clube do Bairro do Sarmento Rodrigues, do Clube do Bairro Popular nº 2, na Boavista, na Textang, no Ferrovia, no Clube da Terra-Nova, Casa do Alentejo, Casa do Minho ou no Transmontano e dançar ao som do Nelson Ned. E outras músicas  soul, para estar bem agarradinho. Depois, no Domingo de manhã pegar na toalha e ir desfrutar das águas cálidas do Atlântico, na praia da Floresta, na de S. Jorge, no Restinga, na Tamar, na Praia do Sol, na Barracuda,  até o sol se afundar no mar e ouvir o silvo como se ele fosse esfriando para esse mesmo sol se transformar em Lua.
 
                                                Espanhola, Zé Antunes, São Ribeiro, Paquito, Rosário 
                                                e de costas a Bety Sabino ano de 1973



 


ZÉ ANTUNES

   

SANTA ANA



Santa Ana ou Sant'Ana foi mãe de Maria, avó de Jesus Cristo.
Veneração por – Igreja Católica Romana, Igreja Ortodoxa, Igreja Anglicana
Festa Litúrgica – 26 de Julho
Atribuições – Menino Jesus, Sagrada Família
Padroeira – Viúvas, Carpinteiros, Avós, Rendeiras, Navegantes

Mulher nazarena que apesar de não ser mencionada nos Evangelhos, pela tradição da Igreja Católica seria a mãe da Virgem Maria e, portanto, avó materna de Jesus Cristo. De acordo com a tradição, era filha de Natã, sacerdote belemita, e de Maria, e foi a mais jovem de três irmãs bíblicas. Suas outras irmãs mais velhas seriam Maria de Cleofas, mãe de Salomé, e Sobé, mãe de santa Isabel, que geraria são João Batista. Casou-se com são Joaquim e por muitos anos permaneceu estéril, só dando a luz a Maria em avançada idade. Teria morrido pouco depois de apresentar Maria no Templo, consagrando-a a Deus, quando a filha contava apenas três anos de idade. Seu culto difundiu-se no Oriente, e no século VI o imperador Justiniano mandou erguer-lhe um templo em Constantinopla. Nos séculos seguintes a veneração expandiu-se também pela Europa. Em uma bula (1584) o papa Gregório XIII instituiu que sua festa seria comemorada no dia 26 de Julho, mês que passou a ser denominado mês de Sant'Ana. Venerada como padroeira das mulheres casadas, especialmente das grávidas, cujos partos torna rápidos e bem-sucedidos, é também protectora das viúvas, dos navegantes e marceneiros.

Paróquia de Santa Ana no Bairro Popular nº 2 em Luanda. E uma paróquia urbana, com bairros suburbanos. Dessa paróquia já nasceram três paróquias, com estruturas físicas feitas pela Igreja, escolas, salas para catequese e outro tipo de formação. Para além duma equipa de leigos comprometidos deixámos duas comunidades de irmãs que muito trabalham na pastoral e na promoção social escola, saúde, alfabetização.

                Santa Ana  ( foto net )
Neste momento a paróquia tem uma superfície muito reduzida mas com muita gente, cerca de 100.000 habitantes. Aqui trabalham os Padres Orlando Martins e António Frazão. Santa Ana pertence agora ao chamado Bairro Neves Bendinha.

Até aos anos 70 do século xx era o Páraco Costa Pereira que geria a paróquia e fazia-se as procissões de Santa Ana que percorriam algumas ruas do Bairro Popular com muitas pessoas a integrar o cortejo.

  Procisão  de Sant`Ana ( foto net )
  Procisão de Sant`Ana( foto net )


Boas festas no largo ainda kandengue, lembro-me que todas as ruas ficavam bonitas.

Estas festas em honra de Sant'Ana eram lindas!
Havia a parte religiosa onde a procissão era o "prato forte" e havia o arraial, à noite, onde todo o mundo se divertia nos bailaricos, cadeiras giratórias e os carrinhos de choque, o carrocel eram o que mais gostava, barraquinhas com os mais diversos jogos e tasquinhas com os mais diversos sabores (fazia lembrar, em ponto pequeno, a famosa Feira Popular). O espaço escolhido era mesmo o Largo em frente à Igreja, que naquele tempo era amplo.

Nos Santos Populares, eram as fogueiras em frente a igreja quem tivesse mais lenha e pneus fazia a maior fogueira.

       Largo do Bairro ( foto net )




ZÉ ANTUNES