Portugal vive “atafulhado” de Economistas, daqueles Mestres dos números ligados à Ciência das grandezas, do raciocínio lógico e abstrato, das equações diferenciais, da “álgebra matricial” e programação matemática e outros métodos computacionais. É a matemática, que permite aos economistas formular proposições significativas e testáveis sobre muitos assuntos complexos e abrangentes que não poderiam ser adequadamente expressas informalmente. É essa linguagem, que leva os economistas a fazer afirmações claras, específicas e positivas sobre esses assuntos controversos ou“ contenciosos” que seriam impossíveis.
Mas, concretamente, o que é a economia? Não é a Organização, ou a distribuição da produção em função das populações e do seu bem-estar? Ou é a utilização ou a marginalização das populações em função de flutuações financeiras anárquicas, sem ligação com as pessoas, mas exclusivamente ligadas ao lucro, em detrimento delas? Estaremos numa verdadeira economia ou, pelo contrário, na sua negação? É que no meio de tantas previsões e perante essa miséria agravada das populações, confundimos o escamoteamento da economia com o da política. Ou seja, os poderes políticos com o poderio económico. Já se sabe que a ideologia neoliberal, não respeita as leis da economia nem as obrigações do direito. Quando Viriato Soromenho-Marques escreve que “a Europa morreu em Chipre”, acrescentando:
“Com ela, uma certa "Europa do humanismo e da solidariedade também”! E talvez para sempre, porque a capitulação daquele pequeno país prova que a mutação do ideal social em um estado omnipotente e autoritário (a Alemanha é que manda, até por interpostas economias) não é capricho do acaso, sim um projeto hegemónico (supremo) e perigosíssimo, pode conduzir à guerra (avisou Jean-Claude Junker).
Mas há uma pergunta a formular: alguma vez essa "Europa do humanismo e da solidariedade" existiu? Meus Senhores: é o capitalismo que ordena as coisas e a própria vida das pessoas, que chegou excessivamente longe, com o apoio das irresponsabilidades e das cedências de quem devia ter uma posição moral irredutível. Nesta conjuntura avultam muitas traições e imprevidências. Chegámos a esta miséria. E agora?
“Salvemos os bancos!”
Cruz dos Santos
2014
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