A política portuguesa, atingiu o nível mais baixo até hoje registado. Vivemos na sociedade mais criticada e desprezada da História. O descalabro do desemprego, a queda abissal da economia e, por fim, a consciência de que todo o programa tinha falhado, assim como as previsões, todas as provisões “cientificamente” consumadas, assistimos - cobardemente- impávidos e serenos (confortavelmente bem instalados), a toda esta miséria de encenações e aldrabices, exibidas por todos estes “fazedores de opinião”,comentadores, “treinadores de bancada”, nos canais portugueses da Televisão.
Contudo, a vergonha, nestes tempos sombrios, está, ela também, falida, esfarrapada e nem resquício da sua presença se advinha no horizonte das nossas preocupações. Vivemos num tempo, que adoramos o ódio em nós mesmos. Talvez por termos acumulado, no fim de tanto tempo, tanto rancor violento, tanta ira contida, tanta raiva e repulsa, a tantas injustiças e crimes arquivados, a “aguardarem melhor prova”!
Como pode uma sociedade odiar-se a si própria? Como na esquizofrenia, existe um processo de transposição. Ao detestar a sua cultura e comunidade, cada um assume-se externo a ela. Assim, apesar de pertencer ao alvo agredido, desvia o ataque para outros, através do mito da tal sociedade conservadora e bolorenta. Mas está a desprezar-se a si mesmo sem dar por isso. Chocar, denunciar, incomodar é tudo o que se faz. Está na moda e sabe bem. E, faz-se até à exaustão. –“E qual é a utilidade disso?”
Como pode uma sociedade odiar-se a si própria? Como na esquizofrenia, existe um processo de transposição. Ao detestar a sua cultura e comunidade, cada um assume-se externo a ela. Assim, apesar de pertencer ao alvo agredido, desvia o ataque para outros, através do mito da tal sociedade conservadora e bolorenta. Mas está a desprezar-se a si mesmo sem dar por isso. Chocar, denunciar, incomodar é tudo o que se faz. Está na moda e sabe bem. E, faz-se até à exaustão. –“E qual é a utilidade disso?”
Ó meus Amigos: alivia-nos a alma e o “stress”, “amansa-nos” a fera que temos em nós. Julgo até, salvo melhor opinião, que a sociedade sente-se muito melhor assim. E…aqui para nós: “Não é tão fácil destruir?” Difícil, difícil, é construir sobre os escombros, pois requer tarefa de criadores, e estes (os artistas), ou se demitiram ou estão desempregados. Mas, o mais engraçado, é que os tais comentadores, em geral, falam com sobranceria sobre o que desconhecem. É como na paixão amorosa, na “febre do futebol” ou no “fervor religioso”, só quem vive por dentro consegue compreender.
De longe, sempre distantes e escondidos por trás do televisor, ou em conjuntos com os nossos amigos, nos cafés e restaurantes, lá vamos mandando as nossas “bocas”, cheios de jactância, admirando ou reprovando, mas nunca avaliar ou analisar. Somos todos assim, incluindo eu! Lá diz o Povo: “De médico e louco, todos temos um pouco”!
Cruz dos Santos
2014
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