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20/11/2012

O PORTUGAL DAS RETICÊNCIAS!

Vivemos no tempo dos adjetivos. Nunca houve tanta certeza e vastidão na catalogação humana do universo. Avaliamos atitudes, classificamos ideologias, julgamos a História, falamos, discutimos - todos ao mesmo tempo – porque sentimos essa necessidade de falar, e acabamos, quase todos, em simultâneo, a condenar a sociedade. Em tudo, pessoas, ideias, coisas, colocamos qualificações. No meio de tantas sentenças há, no entanto, dois termos que desapareceram do nosso vocabulário: “bom” e “mau”. Atribuímos os mais variados rótulos, mas nunca estes dois, os qualificativos éticos fundamentais. Depois, há esta ideia firme, que ninguém a contraria: todos os outros têm defeitos! Nós, somos sempre os melhores!
No que concerne ao futebol, somos os melhores “treinadores de bancada”. De facto, num país “Futebolizado”, tudo se torna futebol, incluindo a TV pública. Tudo vai desaguar às balizas desses grandes encontros: da 1ª Liga ou de Jogos Internacionais. Aliás, dez “monstruosos” estádios, que custaram mais de 800 milhões de euros ao País, vão perpetuar, dolorosamente, na nossa memória. “-A despesa, apesar de astronómica, até nem é cara para dez colossos daqueles”, alegam alguns “fanáticos” do futebol! Mas é isso! Estamos em Portugal, não é? Consequentemente, cada um tem as suas “Taras” (e não são poucas). Uns são pelo futebol, outros pela política; uns vão às meninas, outros gostam de espreitar, de coscuvilhar, de comprar revistas, filmes, de pesquisarem em seus computadores - para adultos (vistos por menores) pornografia para todos os gostos. E se neste país ninguém é capaz de controlar a prostituição nas ruas, em apartamentos, casas particulares, motéis, pensões residenciais (livres de impostos), insisto que Portugal é diferente dos Estados Unidos, um país onde um miúdo tem mesmo de comprovar se tem 18 anos para comprar vinho e álcool, ou de ter uma maioridade para “entrar” em determinados locais, bares, discotecas, sites, bares, “sex-shops”!
BOM! Mas….graças à seleção nacional, as quinas esvoaçam com orgulho em pescoços, prédios e automóveis. O facto é tanto mais surpreendente quanto os portugueses não são muito dados a este tipo de brios e manifestações patrióticas. Desde os fervores revolucionários dos idos de 70 que não se via por cá nada assim. Atualmente, o País tem caído num clima de cobiças pequeninas e reivindicações míopes. Cada um defende o seu cantinho, perdendo de vista o bem comum e o interesse público. No entanto, nós competimos – em células terminais – com os Japoneses, em horizonte, de igual para igual, portanto não somos mais pequenos, somos iguais, damos “cartas” ao mundo! E sabem uma coisa: nós, temos os melhores engenheiros e cientistas jovens, de craveira internacional. Portanto, nós precisamos é de entusiasmo! De força! De Energia! Precisamos de gente activa, que queira fazer e não de comer à custa dos outros. Termino com esta quadra de António Aleixo: “Tu que vives na grandeza, / Se calçasses e vestisses / Daquilo que produzisses, / Andavas nu, com certeza”!
BANGA
2012                                         

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