Estando colocado no Posto de Manutenção da Boavista – Porto desde 22 de Dezembro de 1980 e como queria ser transferido para Lisboa para o posto de Manutenção de Campolide o que foi conseguido em Maio de 1983 , entretanto em Abril de 1983 abriu um concurso de desenhador para a conservação de Pontes, em Lisboa, claro que concorri na hora, pois era a profissão que gostava e para o qual tinha estudado na Escola Industrial de Luanda, fico á espera de colocação e vou mantendo-me a trabalhar nas máquinas diesel em Campolide, no fim de mês de Maio veio a colocação para estágio, no Departamento da Conservação – Pontes - e fui colocado em Santa Apolónia, desde 01 de Junho de 1983 onde me mantenho até aos dias de hoje .
Três meses de estágio, e a primeira saída Outubro de 1983, Zé Antunes, Carlos Silvestre e Abílio Pombinho, fomos fazer o levantamento ás longarinas e carlingas da Ponte de Belver, da Linha da Beira Baixa. O Cantante Simões foi para a Guarda com João Ribeiro, José Vasconcelos e Hilário Teixeira,
Em 1984 sai uma grande reportagem no Jornal “ A CAPITAL “ sobre o nosso local de trabalho e de toda a estrutura da Direção de Conservação de Pontes.
Seguiram-se mais levantamentos nas Linhas do Norte, Linha do Oeste, Linha do Minho, Linha do Sul, Linha da Beira Alta e Linha do Douro, além dos respetivos ramais, todas elas com histórias para contar.
Maio de 1987 o Benfica joga a final da taça dos campeões europeus com o PSV de Eindhoven - Holanda o Benfica perde nas penalidades falhanço de Veloso no último penalty.
Na Ponte de Portimão o nosso alojamento era em Ferragudo também num contentor todo equipado, vinhamos a pé de Ferragudo até a Ponte de Portimão sobre o Rio Arade, logo de manhã com um cesto de vime, com uma cabeça de peixe espada lá dentro baixavamos o cesto para a água e de hora a hora mais ao menos içavamos o cesto e lá vinham 4 ou 5 carangueijos que depois de bem lavados e bem cozinhados era o nosso petisco antes do jantar. Nesta campanha esteve o Zé Antunes, O Zé Vasconcelos, o Carlos Silvestre. Certa vez ao cair da noite houve um incêndio num stand junto á Estação de Portimão e tivemos que ajudar a retirar todos os automóveis do Stand, não fosse a nossa colaboração de certeza que haveria danos patrimoniais pois alguns veiculos ficariam danificados com o fogo.
Em 1988 Na Ponte do Corge na Covilhã, que atravessa a estrada da cidade da Covilhã para a cidade da Guarda, depois de percorrer metade da ponte com os pés no Banzo inferior e agarrado as diagonais da viga principal, passa um camião com a galera do Continente a grande velocidade, que com a deslocação de ar a Ponte abanou e eu fiquei ali agarrado às diagonais e não conseguia dar um passo, fiquei como que paralizado, com a ajuda do João Ribeiro e do Carlos Silvestre lá consegui sair da Ponte.
Em Maio de 1988 Ponte de Sedas Linha do Leste, chovia torrencialmente que para nos abrigarmos fomos para a casa abandonada da guarda da passagem de nível que já não existia, para nos aquecermos, arrancámos a madeira do soalho e fizemos um bom braseiro. Aqui nesta deslocação foram Zé Antunes, João Ribeiro Francisco Roseiro e Hilário Teixeira, sem poder nos deslocar eis que vem um comboio de mercadorias lá parou e deu-nos transporte até à Estação da Torre das Vargens onde ai iríamos embarcar na composição que nos traria até ao Entroncamento.
Nesse ano e noutra deslocação à Ponte de Sedas na Estação do Crato, sem saber onde ir comer, a estação é distante da vila do Crato, almoçamos numa tasca de uns velhotes que ficava logo ali ao pé da passagem de nível.
Noutra ocasião depois de concluído o trabalho na Ponte de Sedas fomos a Espanha comprar caramelos.
Em 1988 deslocamo-nos a Lagos para ir ás Pontes do Vale da Lama e Ribeira da Torre fomos para um apartamento da Dona Helena uma velhota viúva que alugava Quartos. De manhã tomávamos o pequeno almoço na sogra do Fernando Simões e íamos ao mercado fazer as compras para o nosso almoço e um certo dia dirigíamo-nos para a Ponte da Ribeira da Torre com uns belos carapaus e uma salada de alface e o respetivo casqueiro, não esquecendo a bebida, quando desata a chover a cântaros. Na Ameixoeira tivemos que comprar uns plásticos para fazermos um abrigo para nos resguardarmos da chuva. Ai começou a minha aventura de querer fazer lume com paus de figueira molhada, nada lume não havia, não ateava e com ajuda do João lá fizemos uma fogueirinha, mas logo que os carapaus deixavam cair a a sua gordura o raio do lume apagava-se, foi umas risotas valentes que depois de tanto insistir lá almoçamos os benditos carapaus, Nessa deslocação estava Zé Antunes, Carlos Silvestre e João Ribeiro.
Em 1989 Na Ponte da Carpinteira logo á saida da estação da Covilhã, era preciso sempre que se ia lá tirar as chapas metálicas que impedia que caissem objectos para os telhados das fábricas de confecções, pois ai ficou uma fita métrica que caiu e nunca mais ninguém soube dela, Iamos almoçar a um pequeno Restaurante “ O RETORNADO “que na altura era explorado pelo Sr. António que tinha vindo de Angola no ano de 1975. Conversa puxa conversa e eu lá ia dizendo ao sr. António sobre a nossa vivência e ele dizia com ar muito solene: Bons tempos, bons tempos que já não voltam mais. Nessa saida fui eu o Zé Vasconcelos e o Carlos Silvestre, noutra altura foi o João Ribeiro.
Havia saidas de um dois dias a várias Pontes em que se fazia o levantamento de elementos avariados e voltavamos para a Sala de Desenho e desenhavamos a peça avariada, o desenho ia para as oficinas de Ovar e logo as Brigadas a substituiam. Também se executava alguns trabalhos de topografia.
Em 06 de Novembro de 1991 deslocamo-nos a Lagos para ir ás Pontes do vale da Lama e Ribeira da Torre fomos para os apartamentos do Sr. Águas, ( chefe da estação de Lagos ) e ele diz-nos que só tem um apartamento onde também está um cidadão Escocês. Não nos importamos e fomos para lá pernoitar, fomos ao take way e compramos um cozido a portuguesa para Zé Antunes, José Vasconcelos e António Macau, nessa noite jogava o Benfica com a Arsenal ganhou o Benfica após prolongamento 3-1 golos de Isaias ( 2 ) e Kulkov, e o escocês era mais benfiquista pois não gostava dos ingleses e então também saboreou o nosso cozido e ofereceu uma garrafa de whisky, o Vasconcelos ficou mal disposto pois diz ele que foi dos enchidos, que tinha degustado ao jantar, foi nada, foi o whisky que era puro malte, claro que chamou o gregório várias vezes.
1993 Vale da Lama fiquei só de cueca para ir ao rio buscar o duplo metro que tinha caído, claro que o duplo metro lá ficou pois a profundidade era muita e era só lodo, estava Zé Antunes, Francisco Roseiro e João Ribeiro
18 de Dezembro 1993 estivemos na Ponte de Tavira, viemos embora no comboio da noite. Em Tunes a última carruagem a porta de transição e como não há mais carruagens está trancada, é acoplada outra carruagem. Um passageiro que tinha chegado de Londres e que embarcou em Faro atrasa-se no Bar da Estação e só tem tempo de embarcar na carruagem que tinha sido acoplada , ficando a namorada e as bagagens na que era a última carruagem. Só perto de Castro Verde o revisor foi abrir a porta que dava acesso á nova carruagem, foi quando o Pedro assim se chamava o jovem começou a discutir com o revisor, só demos conta quando o comboio parou na estação e entrou a G.N.R. e o deteve levando-o para o Posto daquela força militarizada, ficando a namorada ás 03h00 da manhã na gare da Estação ao frio, frio que se fazia sentir naquela noite era de 3 graus positivos, nessa deslocação a Tavira estávamos Zé Antunes, Francisco Roseiro e Carlos Silvestre.
Em 1994 voltei novamente á Ponte de Portimão o nosso alojamento era em no cais de mercadorias também num contentor todo equipado, íamos a pé até a Ponte de Portimão. Nesta deslocação foram Zé Antunes, Francisco Roseiro e Carlos Silvestre e também estavam a brigada de Pontes Santos , Dionísio e Carmona, acontecimentos relevantes foi a procura das chaves do contentor pelo Dionísio que as deixou cair para a Linha e ao se debruçar para as ir buscar caiu e bateu com a cabeça no tampão de choque do contentor, nada de grave lhe aconteceu senão o susto e a dor de cabeça. Há ainda o caso das Bifanas mas isso é outra estória !!!!!!!!!!!!! Nesse dia 29 de Março de 1994, jogava o Benfica – Parma. Apesar do Benfica ter ganho por 2-1 foi eliminado por causa do golo que o Parma marcou no Estádio da Luz. Um casal de Pessoas de meia idade , depois de deixarem a filha para ela embarcar na Estação de Pinhal Novo, no regresso a casa, com o automóvel um Fiat 127 ,meteu-se debaixo do comboio tendo os ocupantes morte imediata, o acidente foi na passagem de nível antes da estação de Pinhal Novo.
Neste ano de 1996 estava-mos em Junho houve um campeonato da europa em Inglaterra, sendo campeã a Alemanha, e á noite íamos para o Salão de Jogos do Restaurante do Centro Comercial de Valença, ver os jogos.
Levantamento do tabuleiro da Ponte de Valença sobre o Rio Minho, o nosso alojamento era na Estação de Valença num contentor que estava todo equipado com cozinha, w.c, e quatro camas beliches. No levantamento dessa Ponte esteve o Zé Antunes, António Macau, João Ribeiro e Carlos Silvestre, durante três meses. Viajávamos ás 2ªs. feiras de manhã e regressávamos ás 6ªs feiras pela noitinha. Levantávamo-nos de madrugada e começávamos logo a trabalhar, por causa do calor, que se sentia depois à tarde, íamos almoçar ás 14 horas. A tarde era para fazer compras, íamos a Tui no lado espanhol e íamos ao mercado comprar camarões que era muito mais barato do que em Portugal, comprava-mos também as cabeças do bacalhau, que cozidas era um grande petisco, nessa altura para essas lides culinárias tínhamos o nosso mestre Silvestre, que cozinhava bem.
Em 1996 Uma das minhas últimas saídas em trabalho foi uma semana que com o viatura da C.P. fomos até Mirandela e descemos a Linha do Tua em inspeção ás Pontes existentes. Nessa comitiva iam o Zé Antunes , o António Macau e o João Ribeiro. Mas antes fomos ver duas Pontes a Amarante.
Em 1997 pelo Decreto lei n.º104/97 foi constituída a REFER, Empresa esta que veio a ficar com toda a parte da Infra-estrutura ferroviária.
Em 1998 Zé Antunes, Francisco Roseiro, João Ribeiro, Sobral que era estagiário de topografia e o Domingos Alentejano que andava na Piquetagem, fomos à Ponte do Noéme, e pernoitávamos em Vila Franca das Naves, uma certa noite fomos ao Folgosinho para ir ao Restaurante do Albertino onde na altura por pouco dinheiro se saboreava cinco pratos ( Arroz de Cabidela, Leitão, Javali, Vitela e o famoso Cabrito assado no forno ) uma grande travessa de arroz doce, e no fim café e os bagacinhos branco ou tinto, regressamos a Vila Franca das Naves a altas horas da noite. Foi uma bela jantarada.
Fui transferido com todas as regalias até ai conquistadas, e passei para a Direção de Engenharia, e no ano de 2003 integrei a Direção de Economia e Finanças onde até aos dias de hoje me mantenho.
Nestes anos todos tanto na C.P. como na REFER, o departamento fazia uma sociedade do totobola e do totoloto e com os prémios angariados durante o ano, fazíamos almoços de convívio com as respetivas famílias, os almoços foram realizados em variadíssimos locais Cascais, Cartaxo, Vila Franca de Xira, e Pontével. Em Lisboa em variadíssimos restaurantes, fazíamos os almoços dos aniversariantes em que todos pagavam para o que era pequenino naquele dia.
Muitas histórias há ainda para contar desde que integrei nesta maravilhosa equipa, que era constituída por: António Cruz, Cantante Simões, Carlos Silvestre, João Ribeiro, Abílio Pombinho, Hilário Teixeira, José Antunes, José Vasconcelos, António Macau, Francisco Roseiro, Francisco Cardoso e Maria Leonor e claro está as chefias Andrade Gil, José Clemente e Antonino Cruz, bem como a Eng. Ana Maria, Luísa Gomes e mais tarde o Eng. Pedro Campos e o Eng. Vitor Freitas. Deixei para último com saudade pois apesar de não ser desta equipa era da Construção Civil, entrou para a conservação no mesmo dia que eu, o falecido Eduardo Pires. E recordar o malogrado Eng. Gomes, com quem fiz muitos colocações de aparelhos para os ensaios de extensiometria em Pontes.
Muitas histórias há ainda para contar desde que integrei nesta maravilhosa equipa, que era constituída por: António Cruz, Cantante Simões, Carlos Silvestre, João Ribeiro, Abílio Pombinho, Hilário Teixeira, José Antunes, José Vasconcelos, António Macau, Francisco Roseiro, Francisco Cardoso e Maria Leonor e claro está as chefias Andrade Gil, José Clemente e Antonino Cruz, bem como a Eng. Ana Maria, Luísa Gomes e mais tarde o Eng. Pedro Campos e o Eng. Vitor Freitas. Deixei para último com saudade pois apesar de não ser desta equipa era da Construção Civil, entrou para a conservação no mesmo dia que eu, o falecido Eduardo Pires. E recordar o malogrado Eng. Gomes, com quem fiz muitos colocações de aparelhos para os ensaios de extensiometria em Pontes.
ZÉ ANTUNES
2003
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