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27/11/2013

UM MUNDO DE DISSIMULAÇÕES E FINGIMENTOS!


A sociedade mediática em que vivemos leva-nos a admirar ou odiar personalidades a quem, de facto, nunca falámos. O mais ridículo, é que estamos realmente convencidos que compreendemos perfeitamente essas figuras públicas, que sabemos mesmo o que pensam ou querem, avaliando as suas opiniões e raciocínios. Se pensarmos um pouco, veremos que a única coisa que sabemos sobre eles, são os apontamentos dos jornais e o que nos diz a televisão. Mas a verdade é que esta sociedade mediática, nunca nos deixa tempo para analisar, pormenorizadamente, nem pensar sequer um pouco. Daí, despontar rivalidades, inveja, cinismo e ódio político. 

Comecemos pela rivalidade. Existe uma rivalidade má, que vemos não apenas entre concorrentes, mas também entre colegas. Pessoas que se tratam por tu, que parecem amigas, mas que, na realidade, lutam pela supremacia, pelo sucesso, pelo poder. Assim, quando uma destas pessoas adoece ou morre, outras há que, bem no fundo do seu íntimo, ficam satisfeitas por aquela ter saído de cena. A inveja, pelo contrário, nasce quando alguém as supera, quando alguém obtém mais reconhecimento que elas. Então, esforçam-se por convencer os outros, que aquela pessoa não tem valor e que não merece o mérito. Falam mal dela pelas costas, procurando dificultá-la nos seus afazeres e ficam extremamente felizes, quando ela falha, quando faz má figura, ou mesmo quando adoece. Há muita hipocrisia por detrás das celebrações e homenagens ditas oficiais.

Existe em seguida o cinismo, que se forma com o exercício do poder, com o hábito de tratar as pessoas como objetos, como meios para alguma coisa. E o hábito de decidir sobre o destino deles gera, muitas vezes, naquele que a dirige, uma espécie de indiferença face às alegrias, às dores, às esperanças dos outros. E, por fim, o ódio político. Bom, a política é luta, é “guerra”. Ninguém é imparcial (justo). Nos “nossos”, descobrimos virtudes maravilhosas. Nos adversários, defeitos e baixezas. O militante político, está pronto a vilipendiar, a insultar, a difamar, a liquidar (se for preciso) a pessoa mais nobre, o maior cientista, o poeta mais sublime, só porque não pertence às mesmas ideologias políticas. A piedade dos militantes políticos é unilateral. Choram os seus mortos, mas exultam (regozijam-se) quando o infortúnio e a morte se abatem sobre os seus adversários. Todos sabemos que os políticos só querem votos; os empresários são máquinas de fazer dinheiro e que os artistas buscam fama e proveito. No fundo, vemo-los como caricaturas, personagens de pantomina (mímica). Vivemos projetados… “Num mundo de dissimulações e fingimentos”, preocupados com coisas mesquinhas e sem interesse. Sobre elas, o que sabemos não passa de enredos de cordel gerados por mentecaptos “fabulosos”, produzidos por outros alienados, caducos e néscios. “Somos cada vez mais aquilo que queremos ver no mundo!”

Cruz dos Santos

2013


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