Essa coisa de calcular, reconhecer a grandeza, a intensidade que engloba um Orçamento de Estado, onde estão inseridas as contas públicas, cheias de detalhes e subtilezas, principalmente quando os cálculos da receita e despesa da administração pública costumam conter mini reformas fiscais, bem como a soma de todos os montantes gastos pela globalidade do Sector Público Administrativo, (incluindo Estado, Fundos e Serviços Autónomos, Administração Regional e Local e Segurança Social) e outras avaliações, além de ser medonho, é complicado e…mete medo! Mesmo dispondo de ilustres Economistas e meios técnicos da informática, com motores de pesquisa e acesso a tudo o que se possa imaginar, a complexidade não deixa de ser enorme!
Durante muito tempo, tivemos o medo da guerra nuclear, hoje arrumada algures nas profundezas da inconsciência, mas...continua a prevalecer a insegurança de todos os instantes. As sociedades ricas preocupam-se com os riscos para a saúde, mesmo ínfimos em probabilidade, provenientes de sistemas de alimentação ou de serviços. Sociedades pobres, em vias de industrialização e de modernização, começam a descobrir as ameaças para a saúde ou para a vida de poluições ou de acidentes industriais na utilização de materiais ou de produtos perigosos, enfim, por tudo isso, é que existem tantos estudos, debates, opiniões, controvérsias e enfoques, e o público acaba sempre confuso perante um novo Orçamento de Estado.
Mas há um ponto que domina todos os outros e que tantas vezes acaba esquecido no meio de todas estas discussões, que é o “peso do Estado na Economia”! As despesas que os homens do poder, consomem com o dinheiro dos nossos impostos! É que mais de metade do que os portugueses produzem, é “engolido” pelo Estado. Daí o “défice”...que nunca mais é pago.
Tornou-se assim, uma espécie de “míssil nuclear” que tem vindo a arrasar, não só com a dignidade de cada um de nós e os riscos que dizem respeito às degenerescências da democracia (acordos não cumpridos, enriquecimento pessoal dos eleitos - anteriores e estes - desvio dos recursos públicos, corrupção) etc.. Irresponsabilidades associadas e cúmplices, enraizadas no egoísmo das nossas gerações. A nossa sociedade está a “esfrangalhar-se”, criando autênticos enclave de estratificação e discriminação social: os mais ricos “aprisionados” atrás de sólidos muros e portões de ultra vigiados e protegidos condomínios; os mais pobres excluídos e ignorados, ficam entregues a um destino implacável! É triste, mas é verdade: esta é uma geração de restos de tantas coisas...
Cruz dos Santos
2014
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