Andamos “Tesos”, porque tivemos sempre a “mania das grandezas e das fachadas”! É natural que, em obras como as realizadas no Alqueva, Centro Cultural de Belém, sede da Caixa Geral de Depósitos, com a “Expo”, auto-estradas (por todo o país), pontes, Organismos Públicos, campos de futebol, aquisição de material de guerra, incluindo carros de combate, submarinos e outros “colossais” empreendimentos, adquiriram uma dimensão apocalíptica, aos olhos de toda a Europa. Nunca se viu tanto desperdício! Precipitação, falta de planeamento, caprichos políticos, mania das grandezas e “mitologia nacional” são traços comuns a estes “grandes projectos”, que fizeram as “delícias” dos interesses económicos e tiverem o condão de “entontecer” o poder político. Como é óbvio, os custos, para o contribuinte, foram e continuam a sê-lo enormíssimos (porque há obras dessas que continuam), mesmo se os Governos e os promotores dessas obras persistirem em afirmar, que tudo será pago com “receitas próprias”. Parte dos custos de alguns desses empreendimentos, foi e ainda deve ser, habilmente transferida para o contribuinte, nomeadamente para as tais chamadas “obras colaterais”, tais como as efectuadas com a ponte sobre o Tejo, os acessos rodoviários, o alongamento, ou seja, o estender do metropolitano, o caminho de ferro, a “Gare do Oriente”, o saneamento básico, a deslocação dos petróleos e do gás nas refinarias de Sines, os transportes urbanos, os telefones e a electrificação, quase tudo a cargo de empresas públicas. Outros custos de “viabilização económica”, que foram sempre suportados pelo contribuinte, seja por intermédio de “impostos excepcionais de mais-valias” ou pela especulação fundiária, etc., tudo isso se tornou num “oceano” de despesas (custos e atrasos), que vieram sempre estimular a curiosidade da imprensa e do público.
Qual a razão, de termos cada vez mais a impressão de vivermos apanhados no seio de um poder fatal, “mundializado”, “globalizado”, tão poderoso que seria inútil pô-lo em causa, fútil analisá-lo, absurdo opor-se-lhe e delirante simplesmente sonhar em libertar-se de uma tal omnipotência que se diz confundir-se com a História?
Viviane Forrester, romancista e ensaísta francesa, crítica do jornal “Le Monde” e membro do júri do prémio literário Fémina, diz isto: “Não vivemos sob o domínio da globalização, mas sim sob o jugo de um regime político único e planetário, inconfessado – o ultraliberalismo, que gere a globalização e se aproveita dela, em detrimento da grande maioria dos cidadãos. Esta ditadura sem ditador não aspira a conquistar o poder, mas sim a dispor de todo o poder sobre aqueles que efectivamente o detêm”.
Mais palavras para quê?
Cruz dos Santos
2013
Qual a razão, de termos cada vez mais a impressão de vivermos apanhados no seio de um poder fatal, “mundializado”, “globalizado”, tão poderoso que seria inútil pô-lo em causa, fútil analisá-lo, absurdo opor-se-lhe e delirante simplesmente sonhar em libertar-se de uma tal omnipotência que se diz confundir-se com a História?
Viviane Forrester, romancista e ensaísta francesa, crítica do jornal “Le Monde” e membro do júri do prémio literário Fémina, diz isto: “Não vivemos sob o domínio da globalização, mas sim sob o jugo de um regime político único e planetário, inconfessado – o ultraliberalismo, que gere a globalização e se aproveita dela, em detrimento da grande maioria dos cidadãos. Esta ditadura sem ditador não aspira a conquistar o poder, mas sim a dispor de todo o poder sobre aqueles que efectivamente o detêm”.
Mais palavras para quê?
Cruz dos Santos
2013
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