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03/02/2013

CAIXOTES



Esta história passou-se com o Adelino Cardoso ( Ninito Pasteleiro ) tendo também ele vindo de Angola – Luanda, morava no Bairro Popular nº2 . Veio na Ponte Aérea como muitos e trouxe alguma bagagem que foi para os Armazém do Aeroporto Militar de Figo Maduro, Quinta da Francelha.

Eu tinha entrado para o I.A.R.N. em 09 de Setembro de 1975 para a Rua de São Ciro nº 79, e as minhas funções eram de elaborar todo o processo do retorno das pessoas que estavam a regressar das provincias ultramarinas, fazendo as fichas para se elaborar um cadastro.

Como entretanto iam chegando malas, caixas e caixotes ( alguns com dimensões enormes ) por via aérea, fui promovido a Supervisor e colocado na Quinta da Francelha, para dar despacho aos caixotes que se amontoavam nos Armazéns ali perto do Aeroporto Militar de Figo Maduro.

Em meados de Outubro de 1975, não sei precisar o dia, tenho a visita do nosso amigo do Bairro Popular, Adelino Cardoso, penso que acompanhado com o pai, para eu despachar os seus caixotes, um deles bem grande, que continham as maquinarias da Pastelaria que tinham em Luanda,

Caricato foi eu querer logo despachar os caixotes do Adelino, coisas de amizades por ele ser do Bairro Popular nº2, e o manobrador do empilhador querer ie almoçar e ainda não eram as 12h30, e eu a ordenar que ele tirasse os caixotes que ainda estavam por cima dos caixotes do Adelino, para os transportar para a camioneta que já estava à espera, pois já lhe tinha dado a guia de marcha ( guia de transporte ).

A hora do almoço a chegar e claro que alguns colaboradores tarefeiros contratados para carregarem as camionetas, começaram logo com aquelas piadas revolucionárias, venenosas sobre os retornados, tentavam boicotar as minhas ordens, lá lhes ia dizendo que não estava a favorecer ninguém, que toda a papelada já estava em oedem, só esperando que o empilhador carregasse a camioneta, para depois do almoço se dirigir a Santa Apolónia para serem despachadas para Oliveira do Bairro.

Nosso amigo Adelino e o pai foram-se embora com tudo tratado, eu e o restante pessoal fomos almoçar a um restaurante que estava na moda naquele ano de 1975 e ficava ali perto do Quartel, o restaurnte era o “ Cabeça do Touro “.

No periodo da tarde, com a guia de transporte elaborada, etiquetas coladas, devido ás dimensões de um dos caixotes fui a Santa Apolónia acompanhar a carga, onde o Sr. Baltazar factor da C. P. dava a arrumação nos vagões “JOTAS “ assim se chamavam os vagões que transportavam mercadorias para todas as estações dos Caminhos de Ferro.

Lá se despachou as imbambas do Adelino Cardoso ( Ninito Pasteleiro ) para a bela cidade de Oliveira do Bairro.

Depois de tantos anos sem termos contacto um do outro, eis que as redes sociais, nos pregaram esta partida de pelo menos sabermos uns dos outros, estarmos vivos , com saúde e sabermos novidades de outros avilos da nossa querida Luanda. Curioso costumo ir a Oliveira do Bairro e desde 1983 que estou a trabalhar em Santa Apolónia na antiga C.P. hoje REFER.



ZÉ ANTUNES

2013

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