Vivemos numa época de exibicionismos. O “jet-set”, os chamados “famosos”, ou o que muitos imaginam que são, foi quem inaugurou o estilo “Pimba”! Onde dantes a reserva e o pudor eram sinal de bom-gosto e de bom senso, hoje passou-se à exposição pública de todo o tipo de coisas desprovidas de senso, ponderação e raciocínio. Hoje, as festas de casamento, aniversário, ou outras comemorações, só se realizam, se houver um repórter destas “revistas cor-de-rosa” por perto. As viagens de férias, os divórcios, “uniões matrimoniais” do mesmo sexo, “luas-de-mel”, são vendidas, em “reportagem exclusiva”, a troco de algumas centenas, milhares de euros, ou ofertas de bilhetes de passagem de avião. Já não há privacidade, e muito menos vergonha! Actualmente, a ficção agarra em temas como sexualidade e vaidade. Estão na moda os saltos altos, a mini-saia, “mamas” recheadas de silicone, “beiças” Africanizadas, “piercings” no nariz e em outras partes recatadas, designadas de pudicas. Bem como a exibição de tatuagens, (umas) a colorirem, (outras) a enegrecerem a estatura anatómica do corpo. A exposição de posarem nuas nas “Playboy” ou na “Internet”, é outro dos “modernismos” que rende, não só pela popularidade e fama, como pelas ofertas pagas a ouro. Assim como pertencer ao “Facebook”, “You Tube”, Twitter” (adicionando Amigos), que, posteriormente, servirão de “padrinhos” para conseguirem emprego de secretária e de outros “sites” convidativos, através de “e-mails” e do “mensager”…a preço de saldo! Meus Senhores: levado por essa voragem dos tempos, até o pretendente ao trono de Portugal, homem simples e humilde, acabou a vender a reportagem do próprio casamento, a uns anos atrás. Outros “artistas”, propagam em entrevistas os seus divórcios; discutem em público os alimentos dos filhos e a partilha dos bens; outros, dramatizam perante as câmaras televisivas, os seus rostos esmurrados, olhos negros por “hematomas” por “violência doméstica” (um tema recorrente nos “talk shows” e em programas informáticos, exercendo um papel de correcção de actos condenáveis e de ajuda às vítimas). E há aqueles ainda, que exibem os novos amores pós-conjugais, armados em “craques” de “Hollywood”! A televisão proporciona-lhes esse direito. O “voyeurismo, a delação, a confissão, cristalizada no “confessionário” do “Big Brother” (“Casa dos Segredos”) sobre intimidades, os pedidos públicos de perdão; “máquineta da verdade”, a ambição, os apetites sexuais, a capacidade de rastejar por um punhado de notas, são os programas mais vistos e que, obviamente, rendem mais! Vivemos projectados num mundo louco e fictício. Os conteúdos dos mesmos, atraem pelo insólito e divertido, não sendo o apreço por eles um sinal de ignorância da má qualidade, criado por especialistas em comunicação. Assim, a sociedade mediática vai atarracando a nossa dimensão psicológica. Somos cada vez mais aquilo que queremos ver no mundo.
Cruz dos Santos
2013
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