Nenhuma sociedade saudável, pode sobreviver sem se reger por um código de conduta ética, que faça sentido e que tente ser justo. Mas…ter um código não basta: é necessário que haja consequências. Convivemos todos os dias com a mediocridade instalada e que nos dizem legitimada pela vontade popular; com a promoção social e o reconhecimento público de fortunas feitas por métodos ínvios, ou melhor, por condutas irregulares; com promiscuidade, entre actividades incompatíveis numa mesma profissão, seja entre os políticos executores responsáveis, pelos líderes, deputados, militantes e simpatizantes, deste ou daquele partido e já se aceite, como sendo, procedimentos ou actos normais. Mesmo com o constante abuso de dinheiros, de subsídios e de favores públicos, que “constitui uma forma de espoliação, ou de apropriação ilegal dos necessitados a favor dos privilegiados”. Mas isto, já não é novidade nenhuma! Já estamos habituados, portanto, já nada adianta protestar. Dizia António Gedeão (Rómulo de Carvalho), num dos seus melhores poemas do volume, o da “morte aparente”:
“Nos tempos em que acontecia o que está acontecendo agora / e os homens pasmavam de isso ainda acontecer no tempo deles / parecia-lhes a vida podre e reles / e suspiravam por viver agora. / A suspirar e a protestar morreram. / E, agora, quando se abrem as covas, / Encontram-se às vezes os dentes com que rangeram, / tão brancos como se as dentaduras fossem novas”!
Portanto, contra tudo isto, não vale a pena perdermos tempo. Nenhum poder pode ser impune e nada deve ser gratuito. Numa sociedade saudável, não cabem todos e não vale tudo. Afinal de contas, a vida não é a feijões. Meus Caríssimos Amigos: perdeu-se, sem vergonha nem mágoa, a mais antiga das noções de ética: a dos que tinham vergonha de sair à rua com o nome desonrado e um coro de murmúrios à passagem.
Já lá dizia Camilo Castelo Branco: “A seriedade é uma doença! Dos animais que conheço, o mais sério é…o BURRO”!
Cruz dos Santos
2013
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