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17/06/2013

O MERGULHO DAS CELIBRIDADES NA CASA DOS BROTHERS!



Ó Portugal…tão cheio de nada! Hoje, somos herdeiros do sonho, mas também da desilusão. O nosso desânimo escondido, vergonhosamente disfarçado, nasce da sensação de termos experimentado tudo, sem atingir o sucesso prometido. Vivemos numa época de exibicionismos. Parece não bastar às pessoas serem, terem ou fazerem. Além disso, é absolutamente necessário que os outros saibam que eles são, têm e fazem – sob pena de, aparentemente, nada valer a pena. Portugal, não tem um aparelho produtivo, económico e social.
O drama é a existência de uma enorme classe de “parasitas”, que suga o produto dos demais. Aliás, ao conseguir aguentá-los, o aparelho económico até mostra que é ótimo. O problema não é o atraso, a debilidade ou a falta de produtividade. É a “febre da carraça”! Ou seja, onde dantes a reserva e o pudor eram sinal de bom gosto e de bom senso, hoje passou-se à exposição pública de todo o tipo de coisas, sem qualquer sentimento penoso. A possibilidade de se tornar “famoso” (mesmo que de forma efêmera) representa, para as camadas menos privilegiadas da população, a obtenção, mesmo que temporária, da condição de cidadão.
As personagens coloridas e indecorosas, ostentando penteados excêntricos e outras “quinquilharias”, que se destacam na primazia do indecente, para um público lascivo, concupiscente, não são nenhuma novidade. A televisão proporciona-lhes o direito de não ficar à margem. Querem é vender, nem que seja à custa dessas “anormalidades” da natureza! Programas formatados e exibidos publicamente, como o voyeurismo, a delação, a confissão de intimidades, os pedidos públicos de perdão, a ambição, os apetites sexuais, “ejaculados” no interior dessas “jaulas”, misturadas com a capacidade de rastejar por um punhado de notas, enfim, toda esta ostentação, esse alarde, essas representações tão cheias de nada, vazias, ridículas para atingirem a “fama”, deixa-nos estupefactos perante tanta ignorância, tanta incompetência e desconhecimento. Todas estas “fantochadas carnavalescas”, acompanhadas dos sorteios, incessantes, ininterruptos, deste ou daquele automóvel “top-gama”.“-Ligue para o nº. 700 e tal…Quantas mais vezes ligar, mais possibilidades tem de ganhar”…“Ligue, ligue…muitas vezes”!...É demais. Chega a ser doentio! Canais televisivos, que mais parecem “Stands” de automóveis, que propriamente de Órgãos de Informação!

São estes exemplos da “coscuvilhice”(para não dizer outra coisa), que mostram bem a força incrível, que a definição centralizada dos programas dá ao aparelho do poder. Tudo é feito, alegadamente, apenas para permitir o acesso à incivilidade, à ignorância, à estupidez, tal como os antigos ditadores impunham a sua vontade só para bem dos seus súbditos.
Cruz dos Santos
2013

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