Sou Zé Antunes, ex-residente da Rua de Serpa 102 do Bairro Popular nº 2 em Luanda, Angola, há mais de 3 décadas a residir em Lisboa. Vivi lá muitos anos, até aos 20 anos, quando vim para Portugal, embarquei no dia 21 de Junho de 1975.
As famílias, minhas vizinhas na nossa rua, viviam praticamente a meio-caminho entre a Vala que ia para o Bairro Palanca e o Largo do Bairro. Caminhando ao longo da nossa rua, quem descia à esquerda, tínhamos a Escola Primária nº 176, o Cinema Cine São João, a Igreja de Santa Ana, a Capela de Santa Ana, mais tarde foi construído uma camarata para as irmãs Vicentinas e finalmente até ao fim da rua o Preventório Infantil de Luanda.
Também me recordo muito bem de ir à rua da Gabela para comprar o pão. Na Padaria ao lado, primeiro da Peixaria , mais tarde da Sapataria do Surdo.
Lembro-me da vala, quem ia para o Bairro Palanca, e de vários materiais de construção novos ao fundo da rua - enormes manilhas gigantes de cimento que foram mais tarde colocadas no saneamento básico nas ruas do Bairro, e todas as ruas do Bairro alcatroadas.
As lembranças são mais que muitas, algumas já pouco esclarecedoras, mas lembro-me muito bem que me juntava com os meus familiares e outros jovens da vizinhança , depois da escola, e todos juntos andavámos de bicicleta ao longo da rua até ao entardecer. Subíamos às arvores de frutos tropicais, carambolas, goiabas e mangas, e era só colher e comer. E mesmo sem lavar sabiam bem. Mais tarde era a concentração, em frente à minha casa, dos amigos e das motas, e ali ficávamos a conversar.
Quando cheguei a Portugal fiquei a viver em Lisboa, onde ainda me encontro a residir, e meus irmãos , um está na Alemanha, os outros dois no Brasil.
Nessa habitação onde vivia na rua de Serpa no Bairro Popular nº2 em Luanda, durante muitos anos, as famílias mais próximas eram o Sr. Teixeira e a Dona Emília com os filhos António, Joaquim, Emília e Francisco, e os netos, a Mila, e o Zeca da parte de cima, e na parte de baixo o Sr, Acácio e a dona Conceição, e os seus três filhos Virinha, Dininha e Cacito, da parte de trás da minha casa, na Rua da Gabela, vivia o Casal Mário Mota e a esposa Dona Irene, com os filhos a Bela Mota e o Quim Mota.
Na Rua da Gabela residia a Família Ventura, que durante alguns anos, depois da Independência, ficou a residir em Luanda, até 1984. O senhor Ventura geria os Supermercados Angola e a Pastelaria Versailles, no Largo da Portugália, a filha do senhor Ventura a Helena casou com o Carlos Abreu ( Passarinho ), quando regressou a Portugal foi viver para Rio Maior onde a visitamos de quando em vez, e nos encontramos nos almoços do Bairro Popular nº2.
Na nossa casa nos anos 70 aquando da minha vinda para Portugal para estudar, alugámos a casa ao Sr. Correia e Dona Arminda (com os olhos muito azuis, cabelo claro, muito magra e normalmente vestida de preto) que tinham dois filhos, o Telmo e a Alice, ele era Sargento do Exercito Português, e presentemente estão a viver em Caldas da Rainha.
As famílias, minhas vizinhas na nossa rua, viviam praticamente a meio-caminho entre a Vala que ia para o Bairro Palanca e o Largo do Bairro. Caminhando ao longo da nossa rua, quem descia à esquerda, tínhamos a Escola Primária nº 176, o Cinema Cine São João, a Igreja de Santa Ana, a Capela de Santa Ana, mais tarde foi construído uma camarata para as irmãs Vicentinas e finalmente até ao fim da rua o Preventório Infantil de Luanda.
Também me recordo muito bem de ir à rua da Gabela para comprar o pão. Na Padaria ao lado, primeiro da Peixaria , mais tarde da Sapataria do Surdo.
Lembro-me da vala, quem ia para o Bairro Palanca, e de vários materiais de construção novos ao fundo da rua - enormes manilhas gigantes de cimento que foram mais tarde colocadas no saneamento básico nas ruas do Bairro, e todas as ruas do Bairro alcatroadas.
As lembranças são mais que muitas, algumas já pouco esclarecedoras, mas lembro-me muito bem que me juntava com os meus familiares e outros jovens da vizinhança , depois da escola, e todos juntos andavámos de bicicleta ao longo da rua até ao entardecer. Subíamos às arvores de frutos tropicais, carambolas, goiabas e mangas, e era só colher e comer. E mesmo sem lavar sabiam bem. Mais tarde era a concentração, em frente à minha casa, dos amigos e das motas, e ali ficávamos a conversar.
Quando cheguei a Portugal fiquei a viver em Lisboa, onde ainda me encontro a residir, e meus irmãos , um está na Alemanha, os outros dois no Brasil.
Nessa habitação onde vivia na rua de Serpa no Bairro Popular nº2 em Luanda, durante muitos anos, as famílias mais próximas eram o Sr. Teixeira e a Dona Emília com os filhos António, Joaquim, Emília e Francisco, e os netos, a Mila, e o Zeca da parte de cima, e na parte de baixo o Sr, Acácio e a dona Conceição, e os seus três filhos Virinha, Dininha e Cacito, da parte de trás da minha casa, na Rua da Gabela, vivia o Casal Mário Mota e a esposa Dona Irene, com os filhos a Bela Mota e o Quim Mota.
Na Rua da Gabela residia a Família Ventura, que durante alguns anos, depois da Independência, ficou a residir em Luanda, até 1984. O senhor Ventura geria os Supermercados Angola e a Pastelaria Versailles, no Largo da Portugália, a filha do senhor Ventura a Helena casou com o Carlos Abreu ( Passarinho ), quando regressou a Portugal foi viver para Rio Maior onde a visitamos de quando em vez, e nos encontramos nos almoços do Bairro Popular nº2.
Na nossa casa nos anos 70 aquando da minha vinda para Portugal para estudar, alugámos a casa ao Sr. Correia e Dona Arminda (com os olhos muito azuis, cabelo claro, muito magra e normalmente vestida de preto) que tinham dois filhos, o Telmo e a Alice, ele era Sargento do Exercito Português, e presentemente estão a viver em Caldas da Rainha.
Ao fundo do quintal, meu pai transformou a garagem numa pequena Carpintaria porque era um entendido em Carpintaria / Marcenaria. Lembro-me de meu pai fazer as grades de madeira para transporte de Cervejas, para a Fábrica da Cuca, e fazia outros trabalhos em Madeira. Um dia eu ao ligar a serra elétrica, levei um choque, que fui projetado contra a parede.
No nosso quintal convivíamos em festas que se organizavam para a juventude, fechava-se os muros com loandos e fazíamos as festas e várias celebrações, (Natal, Fim-de-Ano, Carnaval, Pascoa, etc.). Também íamos muitas vezes para casa do Zé Avelino assistir a sessões de cinema grátis que o irmão mais velho o Ferdinando, projetava, à noite , no topo da habitação, no enorme terraço, (diretamente numa parede branca, e por vezes num ecrã feito em pano branco e montado no cimo do terraço) aonde muitos jovens de toda a vizinhança iam muito entusiasmados, por vezes carregando as suas próprias cadeirinhas de praia, outras vezes sentando-se em mantas no terraço para ver os filmes em “8 & Super-8”, desde os cómicos do “bucha & do estica”, os “mudos do chaplin” até’ vários filmes de cowboys.
Essas noitadas de cinema grátis, que o irmão do Zé Avelino adorava projetar, eram sempre um ótimo convívio e espetáculo para toda a criançada e jovens da vizinhança (talvez por isso a nossa família de 4 jovens ficou a conhecer vários vizinhos das mesmas idades).
Na parte de trás da nossa casa meu pai fez uns anexos, onde mais tarde vivíamos nós, alugando a casa a várias pessoas, entre muitas delas o Passarinho, o Baltazar, o Miguel, o Paquito, o Reis, o Guerra, o Artur, o Amilcar e outras pessoas que não me lembro dos nomes, da maioria dessas pessoas ainda hoje temos os seus contactos e nos vemos para recordar a vida dos anos 70.
Lembrar que o Reis, o Guerra e o Amilcar eram militares na época.
Outra família militar, a viver na casa ao lado da Betty, de um lado , e da dona Florinda do outro, era a família Mendes, penso que eram originários da região de Trás os Montes. O Sr. Mendes, que era sargento do Exercito Português, era baixo, magro e tinha cabelo e bigode escuro, usava “billcream” no cabelo pois sempre tinha aspeto molhado. Apesar de me recordar muito bem das feições da esposa, recordo do nome dela, pois era um nome pouco usado, Ermelinda. O Sargento Mendes recordo-me que era muito severo com a filha. A filha, que tinha nascido entre 1958-60, que se chamava Paula (e nós a chamavámos de ‘Paulinha’, era alourada, cabelo curto ondulado, e usava já óculos). Recordo-me que o pai, o Sargento Mendes, era mesmo ríspido, e ela tinha um certo medo do próprio pai. Eu já não me recordo se a Paulinha frequentou o Liceu Feminino (D. Guiomar de Lencastre) ou a Escola Comercial Vicente Ferreira. Às vezes a Paulinha apanhava boleia connosco ou com outros vizinhos para ir para as aulas. Mais tarde esta família Mendes mudou de habitação para o Bairro da Vila Alice aquando das confusões, no ano de 1975.
Existiam também outras famílias na nossa rua do Bairro Popular nº2 , das quais me recordo muito bem, Sr. Vicente e Dona Lurdes que tinham duas filhas a Celina e a Arlete ( Chú ), o Dativo e seus pais, a família Barbara, a Família Sabino, seus filhos a Betty e o Litó, a Família do Jorge, que os pais tinham uma fazenda no Quibaxe, o Manuel João, que morava na última casa da Rua, o Juca e a Irmã que faleceu num acidente de avioneta.
A família Azevedo que tinham três filhos e era originária da região do Porto, presentemente mora na Maia, a mãe lavava roupa para os militares , o Armando casou com a filha do Zé do Talho - a Ana Maria, o Henrique que casou já em Lisboa com a Gina, e a Cândida que é muito minha amiga, está reformada e vive também na Maia.
Outra família de que me recordo , que estava a viver na casa ao lado da família Vicente, era o Sr. Domingos e a Dona Florinda, era uma família que tinha dois filhos, o mais velho o Manelito e a mais nova era a Linô penso que nascidos nos anos 61-62). O senhor Domingos trabalhava no Banco Comercial de Angola e mais tarde colocou o meu irmão Victor como funcionário do Banco.
Em Portugal esta família , vinda de Angola, foi viver para Oliveira do Bairro.
Na casa a seguir ao Sr. Acácio vivia o João rapaz da nossa idade, bom de bola, mas o pai que era Enfermeiro no Hospital de São Paulo era muito mau para ele, não gostava que ele andasse connosco devido a cor da pele, dizia que um dia os branco seriam corridos de Angola.
Na Rua de Moura vivia a família do Carlos Alberto, o Pai era taxista, e a esposa muito simpática, sempre com boa aparência, morena e sorridente. O Carlos Alberto tinha um irmão mais novo que não me recordo do nome. Belos trumunos no largo entre a rua da Gabela e a rua de Moura, também moravam ai na rua de Moura o José Manuel Pinto Ferreira e o Carlos Malta. Sei que o Carlos Alberto foi viver para o Brasil mais propriamente Rio de Janeiro.
Ao lado da casa do Carlos Alberto vivia a Família Mateus - o Sr. Mateus era um senhor muito devoto à igreja, e frequentava a igreja de Santa Ana sempre, ele e a Esposa. Tinham 4 filhos, três meninas e um rapaz , a mais velha era a Lili, depois a São, o Fernando e mais tarde uma menina muito bonita, chamada Maria José ( Zeza ).
Espero que ao fazer toda estas descrições com alguns detalhes das memórias que ainda permanecem na minha mente, ao fim de quase quatro décadas da minha partida de Luanda - Angola, e detalhes das pessoas de que ainda me lembro na nossa rua , onde vivi pelo menos 15 anos (até á minha partida de Angola em Junho de 1975 ), assim talvez também outros ex-residentes da mesma rua, do mesmo bairro e da mesma cidade de Luanda em Angola, possam reconhecer ou refrescar as suas próprias memorias do local e dos seus ex-residentes.
E estes detalhes de que ainda me lembro bem , ficarão escritos e recordados para o futuro.
E se alguém tiver fotos antigas ou mesmo fotos recentes desta rua e deste bairro para repartir, então também serão , sem dúvida , muito apreciadas por mim.
Aproximadamente quatro décadas passaram, mas as minhas recordações da infância e adolescência, da Rua de Serpa do Bairro Popular nº2 antigamente chamado de Câncio Martins hoje de Neves Bendinha, de Luanda, e de Angola, ficaram para serem relembradas à distância do tempo e à distância geográfica desde Portugal!
ZÉ ANTUNES
1975
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