Entrei para o ciclo preparatório, na Escola João Crisóstomo, hoje Ngola Kanini..
no ano de 1967 até ao ano de 1969, a quando da sua inauguração e nessa altura comecei a reparar nos professores e a decorar os nomes deles.
Na Industrial Entrei para o primeiro ano do Curso de Aperfeiçoamento de Serralheiro, e integrei a turma 1º J Nº 527, no 2º ano fui para a turma 2º U Nº 218.
no ano de 1967 até ao ano de 1969, a quando da sua inauguração e nessa altura comecei a reparar nos professores e a decorar os nomes deles.
Na Industrial Entrei para o primeiro ano do Curso de Aperfeiçoamento de Serralheiro, e integrei a turma 1º J Nº 527, no 2º ano fui para a turma 2º U Nº 218.
No meu tempo já tinha gradeamento a toda a volta.
Andei na Industrial desde 1969 a 1973 concluindo o curso de Serralheiro, depois transitei para a noite uma vez que comecei a trabalhar indo para o 1º ano de secção preparatória. Do Bairro Popular, onde morava, até à Escola ainda era uma caminhada e que tínhamos na altura 12/13 anos, ia com o Guimas, Zé Pinguiço e outros a pé, para poupar o dinheiro do maximbombo e a pensar nas Coca – Colas.
Mas no ano lectivo de 1973/74 estava a estudar a noite o 1º ano da Secção Preparatória, esse ano escolar não chegou ao fim. A «invasão» pelos alunos apanhou-nos em plena aula de Tecnologia. Enquanto a professora Lígia ficava branca de medo, nós espreitávamos pelas janelas. Quando voltámos a olhar para a secretária, ela havia «bazado», deixando-nos ali, uma turma de rapazes com 17 / 18 anos, sózinhos.
Um dia ouvi uma história do Muralha e pu-la em prática.
Uma bela tarde, numa daquelas famosas aulas de "Oficinas", entrada às 13.30h, saída às 17.30h, (só 4 horas de aula), com o Mestre Dias, vulgo "Escaporro" e o Mestre João Diogo Paixão, vulgo "Suta" e sendo chefe de turma este vosso amigo, os mestres tiveram que se ausentar da sala deixando a mesma à minha responsabilidade (maior erro).
Como não era grande aficionado por estas aulas, entendi por bem desafiar a "escumalha" para um "rodeo" à boa maneira do velho oeste. Para servir de montada nada melhor do que o maior limador existente na sala. O esquema implementado era simples, dava-se o maior curso ao cabeçote da máquina, o primeiro cavaleiro sentava-se em cima do mesmo, agarrava-se à porca que fixa o curso do cabeçote, ligava-se a máquina na primeira velocidade e tentava-se manter em cima da máquina até ser engrenada a 5ª velocidade.
Escusado será dizer que foram várias as tentativas, maioria delas frustadas pois não se conseguiam aguentar em cima da montada.
Claro que tinha que chegar a vez do mentor do invento, e quando eu passeava a minha categoria de cavaleiro, eis que vejo a malta a pirar-se toda para os lugares, ficando eu sozinho em cima da máquina sem a poder desligar.
Da porta de entrada ouvi a voz severa do Mestre Dias que disse: Cavaleiro apeia-te!!!!
Prontamente um colega se prestou a desligar a máquina para que eu descesse.
Em seguida levei uma valente "Cachaporrada", uma falta disciplinar e um convite para me deslocar ao gabinete do famoso Beirão...João Carlos Raposo Beirão, Dignissimo Director da Escola Industrial Oliveira Salazar.
Como podem verificar, já naquele tempo a vida era difícil.
Os jovens de hoje já não estão para andar tanto. Ia pela Estrada de Catete, podia ser que algum vizinho nos desse uma boleia e íamos sempre na reinação até à Escola. Quando não havia aulas, ia-se jogar aos “matraquilhos” na loja do Sr. Inácio que ficava por detrás da Escola ou jogava-se à bola nos campos que já lá havia, ou íamos a Praia de Alvalade ( como dizia o mestre Paixão das oficinas ) que era a Piscina
O Director Beirão era terrível, quando alguém se portava mal era certo e sabido que lá levávamos uma suspensão e um bofetão. Claro que o nosso Professor de "Desenho “Sr. CRUZ” mais conhecido pelo três pelos, era uma vítima das nossas patifarias, mas curiosamente tive sempre boas notas a essa disciplina. Eu, como tantos outros, tivemos o “raspanete” do Director e dois dias de suspensão por algo que o Celestino ( Tino da Cola) e o Camilo fizeram, não me lembro o que foi, mas penso que meteram pioneses na cadeira, coitado do professor quando se sentou!
Sempre gostei de desenhar. Não tinha, nem tenho, muito jeito para o desenho imaginário, o desenho livre. Excepto quando fui desenhador na Empresa Represental – Empreendimentos Turisticos e Imobiliários, onde tinha como função o desenho técnico de arquitectura e especialidades. Saí-me sempre bem dessa função e tenho muito orgulho pelo que fiz nessa empresa que me ficou no coração. Mais tarde na Refer foi o desenho de estruturas metálicas, obras de arte ( Pontes ) assistido por computador ( ACAD )
Na escola tinha sempre que ver algo onde pudesse basear-me para desenhar. Na Escola João Crisóstomo tinha muitos bons desenhos no ciclo preparatório com o professor Carlitos, mas, como os mesmos ficavam guardados em armários, no fim do ano lectivo os alunos abriram-nos e eram só folhas de desenho pelo ar. Aos meus nunca mais os vi.
Na Escola Industrial era mais desenho Metalo-Mecânica, o desenho de Maquinas, professores Cruz e Vagueiro, e foram esses desenhos que me abriram a porta para a empresa referida. No entanto, durante anos lá fui desenhando o que os miúdos costumam desenhar; o «Patinhas», «Pato Donald», «Garra de Aço» (livro muito em voga na altura), o “Mandrake”, e tantos outros. São desenhos do tempo dos meus doces anos da inocência.
No 1º ano de secção preparatória matriculei-me como trabalhador/estudante. Trabalhava na “Represental” na Rua Conselheiro Júlio de Vilhena, perto do Largo Serpa Pinto , ia para a Escola, na altura tinha já uma Honda SS50z.
Daquelas janelas vi a conclusão do “Cinema Império hoje (Atlântico), e via um pouco dos filmes que lá corriam já que era um Cinema com umas aberturas laterais e sem que alguém visse entrava-mos por ali.
Foto do cinema Império hoje Atlântico
Fiz na Escola o curso. Depois transitei para a Secção Preparatória para poder seguir para o Instituto Industrial que era nos barracões todos feitos de madeira. Não acabei pois entretanto já estava a trabalhar e deu-se o 25 de Abril.
De tudo isso, a última imagem que retive foi a do professor João Freitas e da Fátima Fernandes a segurarem os portões. Depois... não me lembro de mais nada. Começaram os confrontos em Luanda e a Escola transformou-se em acampamento de desalojados e feridos que vinham dos bairros.
Enquanto alguns colegas partiam de Angola com as suas famílias, os que ficavam iam ajudando no que fosse preciso. Lá íamos todos os dias, apesar dos tiros.
Eu tinha 18 anos, já trabalhava na Represental e eram mais as vezes que ia ao cinema Império ( hoje Atlântico ) do que às aulas. Tendo mesmo no ano de 1974/1975 desistido de estudar devido ao movimento que se gerou sobre os partidos políticos de Angola e pela sua independência.
Hoje passados estes anos todos a Escola virou Instituto e no largo em frente, onde paravam os carros dos papás e as motos dos “ avilos ” à hora da saída, kitandeiras vendem mangas, abacaxi, abacates, mikates e chinelas havaianas em grandes bacias; vendedores ambulantes apregoam cigarros, roupa interior, acessórios para carros, sofás, fatos de banho, espelhos, cassetes de filmes pornográficos e ferragens; os ardinas também passam para vender os jornais (mais caros que o preço neles impresso) e a revista Caras edição Angola, onde um jet set de novos ricos não se envergonha de afrontar, em poses estereotipadas e sorrisos idiotas, os que pouco ou nada possuem.
Escola Indústrial nos anos 1970.
Mas no ano lectivo de 1973/74 estava a estudar a noite o 1º ano da Secção Preparatória, esse ano escolar não chegou ao fim. A «invasão» pelos alunos apanhou-nos em plena aula de Tecnologia. Enquanto a professora Lígia ficava branca de medo, nós espreitávamos pelas janelas. Quando voltámos a olhar para a secretária, ela havia «bazado», deixando-nos ali, uma turma de rapazes com 17 / 18 anos, sózinhos.
Um dia ouvi uma história do Muralha e pu-la em prática.
Uma bela tarde, numa daquelas famosas aulas de "Oficinas", entrada às 13.30h, saída às 17.30h, (só 4 horas de aula), com o Mestre Dias, vulgo "Escaporro" e o Mestre João Diogo Paixão, vulgo "Suta" e sendo chefe de turma este vosso amigo, os mestres tiveram que se ausentar da sala deixando a mesma à minha responsabilidade (maior erro).
Como não era grande aficionado por estas aulas, entendi por bem desafiar a "escumalha" para um "rodeo" à boa maneira do velho oeste. Para servir de montada nada melhor do que o maior limador existente na sala. O esquema implementado era simples, dava-se o maior curso ao cabeçote da máquina, o primeiro cavaleiro sentava-se em cima do mesmo, agarrava-se à porca que fixa o curso do cabeçote, ligava-se a máquina na primeira velocidade e tentava-se manter em cima da máquina até ser engrenada a 5ª velocidade.
Escusado será dizer que foram várias as tentativas, maioria delas frustadas pois não se conseguiam aguentar em cima da montada.
Claro que tinha que chegar a vez do mentor do invento, e quando eu passeava a minha categoria de cavaleiro, eis que vejo a malta a pirar-se toda para os lugares, ficando eu sozinho em cima da máquina sem a poder desligar.
Da porta de entrada ouvi a voz severa do Mestre Dias que disse: Cavaleiro apeia-te!!!!
Prontamente um colega se prestou a desligar a máquina para que eu descesse.
Em seguida levei uma valente "Cachaporrada", uma falta disciplinar e um convite para me deslocar ao gabinete do famoso Beirão...João Carlos Raposo Beirão, Dignissimo Director da Escola Industrial Oliveira Salazar.
Como podem verificar, já naquele tempo a vida era difícil.
Os jovens de hoje já não estão para andar tanto. Ia pela Estrada de Catete, podia ser que algum vizinho nos desse uma boleia e íamos sempre na reinação até à Escola. Quando não havia aulas, ia-se jogar aos “matraquilhos” na loja do Sr. Inácio que ficava por detrás da Escola ou jogava-se à bola nos campos que já lá havia, ou íamos a Praia de Alvalade ( como dizia o mestre Paixão das oficinas ) que era a Piscina
O Director Beirão era terrível, quando alguém se portava mal era certo e sabido que lá levávamos uma suspensão e um bofetão. Claro que o nosso Professor de "Desenho “Sr. CRUZ” mais conhecido pelo três pelos, era uma vítima das nossas patifarias, mas curiosamente tive sempre boas notas a essa disciplina. Eu, como tantos outros, tivemos o “raspanete” do Director e dois dias de suspensão por algo que o Celestino ( Tino da Cola) e o Camilo fizeram, não me lembro o que foi, mas penso que meteram pioneses na cadeira, coitado do professor quando se sentou!
Sempre gostei de desenhar. Não tinha, nem tenho, muito jeito para o desenho imaginário, o desenho livre. Excepto quando fui desenhador na Empresa Represental – Empreendimentos Turisticos e Imobiliários, onde tinha como função o desenho técnico de arquitectura e especialidades. Saí-me sempre bem dessa função e tenho muito orgulho pelo que fiz nessa empresa que me ficou no coração. Mais tarde na Refer foi o desenho de estruturas metálicas, obras de arte ( Pontes ) assistido por computador ( ACAD )
Na escola tinha sempre que ver algo onde pudesse basear-me para desenhar. Na Escola João Crisóstomo tinha muitos bons desenhos no ciclo preparatório com o professor Carlitos, mas, como os mesmos ficavam guardados em armários, no fim do ano lectivo os alunos abriram-nos e eram só folhas de desenho pelo ar. Aos meus nunca mais os vi.
Na Escola Industrial era mais desenho Metalo-Mecânica, o desenho de Maquinas, professores Cruz e Vagueiro, e foram esses desenhos que me abriram a porta para a empresa referida. No entanto, durante anos lá fui desenhando o que os miúdos costumam desenhar; o «Patinhas», «Pato Donald», «Garra de Aço» (livro muito em voga na altura), o “Mandrake”, e tantos outros. São desenhos do tempo dos meus doces anos da inocência.
No 1º ano de secção preparatória matriculei-me como trabalhador/estudante. Trabalhava na “Represental” na Rua Conselheiro Júlio de Vilhena, perto do Largo Serpa Pinto , ia para a Escola, na altura tinha já uma Honda SS50z.
Daquelas janelas vi a conclusão do “Cinema Império hoje (Atlântico), e via um pouco dos filmes que lá corriam já que era um Cinema com umas aberturas laterais e sem que alguém visse entrava-mos por ali.
Foto do cinema Império hoje Atlântico
Fiz na Escola o curso. Depois transitei para a Secção Preparatória para poder seguir para o Instituto Industrial que era nos barracões todos feitos de madeira. Não acabei pois entretanto já estava a trabalhar e deu-se o 25 de Abril.
De tudo isso, a última imagem que retive foi a do professor João Freitas e da Fátima Fernandes a segurarem os portões. Depois... não me lembro de mais nada. Começaram os confrontos em Luanda e a Escola transformou-se em acampamento de desalojados e feridos que vinham dos bairros.
Enquanto alguns colegas partiam de Angola com as suas famílias, os que ficavam iam ajudando no que fosse preciso. Lá íamos todos os dias, apesar dos tiros.
Eu tinha 18 anos, já trabalhava na Represental e eram mais as vezes que ia ao cinema Império ( hoje Atlântico ) do que às aulas. Tendo mesmo no ano de 1974/1975 desistido de estudar devido ao movimento que se gerou sobre os partidos políticos de Angola e pela sua independência.
Hoje passados estes anos todos a Escola virou Instituto e no largo em frente, onde paravam os carros dos papás e as motos dos “ avilos ” à hora da saída, kitandeiras vendem mangas, abacaxi, abacates, mikates e chinelas havaianas em grandes bacias; vendedores ambulantes apregoam cigarros, roupa interior, acessórios para carros, sofás, fatos de banho, espelhos, cassetes de filmes pornográficos e ferragens; os ardinas também passam para vender os jornais (mais caros que o preço neles impresso) e a revista Caras edição Angola, onde um jet set de novos ricos não se envergonha de afrontar, em poses estereotipadas e sorrisos idiotas, os que pouco ou nada possuem.
Escola Indústrial nos anos 1970.
Na João Crisóstomo
1º Ano Turma A – 518
Professores
MATEMÁTICA – Saratoga
PORTUGUÊS - Maria Jesus Costa ( Fui selecionado para recitar poesia numa festa realizada no Ginásio )
DESENHO - rof. Carlitos ( jogador do Sporting de Luanda )
Trabalhos Manuais - Mestre Braga
Canto Coral - Prof. Leitão
2º ANO Turma U - 216
Professores
MATEMÁTICA - Gabriela ( por ser muito alta ) eu sou da famosa turma que teve um dia de suspensão por a senhora ter caído da cadeira ( alguém mexeu na cadeira que era rotativa )
DESENHO - Professor Carlitos
Lembro-me do aluno que morreu com a mina junto aos Maristas era o Ernesto nessa altura começamos a ter aulas de granadas minas e outros acessórios balísticos
lembro-me da professora Sandi Show, não me lembro que disciplina me deu no 2º ano. Também jogava a bola e pertencia à grande equipa de futebol de 11
Amilcar ( G.R.) Rodrigues ( Barrabas ) defesa Carvalho ( Médio) Zé Antunes ( Russo ) Médio Gomes ( Avançado ) Camilo ( Avançado ) pouco mais me lembro, no meu tempo de 1967 a 1969 as turmas não eram mistas.
Lembro-me de um professor já em 1971 que veio de Torres Vedras para dar aulas de Trabalhos Manuais.
Lembro-me também do 1º de Dezembro (se não me engano) nos festivais de ginástica no Estádio dos Coqueiros, o desfile das escolas participantes.
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