Um piquenique é uma atividade de entretenimento que consiste na realização de uma refeição ao ar livre, como um lanche ou almoço.
Geralmente os lugares escolhidos são campos, praias, florestas e relvados, para usufruir do contacto com a natureza e a vida selvagem, o sentido moderno da palavra: passeios ao ar livre, nos quais as pessoas levam alimentos para serem desfrutados por todos, é costume fazerem-se piqueniques durante a época festival, nas e junto das praias. Sendo o domingo um dia tradicionalmente de descanso, é normal verem-se várias famílias nos imensos parques de merendas.
Este será um piquenique em família descontraído, com música, com alimentos, bebidas, Então, podemos sentar e desfrutar de um dia relaxante e famíliar.
Aos Domingos logo pela manhã a estrada da Corimba ficava congestionada de trânsito, pois era hábito as familias, sairem nessa direcção para fazerem os PIC-NIC de Domingo, ou só para irem em direcção as praias da Corimba, Quinta Rosa Linda ou para o Morro dos Veados ou ainda para o Futungo de Bela. Muitas vezes também frequentavamos “ a praia da Floresta “ na Ilha de Luanda, ai havia mesmo banquinhos e mesas de madeira onde as familias colocavam as suas imbambas.
Aos Sábados minha mãe dava inicio à preparação do vasto farnel, composto por tudo aquilo que se pode levar para um Pic-Nic. Já nós tínhamos carregado o congelador com cuvetes e pequenos recipientes com água para termos bastante gelo para as bebidas. É que o único sitio que sabíamos onde obter gelo moído ficava fora de mão, para os lados do Estádio dos Coqueiros, na fábrica da Mission e da Coca-Cola, e este procedimento de “fazer” gelo em casa era normal, como bem o sabem e ficava mais barato, a minha mãe, era ajudada pela caçula da família a Mélita.
Domingo de manhã era só cozer o arroz e acrescentar o frango guisado na véspera, o tacho bem embrulhado em papel de jornal para se manter quentinho até a hora da degustação, e ai lá íamos até ao sitio combinado com outras pessoas para se passar um bom Domingo na cavaqueira e gozando as delicias do sitio pois era um misto de mata de coqueiros, palmeiras e de praia, o que sempre dava para se descansar, debaixo daquelas magnificas sombras.
Escolhido o local ideal e numa sombra para montar a logística, mantas estendidas, mesas abertas, garrafões ainda com o “Giz Branco” chamado capacete branco (o capacete indicava que era vinho do bom, vinho da “metrópole”), alguma comida à vista, (Rissóis, Croquetes, Pão, Queijo e Fiambre) Gira-Discos portáteis e de rádios. Música era basicamente própria para o momento “ conjuntos típicos”. Também se ouvia música brasileira e alguma Angolana ( merengues e rebitas) estavamos ali já instalados, e prontos para passar o Domingo.
Estes pic-nic`s familiares serviam também para se conviver com outras familias, onde se partilhavam histórias e vivências. Depois de se comer qualquer coisa para matar o bicho era ir para a água pois a praia era convidativa e ai ficavamos até nos chamarem para almoçar.
Hora do almoço, cada um no seu canto com o arroz de frango quentinho saboreavamos tão bela iguaria e a mais a proximidade de campo e praia, o apetite até era outro, findo a degustação ficavamos ali na sombra os mais velhos a jogar ás cartas, os mais novos a ler, ou o tio Patinhas ou qualquer livro de quadradinhos. Os mais bébes ficavam a dormir uma repousada sesta até meio da tarde.
Seguiamos depois ai pelas 04 horas da tarde para os últimos banhos que duravam a tarde toda, e depois de carregar tudo na Carrinha regressávamos a casa pela noitinha, felizes por ter passado um domingo num pic nic maravilhoso.
Zé Antunes - net
1973
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