Estamos todos endividados de uma forma preocupante, famílias, empresas, Estado e País; a economia desacelera, ano após ano, provocando todo esse mal-estar, em cada um de nós. E o caso não é pra menos! É que por essas contas e “derrapagens” que se têm vindo a registar e pelo clima depressivo que se sente no país e na vida política, não se vê como sair deste abismo económico. Os maus comportamentos, “pressentidos” e nunca confirmados pela Justiça, de alguns políticos, gestores e outros, no que respeita a dinheiros, públicos e privados, permite pensar que o “saque” está instalado e que, sendo arriscado o assalto a bancos ou a bombas de gasolina, aos autores de crimes de “colarinho branco” nada acontece.
Por essas irregularidades e injustiças imputadas aos mais pobres, a Constitucionalista Drª. Isabel Moreira disse: “é incompreensível que o Governo insista em fazer uma correcção orçamental sempre sacrificando os mesmos”. Por outro lado, o distinto Constitucionalista, Prof. Dr. Jorge Miranda, declarou que “se trata de um imposto sobre os mais fracos, de uma medida inconstitucional (…) de uma violação dos princípios da proteção da confiança e da proporcionalidade (…), que há muito por onde cortar no Estado. O que é preciso é fazer um estudo objectivo sobre a tão falada reforma, para se perceber o que há a fazer. Seja em certas fundações ou mesmo instituições particulares de solidariedade pessoal, ou ainda na despesa com pessoal nos ministérios, há outras soluções, e a mim choca-me profundamente este tratamento desigual em relação a um grupo mais frágil". Por sua vez, a Presidente da direcção da Associação dos Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRE) Drª. Maria do Rosário Gama, alegou que “esta decisão tem vindo a provocar um sobressalto constante aos reformados, que vivem na angústia de não saber o que vai ser o dia seguinte”, adiantando que os “Aposentados, pensionistas e reformados vivem permanentemente preocupados, desde que o Governou tomou posse e decidiu afrontar deste modo os pensionistas”.
Efectivamente, “sem” a economia conveniente haverá ainda mais desemprego, maiores desigualdades, mais pobreza, mais insegurança. É que se estão a acumular “danos sociais” e desequilíbrios financeiros, que prenunciam o aparecimento de perigosas tensões a médio/longo prazo, sobre a sustentabilidade financeira do País. Perguntamos: estarão ameaçadas a qualidade da saúde, o nível das pensões e dos diversos subsídios, a extensão e a qualidade do ensino? Como vamos enfrentar o crescimento da pobreza? Mas…então, de que Governo precisa Portugal? E de que estratégia?
Cruz dos Santos
2014
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