Foi o Dr. Manuel Vinhas, grande industrial, e fundador da Companhia de Cervejas União de Angola, CUCA. Esse homem tinha uma grande visão no relacionamento das suas importantes empresas, com as populações. A Cuca e o Dr. Manuel Vinhas patrocinavam a realização do Torneio Popular de Futebol CUCA, com equipas dos vários Bairros da Cidade, que acorriam com muito entusiasmo. No final do Torneio, a CUCA oferecia um almoço a todos os atletas e Dirigentes das equipas participantes, onde havia muita confraternização. A cidade de Luanda tem uma dádiva de gratidão para com o Dr. Manuel Vinhas, pelo seu grande contributo pelo desenvolvimento industrial e social do país. Para além de fábricas de Cerveja em Luanda e no Huambo, tinha outras empresas, como a fábrica de Chapas de Zinco para cobertura de habitações e armazéns, Aviários para abastecimento de pintos aos outros aviários, etc., etc. Este benemérito merecia que o seu nome fosse dado a uma bela avenida na zona da Cuca.
Desde o ano de 1966 que estava no auge o Torneio organizado pela Companhia de Cervejas União de Angola ( CUCA ) Entre as várias equipas está o Perdidos da Bola Futebol Clube, que tinha sede no Bairro Popular e é nela que jogou o famoso Jacinto João que viria a notabilizar-se no Vitória de Setúbal.
Nos campos de distintos bairros de Luanda, a Académica Social Escola do Zangado, vencedora em 1968 do Torneio Popular Cuca, a mais importante competição extra - oficial do futebol angolano de então. Historia da Academica Social Escola do Zangado
Os 11 Perdidos da Bola, o seu maior adversário foi sempre o Escola do Zangado, de Joaquim Dinis, vulgo Man Dinas, Antoninho Parte os Cornos, Artur da Cunha, Lourenço Bento, Júlio Araújo, Firmino Dias, entre outras feras do futebol suburbano. Em 1966, durante a primeira edição do referido Torneio Cuca, em pleno campo da SIGA (Nocal), os 11 Perdidos da Bola Futebol Clube, com a sua principal estrela, Jacinto João, sucumbiu diante do Escola do Zangado, de Man Dinas, jogador que também se notabilizou no ASA e Sporting de Portugal. Porém, na época de 1972/1973, os 11 Perdidos da Bola Futebol Clube, com treinador principal Mestre Paixão da Escola Indústrial de Luanda, tal como um clarão de um relâmpago, iluminaram, se súbito, o cenário do futebol suburbano de Luanda e lançaram sobre os seus adeptos uma onda de incontornável euforia. Presença assídua no popular Torneio Cuca, o clube tinha sede no Bairro Popular e efetuava os seus jogos no campo da Fefa.
Ao princípio, ninguém reparou na equipa dos 11 Perdidos da Bola. As melhores formações eram as do Juba, Cazenga, Escola do Zangado e Benfica de Kalumbunzi. Com o decorrer do torneio, os 11 Perdidos da Bola, desmentindo o seu próprio nome, impôs o seu futebol, demolindo tudo o que lhe apareceu pela frente. A equipa cilindrou o seu eterno rival Escola do Zangado por 3-0, não havendo reticências na vitória. Pai II, mais tarde Tozé da TAAG, com o seu fabuloso pé esquerdo, “brincou” com os defesas do Escola, marcando dois soberbos golos. André Costa, uma pérola do futebol luandense e que também despontou no Atlético e Ferroviário, ambos de Luanda, confirmando as suas qualidades de goleador, marcou o outro tento da equipa, falhando, de seguida, um lance que poderia ter aumentado o score. Eu na altura torcia pelo Benfica de Kalumbunzi, mas depois que o mestre Paixão foi para Treinador, fiquei adepto dos 11 Perdidos da Bola, e a sede era ali no Bairro Popular. Bairro onde residia.
Em 1972 o “ Andorinhas” de Benguela, ganhou o torneio CUCA a nível de Benguela e foi disputar a final do célebre torneio Cuca, em Luanda, no campo do São Paulo contra as equipas do Benfica do Kalumbunzi, Escola do Zangado e Sporting do Calomanda do Huambo.
Recorda-se as goleadas sofridas nessa final, de 1972. O Andorinhas ganhou à Escola do Zangado por 5 - 4 através da marcação de penaltys pois o resultado final foi de 0 – 0, e na final, o Andorinhas levou uma surra do Kalumbunzi. O Andorinhas perdeu por 5-0.
Na altura existiam equipas de vários bairros de Luanda, com destaque para os 11 Perdidos da Bola , Benfica do Kalumbunze, Benfica do Kinzau, Juba, Académica do Ambrizete, os Palmas, Bravos do Prenda, Barreirense da Barra do Dande, Cazenga, Escola do Zangado, Bangú, eram das equipas mais fortes que disputavam entre si os lugares cimeiros do torneio Cuca na altura, o grande papão era o Cazenga.
O Cazenga apresentava bons jogadores que eram quase todos oriundos das tropas Portuguesas que prestavam serviço militar em Luanda.
Nessa época a revista de cultura e espetáculos "Noite e Dia", o jornal que noticiava todas as noticias sobre o Torneio Cuca, mas mais tarde o “Província de Angola” e o “Diário de Luanda” já divulgavam também noticias sobre o evento.
ZÉ ANTUNES
1972