CAROS AMIGOS(AS) DE PÊTO...
(Só para malta de angola)
Não gosto nada de ser maçador. Mas...quando me "apertam" as saudades de Luanda...apetece-me repartir convosco esta dôr dorida. É ser "amigo da onça", não é? De qualquer modo e com o devido respeito, aqui vai mais este texto sobre LUANDA, espero que "sofram" como eu!
Espero que me perdoem.
Ai…que eu não consigo resistir, a esses “uivos” doloridos, que a saudade vocifera, em tom soturno e melancólico…aos meus ouvidos. É uma “chatice”, esta coisa dum “gajo” estar aqui asilado, fora dos seus “becos”, dos seus bairros, dos seus Amigos de infância, separado inocentemente da Terra que quase o viu nascer. Isto não se faz! Vocês, nem calculam, nem fazem ideia, como esta “DÔR” é!
E aqui estou eu, armado em escritor, a descrever para o papel, com os olhos “encharcados” de lágrimas, pequenos “Lembretes” que a faculdade da memória me vai brindando, e que eu, com todo o carinho e ternura, vou partilhando com os meus “Amigos de Peito”. São inspirações mucequeiras, oriundas de um “gajo” que foi “rosqueiro”, qui “pelejou” com “Liambeiros”, “Kamanguistas” do “Bairro Zangado”, “Sambizanga” e "Bairro da Lixeira"! Que aprendeu a dar “Baçulas à Pescador”, e que sofreu grandes “galhetas” e “Kapangas”, mas que…lá se foi safando, conforme foi aprendendo.
A Vila Alice, Bairro Popular e o Marçal embelezando toda essas minhas memórias, onde tantas vezes passei a fazer a minha “Banga-Fukula”, por causa de uma “garina”, que me punha a cabeça de rastos, quando lhe suplicava que me desse só um “beijo”! Conversávamos só à toa, “batia-lhe o córo”, mas…nunca passou disso. Depois que lhe “avistei” abraçada, com um “mulato” feio “p’rá burros”, que fumava tabaco de “quimbundo”, nunca mais lhe procurei. Mas ainda me lembro dela. Daqueles beiços, parecia uma “casbeiçurra”...mas eram tão bonitos e tentadores (deveriam ter gosto de "Maboque")…com muita pena minha…Nunca lhe provei…”Filha d’caixa”! Qui si LIXE! ....Mi vinguei, juro por Deus!
Esta saudade, PORRA!...é um peso que esmaga o coração dum Angolano…se ele é puro! Se for daqueles (como eu), que querem voltar, que não conseguem mudar de costume. Árvore de anos não se pode arrancar, dobrar nem transplantar...senão morre!
Estou “arrasca” meus Irmãos! Estou a sofrer p’rá burras! Longe das pessoas queridas da minha Terra, dói “p’rá xuxu”! Verdadeiramente meu coração ainda “Batuca”, estremece, quando pensa nessas coisas. Só me apetece “Xinguilar”, quando me lembra da “Joana Maluca”, do “Karibebe”, do “Velho Inhana”, do “João Cambaio” , da Velha Donana (Quintadeira afamada), por causa dos seus doces de ginguba. Ai que saudades daquelas nossas brincadeiras: “Dá-me fogo! Vai ali”; “Brincando na Serra, enquanto o Lobo não vem. Quê que o Lobo está a fazer? Está a vestir as cuecas…”; da “Caçumbula”; da “Treza…Ninguem mi atreza, até findei”!; do Jornal “A Palavra” com Renato Ramos, o maior Jornalista Angolano, que denunciou o vinho “Banga Sumo”, que provocava diarreia à toa. Queriam-lhe “Vuzar”, foi o Banga Ninito, mais o “Xiquinho” (Irmão do Chico Xavier), que tinha sido “Mister Músculo” em França, qui tomáram conta dele. Do Zé da LAL, quase dois metros de altura; do Zé dos Bimbos (chaufer do maximbombo do Dande)...grande “p’rá caraças”! Com uma “chapada” matou um porco de 100 kilos, do seu vizinho; Do “Kingromias”, que morava perto da “Casa Branca” e que nos dava “Berrida” com "burgaus"; Da “Marabunta”; do Enfermeiro Louro, que curava os “escan……….” da “malta”; Do Endireita ali na Rua dos Pombeiros em frente aos Correios, Do Luís Montês, que dava aqueles espetáculos no Sindicato do Comércio e Indústria e no cinema “Restauração” (“Chá das Seis”); Do “Alemão”, que era Estofador, que tinha umas “Manápulas” qui metiam medo ao diabo; Da “Chifuta”; dos “Irmãos Bezerra”; Do Cerqueira (grande Guarda-redes do ASA); Do Caseiro (irmão do Cerqueira) que nunca quis trabalhar e que fazia parte daquele grupo que pertencia à firma: “SIVAL" (Sociedade Industrial de Vadios de Angola Limitada); dos Irmãos Madeirenses (Fernando e Oliveira); Do Wilson; do “Zé Águas, grande “Liambeiro”; Do Tó-Tó Rei da “Kamanga”; do Azevedo, dono do “Bar Mariazinha"; Da mãe do Adriano (lutador), que era peixeira e "insultava" os seus clientes...
"KUABO-KAXE"! Depois falo mais...!
Sei que nos deram “Berrida”, por julgarem que éramos “Colonialistas”! Mas vocês aceitam isso? Que gajos, como nós, criados na mesma Sanzala, sejam corridos assim...À TOA???? ISSO NÃO SE FAZ!!!!!
Ideia original de BANGA NINITO
Adpatado por ZÉ ANTUNES
2013
(Só para malta de angola)
Não gosto nada de ser maçador. Mas...quando me "apertam" as saudades de Luanda...apetece-me repartir convosco esta dôr dorida. É ser "amigo da onça", não é? De qualquer modo e com o devido respeito, aqui vai mais este texto sobre LUANDA, espero que "sofram" como eu!
Espero que me perdoem.
Ai…que eu não consigo resistir, a esses “uivos” doloridos, que a saudade vocifera, em tom soturno e melancólico…aos meus ouvidos. É uma “chatice”, esta coisa dum “gajo” estar aqui asilado, fora dos seus “becos”, dos seus bairros, dos seus Amigos de infância, separado inocentemente da Terra que quase o viu nascer. Isto não se faz! Vocês, nem calculam, nem fazem ideia, como esta “DÔR” é!
E aqui estou eu, armado em escritor, a descrever para o papel, com os olhos “encharcados” de lágrimas, pequenos “Lembretes” que a faculdade da memória me vai brindando, e que eu, com todo o carinho e ternura, vou partilhando com os meus “Amigos de Peito”. São inspirações mucequeiras, oriundas de um “gajo” que foi “rosqueiro”, qui “pelejou” com “Liambeiros”, “Kamanguistas” do “Bairro Zangado”, “Sambizanga” e "Bairro da Lixeira"! Que aprendeu a dar “Baçulas à Pescador”, e que sofreu grandes “galhetas” e “Kapangas”, mas que…lá se foi safando, conforme foi aprendendo.
A Vila Alice, Bairro Popular e o Marçal embelezando toda essas minhas memórias, onde tantas vezes passei a fazer a minha “Banga-Fukula”, por causa de uma “garina”, que me punha a cabeça de rastos, quando lhe suplicava que me desse só um “beijo”! Conversávamos só à toa, “batia-lhe o córo”, mas…nunca passou disso. Depois que lhe “avistei” abraçada, com um “mulato” feio “p’rá burros”, que fumava tabaco de “quimbundo”, nunca mais lhe procurei. Mas ainda me lembro dela. Daqueles beiços, parecia uma “casbeiçurra”...mas eram tão bonitos e tentadores (deveriam ter gosto de "Maboque")…com muita pena minha…Nunca lhe provei…”Filha d’caixa”! Qui si LIXE! ....Mi vinguei, juro por Deus!
Esta saudade, PORRA!...é um peso que esmaga o coração dum Angolano…se ele é puro! Se for daqueles (como eu), que querem voltar, que não conseguem mudar de costume. Árvore de anos não se pode arrancar, dobrar nem transplantar...senão morre!
Estou “arrasca” meus Irmãos! Estou a sofrer p’rá burras! Longe das pessoas queridas da minha Terra, dói “p’rá xuxu”! Verdadeiramente meu coração ainda “Batuca”, estremece, quando pensa nessas coisas. Só me apetece “Xinguilar”, quando me lembra da “Joana Maluca”, do “Karibebe”, do “Velho Inhana”, do “João Cambaio” , da Velha Donana (Quintadeira afamada), por causa dos seus doces de ginguba. Ai que saudades daquelas nossas brincadeiras: “Dá-me fogo! Vai ali”; “Brincando na Serra, enquanto o Lobo não vem. Quê que o Lobo está a fazer? Está a vestir as cuecas…”; da “Caçumbula”; da “Treza…Ninguem mi atreza, até findei”!; do Jornal “A Palavra” com Renato Ramos, o maior Jornalista Angolano, que denunciou o vinho “Banga Sumo”, que provocava diarreia à toa. Queriam-lhe “Vuzar”, foi o Banga Ninito, mais o “Xiquinho” (Irmão do Chico Xavier), que tinha sido “Mister Músculo” em França, qui tomáram conta dele. Do Zé da LAL, quase dois metros de altura; do Zé dos Bimbos (chaufer do maximbombo do Dande)...grande “p’rá caraças”! Com uma “chapada” matou um porco de 100 kilos, do seu vizinho; Do “Kingromias”, que morava perto da “Casa Branca” e que nos dava “Berrida” com "burgaus"; Da “Marabunta”; do Enfermeiro Louro, que curava os “escan……….” da “malta”; Do Endireita ali na Rua dos Pombeiros em frente aos Correios, Do Luís Montês, que dava aqueles espetáculos no Sindicato do Comércio e Indústria e no cinema “Restauração” (“Chá das Seis”); Do “Alemão”, que era Estofador, que tinha umas “Manápulas” qui metiam medo ao diabo; Da “Chifuta”; dos “Irmãos Bezerra”; Do Cerqueira (grande Guarda-redes do ASA); Do Caseiro (irmão do Cerqueira) que nunca quis trabalhar e que fazia parte daquele grupo que pertencia à firma: “SIVAL" (Sociedade Industrial de Vadios de Angola Limitada); dos Irmãos Madeirenses (Fernando e Oliveira); Do Wilson; do “Zé Águas, grande “Liambeiro”; Do Tó-Tó Rei da “Kamanga”; do Azevedo, dono do “Bar Mariazinha"; Da mãe do Adriano (lutador), que era peixeira e "insultava" os seus clientes...
"KUABO-KAXE"! Depois falo mais...!
Sei que nos deram “Berrida”, por julgarem que éramos “Colonialistas”! Mas vocês aceitam isso? Que gajos, como nós, criados na mesma Sanzala, sejam corridos assim...À TOA???? ISSO NÃO SE FAZ!!!!!
Ideia original de BANGA NINITO
Adpatado por ZÉ ANTUNES
2013
Obrigado por esta "viagem", por lugares, vocabulário e "figuras".
ResponderEliminarAmigo Fernando este escrito é de um São Paulista de Luanda bem conhecido O BANGA NINITO
ResponderEliminarUm grande Kandandu