Sente-se no ar a desconfiança, o medo e a retração, de um povo que percebe que a corrupção minou toda a Nação. O “polvo da corrupção” alastrou e alastra, provavelmente, os seus tentáculos por todo o País. Consulte-se o dicionário da Academia das Ciências, sobre corrupção: “ação ou resultado de corromper ou de se corromper (…); degradação, deterioração dos valores morais (…) Suborno.” A corrupção, está presente em todo o lado onde existem pessoas, onde há alguma coisa a lucrar, a ganhar ou a perder. É sabido que a corrupção, nas formas que atinge atualmente o mundo, está associada ao funcionamento da economia globalizada. Só que não é por a corrupção ser velha como o mundo, se ter adaptado às mutações sociais e económicas e assumir formas cada vez mais sofisticadas que se pode desistir de a combater. Tanto mais que a sociedade democrática e o Estado de Direito, como os entendemos hoje, pugnam pela transparência, pela clareza de processos. Por isso, o poder democrático deve apostar em acabar com negócios duvidosos e, combater com seriedade – de uma vez por todas - a corrupção, lícita ou ilícita, que tem vindo a corroer a democracia.
O Dr. Paulo Morais, afirmou há dias e passo a citar: “que o Parlamento é uma grande central de negócios. Todos os deputados, que tem poder e domínio na política e economia estão no parlamento a fazer negócios”. Disse ainda que: “as comissões parlamentares que deveriam defender os interesses dos portugueses defendem os seus negócios próprios”.
Como é do conhecimento público, em matéria de corrupção nem as melhores leis são suficientes. Há todo um “modus operandi” do sistema que era precisa rever. E era importante também que se refizesse, de forma séria, o sistema de concursos públicos. Para que este atoleiro da corrupção: “tráfico de influências” e do compadrio (nepotismo), possa, enfim, ser atacado e comece a ser destruído de uma vez por todas. O que é grave na corrupção em Portugal, não é tanto o Polícia ou o Funcionário que se deixam “subornar” para perdoar uma multa ou aceitar uns documentos fora do prazo. A corrupção a sério envolve milhões, muitas vezes negócios internacionais e empresas multinacionais, e passa pelas altas esferas das elites económicas e políticas, onde tudo se decide. Portanto, para afrontar este tipo de corrupção, é preciso ter coragem. E será que alguém tem coragem de mudar a forma como se fazem os chamados “concursos públicos”, como se formam “comissões de avaliações” e se preparam os requisitos para os cadernos de encargos ideais, justamente para encaixar na proposta do concorrente previamente escolhido? Já agora, será que este Governo, vai ter a sensatez e coragem de dar meios reais, força e “Livre Trânsito, bem como verbas suficientes, para que a distinta Polícia Judiciária, possa de facto investigar a corrupção, sob a direção da célebre Procuradora-Geral Adjunta Drª. Maria José Morgado, ex-Responsável pela Direção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira?
Cruz dos Santos
( Banga Ninito )
2013
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