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17/01/2013

MEU DEUS…TIRAM-LHES TUDO!



Os estados não conseguem, mesmo dentro de portas, sustentar essa defesa intransigente dos direitos do ser humano. As constituições sublinham forte e feio a necessidade de a democracia se organizar a partir desta essencial proteção, defesa e desenvolvimento do ser humano. Mas a verdade é que, cada vez menos, isto é uma realidade dentro de portas. O que é importante é…só e só, que o Estado controle o défice e, se possível, que dê lucro, não à custa da colaboração de todos mas de uma…agressiva diferenciação entre “Teres” e “Seres”. Porém, a nossa população rural está envelhecida, sem forças, sem energias para se renovar, merecia, sem dúvida, uma vida digna. Acabaram-lhe com as alegrias bucólicas dos campos e devolveram-lhe a miséria. Encerrarem-lhes centros de saúde, os correios, telefone, televisão, água canalizada, esgoto, eletricidade, acesso às escolas ou estradas. Retrocederam-lhe o tempo. Impávidos e serenos, viram encerrar parte dos centros médicos e correios; a televisão mudou-lhes o rumo, a visão, mudaram-na para a “TDT”, que não sabem o que isso é; ficaram sem luz, porque a eletricidade está ao preço do ouro; o acesso às escolas, que seus filhos e netos tinham direito - encerraram portas - só poderão frequentar ensinos escolares, todos os jovens que têm ou podem pagar os transportes. A água canalizada e o gás, como estão caríssimos, só podem tomar banho no rio. Regressaram aos tempos primitivos, das casas sem telhado, sem cozinha, e sem casas de banho. Portanto à que defecar no campo, “mijar” no penico e limpar-se ao jornal. Quanto aos nossos “velhotes” estão proibidos de adoecer, principalmente, maiores de 70 anos. Quanto às mulheres grávidas, elas que vão “parir” para o estábulo. Entretanto, nas ruas citadinas, os transeuntes desesperam em passeios sujos e esburacados. A corrupção camarária e a burocracia oficial fizeram da vida do munícipe um martírio quotidiano. Pelos passeios multiplicam-se os pobres, os drogados e os arrumadores. A mendicidade urbana está a crescer. Sofrer a violência das sociedades é o próprio do mundo. Mas resignar-se a sofrê-la, viver sem ver o sofrimento dos outros, abdicar do protesto e considerar normal a miserável vida urbana é pior que o próprio sofrimento. É que no Portugal contemporâneo, urgente é a cidade. Urgente é o défice! Urgente é pagar-se o que se deve a Bruxelas, ao FMI, à Troika e aos Bancos. Urgente, é olhar para os nossos governantes, que aflitos, alegam que seus ordenados acima dos dez mil euros, não lhes chegam para fazerem face aos seus problemas, devido ao elevado custo de vida. Urgente é…?!!

CRUZ DOS SANTOS ( Banga Ninito )

2012

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