Começou este Sábado 19 de Janeiro de 2013, uma serie na RTP 1 com este titulo “DEPOIS DO ADEUS” que neste primeiro episódio retrata a vida de um casal com dois filhos, a vida de trabalho, a calma e o conforto que se vivia em Angola, dá-se o 25 de Abril de 1974 e de repente no ano de 1975, faz-se a Ponte Área, são obrigados a abandonar a vida confortável que tinham em Luanda e o regresso a Portugal, seguidos de milhares de seres humanos e retrata as dificuldades que os novos residentes neste pais tiveram que sofrer para conseguirem sobreviver. O verão quente, de 1975, as barricadas, por causa do comício do P.S. na Alameda, enfim o PREC ( Plano Revolucionário em Curso ). O 25 de Novembro. As eleições. Fazer ou falar de politica era normal, vivia-se a Liberdade, e as discussões acesas entre fações antagónicas acabavam por vezes em pancadaria.
“Os retornados eram mal amados”. Nem o termo é aceite por todos, nem o tema era simples de ser abordado.
“Em África tem-se o tempo, no ocidente tem-se o relógio”, diz Isabel Fragata sorrisos rasgados, sobre a vida nas antigas colónias portuguesas. Semblante carregado para recordar outro tempo, após 1975, já em Portugal:”
Portugal estava a mudar rapidamente, de um país pobre e fechado antes de 1974. Iniciava-se um novo ciclo que olhava para a frente mas não desprezava o passado. Foram tempos de mudança. Mas é preciso lembrar que no antigo regime mesmo com o seu isolamento, havia Coca-Cola em Angola mas não havia em Lisboa, havia discos que chegavam tarde a Luanda mas em Lisboa muitos deles eram censurados. Angola também era Portugal na altura mas Angola era longe. A Sociedade Portuguesa furtava-se ao consumismo, tinham medo e as suas economias eram tão poucas que mal dava para amealhar.
Faziam-se escolas mas não o suficiente para haver uma instrução básica. Os soldados aprendiam a ler e a escrever e tiravam a carta de condução na tropa.Depois do 25 de Abril a mudança foi demasiada rápida da pobreza para o consumo, sem parar para pensar na produtividade
Vou acompanhar esta série pois penso que me irá fazer lembrar aqueles dias conturbados desde 1975 , e vem a seguir à série, também com bastante êxito televisivo da RTP 1 - o “CONTA-ME COMO FOI”.
depois do adeus
depois do adeus - jornal público
1º EPISÓDIO- O FIM
O Fim” - 18 de julho de 1975 Com a revolução do 25 de abril de 1974, Álvaro, Maria do Carmo e os dois filhos, Ana e João, são obrigados a abandonar a vida confortável que tinham em Luanda e a regressar a Portugal.
Para trás deixam ficar todos os seus bens: a casa, as terras e a fábrica. A família chega a Lisboa no dia 18 de Julho de 1975, com a roupa do corpo e uns sacos de plástico na mão.
Álvaro é recebido pela irmã Natália em sua casa, mas ninguém se sente confortável com a situação. As famílias não se conhecem e há mais de 20 anos que Álvaro não via a irmã. E, como se não bastasse, Maria do Carmo e Álvaro percebem que tão cedo não vão conseguir ter dinheiro para irem para uma pensão. O Banco de Angola não liberta as poupanças dos retornados e os contentores com os bens de quem regressa à metrópole são arrombados à chegada.
Entretanto, Ana conhece Gonçalo, amigo de Luísa e Pedro, os filhos de Natália e Joaquim. Os primos integram um grupo de maoístas que se confrontam com um grupo comunista durante a pintura de um mural. Ana ajuda Gonçalo a fugir e esta situação aproxima-o
2º EPISODIO - A BALBÚRDIA
Álvaro esta desesperado: não consegue levantar o dinheiro que tem no banco e não arranja emprego. Passa dias e dias nas longas filas do IARN (Instituto de Apoio ao Refugiado) para arranjar alojamento, mas nem sequer consegue falar com o funcionário.
Artur, o dono do quiosque, tenta arranjar-lhe um trabalho na empresa de um amigo que trabalha com camiões de frio. Apesar da experiência de Álvaro, os tempos são de grande agitação política e quando o dono fica a saber que ele é retornado recusa-se a dar-lhe trabalho, porque os empregados nunca iriam aceitar alguém que vinha de Angola.
João, filho de Álvaro e Maria do Carmo, tem muitas saudades de Luanda e não consegue adaptar-se à nova realidade e ao facto de os outros miúdos estarem sempre a chamar-lhe “retornado”.
Ana passa a envolver-se no trabalho político dos maoístas por sugestão de Gonçalo, mas é com a namorada Luísa que ele passa a noite. A vida
O Fim” - 18 de julho de 1975 Com a revolução do 25 de abril de 1974, Álvaro, Maria do Carmo e os dois filhos, Ana e João, são obrigados a abandonar a vida confortável que tinham em Luanda e a regressar a Portugal.
Para trás deixam ficar todos os seus bens: a casa, as terras e a fábrica. A família chega a Lisboa no dia 18 de Julho de 1975, com a roupa do corpo e uns sacos de plástico na mão.
Álvaro é recebido pela irmã Natália em sua casa, mas ninguém se sente confortável com a situação. As famílias não se conhecem e há mais de 20 anos que Álvaro não via a irmã. E, como se não bastasse, Maria do Carmo e Álvaro percebem que tão cedo não vão conseguir ter dinheiro para irem para uma pensão. O Banco de Angola não liberta as poupanças dos retornados e os contentores com os bens de quem regressa à metrópole são arrombados à chegada.
Entretanto, Ana conhece Gonçalo, amigo de Luísa e Pedro, os filhos de Natália e Joaquim. Os primos integram um grupo de maoístas que se confrontam com um grupo comunista durante a pintura de um mural. Ana ajuda Gonçalo a fugir e esta situação aproxima-o
2º EPISODIO - A BALBÚRDIA
Álvaro esta desesperado: não consegue levantar o dinheiro que tem no banco e não arranja emprego. Passa dias e dias nas longas filas do IARN (Instituto de Apoio ao Refugiado) para arranjar alojamento, mas nem sequer consegue falar com o funcionário.
Artur, o dono do quiosque, tenta arranjar-lhe um trabalho na empresa de um amigo que trabalha com camiões de frio. Apesar da experiência de Álvaro, os tempos são de grande agitação política e quando o dono fica a saber que ele é retornado recusa-se a dar-lhe trabalho, porque os empregados nunca iriam aceitar alguém que vinha de Angola.
João, filho de Álvaro e Maria do Carmo, tem muitas saudades de Luanda e não consegue adaptar-se à nova realidade e ao facto de os outros miúdos estarem sempre a chamar-lhe “retornado”.
Ana passa a envolver-se no trabalho político dos maoístas por sugestão de Gonçalo, mas é com a namorada Luísa que ele passa a noite. A vida
A vida da família de Álvaro em casa da irmã começa a tornar-se insuportável. Natália e Maria do Carmo não se entendem.
Na metalúrgica onde Joaquim trabalha, os empregados, liderados por Costa, revoltam-se e querem obrigar o patrão a deixá-los participar na gestão da empresa. Perante a ameaça de ser saneado, o patrão Casimiro acaba por ceder.
Álvaro tenta arranjar trabalho na empresa do cunhado, mas quando os trabalhadores percebem que ele é retornado acusam-no de estar a roubar o trabalho aos outros e mandam-no embora. Contudo, Casimiro obriga-os a aceitarem Álvaro para ajudar nas encomendas urgentes, caso contrário a empresa pode ter de fechar.
Álvaro tenta arranjar trabalho na empresa do cunhado, mas quando os trabalhadores percebem que ele é retornado acusam-no de estar a roubar o trabalho aos outros e mandam-no embora. Contudo, Casimiro obriga-os a aceitarem Álvaro para ajudar nas encomendas urgentes, caso contrário a empresa pode ter de fechar.
Teresa regressa de Angola e conta a Álvaro e à mulher que Samuel foi assassinado. Teresa revela ainda que a empresa e a casa de Álvaro foram destruídas e os criados mortos. Não resta nada.
Gonçalo e Pedro formam o Comité Revolucionário dos Estudantes de Direito.
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