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03/01/2013

SÃO… AS NORMAS DA TRIBO!



Fazer coisas, fazer novo, pensar grande e apostar no futuro têm sido, nos últimos anos, os mitos pelos quais esta espécie de aristocracia arruinada se deixou aliciar. E não creio, salvo melhor opinião, que os próximos anos nos tragam um pouco mais de realismo e sentido prático.

“Nem antes era Deus, nem agora é o diabo.” De facto a sociedade ou aqueles que a dirigem são assim. Ornamentam o palco da política, com discursos embelezados de esperanças, e convites atrativos, “embrulhados” em lustrosos fatos, para que não se vejam as nódoas de baixo e…vestem-nos de com falsas profecias! Dizem coisas que te agradam, falam do desemprego, da fome e…assustam-te com o défice, envolto num futuro negro e medonho! "São as normas da tribo”. Os costumes sociais que se devem “acatar” de forma mecânica, amorfa e insípida. Por isso, quando alguém não corresponde ao molde e segue contracorrente, começa por surpreender, chega mesmo a desagradar e depois começam a prestar-lhe atenção porque demonstra que se pode revoltar contra o que está estabelecido, contra o que está imposto. A partir desse momento surgem os acusadores, os difamadores, os maledicentes e, simultaneamente, os que te apoiam e os que te criticam. E pensas assim: “-Esse alguma coisa quer!”, “-Que é que o tipo quer?”, “-Já lhe devem ter feito uma boa promessa!”. Outros perturbam-se porque lhes descobrem as suas misérias, a sua indolência, ou os seus delitos. Por isso tentam destruir-te. Definitivamente, chamas a atenção e a partir daí convertes-te, ou és convertido numa “vedeta”, num “protagonista”, “mediático”, “polémico”, “controvertido”. Quer dizer, em alguém que atua por impulsos de popularidade, de sondagem, em alguém que age delituosamente, prevarica, mente ou conspira para se manter na “crista da onda”, para ser reconhecido e premiado. Enfim, num monstro! Só que para alguns, será um “monstro bom”; para outros, um “monstro mau”. Mas sempre monstro.

Há muitos milénios os “bandoleiros” da estrada viviam de saquear mercadores. Quando os nobres legalizavam a prática, através de taxas e portagens, a capa de legitimidade mantinha a rapina. Hoje as leis de proteção dos cidadãos constituem em muitos casos uma forma serena de pilhagem equivalente aos velhos assaltos. Já no século XVII o clássico português “A Arte de furtar” ensinava que: “os maiores ladrões são os que têm por ofício livrar-nos de outros ladrões”.

C. S.
2012

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