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30/05/2013

LUANDA



 




















BRAZÃO DE LUANDA

No Bairro de S. Paulo, quem é que não conhecia a "FOTO BELEZA" do pai dos amigos Fernando e Henrique?




Da "Fábrica de Borracha", no Macambira, junto à Rua Eugénio de Castro na Vila Alice ( hoje Bairro Belito Soares ) onde trabalhei nas Férias do 2º ano de Curso de Formação da Escola Indústrial no ano de 1971. Luanda tinha a Curbol, que fabricava botas e quedis e estava prestes a produzir os sapatos “Campeão Português”, o topo de gama da época.





As padarias Leão, Monte Sinai, Santana e Sopão,

A famosa "Pastelaria Vouzelense" dos irmãos Tojal.







A "Marisqueira Amazonas", com a sua esplanada na Avª

Restauradores





Das Farmácias Dantas e Valadas na Baixa, junto ao Largo da Portugália







E da casa saratoga onde se comprava as camisas ás mil flores cintadas e as famosas calças LA FINESS






 dos Supermercados Angola, Pastelarias Paris e Versailles do Cosme J. Martins Varandas & cº. Lda. Geridas pelo sócio gerente senhor Ventura




A Decorang, que fabricava as tintas Dyrup,







A Tudor, das baterias e pilhas



E do Benfica de Luanda do qual era sócio






E da boa Cerveja tanto em garrafa como em fino ou mesmo do Canhangulo, bem fresquinha, que eram das fábricas cervejeiras CUCA ou NOCAL






E dos filmes, ia-mos ás matinés para namorarmos e roubarmos uns beijos no escurinho do cinema, Império, São Paulo, Avis, Restauração, cine São João e muitos outros.





E os postos de combustível da Texaco na avenida de Lisboa, da Mobil na Vila Clotilde e da Shell na Estrada de Catete








Na zona Industrial estava a Mabor General, a maior fábricade pneus de África








As fábricas de refrigerantes (mission, coca-cola ) Refrinor, e a Dussol





A fábrica de fósforos, IFA, que exportava para o continente




Os camiões e tratores Berliet Tramagal correspondem inteiramente à exigências de um exército moderno.

Mobilidade, robustez, economia, segurança. Viaturas tácticas, viaturas de transporte geral, veículos especiais

Metalúrgica Duarte Ferreira (Angola) S.A.R.L.

Note-se que o camião Berliet Tramagal aparece dentro do círculo do símbolo da marca, que por sua vez está sobre um desenho de uma tapeçaria antiga com uma cena de uma batalha (qual será?...). Rua Serpa Pinto 25, 25A e 27A - 27B - Luanda"Rua Serpa Pinto 25, 25A e 27A - 27B - Luanda"






A FAMEL. Fábrica de produtos metálicos e que representava as motorizadas Zundapp




Tinha a Vilares (que depois passou a chamar-se Bolama), que fazia massas alimentares, bolachas gostosas, caramelos e rebuçados de vários sabores.

Tinha também a Uniplásticos, e o ABC que fabricava desde o copo ou prato plástico a reservatórios de água.


A Condel, fábrica de cabos elétricos,




A Fábrica de Tabacos Ultramarina ( F T U )











Os jornais A Província de Angola, Diário de Luanda, Revista Noticias





As oficinas Alfredo Matos, Robert Hudson e Auto União





Tinha a Api de Angola, fábrica de caixas de cartão, que usávamos nas nossas brincadeiras de infância.

Estava ainda a Capsul, onde eram fabricadas as caricas de gasosa, que também usávamos para jogar.

Tínhamos também a Edal, que fabricava colchões de molas resistentes e estofos

Luanda tinha as lixas Hermes para toda a Industria, era o principal representante, bem assim como as respectivas máquinas e tintas.


As Confecções Faz Tudo, a Fiaco e a Textang,


As Malas Onil,


Quem não se lembra dos frangos de Aviário da Avicuca

O matadouro da Avicuca, que tinha vendedores a circular pelos bairros em bicicletas de três rodas a vender ovos e frangos. Para chamar a atenção dos clientes, usavam uma buzina própria buzina própria,






E as motorizadas V5





a Agran (que fabricava pesticidas),

a Reckit Colman Angola de lá vinham as pomadas para calçados, inseticidas, perfumes e água de colónia).

Quem não se lembra da Casa Americana e do Largo D. Afonso Henriques?




Casa Americana em Luanda
Foto da net de Rui Seara.

Encoi, que fazia até carroçarias de carros,

Lembro-me, também, do velho Brandão, que fazia candeeiros, a partir de latas de compota ou margarina, e depois a mulher, também já de idade, ia vender Numa altura em que despontavam os luxuosos candeeiros petromax, o velho conseguiu atrair clientela e era o maior fornecedor do bairro mais industrializado do país. Não havia casa em que não estivesse um candeeiro do velho Brandão!

Apesar da idade já avançada, revelada pelas profundas rugas naquele rosto cansado e chupado, o velho magro e curvo pelo peso dos incontáveis cacimbos era tão eficiente na sua profissão, que granjeou o respeito de todos nós,

Sei que um dia, o bairro acordou sem o barulho do velho a bater nas latas. A casa de madeira com quintal de chapa ficou vazia. Os ocupantes haviam partido e nunca mais derem notícias. Coincidência ou não, o mesmo destino que tiveram quase todas as indústrias lá de Luanda. São coisas que os meninos de Luanda do meu tempo não esquecem jamais.


ZÉ ANTUNES

1975

RIJO



É com grande tristeza e pesar que comunico a todos vós o falecimento do nosso colega Joaquim Filomeno Rijo Teixeira. Uma morte estúpida e brutal ceifou a vida a um homem bom e que sempre se mostrou um excelente e digno profissional.
Quem privou com o Rijo, era assim que os amigos o tratavam, jamais esquecerá a sua personalidade generosa, amiga e sempre correta, até na morte o Rijo foi diferente, morreu fardado, envergando a farda que ele em vida sempre soube honrar e respeitar!

Eu, e toda a equipa do Aeroporto de Lisboa, assim como todos os colegas da Prossegur não podemos deixar de manifestar nesta hora trágica as nossas mais sinceras condolências à família enlutada e todos os seus colegas e amigos!

Descansa em paz amigo, vais fazer muita falta e acredita que todos nós procuraremos ser sempre dignos do exemplo que nos deixaste.

Serve o presente para vos informar do local e hora em que terão lugar o velório e funeral do nosso saudoso colega Joaquim Filomeno Rijo Teixeira:

Velório a decorrer na Casa Mortuária da Igreja S. Pedro de Alenquer até às 24h00 de hoje.

Missa fúnebre: dia 11 de Janeiro às 09 h 00 em Alenquer

Funeral: 10h30 no dia 12 de Janeiro deste ano de 2011, no cemitério velho de Torres Vedras (junto aos arcos da entrada da cidade).



ZÉ ANTUNES

2011

TEMPOS DE IRA






Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa – Campus de Campolide – 1099-032 LISBOA Tel: 213847400 Fax: 213847471 e-mail jc@fd.unl.pt

TEMPOS DE IRA

Sofremos um brutal aumento de impostos – nomeadamente do IRS e do IVA –, que reduziu drasticamente o rendimento disponível dos portugueses, esmagou o consumo interno e destruiu as empresas.

Diminuíram-nos diversas prestações sociais, nomeadamente a proteção no desemprego, em dinheiro e em tempo.

Reduziram-nos significativamente os salários – em termos reais, já não apenas nominais. E vão levar mais longe o ataque, aumentando o horário de trabalho dos trabalhadores da administração pública. E, note-se, não se trata apenas de aumentar a duração semanal de 35 horas de trabalho para 40 horas – o que até seria justificável, enquanto estratégia de emergência, visando a adoção de um padrão comum: trata-se de impor cinco horas semanais de trabalho não remunerado. Outra redução salarial.

Cortaram nas pensões de reforma e de aposentação – apenas temporariamente, graças ao Tribunal Constitucional. Mas vão, se os deixarem, converter os cortes em definitivos, ampliá-los e dotá-los de eficácia retroativa.

Aumentaram a tributação sobre o património, nomeadamente sobre os imóveis. E preparam-se para atacar as poupanças guardadas nos bancos, sobre taxando-as, congelando-as ou obrigando os depositantes a converterem-se em pequenos acionistas.

Insatisfeitos com o aumento do desemprego – que já estará no milhão de desempregados, fazendo destes um importante “produto” para exportação –, preparam, parece, mais 100 000 desempregados na administração pública.

Querem ter a certeza de que não escaparemos à ruína: sejamos trabalhadores, proprietários de casa própria, depositantes, pequenos empresários ou pensionistas, tencionam continuar a fazer-nos a vida num inferno. De uma forma ou de outra, com teimosia, muita incompetência e trapalhice pelo caminho, não desistem.

Gostariam que eu morresse: poupariam um salário, nunca me pagariam a pensão e não teriam mais um desempregado. Só vantagens, portanto.

Mas não quero ser injusto: fomos aos mercados com sucesso. Quer dizer: aumentámos a nossa dívida alegremente. Isso permitir-nos-á, talvez, libertarmo-nos da malfadada troika. A nossa desgraça mudará então – de mãos: passará a ser imposta e administrada, já não por aqueles três estrangeiros meio esquisitos, mas pelos nossos governantes. Que bom será podermos dizer orgulhosamente que são os nossos próprios compatriotas os responsáveis pelo nosso infortúnio!

O que está em risco já não é o Estado de direito – esse estrebucha agonizante.

O que está em risco é só a nossa sobrevivência.

É verdade que somos tradicionalmente pacientes e complacentes. Dizemos mal da nossa vida, queixamo-nos no café, mas conformamo-nos.

Mas já perdemos a cabeça algumas vezes ao longo da nossa história. E o que fizemos?

Bom, num certo momento, atirámos um tal Miguel de Vasconcelos pela janela.

Declaro que o texto que apresento é da minha autoria, sendo exclusivamente responsável pelo respetivo conteúdo e citações efetuadas.


João Caupers

maio.2013

DIA DAS MENTIRAS





Já algum tempo andava para escrever sobre o dia das mentiras, visto ter estado numa tertúlia de caçadores, e ouvir algumas patranhas, que sabia de antemão que eram fanfarronices de quem as contava, pura exibição.

Neste grupo dos chamados mentirosos, também estão os pescadores ( da fama não se livram) que pescam peixes em quantidade e enormes. ( Há o velho chavão, mentirosos como caçadores e pescadores não há )

Ao receber um mail no dia das mentiras, decidir transcrever para aqui as dicas nele enerentes.

Mentiras, brincadeiras são elementos recorrentes no dia 1º de abril, o dia da mentira. A data já é tradicional no calendário, e é comemorada em vários países e costuma envolver muitas pessoas, mas alguém já se perguntou o porquê da data?

O Dia das Mentiras surge por brincadeira na França, no reinado de Carlos IX. Nessa época, o ano novo era comemorado a 25 de março, com a chegada da primavera. As festas, que incluíam troca de presentes, duravam uma semana e terminavam a 1 de abril.

Em 1564, com a adoção do calendário gregoriano, o rei decidiu que o ano novo deveria passar a comemorar-se a 1 de janeiro. Alguns franceses não aceitaram a mudança no calendário e continuaram com a tradição antiga. A população que adotou o novo calendário decidiu então brincar com os "conservadores" enviando-lhes presentes estranhos e convites para festas inexistentes. Com o passar do tempo, a brincadeira alastrou-se a outros países da Europa e, mais tarde, para outros continentes.

A partir daí a data se tornou popular e até nos dias atuais é comum ver todos os públicos e todas as idades aderirem à brincadeira do primeiro de abril. Para os países de língua inglesa a data é conhecida como april fool's (abril dos tolos) na Itália e na França o dia é chamado respectivamente pesce d'aprile e poisson d'avril, (peixe de abril).

Neste dia primeiro de Abril, dia das mentiras de 2013 , recebi algumas mentiras, mas como estava de sobreaviso, não levei a sério as mentitas que me disseram. Acabando logo por descobrir que eram petas .


JANTAR COM ÁRABES


Mas nem sempre é preciso ser primeiro de Abril para se contar grandes Petas,

Mentiras que ficarão para a história.

Estou-me a lembrar do grande jantar das arábias no Tavares Rico.

Num panorama de imprensa dominado pela mordaça da censura, o matutino Século publicou uma noticia inusitada, na manhã de 13 de Fevereiro de 1971:

“Uma missão da Arábia Saudita presidida exatamente pelo principe Iben Seddack ( primo de Iben Saud ), esteve em Lisboa quase 48 horas e o assunto foi o petróleo”.

Meia Lisboa ficou em polvorosa com a noticia, que falava do interesse dos Árabes no Crude de Cabinda.

Irritado , o ditador Marcelo Caetano pediu contas ao seu chefe da diplomacia:

“ Então, estão árabes em Lisboa e eu não sei de nada?”

Ruy Patricio respondeu-lhe que também não sabia de nada sobre o “facto”.

Os factos foram estes:

Na véspera , um Rolls-Royce parou à porta do Restaurante de Luxo Tavares Rico, com uma comitiva de homens vestidos à árabe, o proprietário do Restaurante telefonou a informar o jornal.

O chefe de redação, José Mensurado, enviou o repórter Roby Amorim para contar a história do jantar.

Mas a verdade foi esta:

Uma brincadeira levada a cabo por clientes habituais do Restaurante, na sequência de uma aposta de que se entrassem vestidos de árabes, ninguém os reconheceria.

As roupas e o carro foram alugados para aquela noite, pela trupe composta por Jorge Correia de Campos (que fazia de principe Seddak), Nicha Cabral (corredor de Formula 1), Manecas Mocelek ( gerente do Stones e do Ad-Lib, discotecas do jet set Lisboeta), Frederico Abecassis, Manuel Correia ( que levava um impressionante maço de notas), Michel da Costa ( o conhecido cozinheiro e hoteleiro, o único que falava árabe) e Eduardo Oliveira Rocha.

FALSO SUICIDIO


Outra grande peta que fica para a história foi a noticia do suicidio da Mónica Vitti.

Portugal chorou por breves instantes uma estrela italiana “ Mónica Vitti suicidou-se ontem em Roma” noticiou a 4 de Maio de 1988 o vespertino Diário de Lisboa reproduzindo uma noticia publicada nessa manhã pelo matutino francês Le Monde.

Mas, na manhã seguinte, o jornal parisiense enviava um ramo de rosas à atriz com um pedido de desculpas.

O jornal Le Monde contava que na antevéspera, um homem que se identificara como representante do agente de Mónica Vitti em França, ligara em lágrimas, para a redação. A comunicar o “infasto acontecimento”.

O jornal caiu na brincadeira de mau gosto e o Diário de Lisboa foi atrás, vendo-se a desmentir a noticia e a pedir desculpas.

Mais brincadeiras como estas foram noticia sendo depois vistas como grandes petas.



ZÉ ANTUNES

2013

TAÇA DE PORTUGAL EM FUTEBOL


Anúncio publicitário na televisão

Neste ano de 2013 a final da Taça de Portugal em Futebol teve como equipas intervenientes o “Benfica” e o “ Vitória de Guimarães”.

Depois da dificuldade da compra dos bilhetes, para acesso ao grande jogo, aparece sempre á última da hora mais alguém que quer ir, e lá se arranja o bilhetezinho e é mais um para a festa.

Festa essa que nos eventos da Final da Taça de Portugal sempre se realizou nas sombras das árvores do Parque Florestal do Jamor. É tradicional as famílias juntarem-se, conviverem e fazerem o grande piquenique.

Amigos do Benfica, amigos do Vitória, nesse dia 26 de Maio de 2013, carregam os porta malas dos automóveis com tudo o que é necessário para se fazer o grande piquenique antes do jogo.

Ás 09h00 da manhã estão a caminho do Jamor.

É primordial que se esteja num bom sitio, com sombra, e a essa hora já estão muitas pessoas a colocar as suas imbambas e ás vezes é um pouco difícil de se arranjar um bom local, mas lá aparece um local ótimo, faz-se a marcação do local,
outros amigos vão chegando e vão descarregando todas as bicuatas que se comprometeram a levar.

Em pouco tempo estão todos mais as suas esposas e filhos.

Mesas desdobráveis, bancos desdobráveis, fogareiro, toalhas, guardanapos, talheres em plástico, umas barricas em plástico onde serão
depositadas as pedras de gelo para depois abastecer com as cervejas minis, veio também uma caixa de sardinhas compradas no mercado do Cacém, Febras e outros acepipes, se mesmo assim o comer não fosse suficiente, uns amigos trouxeram um leitão que o puseram logo a assar e foram convidados a degustar tão rico manjar.


Foto da net

Cheiro a churrasco e a bifanas, pregões de venda de cachecóis e de cervejas fresquinhas, mesas de piquenique, músicas populares. Aí está a romaria do Jamor, mata pintada de vermelho, branco e preto, cores de Benfica e Vitória de Guimarães, que se mais tarde se defrontaram no estádio Nacional.


Começam logo a tratar da logística para o almoço. As esposas de alguns a tratarem de lavar as saladas ( alfaces, tomates, cebolas, pepinos e pimentos, estes serão assados na brasa).

11 h 00 - O fogareiro já com o carvão em boa brasa, começa-se a assar os pimentos para as saladas, logo a seguir as sardinhas
que depois de assadas ficam suculentas, e as primeiras a sair são acompanhadas com um pão alentejano mais as deliciosas saladas mistas ou só de pimentos. Regadas com vinho alentejano “Terras de Xisto “, outros preferem as minis fresquinhas.

Depois de uma bela almoçarada de Sardinhas, atacou-se as febras assadas que estavam deliciosas.

16 h 00 – Encaminham-se todos para o Estádio, ficando algumas mulheres a tratar de arrumar e a preparar o lanche para depois do jogo.

Vai-se para o Estádio a essa hora, porque a organização da Federação Portuguesa de Futebol irá fazer uma coreografia na abertura.

Pela primeira vez a Taça de Portugal teve uma cerimónia de abertura, ao qual contemplava cinco momentos, cada um dos momentos tinha uma designação:
Prova Rainha
10 mil jogos / 34 mil golos
Tomba gigantes
Os piqueniques
A Festa da Taça

Essa coreografia teve a participação de 30 artistas e 400 figurantes, 27 elementos da equipa de produção. 180 placas de 2 por 2 metros, 12 faixas de tecido 3 por 12 metros e 10 balões de hélio com 2 metros de diâmetro. Foi um dos momentos bonitos da tarde.

17 h 15 – Começo do jogo, lotação esgotada, havia apenas um corredor de segurança a separar os adeptos dos dois clubes.

No minuto 30 explosão de alegria quando o Benfica marca o golo por intermédio de “Nico Gaitan”.

Vem o intervalo e muitos foram verter líquidos que estavam a mais, outros foram beber água pois a sede fazia-se sentir.

Recomeço da partida a festa continua, para os lados dos adeptos do Benfiquistas, de repente ao minuto 79 “ Soudani “ marca para o Vitória de Guimarães, igualando a contenda, fazendo com que os adeptos vitorianos se empolgassem e festejassem loucamente o golo obtido, mas ainda alguns estavam a festejar, quando no minuto 81 “ Ricardo “ dá o golpe de teatro, fazendo a reviravolta no resultado, que será o resultado final 2-1 para o Vitória de Guimarães. Loucura total, ouviram-se alguns petardos mas foi só.

É a primeira Taça de Portugal que o Vitória de Guimarães ganha em toda a sua história, já esteve em várias finais, nunca conseguindo tal feito.

Felizes uns, desanimados e tristes outros volta-se ao local do piquenique e ai com os diversos comentários ao jogo, continua-se a petiscar as belas febras, acompanhadas com as mini cervejas fresquinhas, ou seja uns a festejar outros a afogar as mágoas.

Começa a escurecer é a altura de levantar e emalar as imbambas e regressarem a suas casas.

Mais uma final de Taça de Portugal, dia divertido e bem passado, com a família e com os amigos.



ZÉ ANTUNES

2013

29/05/2013

DEPOIS DO ADEUS 19 - 20 - 21


EPISÓDIO 19 - Noticias Inesperadas

19 e 20 de fevereiro de 1976

Joana descobre que espera um filho já numa fase muito adiantada da gravidez que não lhe permite abortar. Maria do Carmo e Teresa tentam ajudá-la, mas Joana não sabe quem é o pai e, por isso, rejeita o filho e começa a beber.
A fábrica é assaltada e, mais uma vez, os funcionários ficam sem o dinhe...iro dos salários. No entanto, o patrão promete pagar o salário de Álvaro do seu próprio bolso.
Depois de ficar a saber que a filha vai mesmo ficar em Luxemburgo, Adelaide aceita arrendar a casa a Álvaro e, deste modo, a família volta a ficar junta.
Ainda na “Colónia do Século”, no Estoril, Álvaro reencontra Júlia e a filha, que conseguiram fugir de Angola. Maria do Carmo fica desconfiada pela forma como o marido trata Júlia, apesar de este lhe dizer que se trata de uma antiga empregada que não estava em Luanda.
Catarina avisa Ana que o ex-namorado, Gonçalo, está interessado numa colega do escritó
rio.



EPISÓDIO 20 - Em Maus Lençois

5 a 8 de Março de 1976

 Sílvio recusa-se a continuar com Nando  na pensão, então a Cruz Vermelha transfere o rapaz na Casa Pia. Cidália ainda tenta convencer o marido a ficar com Nando, mas sem sucesso.
O patrão de Odete descobre que esta anda a retirar produtos do supermercado sem pagar e ameaça despedi-la ou entregá-la
à polícia. Perante a intransigência do patrão, Odete fica sem alternativa e chega a oferecer o seu corpo para não ser despedida.
Joana consegue um trabalho a fazer molotov com Maria do Carmo como sócia.
Samuel não quer que a mulher o trate como um inválido mas, quando procura um contacto mais íntimo, Teresa recusa. Samuel não sabe que, enquanto ele foi preso e torturado, ela foi violada.
Álvaro consegue arranjar trabalho para Júlia na pensão de Sílvio a fazer limpezas. Após um ataque de percevejos, todos os hóspedes protestam contra a falta de limpeza e Sílvio é obrigado a aceitar Júlia na pensão.



EPISÓDIO 21 - Dúvidas

18 a 20 de março de 1976

Artur sente-se mal e Cidália fica a saber que o marido sofre de uma angina de peito e foi aconselhado pelo médico a abrandar a atividade. Cidália fica assim a perceber porque é que o marido não quis ficar com Nando.
Filipe diz a Joana que quer ficar com ela mesmo que o filho não seja dele, mas Jo
ana não aceita a proposta e despacha o rapaz. Álvaro consegue livrar Joana do homem que lhe andava a tentar cobrar as dívidas de jogo clandestino do marido.
Gonçalo resolve o problema da fábrica com o seguro por causa do roubo. Rita aproxima-se de Gonçalo e acaba por beijá-lo. Entretanto, Jorge é posto fora do quarto onde vivia e passa duas noites na casa de Pedro. Durante a estadia, a raiva que sente por Luísa converte-se numa paixão tão forte e avassaladora que os dois acabam na cama, logo depois do primeiro beijo.
Para ajudar Júlia que tem a filha doente, Álvaro chega atrasado ao jantar de anos da sua própria filha, o que deixa a mulher ainda mais desconfiada.
Contra a vontade do marido, Maria do Carmo decide inscrever-se num curso de contabilidade por correspondência.

28/05/2013

A JÓIA COLONIAL


Angola, era mundialmente conhecida como a Joia do império Português e exibia majestosa, todos os pergaminhos de tal título, o Quénia a par da Africa do Sul, a joia Africana do império Britânico, Algéria a joia Africana do império Francês e o antigo Congo-Belga a joia do mini-império Belga. Tais países Africanos - no contexto do outrora - prosperavam a olhos vistos (a maioria deles encontravam-se ainda na idade da pedra), as respetiva comunidades autóctone idem em aspas, os índices de desenvolvimento humano dos autóctones inegavelmente estavam lenta e seguramente subindo, as obras dos colonialistas ainda perduram pela Africa adentro.

Verdade seja dita, o esclavagismo e as guerras de "kwata-kwata" fizeram irremediáveis estragos em África. Mas também não é menos verdade, que a falta de unidade, ambição, irresponsável individualismo e a sempre necessidade de estúpida e insanamente guerrearem, fazerem verter sangue (entre nós Africanos), tornaram bem-vinda "la pax romana" isto é promulgado a força do chicote e da bala, pelos Europeus.

As então, gerações de jovens africanos instruídos (pelas respetivas franjas ou instituições da administração colonial) organizaram-se politicamente e fizeram soar a acusação de que os Europeus estavam a sugar as riquezas do solo pátrio em benefício exclusivo das nações colonizadoras, desconsiderando totalmente os interesses dos nativos e das colónias, transformando os autóctones em miseráveis na sua própria terra; "eles vieram com a Bíblia, nós tínhamos as terras, no fim eles ficaram com as terras e nós com a Bíblia" disse Robert Mugabe, nacionalista e guia da libertação do Zimbabwe.

Organizaram-se contra o invasor, protestos, revoltas, guerras, chacinas, a história regista que o movimento e atuação dos 'mau-mau' liderado pelo indomável Jomo Keniata, foi um dos mais cruéis de Africa e o que chamou a atenção da comunidade internacional, para a necessidade da urgente descolonização de África. Claro a violência gera violência, os resultados hoje fazem parte da história.


A resposta colonial a violência nacionalista africana, sempre foi comedida, por exemplo, se a força policial Portuguesa no 4 de Fevereiro e posteriormente no 12 de Março de 1961, respondesse com o mesmo demonismo com que o MPLA 'respondeu' ao chamado Fracionismo do 27 de Maio 1977, muitos dos atuais dirigentes, não existiriam, e provavelmente não haveria movimentos de libertação, durante muito tempo.

Isomar Pedro Gomes

Natural de Malange, estudou em
Desmobilizado, em 1991, por força dos Acordos de Bicesse, foi entre­gue à sua sorte. Atirado para as sarjetas do desempre­go, sem apoios da Caixa Social das Forças Armadas Angolanas (FAA) ou de uma outra instituição castrense, lamenta a sua sina, assim como de milhares de ex-companhei­ros de farda. Recebi este pequeno escrito de sua autoria.

2013

MAXIMBOMBO


À dias a caminho do Hojy-yá-Henda, a bordo (como habitual) de um dos machimbombos da TCUL Viana vila - Cuca, (privilegio este meio de transporte por ser o mais barato e acessível aos pobres para rotas longas, mau grado a 'sardinhada e a catingada'), um dos vários azulinhos que 'palmilham' as nossas estradas, os nossos emblemáticos táxis coletivos, chamou a atenção do público, exibindo no seu 'traseiro' o seguinte dístico;  


DEUS É BRANCO, MULATO É ANJO, PRETO É DIABO.

Tal dístico é óbvio levantou as mais diversas celeumas entre os passageiros do machimbombo e creio entre todos os 'observadores' e transeuntes por onde o dito azulinho (mini maximbombo) 'rasgava' o seu 'popó-show'.

Raciocinei com os meus botões e os meus botões comigo, as causas que levaram o proprietário do 'popó' ou do 'chauffeur de praça' a mencionar e exibir tal 'desgraçado ou ditoso (?!)' rótulo. Na busca mental das 'causas', não pude deixar de comparar o modo de vida de hoje e o da administração colonial, quando o País e a grossa maioria dos países do continente Africano, era administrado por indivíduos maioritariamente de raça branca, provenientes da Europa, "os tais colonos", poderia Africa ser comparada a um paraíso? A quem diga que sim, e eu não discordo dele!

"Colonialismo caiu na lama!" Lembram-se deste célebre estribilho 1974-1977?

Isomar Pedro Gomes
 
Natural de Malange, estudou em
UNISA - University of South Africa; reside em Benguela.
Desmobilizado, em 1991, por força dos Acordos de Bicesse, foi entre­gue à sua sorte. Atirado para as sarjetas do desempre­go, sem apoios da Caixa Social das Forças Armadas Angolanas (FAA) ou de uma outra instituição castrense, lamenta a sua sina, assim como de milhares de ex-companhei­ros de farda. Recebi este pequeno escrito de sua autoria.


2013
 

CORTES SIM! MAS… A COMEÇAR POR CIMA!


Será que a única solução de nos vermos livres da “Troika”, é a “dissolução do Euro”? Mas será, que o atual Sr. Ministro das Finanças, distinto Economista, especializado em parcimónias científicas do manejo do dinheiro (erário público), não veja que a saída desta calamitosa crise da dívida, não se combate com mais endividamento, desemprego, e muito menos com mais “cortes salariais” e “cortes” nos subsídios? E será também, que de entre tantos Peritos, versados em Finanças, não sabem, que cada vez mais, os contribuintes estão atentos ao modo como é gerido ou gasto o dinheiro dos seus impostos? Será, que todos estes distintos Senhores, não vejam, que há uma saída, e que esta saída é-lhes indicada pelos "princípios da boa gestão das verbas", baseada pela orientação imparcial de exame formal das finanças, maior controlo, uma mais eficiente e séria "avaliação dos custos" e benefícios, dos recursos disponíveis e, principalmente em “cortes” nas despesas do Estado?
 
Não eram essas medidas, que se deveriam impor, como tarefa cívica e nacional? Ou é sempre com esta austeridade, imposta constantemente aos mais desfavorecidos, que se consegue reduzir esta polémica dívida? Mas será, que de entre todas estas sumidades em matemática, não haja ninguém, que consiga corrigir ou calcular isso? “Cortes”? Sim senhor!…Mas a começar por cima! São eles que deveriam dar o exemplo. Miguel Torga em 1993, dizia: “…Não posso mais com tanta lição de Economia, tanta megalomania e tão curta visão do que fomos (…) tanta subserviência às mãos de uma Europa sem valores”. 

Meus Senhores, com o devido respeito, mas um Estado moderno exige flexibilidade, transparência, simplificação, responsabilidade, descentralização, menos burocracia, coordenação, respeito pelos contribuintes, pelos seus Reformados, pelos seus Universitários, pelos seus distintos Professores e Cientistas, subsidiariedade, proximidade, avaliação e, acima de tudo, Justiça!
 
 É indispensável haver um cuidadoso, solícito e zeloso cumprimento da lei. Só assim se defenderá o interesse de todos e se cuidará do bem comum com exatidão e regulamentação que garante a satisfação de indivíduos ou instituições. Termino, com uma frase de De Gaulle, que dizia: “Política é uma questão muita séria, para ser deixada para os políticos”!


Cruz dos Santos

2013

24/05/2013

SNACK – BAR “ PIC – NIC “


No dia seguinte ao meu aniversário convidei alguns amigos para no famoso Snack bar Pic-Nic, festejar-mos, para beber-mos umas cervejolas e comer uns quitutes.
Meu amigo Américo foi logo me informando:



Hotel Metrópole em baixo o pic-nic


Zé Antunes o Pic-Nic está fechado, está em obras. O Café Nicolas comprou-o e vai abrir como Café Italiano venda de (Pastas e Massas ).

Segundo o "Diário de Lisboa" de 03 de Novembro de 1969, o primeiro snack-bar do País surgiu em 1954 no Rossio, em Lisboa, o Pic-Nic.

Uma outra geração, a nova, justifica a existência e a inauguração constante de snack-bares. O snack-bar está dentro do futuro, escrevia o jornal em 1969.

E é a partir de 1975 que o Snack Bar Pic-Nic tem as maiores clientelas da época, em virtude da vinda dos retornados de Angola que se concentravam ali para saber de novidades de familiares ou dos amigos que ainda não tinham chegado, as pessoas acotovelavam-se gentilmente e ali ficavam tardes inteiras a contar as sua aventuras vividas em Angola.

O Pic-Nic fica ao lado do célebre Café Nicola, situado em lugar previlegiado. Ao lado, do Nicolas na entrada para a pensão Santo Tirso o nosso amigo Santos o ( Arrumadinho ) que trabalhou em Luanda na Papelaria Argente Santos, montou uma banca de jornais e revistas, onde todos nós lá ia-mos comprar os jornais, revistas e cigarros, ficando na esplanada do Pic-Nic a ler as noticias e a beber uns finos na companhia dos amigos vindos de Angola.



Esplanada do Pic – Nic


Foi no Pic-Nic no tempo do Sr. Luis que houve uma grande confusão entre manifestantes que passavam e as pessoas vindas de Angola, palavra puxa palavra, palavras revolucionárias e ofensivas, de repente só se vêm cadeiras da esplanada pelo ar, os mais novos entraram na disputa, e muitos dos mais velhos refugiaram-se na cave.

Passados uns anos o Pic-Nic fechou por causa das obras do metro, reabrindo mais tarde com nova gerência, o Jorge e o Pai que tinham ido de Angola para o Brasil regressando a Portugal, e a Lisboa, assumiram a gerência do Pic–Nic.

Muitos anos se passaram, muitas pessoas passaram por lá, todos nós que frequentava-mos o Pic-Nic tinha-mos uma relação de amizade com todos os funcionários.

Hoje o Pic-Nic, um dos primeiros Snack Bar em Lisboa está fechado, está para obras.

ZÉ ANTUNES

2013

OS MEUS 58 ANOS























Os meus 58 anos foram festejados a 12 de Maio, com a família e alguns amigos, fiz uma pequena festa em casa, um almoço que depois se prolongou por toda a tarde. Tendo os convivas conversado sobre os mais variados temas, ressalvando claro está as nossas traquinices da juventude. Alguns convidados ainda ficaram para uma pequena ceia, tendo depois cada um regressado a suas casas.

Desde que festejei o meio século de vida, agora só peço um ano de cada vez, e tento viver esse ano intensamente, como que fosse o último, para o próximo que seja igual ou melhor.

Depois dos 50 anos a vida fica mesmo muito mais saborosa. Mais descomplicada. Mais autêntica. Sou apaixonado, por viagens, por novas culturas e novas vivências, por pessoas, amizades.

Fazer 58 anos é, antes de mais nada, ter construído muitos caminhos e atalhos, ter desmontado muitas armadilhas, ter carregado pedras, ter cruzando muitos rios para chegar até aqui. É lembrar todos os momentos, principalmente os bons, e as grandes amizades que até hoje perduram.

Completar 58 anos significa também que temos menos pedidos pessoais a fazer na hora de apagar as velas do bolo, a nossa individualidade, está cada vez menos nítida, envolvida por vários rostos e problemas múltiplos.

Aos 58 deveríamos ser mais pacientes, mais tolerantes, todavia nossa personalidade ainda está em pleno vigor, portanto, isso dependerá de cada um. O que acontece com maior frequência é que deixamos de supervalorizar coisas pequenas, pois hoje já sabemos que não vale a pena tanto incômodo, já que a resolução desses problemas do dia-a-dia geralmente é bem mais simples do que quando jovens, imaginamos.



Aniversário com dois bolos


Com essa idade, os vícios vão sendo substituídos por remédios e o travesseiro passa a ter espinhos, as noites encurtam, as madrugadas começam mais cedo, pelo menos para os que ainda não tomam nenhum tipo de remédio “milonga”.

Nesta fase da vida parece que já não conseguimos ter grandes desejos, grandes frustrações, grandes expectativas. É tudo mais ameno, menos apaixonado, menos caloroso, a gente gosta mais do que “adora!”. Nem grandes alegrias, nem tantas deceções. Parece que a adrenalina sumiu das nossas veias, ou só aparece nos sustos.

É comum que se tenha mais paciência com o filho, mais ternura por ele e um carinho infinito por nossos pais, caso ainda os tenhamos ao lado, eu infelizmente já não tenho os meus.

É certo que tenho muito mais paciência com a neta, com suas travessuras e até com as primeiras demonstrações de gênio ou teimosia. O que me irritava no filho faz-me sorrir diante da neta, porque vejo aquele ser pequenino, ainda tão novinha, tão inexperiente achando que já sabe tudo e pode tudo também.

As pessoas da minha idade costumam olhar bastante para o passado, reconheço que ficou muita coisa por fazer, para ser vivida, mas as diabruras da vida não deixaram.

Mas está próximo o dia de me aposentar e se calhar vai-me sobrar tempo para folhear os álbuns de fotografias, aproveitar para fazer aquela infinidade de coisas para as quais nunca tinha tempo e não saía da minha lista de prioridades.

Ou então continuo a trabalhar para não sair da vida ativa, para não perder os colegas, para não me sentir vazio.

De minha parte, optei por ajudar a criar minha netinha e ainda não cheguei há fase de reler os livros preferidos, porque não dou conta de ler tanta coisa boa que os escritores do mundo inteiro continuam produzindo.

Como tudo na vida, há exceções, a este padrão de cinquentão, que estou a caminho do sessentão, eu não fujo a esse padrão. Sempre quis exercer plenamente meu Patriarcado e chego aos cinquenta e oito anos com saúde, graças a Deus, uma esposa compreensiva, um filho maravilhoso, uma nora adorável e uma neta espetacular!



Foto de caneca comemorativa retirada da net

ZÉ ANTUNES

2013

CRISE

 
A crise já vem de há muito tempo e hoje chegou-me ao conhecimento que na Pascoa de 2011, empregados, desempregados e sem abrigos procuraram refeição gratuita, refeição gratuita que foi fornecida pela associação “Nouni”

Um empregado de uma Câmara Municipal aproveitou uma refeição grátis dada hoje em Lisboa no dia de Pascoa. “O que ganha não dá para sustentar a família e vem sempre a estes eventos”, relata o organizador.




Agostinho Rodrigues, presidedente da  "Associação NOUNI ",

olha para as pessoas que se sentam numa esplanada coberta junto da Praça do Campo Pequeno e destaca a “expressão das pessoas”.

“Não são só pessoas que são da rua. São pessoas desempregadas que caíram nesta situação agora”, afirma o responsável, acrescentando que a procura por ajuda social desde a agudização da crise subiu “mais de 50 por cento”.
Nas anteriores refeições, que se repetem em dias como o Natal, Santo António, São Martinho e Páscoa, a procura rondava as 200 pessoas.

“Hoje vamos estar perto das 300”, antecipa Agostinho Rodrigues, no restaurante que estará a funcionar em exclusivo para pessoas com carências até às 20:00. “Frango, batatas fritas, salada, chouriço e presunto”, relata Olga Antunes sobre o menu que já acabou de comer: “Esta foi uma Páscoa que caiu bem, graça a Deus e que agradeço. Obrigado”.

Todos os dias Olga Antunes pede esmola na Rua Augusta para pagar os 13 euros de uma pensão. Com um marido alcoólico, vai contando com a ajuda da irmã quando esta “pode”.

Da câmara de Lisboa espera ainda uma casa porque as duas que lhe foram destinadas não tinham elevador que a transportasse na sua cadeira de rodas. Carlos Miranda vem acompanhado de dois filhos e um neto: “Felizmente não sou sem-abrigo, mas isto está mau e eu não nego nada”.

Desempregado da câmara de Lisboa, de onde foi “corrido” por ter estado a recibos verdes “inventados pelo Mário Soares”, Carlos Miranda vai “vivendo de ganchos e biscates aqui e ali”.
 

O filho Telmo Miranda estudou até à quarta classe e há muito que está inscrito no centro de desemprego, mas sem conseguir arranjar ocupação critica “primeiros-ministros e ministros por andaram a roubar o país”.
 
“Ando pelos caixotes (do lixo) para poder sobreviver”, conta. E hoje soube da “festa dos sem-abrigo” e veio até ao Campo Pequeno para passar um “dia mais ou menos”.

Os 100 frangos assados para as refeições saem da grelha que Mohamed toma conta e “sem picante porque há pessoas que não gostam”.

A queixar-se de dores nos braços está Patrícia, que há 20 minutos tira cervejas de pressão e não tem tempos de descanso.
 
A tarefa é dividida por outros empregados, mas mesmo sendo “dura” não tira o sorriso a Patrícia.

“É um bocado duro. Mas hoje estamos a ajudar pessoas que não têm nada e um prato de comida já é suficiente e eles saem daqui contentes”, diz.


ZÉ ANTUNES

2011





A MARMITA ( TERMO )



Hoje estava mudando os canais na televisão, fazendo zapping para encontrar um programa de desenhos animados para minha netinha assistir, ela gosta muito do Panda e do Disney, quando repentinamente deparei com um programa de culinária, destinado às donas de casa, que estavam a ensinar a preparar marmitas, também chamados de ( termos ) e lancheiras, fiquei por alguns instantes no programa e deu-me uma vontade imensa de escrever umas simples lembranças sobre a bela época da minha juventude, quando eu ia ao Bar do Matias buscar o comer na marmita, passo a descrever a história:

As primeiras marmitas, também chamados de ( termos ) que eu ia buscar ao Bar São João, o Bar do Matias, no Largo do Bairro Popular, em Luanda, foi quando minha mãe e meu pai foram para a África do Sul, meu pai foi trabalhar com o meu tio Manuel numa empreitada de abastecimento de água potável e minha mãe para ser operada, uma pequena cirurgia.

Eu na época tinha 17 anos de idade. As marmitas ( termos ) eram de alumínio, com tês andares ( sopa, carne ou peixe e o conduto ).

Perto do meio dia, lá ia eu ou um dos meus irmãos buscar o comer, que vinha quentinho e então era só pôr no prato e começar a comer, confesso que no primeiro dia fiquei um pouco constrangido, mas com o passar dos tempos e sempre que não havia alternativas ao almoço, ou jantar, lá ia buscar o comer com a marmita. Mais tarde foi formada uma empresa “ A Paparoca “ que levava a marmita a casa dos clientes. Eu ainda hoje às vezes levo a lancheira, e sei todos os nuances de como preparar, carregar, aquecer e comer os alimentos acondicionados nos " Tupperwares ".

Vezes sem conta ficava muito envergonhado de vir com a marmita ( termo ) a descer, desde o largo, toda a Rua de Serpa até casa. Passados alguns dias deixamos de ir buscar a marmita ( termo ) e com o dinheiro que nossos pais deixavam para pagar a marmita começamos a comprar os alimentos e valha-me a minha irmã com 12 anos cozinhava para nós e era muito mais saboroso, comíamos cada pitéu que ela fazia que era de chorar por mais. Com aquela idade ela era já uma excelente cozinheira.

Até á bem pouco tempo, eram raras as pessoas, que levavam as tradicionais marmitas de alumínio para os seus empregos, pois começaram a utilizar os "Tupperwares" e depois que inventaram o tal Ticket Restaurante, a nossa tão querida marmita ( termo ) caiu no esquecimento de todos, mas presentemente nos tempos atuais só se vê pessoas levando as tradicionais lancheiras, marmitas ou os também célebres " Tupperware " com os seus almoços.


Termo de 3 andares

E ainda falam que levar marmita ( termo ) para o trabalho ou para a escola é coisa de pobre, pobre nada, a criseassim obriga, mas o mais importante é mantermos as nossas barriguinhas cheias e que se dane, todos os que criticam aqueles que levam a lancheira, quem nunca levou uma marmita ( termo ) para o trabalho ou para a escola, pois não terá uma história engraçada como esta para contar!

Bela recordação!


ZÉ ANTUNES
1972

SUA PEN DRIVE TEM BLUETOOTH


Ontem recebi um e-mail de um amigo aí de Luanda, o Francisco Manuel, que foi intitulada de: "Sua Pen drive tem Bluetooth". É uma história bem contada mostrando como que a rapidez à modernidade é difícil e quase impossível para alguns de nós, os “cotas” e as “cotas”, acompanharem! Começa com o João Luis a se deslocar a uma loja de venda de produtos informáticos, e tirando uma anotação do bolso, foi perguntando ao Empregado como se ele fosse um profundo conhecedor:

- Amigo, bons dias, vocês têm pen drives?

No que ele respondeu:

- Temos sim.

Como ele nem tinha ideia do que estava a falar e não querendo ficar mal visto com futuras indagações, perguntou logo:

- Amigo o que é pen drive? Pode me explicar? Meu filho me pediu para comprar uma.
- Como se chama o Senhor?

Eu??? Sou o João Luis

Senhor João, pen drive é um aparelho em que o senhor salva tudo o que tem no computador.
- Ah! É como uma disquete...
- Não. No pen drive o senhor pode salvar textos, imagens e filmes. A disquete, que já não existe mais, só salvava texto.
- Ah, “tá” bom. Vou querer uma.
- Quantos gigas?
- O quê?
- De quantos gigas o senhor João quer o seu pen drive? – replicou o empregado da Loja.
- E o que é giga?
- É o tamanho da “pen” - respondeu o empregado.
- Ah “tá” bom!
- Eu queria um pequeno, que dê para levar no bolso sem fazer muito volume.
- Todos eles são pequenos senhor João. O tamanho que eu pergunto é a quantidade de coisas que ele pode arquivar.
- Ah, então de quantos tamanhos tem?
- Temos dois, quatro, oito, dezasseis gigas...
- Bom! Meu filho, não disse quantos gigas queria.
- Neste caso é melhor o senhor João levar o maior.
- Sim! Eu acho que sim. Quanto custa?
- Bom o preço varia conforme o tamanho. A sua entrada do PC é USB?
- Não entendi...
- Bom, é que para acoplar o “pen” no computador, tem que ter uma entrada compatível.
- USB não é a potencia do ar-condicionado?
- Não, aquilo é BTU - responde o Empregado.
- Ah! É isso mesmo, confundi as iniciais. Bom, sei lá se a entrada do PC é USB.
- Senhor João, USB é assim olhe: com dentinhos que se encaixam nos buraquinhos do computador. O outro tipo é este, o PS2 mais tradicional, o senhor só tem que enfiar o pino no buraco redondo. O seu computador é novo ou velho? Se for novo é USB, se for velho é PS2.
- O PC do meu filho foi comprado à dois anos. O anterior PC ainda era com disquete. Este não agora não tem disquete.
- Lembra da disquete? Quadradinho, preto, fácil de carregar, quase não tinha peso. O meu primeiro computador que meu filho teve, funcionava com aquelas disquetes do tipo bolacha, grandes e quadrados. Era bem mais simples, não acha?
- Senhor João, os de hoje não têm mais entrada para disquete. Ou é CD ou é pen drive.
- Que coisa! Bem, não sei o que fazer. Acho melhor perguntar ao meu filho.
- Quem sabe o senhor pode ligar para ele?
- Bem que eu gostaria, mas meu telemóvel é novo, tem tanta coisa nele que ainda nem aprendi a discar.
- Senhor João, deixe-me ver – disse o empregado da Loja
- Poxa! Um smartphone! Este é bom mesmo! Tem bluetooth, woofle, brufle, trifle, banda larga, teclado touchpad, câmera fotográfica, flash, máquina de filmar, rádio AM/FM, TV digital, dá para mandar e receber e-mail, mensagens direcional, micro-ondas e liconexão wireless...
- Blu... Blu... “Blutufe”? E micro-ondas? Dá para cozinhar com ele?
- Não senhor João. Assim o senhor me faz rir. É que ele funciona no sub-padrão, por isso é muito mais rápido.
- Para que serve esse tal de “blutufe”? - pergunta o senhor João...
- É para um telemóvel se comunicar com outro sem fio.
- Mas que maravilha! Essa é uma grande novidade! Mas os telemóveis não se comunicam com os outros sem usar fio? Nunca precisei de fio para ligar para outro telemóvel. Fio em telemóvel, que eu saiba, é só para carregar a bateria.
- Não, já vi que o senhor João, não entende nada mesmo. Com o bluetooth o senhor passa os dados do seu telemóvel para outro sem usar fio. Lista de telefones, por exemplo.
- Ah, e antes precisava de fio?
- Não, só tinha que trocar o chip.
- Hein? Ah, sim o chip. E hoje não precisa mais de chip...
- Precisa sim, mas o bluetooth é bem melhor.
- Que bom ter chip. O meu telemóvel tem chip?
- Um momento... Deixe-me ver... Sim tem chip.
- E que faço com o chip?
- Bom, se o senhor João, quiser trocar de operadora, portabilidade, o senhor sabe...
- Sei sim portabilidade, não é? Claro que sei. Como não iria saber uma coisa dessas tão simples? Imagino, então, que para ligar tudo isso no meu telemóvel, depois de fazer um curso de dois meses eu só preciso clicar em uns duzentos botões...
- Não! É tudo muito simples, o senhor João logo apreende.
- Quer ligar para o seu filho? Anote aqui o número dele.
- Isso. Agora e só teclar
- Um momentinho
- E apertar no botão verde... Pronto, já está chamando.

João Luis segura o telemóvel com a ponta dos dedos, temendo ser levado pelos ares, para um outro planeta:

- Oi filho, é o pai.
- Sim.
- Diz-me uma coisa filho, o teu pen drive é de quantos... Como é mesmo o nome? Ah, obrigado, quantos gigas?
- Quatro gigas está bom?
- Ótimo. E tem outra coisa. O que era mesmo? Nossa ligação é USB? É? Que loucura. Então, “tá” filho, o pai vai comprar uma pen drive. De noite eu levo para casa.
- Que idade tem seu filho? - pergunta o Empregado de Balcão. Vai fazer 12 no mês que vem.
- Então é isso!
- Vou levar um de quatro gigas, com ligação USB.

Mais tarde, na oficina, examinou o pen drive, um minúsculo objeto, menor do que um isqueiro, capaz de gravar filmes! Onde iremos parar? Olha com receio para o telemóvel sobre a mesa. "Máquina infernal", pensa.
Tudo o que ele quer é um telefone para discar e receber chamadas. E tem nas mãos um equipamento sofisticado, tão complexo, que ninguém que não seja especialista ou tenha a infelicidade de ter mais de 50 saberá compreender.

Já em casa, ele entrega o pen drive ao filho e pede para ver como funciona. O garoto insere o aparelho e na tela abre-se uma janela. Em seguida, com o mouse, abre uma página da internet, em inglês. Seleciona umas palavras e um "heavy metal" infernal invade o quarto e os ouvidos de João Luis. Um outro clique e, quando a música termina, o garoto diz:

- Pronto pai, baixei a música. Agora eu levo o pen drive para qualquer lugar e onde tiver uma entrada USB eu posso ouvir a música. No meu telemóvel por exemplo.
- E teu telemóvel tem entrada de USB?
- Lógico. O teu também.
- É? Isso quer dizer que eu posso gravar músicas em uma pen drive e ouvir pelo meu telemóvel?
- Se o senhor não quiser baixar direto da internet...

Naquela noite, o João Luis, antes de dormir, deu um beijo na esposa e disse:

- Amor, você sabe que eu tenho Blutufe?
- Como é que é? - replicou a mulher.
- Bluetufe. Não vai me dizer que não sabes o que é?
- Não me chateies João , deixa-me dormir.
- Amor! Tu lembras-te como era simples a vida, quando o telefone era telefone, gravador era gravador, toca-discos tocava discos e a gente só tinha que apertar um botão para as coisas funcionarem?
- Claro que lembro, João. Mas hoje é bem melhor, não é? Várias coisas em uma só, até “Blutufe” você tem.
- E ligação USB também.
- Que ótimo João, meus parabéns.
- Meu amor, vou te contar uma coisa: com tanta tecnologia nós envelhecemos cada vez mais rápido. Eu fico doente só de pensar em quanta coisa existe por aí que nunca vou usar.
- “Ué”? Por quê?
- Porque eu não tinha aprendido a usar computador e telemóvel e tudo que acabei de aprender já está ultrapassado. Aliás, por falar nisso, temos que trocar nossa televisão.
- “Ué”? A nossa avariou?
- Não. Mas a nossa não tem HD, tecla SAP, slow-motion e reset button.
- Tudo isso?
- Tudo...
- Boa noite João, vai dormir que eu não aguento mais...

(O autor deste texto é desconhecido, mas pode ser algum de nós ou alguém que tenha nascido nos anos 40, 50, 60, 70, 80 ou até 90). E uma pequena ressalva: nunca o nosso idioma português esteve tão americanizado. Infelizmente.



ZÉ ANTUNES

 2013

ESTAMOS NUM BECO, À PROCURA DE UMA SAIDA!


O Sociólogo britânico Anthony Giddens alertou, para o aumento do populismo e do extremismo que minam as democracias a nível global. “Nunca encontrei o Mundo tão opaco como hoje”, disse. O também antigo director da “London School of Economics” (LSE) referiu que nem os Economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI), sabem o que vai acontecer no “mundo económico”, devido às transformações observadas a nível global que influenciam a vida dos cidadãos. A Alemanha está a ganhar muito, por estar no euro” (…), e que não vai perder se aceitar uma forma de parceria, entre os países (…), porque nós sabemos que são necessários investimento e emprego e isso não vai ser possível com essa austeridade”, disse à Agência Lusa.

Mas…o que está acontecer na economia, também está acontecer na democracia. Estamos a entrar numa fase muito complexa e, simultaneamente, conflituosa. O nosso País está a suportar, assim e inconscientemente, a acção de um sistema político-partidário fechado sobre si mesmo, com reduzida qualidade, intencionalmente “armadilhado” de burocracia e corrupção, sem qualquer capacidade para promover a sua reforma e combate judicial rigoroso. Estamos num“beco” e procuramos uma “saída”. No entanto, assistimos, impávidos e serenos, a todo este desenvolvimento descontrolado de uma nova e muito diferente crise, incluindo a crise de valores éticos, que está a atingir dimensões assustadoras, sem que as instituições políticas e religiosas, revelem qualquer discernimento e capacidade de intervenção.

Quanto à “Aprovação da sétima avaliação da Troika”, o Sr. Presidente da República Dr. Cavaco Silva, declarou num tom descontrolado, para surpresa de todos, que “foi uma inspiração de Nossa Senhora de Fátima”. Valha-nos a Nossa Senhora dos Aflitos!

Sabe porventura Sr. Presidente, o que quer a maioria dos Portugueses? É que a“Troika”, vá á…”BardaMerkel”!

Cruz dos Santos

2013

BALADA DA CRISE EXTERNA OU ETERNA?


Pode dizer-se que uma Europa “acabou” em redor de 1975 e outra “evoluiu” desde então. Evoluiu? Sim! Evoluiu para pior, pelos muitos sinais que ultimamente têm vindo a inquietar a nossa sociedade e que são estes: a elevada taxa de desemprego (mais de 950 mil Cidadãos); a crescente precarização do emprego; as cargas fiscais, que são cada vez mais elevadas; a “mobilidade” decretada para o pessoal da Administração Pública, sem critérios objetivos estáveis, e ameaçada com despedimentos; a subida elevada, inconstitucional, das rendas de casa; o pesado endividamento das famílias, que suportam ainda as sucessivas subidas das taxas de juros; os preços dos medicamentos que se agravam e os milhares de cidadãos que continuam sem médicos; a certeza, já presente, de que as pensões irão perder valor e de que os salários públicos terão de baixar; as “fronteiras físicas” do Estado social, que não param de recuar com o fecho de maternidades, de centros de saúde, de estações dos correios, de escolas, de tribunais, de esquadras de polícia; os pobres que estão cada vez mais pobres, enquanto alguns ricos ficam cada vez mais ricos; a perda de valores éticos; a pesada atmosfera de suspeição sobre a corrupção e o compadrio, que se adensa em redor dos principais partidos, indiciante da distorção dos mecanismos da economia e fator de desigualdades cada vez mais fundas e mais ilegítimas; os elevados índices de suicídios, criminalidade e prostituição; a descrença em redor da maioria dos responsáveis políticos e da democracia “representativa”, que representa muito pouco e cada vez menos: o sistema do governo, dito “semipresidencialista”, que é ineficaz, irresponsável e incapaz de produzir, em tempo útil, as “verdadeiras” mudanças de cujos resultados precisamos obter…enfim, com todas estas austeridades e injustiças penosas, olhamo-nos e interrogamo-nos sobre se o festejado “projeto europeu” (que tanto prometia), não é demasiado ambicioso para o nosso desejo de “conservação” e se, por isso, não estaremos já a concretizar um outro de “reaproximação” da costa africana, 590 anos depois do desembarque em Ceuta.

Termino com as saudosas palavras do Ex-General (sem medo). Humberto Delgado, que dizia isso, no tempo de Salazar:“ Qual é o nome que merece um governo que procede assim? Um governo sem pudor; um governo mentiroso; Um governo que não serve; É um governo que tem de se ir embora. O país cansou-se. Todos nós, cidadãos pacíficos de uma candidatura pacífica, queremos pacificamente conquistar a paz. Mas os “esbirros” do governo como têm visto, andam a chamar-nos subversivos nos jornais e a tratar-nos na via pública como malfeitores. Ninguém sabe portanto, minhas Senhoras e meus Senhores, onde isto pode ir ter. Há uma coisa porém que eu quero jurar aqui: estou pronto a morrer pela liberdade”!

 Mais palavras para quê?

C.R.


2013

21/05/2013

HERANÇAS

Tia Genoveva como tantas mulheres, novas nos anos 1950, vem para Lisboa, pois a vida na província está mal e não tem perspetivas de futuro, e dedica-se ao trabalho. Contrai matrimónio e tem um filho.

Lutadora, granjeou a estima e consideração pelos colegas, família e amigos. Mais tarde por divergências familiares separa-se do marido em comum acordo fazem as partilhas dos bens que ambos possuem.

Começa a adoecer e é internada num lar, pois a morte do filho, pouco tempo antes abala com a sua estrutura efetiva e emocional aos quais os seus 78 anos não suportaram, veio a falecer pouco tempo depois.
São seus herdeiros os irmãos dos quais: Jaime, António e Conceição também já falecidos ficando os sobrinhos, filhos destes irmão como herdeiros e os sobrinhos dos irmãos vivos, João e Alice. Como irmã mais velha, tia Alice ficou como cabeça de casal da herança.

Alguns sobrinhos só saberão da morte da Tia Genoveva, meses depois. Na entrega da Relação de bens não teve problema, mas mais tarde na entrega da habilitação de herdeiros, é que se lembram dos sobrinhos ausentes, a Sobrinha Sandra na Africa do Sul, os sobrinhos Hélder e Leonor no Brasil e o sobrinho Alcino na Alemanha.

O sobrinho Alfredo que está em Lisboa é chamado, e é ai que ele toma conhecimento de tudo o que se está a passar e da morte da tia Genoveva.

Indignado o sobrinho Alfredo diz:
Só agora depois deste tempo todo e porque precisam da minha documentação e de meus irmão é que me dizem que a tia Genoveva faleceu!!!!
Alfredo não teve resposta.
Depois de algumas trocas de palavras, pois pensavam que como o António, pai do Alfredo era falecido que os filhos não tinham direitos à Herança, foi por isso que não disseram nada.

Mais tarde Alfredo telefona ao seu tio Gualter ex- esposo da tia Genoveva, e ficou admirado de também a ele não lhe terem comunicado a morte da ex esposa.

Alfredo reuniu os documentos necessários e fizeram a habilitação de herdeiros tendo, como a lei consagra a irmã mais velha eleita Cabeça de Casal da herança da Tia Genoveva.

Mais tarde aparece a conta das finanças sobre a transmissão dos bens da tia Genoveva. Até à data presente e que Alfredo saiba, nunca tal conta foi paga, entrando a dívida das finanças para relaxe e a render juros para o Estado.

Entretanto um dos bens valiosos é vendido antes da tia Genoveva falecer, andando alguns sobrinhos em guerras, pois segundo as duas versões a tia Genoveva tinha prometido aos dois o mesmo bem, mas esse bem já estava escriturado para outra pessoa.

No outro bem, por meio de telefonema que Alfredo recebeu, soube que foi vandalizado, levando inclusive algumas mobílias, portas e janelas.

Nesse telefonema Alfredo alertou que há o imposto sobre imóveis ( I M I ) para pagar, sendo que quem tem que tratar disso é o Cabeça de Casal, e ao que Alfredo sabe, ninguém ainda pagou. Está ali um bem valioso sem nenhuma rentabilidade.

Segundo o tio Gualter existe ainda um bem que não foi vendido e que está alugado, Alfredo pergunta sobre as rendas da loja comercial e ninguém lhe sabe responder.
A ser verdade alguém está a ficar com os alugueres ou então o locatário não paga a respetiva renda, pois ninguém lá vai receber.
Alfredo quis individualmente pagar a parte sua e de seus irmãos, em tudo relacionado com a herança, mas não poderá, pois terá que ser o cabeça de casal a pagar, indo-se agravar sempre, se não se pagar até ao valor do bem em causa, ou quem sabe se não vêm buscar outros bens.  Comentário 
O filho do tio João responde a este pequeno texto enviado via mail

Olá Alfredo.
Como vai isso?
Por cá está tudo bem, graças a Deus.

Estive a ver o blogue e a ler o mail que envias-te e achei estranho a principio teres resolvido colocar os factos todos por escrito com a descrição da situação da tia Genoveva, mas é um direito que te assiste.

Também, tal como tu, não tenho interesse nenhum com os possíveis lucros gerados pelos referidos bens, só não gostava de ainda ter de suportar encargos quando julgo que também já fiz o que deveria fazer, até fiquei com a tia a meu cargo durante uma semana, quando ela foi para o Egas Moniz e tentei ser sempre um sobrinho (e afilhado) digno, na medida das minhas possibilidades económicas e de tempo.

O que não queria era preocupar o meu pai, nem o meu filho com esta situação pois o teu tio João tem uma saúde um pouco frágil que eu nem sei como iria reagir ao saber que estás ainda a mexer nisto, quanto ao meu filho também tem a vida ocupadíssima com os estudos e a profissão pelo que não queria que eles voltassem a ficar preocupados com tudo isto.

Foi por isso que me despedi de ti daquela forma no Estádio da Luz, também não tenho nada contra ti, és uma pessoa que estimo muito, como sabes, e que respeito por tudo o que conseguiram na vida.

Agora não sei como resolver tudo isto, parece-me que só com o auxilio de um profissional, mas também para isso é necessário fazer despesas e os tempos não estão famosos para os funcionários públicos, como também deves saber.
Acresce ainda o facto da tia Alice ainda estar vida (e que Deus a conserve por muitos anos) que era a pessoa mais indicada a subscrever qualquer iniciativa.
Assim, não sei como resolver isto, mas se quiseres, vai dando noticias tuas e dos teus irmãos e restante família.

Um forte abraço.


Anibal
Abril 2013

 

ZÉ ANTUNES

2013