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24/05/2013

OS MEUS 58 ANOS























Os meus 58 anos foram festejados a 12 de Maio, com a família e alguns amigos, fiz uma pequena festa em casa, um almoço que depois se prolongou por toda a tarde. Tendo os convivas conversado sobre os mais variados temas, ressalvando claro está as nossas traquinices da juventude. Alguns convidados ainda ficaram para uma pequena ceia, tendo depois cada um regressado a suas casas.

Desde que festejei o meio século de vida, agora só peço um ano de cada vez, e tento viver esse ano intensamente, como que fosse o último, para o próximo que seja igual ou melhor.

Depois dos 50 anos a vida fica mesmo muito mais saborosa. Mais descomplicada. Mais autêntica. Sou apaixonado, por viagens, por novas culturas e novas vivências, por pessoas, amizades.

Fazer 58 anos é, antes de mais nada, ter construído muitos caminhos e atalhos, ter desmontado muitas armadilhas, ter carregado pedras, ter cruzando muitos rios para chegar até aqui. É lembrar todos os momentos, principalmente os bons, e as grandes amizades que até hoje perduram.

Completar 58 anos significa também que temos menos pedidos pessoais a fazer na hora de apagar as velas do bolo, a nossa individualidade, está cada vez menos nítida, envolvida por vários rostos e problemas múltiplos.

Aos 58 deveríamos ser mais pacientes, mais tolerantes, todavia nossa personalidade ainda está em pleno vigor, portanto, isso dependerá de cada um. O que acontece com maior frequência é que deixamos de supervalorizar coisas pequenas, pois hoje já sabemos que não vale a pena tanto incômodo, já que a resolução desses problemas do dia-a-dia geralmente é bem mais simples do que quando jovens, imaginamos.



Aniversário com dois bolos


Com essa idade, os vícios vão sendo substituídos por remédios e o travesseiro passa a ter espinhos, as noites encurtam, as madrugadas começam mais cedo, pelo menos para os que ainda não tomam nenhum tipo de remédio “milonga”.

Nesta fase da vida parece que já não conseguimos ter grandes desejos, grandes frustrações, grandes expectativas. É tudo mais ameno, menos apaixonado, menos caloroso, a gente gosta mais do que “adora!”. Nem grandes alegrias, nem tantas deceções. Parece que a adrenalina sumiu das nossas veias, ou só aparece nos sustos.

É comum que se tenha mais paciência com o filho, mais ternura por ele e um carinho infinito por nossos pais, caso ainda os tenhamos ao lado, eu infelizmente já não tenho os meus.

É certo que tenho muito mais paciência com a neta, com suas travessuras e até com as primeiras demonstrações de gênio ou teimosia. O que me irritava no filho faz-me sorrir diante da neta, porque vejo aquele ser pequenino, ainda tão novinha, tão inexperiente achando que já sabe tudo e pode tudo também.

As pessoas da minha idade costumam olhar bastante para o passado, reconheço que ficou muita coisa por fazer, para ser vivida, mas as diabruras da vida não deixaram.

Mas está próximo o dia de me aposentar e se calhar vai-me sobrar tempo para folhear os álbuns de fotografias, aproveitar para fazer aquela infinidade de coisas para as quais nunca tinha tempo e não saía da minha lista de prioridades.

Ou então continuo a trabalhar para não sair da vida ativa, para não perder os colegas, para não me sentir vazio.

De minha parte, optei por ajudar a criar minha netinha e ainda não cheguei há fase de reler os livros preferidos, porque não dou conta de ler tanta coisa boa que os escritores do mundo inteiro continuam produzindo.

Como tudo na vida, há exceções, a este padrão de cinquentão, que estou a caminho do sessentão, eu não fujo a esse padrão. Sempre quis exercer plenamente meu Patriarcado e chego aos cinquenta e oito anos com saúde, graças a Deus, uma esposa compreensiva, um filho maravilhoso, uma nora adorável e uma neta espetacular!



Foto de caneca comemorativa retirada da net

ZÉ ANTUNES

2013

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