BRAZÃO DE LUANDA
No Bairro de S. Paulo, quem é que não conhecia a "FOTO BELEZA" do pai dos amigos Fernando e Henrique?
Da "Fábrica de Borracha", no Macambira, junto à Rua Eugénio de Castro na Vila Alice ( hoje Bairro Belito Soares ) onde trabalhei nas Férias do 2º ano de Curso de Formação da Escola Indústrial no ano de 1971. Luanda tinha a Curbol, que fabricava botas e quedis e estava prestes a produzir os sapatos “Campeão Português”, o topo de gama da época.
As padarias Leão, Monte Sinai, Santana e Sopão,
A famosa "Pastelaria Vouzelense" dos irmãos Tojal.
A "Marisqueira Amazonas", com a sua esplanada na Avª
Restauradores
Das Farmácias Dantas e Valadas na Baixa, junto ao Largo da Portugália
E da casa saratoga onde se comprava as camisas ás mil flores cintadas e as famosas calças LA FINESS
dos Supermercados Angola, Pastelarias Paris e Versailles do Cosme J. Martins Varandas & cº. Lda. Geridas pelo sócio gerente senhor Ventura
A Decorang, que fabricava as tintas Dyrup,
A Tudor, das baterias e pilhas
E do Benfica de Luanda do qual era sócio
No Bairro de S. Paulo, quem é que não conhecia a "FOTO BELEZA" do pai dos amigos Fernando e Henrique?
Da "Fábrica de Borracha", no Macambira, junto à Rua Eugénio de Castro na Vila Alice ( hoje Bairro Belito Soares ) onde trabalhei nas Férias do 2º ano de Curso de Formação da Escola Indústrial no ano de 1971. Luanda tinha a Curbol, que fabricava botas e quedis e estava prestes a produzir os sapatos “Campeão Português”, o topo de gama da época.
As padarias Leão, Monte Sinai, Santana e Sopão,
A famosa "Pastelaria Vouzelense" dos irmãos Tojal.
A "Marisqueira Amazonas", com a sua esplanada na Avª
Restauradores
Das Farmácias Dantas e Valadas na Baixa, junto ao Largo da Portugália
E da casa saratoga onde se comprava as camisas ás mil flores cintadas e as famosas calças LA FINESS
dos Supermercados Angola, Pastelarias Paris e Versailles do Cosme J. Martins Varandas & cº. Lda. Geridas pelo sócio gerente senhor Ventura
A Decorang, que fabricava as tintas Dyrup,
A Tudor, das baterias e pilhas
E do Benfica de Luanda do qual era sócio
E da boa Cerveja tanto em garrafa como em fino ou mesmo do Canhangulo, bem fresquinha, que eram das fábricas cervejeiras CUCA ou NOCAL
E dos filmes, ia-mos ás matinés para namorarmos e roubarmos uns beijos no escurinho do cinema, Império, São Paulo, Avis, Restauração, cine São João e muitos outros.
E os postos de combustível da Texaco na avenida de Lisboa, da Mobil na Vila Clotilde e da Shell na Estrada de Catete
Na zona Industrial estava a Mabor General, a maior fábricade pneus de África
As fábricas de refrigerantes (mission, coca-cola ) Refrinor, e a Dussol
A fábrica de fósforos, IFA, que exportava para o continente
Os camiões e tratores Berliet Tramagal correspondem inteiramente à exigências de um exército moderno.
Mobilidade, robustez, economia, segurança. Viaturas tácticas, viaturas de transporte geral, veículos especiais
Metalúrgica Duarte Ferreira (Angola) S.A.R.L.
Note-se que o camião Berliet Tramagal aparece dentro do círculo do símbolo da marca, que por sua vez está sobre um desenho de uma tapeçaria antiga com uma cena de uma batalha (qual será?...). Rua Serpa Pinto 25, 25A e 27A - 27B - Luanda"Rua Serpa Pinto 25, 25A e 27A - 27B - Luanda"
A FAMEL. Fábrica de produtos metálicos e que representava as motorizadas Zundapp
Tinha a Vilares (que depois passou a chamar-se Bolama), que fazia massas alimentares, bolachas gostosas, caramelos e rebuçados de vários sabores.
Tinha também a Uniplásticos, e o ABC que fabricava desde o copo ou prato plástico a reservatórios de água.
A Condel, fábrica de cabos elétricos,
A Fábrica de Tabacos Ultramarina ( F T U )
Os jornais A Província de Angola, Diário de Luanda, Revista Noticias
As oficinas Alfredo Matos, Robert Hudson e Auto União
Tinha a Api de Angola, fábrica de caixas de cartão, que usávamos nas nossas brincadeiras de infância.
Estava ainda a Capsul, onde eram fabricadas as caricas de gasosa, que também usávamos para jogar.
Tínhamos também a Edal, que fabricava colchões de molas resistentes e estofos
Luanda tinha as lixas Hermes para toda a Industria, era o principal representante, bem assim como as respectivas máquinas e tintas.
As Confecções Faz Tudo, a Fiaco e a Textang,
As Malas Onil,
Quem não se lembra dos frangos de Aviário da Avicuca
O matadouro da Avicuca, que tinha vendedores a circular pelos bairros em bicicletas de três rodas a vender ovos e frangos. Para chamar a atenção dos clientes, usavam uma buzina própria buzina própria,
E as motorizadas V5
a Agran (que fabricava pesticidas),
a Reckit Colman Angola de lá vinham as pomadas para calçados, inseticidas, perfumes e água de colónia).
Quem não se lembra da Casa Americana e do Largo D. Afonso Henriques?
Casa Americana em Luanda
Foto da net de Rui Seara.
Encoi, que fazia até carroçarias de carros,
Lembro-me, também, do velho Brandão, que fazia candeeiros, a partir de latas de compota ou margarina, e depois a mulher, também já de idade, ia vender Numa altura em que despontavam os luxuosos candeeiros petromax, o velho conseguiu atrair clientela e era o maior fornecedor do bairro mais industrializado do país. Não havia casa em que não estivesse um candeeiro do velho Brandão!
Apesar da idade já avançada, revelada pelas profundas rugas naquele rosto cansado e chupado, o velho magro e curvo pelo peso dos incontáveis cacimbos era tão eficiente na sua profissão, que granjeou o respeito de todos nós,
Sei que um dia, o bairro acordou sem o barulho do velho a bater nas latas. A casa de madeira com quintal de chapa ficou vazia. Os ocupantes haviam partido e nunca mais derem notícias. Coincidência ou não, o mesmo destino que tiveram quase todas as indústrias lá de Luanda. São coisas que os meninos de Luanda do meu tempo não esquecem jamais.
ZÉ ANTUNES
1975
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