TuneList - Make your site Live

24/05/2013

BALADA DA CRISE EXTERNA OU ETERNA?


Pode dizer-se que uma Europa “acabou” em redor de 1975 e outra “evoluiu” desde então. Evoluiu? Sim! Evoluiu para pior, pelos muitos sinais que ultimamente têm vindo a inquietar a nossa sociedade e que são estes: a elevada taxa de desemprego (mais de 950 mil Cidadãos); a crescente precarização do emprego; as cargas fiscais, que são cada vez mais elevadas; a “mobilidade” decretada para o pessoal da Administração Pública, sem critérios objetivos estáveis, e ameaçada com despedimentos; a subida elevada, inconstitucional, das rendas de casa; o pesado endividamento das famílias, que suportam ainda as sucessivas subidas das taxas de juros; os preços dos medicamentos que se agravam e os milhares de cidadãos que continuam sem médicos; a certeza, já presente, de que as pensões irão perder valor e de que os salários públicos terão de baixar; as “fronteiras físicas” do Estado social, que não param de recuar com o fecho de maternidades, de centros de saúde, de estações dos correios, de escolas, de tribunais, de esquadras de polícia; os pobres que estão cada vez mais pobres, enquanto alguns ricos ficam cada vez mais ricos; a perda de valores éticos; a pesada atmosfera de suspeição sobre a corrupção e o compadrio, que se adensa em redor dos principais partidos, indiciante da distorção dos mecanismos da economia e fator de desigualdades cada vez mais fundas e mais ilegítimas; os elevados índices de suicídios, criminalidade e prostituição; a descrença em redor da maioria dos responsáveis políticos e da democracia “representativa”, que representa muito pouco e cada vez menos: o sistema do governo, dito “semipresidencialista”, que é ineficaz, irresponsável e incapaz de produzir, em tempo útil, as “verdadeiras” mudanças de cujos resultados precisamos obter…enfim, com todas estas austeridades e injustiças penosas, olhamo-nos e interrogamo-nos sobre se o festejado “projeto europeu” (que tanto prometia), não é demasiado ambicioso para o nosso desejo de “conservação” e se, por isso, não estaremos já a concretizar um outro de “reaproximação” da costa africana, 590 anos depois do desembarque em Ceuta.

Termino com as saudosas palavras do Ex-General (sem medo). Humberto Delgado, que dizia isso, no tempo de Salazar:“ Qual é o nome que merece um governo que procede assim? Um governo sem pudor; um governo mentiroso; Um governo que não serve; É um governo que tem de se ir embora. O país cansou-se. Todos nós, cidadãos pacíficos de uma candidatura pacífica, queremos pacificamente conquistar a paz. Mas os “esbirros” do governo como têm visto, andam a chamar-nos subversivos nos jornais e a tratar-nos na via pública como malfeitores. Ninguém sabe portanto, minhas Senhoras e meus Senhores, onde isto pode ir ter. Há uma coisa porém que eu quero jurar aqui: estou pronto a morrer pela liberdade”!

 Mais palavras para quê?

C.R.


2013

Sem comentários:

Enviar um comentário