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29/05/2012

CARTA DE CONDUÇÃO

Luanda, estávamos  em Junho do ano de 1973. Tinha acabado de fazer  18 anos.
Assim começa mais uma das minhas  histórias. A imperiosa  necessidade de ter um meio de transporte próprio de quatro rodas  e já que  a Honda SS50Z não me satisfazia  e se calhar tinha a mania que sabia conduzir mais ao menos  e para estilar junto das garinas,  já tripulava os carros do Cota Júlio,  senhor meu pai, o  ( Opel  Kadete ) e a carrinha da Dona Carmitas Senhora minha mãe ( DATSUN 1200 ) resolvi tirar a carta de condução. E como meu pai me deu a emancipação logo em Maio desse ano. Lá fui.....
Escola de Condução Académica na Mouzinho de Albuquerque junto ao Kinaxixe. Até essa altura nunca tal se me ocorreu, pois sempre tive amigos que me davam “boleias”,  já que o objectivo final das saídas era praticamente comum, as garinas e animação.
Para o trabalho  era a torraite , os transportes públicos (maximbombo 22),  eram o suficiente e o andar a pé fazia bem à saúde.
Posta a situação dirigi-me  à  Escola de Condução Académica, e fui ter com o Sr. Coelho quer já era conhecido da familia,  principalmente do meu tio André do Patrocinio,  que dava umas aulas de condução quando estava em Luanda a quando da manutenção do NRP “VASCO DA GAMA”, nos anos de 1966/1968 e comecei a dar as lições de código e condução. E foi nesta escola que minha mãe tirou a carta de condução.
Ficava um pouco  furioso porque se tinha motorizada e sabia os sinais e sabia conduzir desde os 14 anos que me encontrava ligado a carros, se sabia o que os sinais representavam, para quê aquela perda de tempo a ir as aulas de Código tempo precioso para mim, para poder estar com a namorada. Mas não tive outro remédio senão ir à escola inscrever-me, pagar e querer logo  marcar  o exame, deixando a funcionária de “cabelos em pé”
                                            Largo Serpa Pinto  Hotel Kate Kero
                                 Trabalhei  na Rua Conselheiro Julio  de  Vilhena  
                                                    ( frente as Obras  Públicas )


Fui a meia dúzia de aulas teóricas, pouquíssimas de prática e nos “intervalos” lá ia “moendo” a cabeça do pessoal da escola para  me marcarem o exame. Eu queria era a carta o mais depressa possível.
 Penso que para se verem livres de mim, principalmente o  Sr. Coelho, lá me candidataram-me a exame com umas três  semanas após a inscrição , comparência nas Obras Públicas às 09 horas da manhã ( examinador o conhecidissimo Sr. Cid num VW Carocha 1200 bem antigo). Saí da DGV, sita junto ao Sindicato dos Motoristas e Ferroviários de Angola, Largo e Rua de Serpa Pinto, subi pela  rampa do Liceu, local onde habitualmente se chumbava devido a ser bastante íngreme, lá fiz o ponto de embraiagem, ponto morto, encostar à direita, à esquerda, regresso pela Brito Godinho, Fernão de Magalhães, Largo Serpa Pinto, chegada à D.G.V. Só ai comecei a ficar nervoso.
Aguardei, mas quando saí do carro deu-me a impressão que o examinador o conhecidíssimo  Cid “tremia que nem varas verdes vá lá  saber-se  porquê,  se calhar   por ser  meu vizinho no Bairro Popular nº 2   e  daí a instantes, oiço uma voz  Senhor José Antunes Gonçalves está aprovado”, lá passei com “distinção” ( outra coisa não seria de esperar deste crânio). De salientar que por ter perdido a carta de Angola e  a não  ter renovado, tive que ir novamente a exame de código e de condução, novamente com o Sr. meu tio André do Patrocinio, na Escola de Condução da Amadora..foi só meter os papeis da inscrição e do médico e passados 15 dias estava a fazer o exame.
Zé Antunes e o  Mini 1275 GT  em Lisboa 1976

             Adapatado do texto de Leão Verde

              1973


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