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23/09/2013

QUANDO TERMINA, ESTA MALDITA AUSTERIDADE?


Portugal vive atualmente um dos momentos mais dramáticos da sua já longa História milenar: a “pré-bancarrota”.A adoção do Euro trouxe muitas desvantagens à competitividade internacional da economia, mas permitiu afastar durante algum tempo o espectro da bancarrota.

Os políticos responsáveis pela situação a que chegamos devem de facto ser recordados, como autores da tragédia financeira económica e social em que estamos mergulhados. Klaus Regling, director da sede em Luxemburgo do “Mecanismo Europeu de Estabilidade”, o cérebro desta infindável batalha, está convencido de que a maioria dos países europeus, que estão em crise, vá regressar aos mercados. 

Quanto a Portugal, Reglin declarou que: “…está a fazer grandes progressos. Se olharmos para os primeiros indicadores, veremos que melhorou a competitividade, as exportações o défice da balança de pagamentos desapareceu em Portugal, mas a população está a ser sacrificada. O PIB caiu e a atividade da economia real também, o desemprego aumenta. Estes fatores levam à instabilidade política e quando dois ministros se demitiram, provocaram uma crise política. Mas acho que Portugal está no bom caminho: a coligação comprometeu-se em permanecer unida”. 

Uma coisa é certa: de austeridade em austeridade, a dívida pública portuguesa chegou aos 127,2% do PIB no primeiro trimestre, acima da meta fixada com a 'troika', o que coloca Portugal no terceiro lugar do “ranking” da U.E.. À frente de nós, estão a Grécia, com a dívida a tocar os 160,5% do PIB, e a Itália, onde a dívida pública está nos 130,3% do PIB. Mas…agora reparem nessa curiosa notícia e, passo a citar: “O Governo Português aprovou em Conselho de Ministros a afetação de 74,7 milhões de euros para a comparticipação no segundo programa de resgate à Grécia”.

Trata-se apenas de uma “formalização”(simulação), ou vai mesmo ajudar a Grécia? Perguntamos: então a União Europeia, não tem agora um “Fundo especial de intervenção”, para auxiliar (nestes casos) estes países, quando registam insolvência bancária?

Isso não cabe na cabeça de ninguém, estar a pedir a quem mais pede! Meus Senhores: Portugal, está cada vez mais pobre e os mais pobres empobrecem a um ritmo ainda mais intenso, indo a hoste crescente dos desempregados a engrossar esta tragédia. Somos um país que gasta muito mais do que produz! Portugal, é o país em que o Estado anda aflito para obter crédito externo a juros aceitáveis, que ainda não tem garantia de o obter de forma permanente e que portanto, tem de continuar a “mendigar” –humildemente – defronte da “Troika” e dos seus parceiros internacionais, pagando, posteriormente, juros elevados aos bancos que compram a dívida pública em “mercado primário”, mas que não permite que os seus próprios cidadãos comprem diretamente dívida do Estado neste mercado.

Termino, com estas palavras do distinto Jornalista José Gomes Ferreira: “Este é o país em que os grandes exploram descaradamente os pequenos e o Estado, em vez de os defender, protege os grandes e torce as regras do jogo económico em seu favor, alegando que é preciso formar “campeões nacionais” para estes poderem enfrentar o mercado global. Mas estes campeões acabam por gastar mal o dinheiro que acumularam e estão sempre a pedir ao mesmo Estado que lhe permita castigar ainda mais os consumidores e os contribuintes, de forma a manterem sempre o seu elevado nível de receitas.”
Cruz dos Santos


2013


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