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19/12/2012

ARDINA



Ficheiro:Ardina (Porto).JPG
Estátua de um ardina no Porto,

O ardina era um vendedor de jornais de rua que apregoando a notícia chamava a atenção do potencial cliente. Figura muito retratada por artistas e muito popular pela sua exposição pública, a sua origem perde-se nos tempos e remete-nos à "notícia" que corria de boca em boca.

O ardina difere do atual distribuidor de jornais gratuitos. Preteridos pelo aparecimento de quiosques e outras meios de distribuição, já não se encontram ardinas pelas ruas de Lisboa, que
apregoavam a manchete do dia, e a informação fonte do seu sustento.

Os ardinas começaram por ser crianças esfarrapadas, descalças, de macaco de ganga remendado, muito despachadas e sempre de olho vivo. Homens adultos, mulheres e raparigas também ingressaram na profissão. As mulheres vendiam os jornais à porta dos cafés e igrejas.

As raparigas faziam a sua venda à porta dos cinemas e muitas percorriam as ruas a vender jornais.

Os jornais matutinos eram por regra vendidos pelos rapazes.

Os vespertinos eram vendidos nos carros elétricos pelos miúdos, que subiam e desciam do carro elétrico em movimento. Os ardinas iam comprar os jornais à Secção de Vendas. Nos anos quarenta as empresas jornalísticas começaram a ter vendedores nas estações, fardados que usavam um boné com um letreiro indicando o nome do jornal.

Estes vendedores recebiam os jornais meia hora antes dos ardinas e varinos e roubavam-lhes a clientela no Rossio.

Os ardinas tinham um sindicato. Em meados do século XX os jornais começaram a ser vendidos em locais fixos, nos quiosques, nas bancas, nas papelarias, acabando por extinguir a profissão de ardina.



Vendedores de Jornais em Lisboa 1940



T
Tipos e factos da Lisboa  (1900-1974). 

Publicações Dom Quixote, 1986, p. 201


1985

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