Luanda estava povoada de vendedoras de fruta, peixes e legumes, que desciam à cidade vindas do mercado Roque Santeiro (um dos maiores mercados a céu aberto do mundo), com alguidares à cabeça recheados de suculentas mangas, ananases ou carapaus. Ao fim da tarde, quando aumenta o trânsito nas ruas congestionadas da capital e não havia lugar para estacionar e ir á padaria, surgiam os convenientes sacos de pão fresco para levar para casa.
Todos estes vendedores eram geralmente afáveis e humildes, sem assediarem demasiado os passantes, como em certos países do Norte de áfrica. Apenas não gostavam que lhes tirassem fotografias, por medo de represálias por parte da policia, que passava o dia a persegui-los de um lado para o outro. Só as vendedoras de frutas e legumes beneficiavam de alguma tolerância e condescendência. O nome deste mercado surgiu por causa da novela do Roque Santeiro, que tal como em Portugal também gozou de grande popularidade em Angola.
Roque Santeiro
Dizem que o Mercado do Roque Santeiro era o maior mercado de África e o sítio onde se movimentava mais dinheiro em Angola.
Nesse mercado encontra-se de tudo, desde produtos básicos, como pão e vegetais, aos produtos mais estranhos, diamante, droga, armas ou mesmo contratar capangas para matar alguém, vendia-se de tudo: sexo, cigarros, bicicletas, moedas, filmes, perfumes, bebidas, roupas, comidas e remédios.
Havia de tudo, só era preciso saber procurar. Pepetela escritor Angolano dizia que se no Roque não tem ainda não foi inventado.
Havia quem se decidia a conhecer este lugar, principalmente o turista, ou quem já lá esteve nos tempos da colonização portuguesa, apesar dos constantes avisos para se manterem afastados, mas que contribui para aumentar ainda mais a curiosidade.
A entrada do mercado fazia-se pelo musseque do Sambizanga, Casa Branca, que nos manda para uma realidade fora do nosso mundo, onde sentiam que eram olhados como estranhos mas ao mesmo tempo exercia um fascínio por estarem a conhecer uma realidade que nunca antes tinham visto de tão perto.
Aos domingos, o dia mais fraco do mercado, existia gente por toda a parte a comprar e a vender o mais diverso tipo de produtos. Misturamo-nos com a multidão para ver de perto o que o mercado tinha para oferecer e eventualmente comprar alguma coisa que nos desperta-se a atenção.
Passeava-se por entre bancas de musica, colares, roupa, vegetais, frutas, carvão, carne…Tudo exposto de uma forma muito crua e pouco elaborada mas que, juntamente com a o reboliço das pessoas, despertava no visitante um conjunto de sensações que os deixava absolutamente deslumbrados com o que os rodeava.
Normalmente o passeio acabava sem que nada se compra-se, mas nas suas mentes ficava uma imagem forte do famoso mercado a céu aberto do Roque Santeiro.
Só para dizer que o Governo Angolano acabou com o Roque Santeiro.
Roque Santeiro
NOTICIAS DE ANGOLA
2008
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