Realmente a memória, já se vai desvanecendo um pouco na poeira do tempo. Houve muitas cenas, que algumas vão surgindo á medida que se vai falando, mas outras perderam-se nos tempos. Uma que eu me lembro - e não me lembro se o Zé Antunes estava lá - Eu não estava lá mas meus irmãos contaram-me essa história.
Certa vez, no nosso campo do Preventório Infantil de Luanda, agarramos num couro de bola de cautchú, enchemos de areia, e depois dissemos a um kandengue negro, não foi pelo facto de ele ser negro, pois como sabem isso para nós não contava, e dado que ele tinha a mania que era o maior, que jogava bastante bem, reconhecendo passados estes anos todos, até jogava bem melhor que nós todos, que ele não conseguia marcar um golo ao João mais conhecido pelo VAI À LUA, recordo-me bem dele, era um grande guarda-redes, aleijado de uma perna, mas defendia bem.
O certo é que o kandengue arrancou para a bola, e como se recordam a maior parte das vezes jogávamos de pé descalço, para não estragar os kedes da Macambira, vai dai arriou uma valente biqueirada na bola, caiu para a frente, e a bola nem se mexeu. Final da história, era todo o mundo a rebolar de rir, e o desgraçado agarrado ao pé cheio de dores. Podia-mos ter partido o pé ao kandengue.
Já agora, porque alinhavam nos nossos trumunos, para lembrar de três irmãos mestiços que moravam na Rua do Andulo, que eram o Mariano, o Galiano, e o Luiz que era meio irmão do Galiano e fazia de menina, pois ele antes de ir jogar a bola connosco ou alinhar noutras brincadeiras, tinha que arrumar a casa e lavar a loiça, e lavar o quintal. Os pais trabalhavam nas finanças na Mutamba, sei que estão em Luanda e foram viver para a Sagrada Familia. O Galiano pertence ao Exercito Angolano ( FAPLAS ).
Os jogos de rua que fazíamos em frente à minha casa, com a Celina, a Arlete (Chú ) e o Manelito que vivia ao lado delas, cujo pai era bancário e tinha um Ford Escort, e muitos mais kandengues. Bons tempos. Éramos livres e felizes e não sabiamos.
Esta história foi recordada pelo Augusto Rodrigues avilo de infância.
ZÉ ANTUNES
1972
Certa vez, no nosso campo do Preventório Infantil de Luanda, agarramos num couro de bola de cautchú, enchemos de areia, e depois dissemos a um kandengue negro, não foi pelo facto de ele ser negro, pois como sabem isso para nós não contava, e dado que ele tinha a mania que era o maior, que jogava bastante bem, reconhecendo passados estes anos todos, até jogava bem melhor que nós todos, que ele não conseguia marcar um golo ao João mais conhecido pelo VAI À LUA, recordo-me bem dele, era um grande guarda-redes, aleijado de uma perna, mas defendia bem.
O certo é que o kandengue arrancou para a bola, e como se recordam a maior parte das vezes jogávamos de pé descalço, para não estragar os kedes da Macambira, vai dai arriou uma valente biqueirada na bola, caiu para a frente, e a bola nem se mexeu. Final da história, era todo o mundo a rebolar de rir, e o desgraçado agarrado ao pé cheio de dores. Podia-mos ter partido o pé ao kandengue.
Já agora, porque alinhavam nos nossos trumunos, para lembrar de três irmãos mestiços que moravam na Rua do Andulo, que eram o Mariano, o Galiano, e o Luiz que era meio irmão do Galiano e fazia de menina, pois ele antes de ir jogar a bola connosco ou alinhar noutras brincadeiras, tinha que arrumar a casa e lavar a loiça, e lavar o quintal. Os pais trabalhavam nas finanças na Mutamba, sei que estão em Luanda e foram viver para a Sagrada Familia. O Galiano pertence ao Exercito Angolano ( FAPLAS ).
Os jogos de rua que fazíamos em frente à minha casa, com a Celina, a Arlete (Chú ) e o Manelito que vivia ao lado delas, cujo pai era bancário e tinha um Ford Escort, e muitos mais kandengues. Bons tempos. Éramos livres e felizes e não sabiamos.
Esta história foi recordada pelo Augusto Rodrigues avilo de infância.
ZÉ ANTUNES
1972
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