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18/03/2013

O TEMPO DAS MUDANÇAS INADIÀVEIS

A crise que já cá tínhamos, e esta que se lhe juntou, relançaram todas as dúvidas que temos há séculos sobre a viabilidade do nosso país. Há cada vez mais quem pense que Portugal pode não ser viável como país, económica e politicamente independente…A “independência”, está hoje, praticamente reduzida ao uso de símbolos como a bandeira e o hino. No mais, pouco resta! Portugal, em economia totalmente aberta, como a que tem, só pode crescer se exportar mais e se substituir algumas importações. Para tanto é indispensável apostar, fortemente, no Turismo, uma vez que não temos petróleo, nem diamantes e produzir bens que sejam de qualidade e de preço competitivo com os seus equivalentes estrangeiros. Só assim serão preferidos, lá fora e cá dentro, aos de outras origens.

Quanto à política, já poucos acreditam em “milagres”. Já ninguém confia nos políticos, afundados como estão em processos duvidosos e negócios de legitimidade discutível. Ninguém está disponível para aceitar, de bom grado ou com mais sacrifícios, a austeridade, porque os ricos não a aceitam e porque muitos são os que fogem ao fisco. Ninguém parece convencido de que seja necessário um pouco de moralidade pública e de disciplina, porque o Governo estimula exactamente o contrário. Ninguém quer tratar o Estado como serviço público, porque o Governo é o primeiro a não o fazer. Ninguém quer abdicar da cunha, da mentira e da aldrabice, porque o Governo, com o preço do petróleo, os empregos nos postos de chefia e as acções das empresas privatizadas, deu exemplo do contrário. Mais. Na sua vulgaridade, julgam “eles”, que os Cidadãos serão sempre os seus “lacaios”, sempre prontos a servi-los. Ora, no futebol, na televisão, nas escolas, nas ruas, eventualmente nas empresas, por todo o lado, são frequentes as manifestações de revolta e de inconformismo, quem sabe de violência (pelo menos verbal…por enquanto). Quaisquer que sejam os motivos, os Cidadãos já não gostam de ser tomados por parvos e, muito menos, por “Otários”. E conhecem bem, quais são os seus direitos. Nesses seus Movimentos populares, que ultimamente se têm vindo a registar, os Cidadãos exprimem, mostram, sem medo, em todos os seus actos, uma permanente revolta, indignação, repulsa, náusea. Estão a começar a habituar-se a dizer “Basta”, a nomear, eleger, expulsar, negociar e censurar. Daqui a que o façam nos assuntos públicos, vão meia dúzia de passos!

Atenção: o elevado desemprego que se fixou, o desespero de muitas famílias, o empobrecimento, a fome e as desigualdades crescentes, criarão um descontentamento de revolta e ódio, cuja permanência e efeitos ninguém saberá avaliar….

CRUZ DOS SANTOS

2013

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