No dia 25 de Abril de 1974… Estava em Luanda, dia cinzento que adivinhava já a chegada do cacimbo. Depois de visitar quase todas as escolas, como fazia quase todas as manhãs para ver as garinas, na entrada das aulas, fui para o emprego, ali na Conselheiro Júlio de Vilhena no Largo Serpa Pinto.
Dia de trabalho perfeitamente normal mas, a meio da manhã, começou a sentir-se no ar algum de nervosismo, que algo de anormal se passava na metrópole…
A certa altura apareceu a Dona Maria de Lourdes, (o marido era oficial da Força Aérea Portuguesa), secretária do meu patrão, com um rádio na mão. Seriam entre as 09h00 e 09h30 da manhã, em Luanda, por isso menos uma hora em Lisboa. Entrou como um vulcão e dirigiu-se ao gabinete do patrão. Pelo que pudemos perceber, a rádio estava a noticiar que as comunicações com Portugal estavam cortadas, porque se tinha dado uma revolução.
Á tarde as notícias corriam céleres…mas ninguém se arriscava a confirmar nada. Foi da rádio sul africana que foram chegando notícias que confirmavam não apenas o movimento dos Capitães, mas a sua vitória.
Intimamente uma imensa alegria…. Uma esperança sem fim que tudo iria melhorar para todos.
Há cerca de dois anos que se falava com certo á vontade na possibilidade de Angola se libertar da metrópole, aceder á independência tornando Nova Lisboa (Huambo) sua capital.
E eu tive esperança… por mim, por todos e sobretudo por todos aqueles que me rodeavam, colegas e amigos, porque tornou-se óbvio para todos que a guerra, de um modo ou de outro, teria os dias contados.
Tive esperança, sobretudo por eles… o meu caminho, a curto prazo, foi traçado, já sabia que não passaria pela continuação em Angola. Pelos acontecimentos precipitados, por tudo que se estava a passar em Luanda, adivinhava-se o regresso a Portugal que acabou por acontecer em Junho de 1975.
Todos tínhamos esperança que a emancipação de Angola ocorresse longe de outros exemplos vizinhos.
Dia de trabalho perfeitamente normal mas, a meio da manhã, começou a sentir-se no ar algum de nervosismo, que algo de anormal se passava na metrópole…
A certa altura apareceu a Dona Maria de Lourdes, (o marido era oficial da Força Aérea Portuguesa), secretária do meu patrão, com um rádio na mão. Seriam entre as 09h00 e 09h30 da manhã, em Luanda, por isso menos uma hora em Lisboa. Entrou como um vulcão e dirigiu-se ao gabinete do patrão. Pelo que pudemos perceber, a rádio estava a noticiar que as comunicações com Portugal estavam cortadas, porque se tinha dado uma revolução.
Á tarde as notícias corriam céleres…mas ninguém se arriscava a confirmar nada. Foi da rádio sul africana que foram chegando notícias que confirmavam não apenas o movimento dos Capitães, mas a sua vitória.
Intimamente uma imensa alegria…. Uma esperança sem fim que tudo iria melhorar para todos.
Há cerca de dois anos que se falava com certo á vontade na possibilidade de Angola se libertar da metrópole, aceder á independência tornando Nova Lisboa (Huambo) sua capital.
E eu tive esperança… por mim, por todos e sobretudo por todos aqueles que me rodeavam, colegas e amigos, porque tornou-se óbvio para todos que a guerra, de um modo ou de outro, teria os dias contados.
Tive esperança, sobretudo por eles… o meu caminho, a curto prazo, foi traçado, já sabia que não passaria pela continuação em Angola. Pelos acontecimentos precipitados, por tudo que se estava a passar em Luanda, adivinhava-se o regresso a Portugal que acabou por acontecer em Junho de 1975.
Todos tínhamos esperança que a emancipação de Angola ocorresse longe de outros exemplos vizinhos.
A madrugada de 25 de Abril serviu para podermos sonhar…
E sonhámos! E idealizámos! E construímos! Por entre sonhos e pesadelos, muito foi realizado…Com muitos sacrifícios!!!!
Houve feridas abertas… incompreensões…Responsabilidades assumidas e outras alijadas…Responsabilidade às consequências e não às causas
Houve dores de «crescimento».
Mas... valeu a pena? Penso que não. Pois passados estes anos todos estamos iguais ou piores do que no Verão quente de 1975, mesmo assim dou um grande viva ao 25 de Abril
Viva o 25 de Abril!
ZÉ ANTUNES
1974
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