Sempre que vou a Penafirme – A dos Cunhados – Torres Vedras, passar os fins de semana disponiveis, gosto desta aldeia foi o lugar onde nasci, não me posso esquecer de comprar uma caixa de Pasteis de Feijão, e é coisa que acontece com alguma frequência. Podem ser feitos na Fábrica Coroa ou na Fábrica Brazão. É-me indiferente. No passado até eram feitos no Zé Crispim. São muito idênticos.
Comecei a gostar deles no ano lectivo de 1970. Saia cedo da Póvoa de Penafirme nos autocarros da transportadora CLARAS e em Torres Vedras numa Pastelaria ali ao lado da Garagem, os empregados já sabiam, era um cafézinho e um Pastelinho de Feijão. Feitos de gemas de ovos, açúcar, feijão e amêndoa, são macios, com um sabor único, uma tentação a cada dentada. Um dos muitos tradicionais doces portugueses, mas um dos meus preferidos. Para poder contar a estória destes doces, procurei e encontrei - o que é que não encontramos na net quando procuramos.
Pastel de Feijão da Fábrica Coroa
Conta a história que:
- «Nos finais do século XIX, vivia na Vila de Torres Vedras uma ilustre senhora, D. Joaquina Rodrigues, que possuía uma receita de uns deliciosos pastéis, feitos com requintes de mestria, com que brindava os seus familiares e amigos.
D. Maria aprendeu muito bem a lição e passou a fabricar os pastelinhos por encomenda, sendo ela a primeira pessoa a comercializá-los. No entanto, a receita também foi divulgada entre os familiares de D. Joaquina e, assim, uma parente de nome Maria Adelaide Rodrigues da Silva, na intimidade conhecida por Mazinha, também aprendeu a arte de fabricar os pastéis de feijão.
A gentil Mazinha, como era conhecida por todos, casou entretanto com o Sr. Álvaro de Fontes Simões, alcunhado de Pantaleão, que decidiu explorar comercialmente os doces. Assim, nasceram os pastéis de feijão da marca "Maria Adelaide Rodrigues da Silva", que alcançaram um estrondoso sucesso que se estendeu para muito além da região de Torres Vedras.
Posteriormente, começaram as pastelarias da terra a dar fabrico próprio aos famosos pastéis, segundo receitas da sua autoria, mas sempre com a amêndoa e o feijão por base.
Por volta de 1940, um filho do Sr. Álvaro Simões, Virgílio Simões, montou uma fábrica especificamente destinada ao fabrico dos pastéis. Nasciam os muito conhecidos pastéis "Coroa". Esta fábrica incrementou de tal modo a produção que o seu proprietário decidiu mecanizá-la. Em 1973, já trabalhavam na fábrica 14 empregados e eram produzidas 250 dúzias diárias.
De seguida, uma irmã do Sr. Virgílio e igualmente enteada da "Mazinha" , a D. Vigília, criou uma nova fábrica, que batizou de "Brazão", o seu apelido matrimonial. Tendo cessado a laboração em 1960, a marca seria vendida já nos anos 80, passando os pastéis a ser fabricados no lugar do Bonabal, agora com o rótulo de "Brazão".
Em meados do século, o pastel de feijão tinha-se assumido universalmente como o doce de Torres Vedras.
Devido ao desenvolvimento das indústrias artesanais, existem, actualmente, em Torres Vedras várias fábricas de Pastéis de Feijão.
Deixamos os ingredientes para que não restem dúvidas e convidamo-lo a provar este ótimo doce cujo processo de certificação está a dar os primeiros passos
Pastel de Feijão na vitrina da Pastelaria
§ 500 gr de açúcar pilé
§ 125 gr de polme de feijão branco
§ 125 gr de miolo de amêndoa
§ 12 gemas de ovo e uma pitada de sal »
Pesquisa na net daqui a informação e a receita. Para 24 já marcharam todos. Não eram muitos.
ZÉ ANTUNES
2013
Zé, um pastelinho de feijão no Zé Crispim, acompanhado com um copo da sua famosa água-pé de 15 graus...... que saudades. Um grande abraço. Paulo Reis
ResponderEliminarAmigo Paulo, que saudades já não te vejo á bué de tempo, mas bora lá dias 26, 27, 28 e 29 estou lá se puderes aparece.
EliminarPode ser que no Zé crispim ou no Gaito ou mesmo no Clube se coma um saboroso pastel de feijão
Um grande Kandandu