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17/07/2012

TABACO


Na altura a FTU fabricava a saber: AC, LUANDA, INFANTE, EMBAIXADOR(estes com filtro) MARINA E SWING sem filtro e para vender avulso tinha CARICOCOS e NEGRITOS, pelo menos destes eu ainda me lembro.
O  swing era sem filtro e maço era branco com um par de dançarinos estampados, depois também havia o BAIA e o AC, e havia o DELTA o BELMAR, o MC. E o  365, e outros. Vou contar-vos que quando apareceu à venda o BAIA, por volta de 1972/1973 logo as letras foram, conotadas como B= boa A= altura I= independência A= Angola e o MC quando o Marcelo Caetano chegou ao poder MC= Marcelo Caetano, Rodava-se o maço de cigarros aparecia MC na outra face MC=merda continua.   
Meus amigos fumavam e eu achava que era bom acender o cigarro e soltar aquelas baforadas, com ar de gente grande.
Naquela época havia muita publicidade de cigarro na rádio e no  cinema, o que estimulava muito os jovens a se iniciar neste vício.
Um dia, sozinho, em casa, sem nada para fazer, tinha um cigarro e experimentei. Não gostei confesso, detestei. Mais tarde voltei a experimentar e até comecei a descobrir-lhe um certo prazer. Um prazer solitário (isto não soa lá muito bem), um momento para mim, adorava o sabor do cigarro depois do jantar, à noite, à janela, a ouvir e sentir o pulsar da cidade, no escuro total, a ver o fumo do cigarro a dançar à minha frente. Durante anos o tabaco era apenas isso, um prazer solitário, localizado no tempo e no espaço. Era apenas isso. Comecei a fumar sempre às escondidas. Durante anos mantive este hábito, estes momentos de solidão ou acompanhado, mas momentos localizados, e esporádicos. era o prazer do fumo, foi a altura em que tive a melhor relação com o tabaco. Comecei a fumar mais quando fui estudar para a Escola Industrial, tinha já 16 anos, a partir desse momento nunca mais deixei de comprar cigarros, mas mesmo assim o tabaco ainda era um hábito, não um vício, fumava nos momentos que tinha anteriormente, e fumava na escola,  no café em frente com um café, pouca coisa
Comecei a fumar aos 11/12 anos. No início eram barbas de milho seco e um cigarrito pedido aos amigos, depois comecei a ir a pé para a escola e gastava o dinheiro do maximbombo 22  nos cigarros, comecei a trabalhar e «já tinha dinheiro para o vício. Há 40 anos atrás, ainda jovem, a trabalhar num mundo de adultos, fumar «era um sinal de afirmação e de machismo.

Aos 40 anos fumava dois maços por dia. Ainda solteiro e em noitadas de fim-de-semana fumava ainda mais. A seguir ao almoço, enquanto sentia o sabor do café, fumava quatro ou cinco cigarros seguidos. Fumava compulsivamente, sem parar.
Um dia, no final da festa de Natal, em Guimarães. e ao deslocar-me para Lisboa, senti-me completamente intoxicado. Comecei então a mentalizar-me que tinha de parar e deixar de fumar, e decidi: Não fumo mais. E assim foi.
Não bati com a cabeça na parede,  engordei, limitei-me a fazer algum exercício físico. 10 anos depois de ter acabado com o tabaco não tenho dúvidas: Ganhei saúde.

 
Fumar é uma escolha! Um vício! Um prazer!
Para quem não fuma e é alérgico ao tabaco, é um verdadeiro suplício.
Para quem já fumou, sabe que tal acto é um verdadeiro prazer.
Para quem está entre as dez e as onze, tanto pode lidar com gregos como com troianos.

Se é certo que o tabaco incomoda, também o é saber que o fumador é tratado como um proscrito.
Convenhamos no entanto que é tão mau, para quem não fuma estar ao lado dum tabagista, como para quem fuma estar ao lado dalguém que nem lhe suporta o cheiro.

É que, é muito fácil estar do lado do contra, seja ele qual for, só que o nosso egoísmo apenas nos faz olhar para as nossas opções.
Eu, que já fumador fui, ainda hoje tenho alguma saudade  dumas boas fumaças. Assim a saúde o aconselhasse e o medo de males maiores no ar não pairasse.
O que faz mal não é fumar, o que faz mal é o exagero!
Parafraseando um amigo, dizia-me ele – eu vou morrer doente e tu vais morrer com saúde. Assim fosse! Tão simples como isto!

Já tinha deixado em 1976, mas foi sol de pouca dura pois no baptizado do meu afilhado Ricardo em 1977, depois de uns valentes copos, para a brincadeira fumei um charuto, no outro dia estava a comprar um maço de SG gigante que era o tabaco que fumava antes, outra vez depois de estar doente em 1994 deixei de fumar mas retomei em 1999, deixando definitivamente no natal de 2003.
Na qualidade de ex-fumador posso dizer que foi a melhor opção que tomei nos últimos dez anos (quase, faltam 6 meses para fazer dez anos). O tabaco estava a prejudicar a minha saúde. Foi uma decisão difícil, adiada várias vezes, mas finalmente "deu-se o clic" - como costumo dizer - e deixei!
Nunca me senti tão tranquilo em relação ao cigarro. Parece que toda a memória da nicotina desapareceu. A ansiedade, o medo de não resistir a determinados ambientes e situações...
Hoje, posso dizer com firmeza que nunca estive tão distante do cigarro. Excepto, é claro, antes de fumar o primeiro, há muitos anos.
Estou-me sentindo poderoso em relação à minha vontade. Como se nada pudesse abalar minha determinação de não fumar. Para ser sincero, o cigarro me é absolutamente indiferente.

Caramba, não fumo um cigarro há dez anos... Ou seja, está na hora de tomar cuidado, muito cuidado.
Mas, por enquanto, deixem eu curtir meu barquinho navegando nas águas mais calmas do mundo. É muito bom me sentir livre.

Conheço algumas pessoas que na mesma situação ficam absolutamente insuportáveis tornam-se antitabagistas ferrenhos (e incomodativas!!!)
Não sei porquê  talvez porque sou, por natureza, tolerante, não me incomoda minimamente que fumem ao pé de mim.
De qualquer modo compreendo que possa ser muito desagradável, para quem não fuma, ter que suportar o fumo do tabaco. O fumo não só me incomoda pelo cheiro mas provoca-me logo uma falta de ar. 
Mas... se vamos a falar de direitos... penso que os direitos são iguais, e a convivência tem que ser feita na base da compreensão e da boa educação.
E que não se esqueçam, os não fumadores, que não é fácil deixar de fumar; pelo contrário, é muito, muito difícil. Eu ainda hoje fumo em sonhos ;)))))))))))))
Parar de fumar é o sonho da maioria absoluta dos fumadores. Essa mesma maioria, acham que é uma empreitada super difícil ficar um só dia sem fumar. Esse medo é que impede que os fumadores  dê o primeiro passo.
Depois de superado esse medo e dado o primeiro passo, vem o primeiro dia sem fumar, o segundo, o terceiro... uma semana! Agora é só alegria, euforia, comemoração, nesse momento o fumador percebe que consegue viver sem cigarros.


O que mais motiva os ex-fumadores  a se manterem sem fumar são os elogios, as felicitações da família e amigos, só que depois de algum tempo as pessoas tendem a diminuir os elogios,  as pessoas que antes te felicitavam, admiravam, agora já se acostumaram contigo sem fumar e parecem ter "esquecido" que tu ainda está a esforçar-te enormemente para te manteres  sem fumar.

                Meu ultimo maço de cigarros                      

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