Longe vão os tempos que nos Domingos à tarde se ia beber umas Cucas ou umas Nocais companhando uma boa lagosta ou umas gambas de estalo, à Restinga, à Biker, ao Amazonas ou uma dobradinha ali no Bar São João, ou no Bar Cravo.
Longe vão os tempos em que no Domingo à tarde se ia a uma Matiné dançante no Tropical, ou ver o “Cazumbi” programa de variedades e de entretenimento no Miramar.
Ou o Chá das Seis no Restauração apresentado pela Alice Cruz.
Longe vão os tempos em que ir ao cinema era como ir ao Teatro Avenida onde, a uma pausa de um concerto de um pianista, o povo se levantava e logo se sentava pois aquilo era só uma pausa, um descansar de mãos momentâneo.
Ir ao cinema era ver as garinas, dar um assobio e elas ruborescerem. Era ver o "El Cid - o campeador", Sansão e Dalila, Trinitá- cowboy insolente, filmes onde as pistolas tinham balas que nunca mais acabavam. ( Artista olha no teu trás… o actor virava-se matava o bandido… hué fui que lhe avisas-te ) dizia o bumbo todo feliz
Ir ao cinema Miramar era; mirar a Marginal, o mar, as barrocas e sonhar por um país que afinal nunca o chegou a ser. Domingo à tarde era uma ida ao Cacuaco, a Viana ou um passeio até à Ilha. Domingo à tarde era dia de jogo nos Coqueiros. Domingo à tarde era dia de moto-cross no Cazenga, na Lagoa do Roldão e nas barrocas do Miramar. Domingo à tarde era altura de passear com a namorada, da mão marota, do descobrir novas emoções.
Agora no Domingo à tarde Josefina, ela mesmo estendida na esteira, vai olhando para a porta da palhota ouvindo o Nelson Ned “esdomingo_ditarde”.
De: Marius 70
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