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22/06/2012

AI QUE SAUDADES …



AI QUE SAUDADES eu tenho de ti....Angola de ti Luanda…
Ai que saudades eu tenho de ti, ai que saudades eu tenho dos teus cheiros, ai que saudades eu tenho da tuas águas, do Rio Bengo, ai que saudades que eu tenho dos nossos momentos de trabalho de lazer e de amor, ai que saudades eu tenho..........
Do tom vermelho-vivo da terra, do dourado das tuas areias do mar, do amor das tuas fontes, do perfume da terra molhada….das tuas acácias em flor.

Ai que saudades.......
Do canto dos teus pássaros, do colorido das asas das borboletas, dos batuques pela noitinha, das noites de tempestade, do som dos teus trovões, da luz dos teus raios, iluminando os nossos corpos estremecidos, pelo medo por vós criado e, visando ao longe, na sua imponência os contornos dum imbondeiro......

Ai que saudades!!!
Do calor dos teus ventos assobiando pelas tuas barrocas da côr do fogo, fazendo baloiçar como mulatas gingonas as ondas do teu mar, os cantares e o vibrar das tuas cubatas, à noitinha, ao som das tuas batucadas, ai ué!!!!! mãmã ué!!!!!

Ai que saudades!!!!
Angola minha, rainha do meu coração mas, Luanda a minha princesa, com a tua baía debruçada sobre o mar, onde as luzes coloridas, reflectidas nas tuas águas, pareciam dançar ao som da música das palmeiras, como uma noiva feiticeira, brincando com o coração daqueles já por ti enfeitiçados.

Ai que saudades!!!
Do teus coloridos, do teu pôr do sol, das tuas matas, e savanas, dos teus rios, das tuas queimadas, do teu funge feito em tachos de barro, ou simplesmente em latas, ao calor duma fogueira, sobre o olhar atento do teu luar.....

Tu és feiticeira, tens feitiço de quibanda, tens quitende, tens quitanda, tens guarida e tens calor....... Ai ué!!!!! Mãmã ué!!!!!!

Ai que saudades!!!!
Da tua castanha de cajú, torrada de baixo da terra....do pregão das tuas quintadeiras..”Ai laranjé..laranjé mia siôra, tem banana .. do pregão dos teus jornaleiros..” É o Diário de Luanda..é a província de Angola..”

Ai que saudades!
Do espectáculo das tuas kalemas, mas aí..ai! que respeito....!
E das tuas queimadas..ah...que espectáculo!
..... das tardes dançantes, das idas ao Cazumbi, ao Chá das 6.....dos passeios ao Domingo até à ponta da Ilha, olhando para a cidade à noite reflectida na sua baía policolor ,olhando para os arranha-céus, sentir o cheiro da maresia, sentada à beira do farol, a tal boîte pisca-pisca!
DEPOIS! .....,dando a voltinha à fortaleza de S. Miguel, imponente majestosa, como se Luanda quisesse abraçar, mas outrora tanto a protegera. Ah! se aquela Fortaleza falasse.....quantos amores e desamores ela não teria que contar.....Kalé ni Muxima!!!!!

Ai que saudades!!! Meu Gananzambi=DEUS

De estarmos sentados, na nossa volta domingueira, a comer um baleizão,(gelado) ou simplesmente a beber um fino e a comer um prato da mais saborosa ginguba,(amendoim) , sentados na tua esplanada mais famosa , em redor de uma mesa, com toda a família, encontrando sempre mais um conhecido ou amigo, todos ali se encontravam, todas ali se juntavam, de tudo ali se falava, era o Baleizão, a famosa esplanada que vos falo......

Saudades dos dias de Natal, cheios de calor, comendo uma boa Moamba,(comida típica) mas sem antes ir dar um mergulho naquelas abençoadas águas quentes, na minha bela ilha de Luanda

Ai que saudades.....
Das nossas passagens de ano, onde dançávamos duas horas seguidas ou mais num ritmo frenético e, divertir até o sol raiar, para depois.....nas ondas do mar nos irmos refrescar e acalmar, onde já cansados, e ensonados atirávamo-nos sobre as suas areias douradas e quentes......assim, começava o nosso NOVO ANO!

Ai que saudades,!!!!
De ouvir a água a cair das tuas cachoeiras, das mais imponentes quedas de água que conheci, as Quedas de Água Duque de Bragança, dos cafezais, dos campos de sisal, dos campos de algodão, onde ao longe pareciam campos nevados......do cheiro dos teus campos de café, logo pela manhã bem cacimbados....
Saudades....das tuas extensas terras.......a perderem-se no horizonte.

Ai que saudades!!!!!
Ai que saudades!
De tempos que ficaram perdidos em outros tempos, mas outros tempos, apareceram também eles com muita côr e luz, com outros perfumes, outros aromas....outras mentes....outras vias.....para outra vida, tevemos que recomeçar.

Lisboa adormeceu, ....já se acenderam
mil velas nos altares das colinas......
Mil velas se acenderam em Portugal...
Mil velas se acenderam em todo o Mundo............
DO BRASIL Á AUSTRÁLIA, há uma vela sempre acesa..uma vela de um Angolano..que neste momento, em todos momentos estará a dizer...

AI QUE SAUDADES EU TENHO DE TI.....ANGOLA!

( Autor desconhecido )

2011

2 comentários:

  1. « Angola de 1961 »

    En ce jour
    Angola n’Gola
    Mon amour
    Ô minha Angola, N’Gola minha !
    Pays tropical
    Africain, lusophone et Austral
    Paradis meurtri de l’Afrique
    Ta beauté est sans égal
    4 février
    15 mars 1961

    En ces jours
    La douleur enfante la mort
    Donne vie à la rébellion
    Le peuple tout entier est en furie
    Déjà au soleil l’acier des coupe-coupe brille
    L’horreur du passé se venge dans les plantations
    L’esclave et séculaire soumission
    S’enivre dans la colère
    Se laisse dévorer par la haine
    C’est le 4 février
    et 15 mars 1961 !

    Ô écorché Etre Humain
    Dans ton aveugle vaillance
    Ne crois-tu pas avoir tord
    De donner vie à la mort
    De donner vengeance
    à la souffrance ?

    Bretagne 20/12/15
    Virgile ROBALLO

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  2. « Au secours ! »

    Ô minha Angola, N’Gola minha !
    Pays tropical
    Africain, lusophone et Austral
    Paradis meurtri de l’Afrique
    Ta beauté est sans égal

    Aï ! De l’aide ! Au secours !
    Nous sommes les agneaux sacrifiés
    Par la main sanguinaire de la P.I.D.E. *
    Aï ! De l’aide ! Au secours !
    Notre sang noir coule au son du tambour
    Nous sommes l’autel d’holocauste du temple
    La fresque macabre de la vie
    Nuit complice à genoux prie

    Aï ! De l’aide ! Au secours !
    Dieu créateur de la beauté de la nature
    Dieu souffleur de terre, encens de bruyère
    Dieu du néant et de la poussière
    Dieu magicien habile de la vie
    Punis, punis, les anges ténèbres de la PIDE
    Douleur, blessure, angoisse infinie
    Juge le prince des démons de Lisbonne
    Vas, prends ton triangle, frape, gifle, cogne
    Ô Yahvé ! Je te l’ordonne, je te l’ordonne

    Viens enfin avec nous Yeshoua !
    Prends la croix par la queue
    Ose une de tes habiletés de magie
    Fais de la croix un lourd marteau
    Fais leurs - le mal - qu’ils nous ont fait
    Tape, frape, gifle, cogne
    Enfin, défends-nous de ces Saligots !

    Hosanna ! Hosanna ! Hosanna !
    PIDE/OVRA/ GESTAPO/DGS/STASI
    Chevaliers de la mort dans nuit,
    Ils ont massacré notre père bien aimé
    Notre chanoine Manuel Mendes Nevé !

    La douleur enfante la mort
    Donne vie à la rébellion
    Le peuple tout entier est en furie
    Déjà au soleil l’acier des coupe-coupe brille
    L’horreur du passé se venge dans les plantations
    L’esclave et séculaire soumission
    S’enivre dans la colère
    Se laisse dévorer par la haine
    C’est le 4 février et 15 mars 1961 !

    Ô écorché Etre Humain
    Dans ton aveugle vaillance
    Ne crois-tu pas avoir tord
    De donner vie à la mort
    De donner vengeance
    à la souffrance ?
    *(police secrète pendant la dictature de Salazar 1933-1974)
    Bretagne 20/12/15
    Virgile ROBALLO

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