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21/06/2012

DESENVOLVIMENTO

Podemos dizer que o primeiro período 1900 a 1945  foi, em grande parte de estagnação quanto a desenvolvimento industrial e  comercial e, também, crescimento demográfico mínimo bem como aumento zero quanto a vias de comunicação e transportes. Houve alguns Governadores de Angola e Altos Comissários que tiveram possibilidades e capacidade para efectuar grandes obras mas os problemas financeiros do governo Português também se fizeram sentir nas Colónias. Além disso, a Guerra de l914 a 1918 e as diversas lutas travadas no sul de Angola com as populações locais e até com os alemães da Namibia, foram igualmente um travão para um maior desenvolvimento angolano. Entretanto. logo após o fim da guerra de 1939 a 1945, a situação começou a mudar.

Foi em 1946 que se iniciou a construção do porto de Luanda, em 1947 foi construido o Palácio do Comércio, também em Luanda, asfaltou-se a estrada Luanda-Catete,  prelúdio da futura estrada até ao Huambo, instalação de diversas indústrias em Angola, a Fábrica Imperial de borracha, da família Macambira, foi instalada nesse ano num terreno existente na retaguarda do local onde foi construida a firma "Nogueira, Ltd", logo a seguir ao Banco de Angola e todo esse trabalho iniciou a viragem do que havia de ser a maior transformação de Angola dos tempos modernos. Todos os restantes períodos estão certos. De 1946 a 1961 iniciou-se um crescimento económico que Angola nunca tinha conhecido e esse crescimento manifestou-se especialmente, a partir de 1949, quando se iniciou a renovação da frota mercante portuguesa,
com especial incidência na construção de barcos modernos de transporte de passageiros. Até aí, a frota de navios de passageiros portugueses era uma lástima, navios pequenos, de velocidade reduzida levavam entre 26 a 30 dias para efectuar a viagem Lisboa-Luanda.

Quando em Janeiro de 1949 o navio "Angola" inaugurou a primeira viagem a Angola e  Moçambique a viagem demorou 11 dias a chegar a Luanda, mais um dia do que o habitual, pois na Madeira e em S. Tomé, houve festa de recepção ao novo Navio com demora acima do habitual
A seguir a esse navio outros foram surgindo, "Moçambique", "Império" , com a
mesma tonelagem do Angola, a seguir navios com mais de 20.000 toneladas
de deslocação e com maior capacidade de transporte de passageiros, "Principe
Perfeito" , "Vera Cruz" e "Santa Maria" nas carreiras para o Brasil, "Infante D. Henrique" e muitos outros cujos nomes não recordo. Chegaram a andar nas carreiras de África, 7 ou 8 navios modernos que vinham e regressavam sempre cheios, era necessário fazer reservas com certa antecedência. O custo duma passagem para Luanda, em 3ª classe andava à volta de 3 mil escudos e em primeira 12 mil escudos. Estes preços  mantiveram~se  inalteráveis durante 20 anos. Por aí se vê que não havia inflação nessa época.

Voltando ao período de 1946 a 1961, podemos considerar que de 1946 a 1952 se assistiu à consolidação das infra-estruturas de Angola, enquanto o Café de Angola,  ganhava novos mercados consumidores. O aumento do seu preço de venda, a partir de 1950, também veio beneficiar a economia angolana.
A construção da Barragem de Cambambe,  o fluxo crescente de portugueses para Angola, tornou oportuna a criação de novas empresas, novas fábricas, um aumento do consumo interno que, por sua vez, obrigava a novo esforço
para aumentar a produção de alimentos e vestuário.
A construção do novo Aeroporto de Luanda igualmente contribuiu para esse período de prosperidade,  facilitando o contacto internacional.

A descoberta de petróleo na região de Cabinda, deu nova força à economia angolana. O período de 1946 a 1961 fechou com as revoltas em Luanda e no norte de Angola que poderia ter travado inteiramente o processo angolano de desenvolvimento, mas tal não aconteceu. Passados os primeiros meses de incerteza, a Economia e desenvolvimento de Angola ganha novas forças
para o período de 1962 a 1969. Parece um contra-senso que em período de lutas internas se tenha verificado o milagre angolano, com o período de maior desenvolvimento e aumento da riqueza do território

Mas muitas vezes as guerras, embora causando milhares de mortos, dá sempre esse resultado final. No caso de Angola , a nova força económica foi impulsionada  pelos milhares de militares vindos de Portugal, seguido por outros milhares de civis que confiaram na capacidade desses militares dominarem  a situação. Por toda a parte se ergueram novas fábricas, o consumo interno quadruplicou, a produção local conseguiu atender esse consumo e sempre que se instalava uma fábrica, outra tinha de ser instalada para apoiar a anterior.  A construção civil não tinha mãos a medir. As estradas eram asfaltadas a um ritmo que não tinha paralelo em nenhum país africano. Basta lembrar que de 1962 a 1969 foram asfaltadas mais de 2.000 quilómetros de estradas e beneficiadas outras com o total de 15.000 kms.

Finalmente, o período de 1970 a 1974 foi quase de paz, com os movimentos nacionalistas confinados a pequenas bolsas de resistência junto da fronteira leste de Angola. Tudo dava a entender que a  situação se manteria por muito tempo, o que deu coragem a muita gente para continuar a ir para Angola,
centenas de pedidos de instalação de indústrias de todo o género, estavam pendentes nas repartições  estatais aguardando licenciamento, e muitas outras já estavam a ser instaladas. Nesse período Angola  foi o 2º território do Mundo que mais cresceu,  o  primeiro foi Singapura.

O 25 de Abril, em 74, travou completamente todo esse crescimento, arruinou milhares de famílias, provocou  o maior êxodo de populações, por via aérea, na segunda metade do Século 20.  O 25 de Abril foi indirectamente responsável pela guerra civil que assolou Angola durante 30 anos.
O 25 de Abril mostrou ao Mundo que os nossos políticos só fizeram asneiras na descolonização dos territórios ultramarinos e nem sequer souberam seguir o exemplo da Grã-Bretanha.   A descolonização  portuguesa fica na nossa História como uma página vergonhosa que não pode ser esquecida.
AUTOR DESCONHECIDO

2000

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