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21/06/2012

M E D I T A N D O



Esta coisa abstracta, de passarmos tantas horas sentados defronte do monitor do computador, leva-nos, por vezes, a pensar, a pensar…sei lá em quê!!! Em tanta coisa, que vocês não imaginam. É um turbilhão, este meu cérebro. Mas…penso muito na vida. Nesta passagem veloz, onde passa tudo tão rápido, tão enigmático, tão sem nada…?!! Já lá dizia a minha falecida mãe: “A vida é uma passagem do berço para o túmulo”! Sentia muito medo de morrer a minha Mãe! Um dia, sentindo-se doente, já sem forças e com alguma dificuldade em falar, perguntou-me muito baixinho: -“Ó Filho…Haverá vida, depois da morte”? Disse-lhe que sim!

Cada um deve estar completamente consciente que a sua própria vida é uma aventura, mesmo quando a crê fechada numa segurança funcional, todo o destino humano, penso eu, contém uma incerteza irredutível, incluindo a certeza absoluta, que é a da sua morte, mesmo que ignore a data. Cada um deve estar plenamente consciente de participar na aventura da humanidade que é, doravante, com uma rapidez acelerada, lançada no desconhecido.

Que confusão que isso me faz tudo! Descartes dizia:

“Não posso duvidar que duvido, então penso. Se penso, então eu sou, quer dizer existo na primeira pessoa como sujeito”.

E é aqui que me surge o mistério: o que é o “EU” e o “SOU” que não é simplesmente “É”? Será uma aparência secundária tudo, ou uma realidade fundamental? Será que estamos a sonhar quando estamos acordados, ou acordados quando sonhamos? O que há para lá do sonho? E da vida? Para toda uma tradição filosófica é uma realidade fundamental. Parece que se passa o mesmo quando Moisés pergunta ao “SER” que lhe aparece sob a forma de arbusto ardente: “Mas afinal quem és tu?” E a resposta, tal como é traduzida, é: “Sou aquele que sou” ou “Sou quem sou”. Isto quer dizer que o Deus de Moisés é a sua subjectividade absoluta.

Então e a alma? Onde é que ela está? No cérebro? Junto ao fígado? Ou está pegado ao esófago? Por trás do intestino grosso? Ah!!! Deve estar acumulada ao coração! Ou estará misturada com os nossos neurónios? Sim! É provável que sim! É que os neurónios são muito numerosos. Temos, cerca de trinta biliões e eles estão justapostos. Entre eles não há continuidade, mas sim contiguidade. Chamam-se sinapses a essas zonas de contiguidade entre dois neurónios. Mas também o número de sinapses é extremamente elevado. Perto de um bilião, por milímetro cúbico de tecido nervoso. Portanto, quer isso dizer, que se pretendêssemos procurar, pesquisar, onde está a nossa Alma, implicaria o estudo, a análise, de trinta biliões de neurónios, para cada neurónio, o estudo dos dez milhares de sinapses, de contactos sinápticos possíveis. Como vêm…isso não é possível. Sei que nos tempos que correm quase nada é impossível, mas ……… Dá para meditar

Por essa e outras razões, é que passo os meus dias de HOJE, a pensar na morte da bezerra!!!

2004

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