Este é um relato de uma situação que não começa pelo fim do fim, pois para qualquer fim existe sempre um início do início.
E entre o início e o fim existe a verdadeira “estória”, a razão, o sentimento, o sentir, a essência daquilo que conduz ao fim.
Aqui deixarei parte do final da minha permanência e saída de Angola (Luanda).
Omiti muitos factores e factos importantes, mas que nada têm a ver com o que neste momento quero escrever. Por certo que muito do que vou escrever podia ter sido aligeirado. Mas tiraria o sabor. Quebraria a ideia, a verdadeira viagem.
Eis a minha “história”.
Solteiro, com 20 anos quando se deu o 25 de Abril de 1974. Nessa data vivia no Bairro Popular nº 2- Cemitério de Santa Ana, Luanda, e a trabalhar na Represental, uma empresa do ramo imobiliario. ( Empreendimentos Turisticos e Imobiliarios ).
Quinta-feira, dia 25 de Abril de 1974 – Golpe de Estado em Portugal.
Sexta-Feira, dia 26 de Abril de 1974 – Chego ao meu local de trabalho, Represental, e um colega em sussurro pergunta-me se já tinha sabido do que se tinha passado na “Metrópole”. Respondi que não sabia de coisa alguma.
Ele então informou-me que tinha havido uma revolução e o governo sido deposto.
Durante o dia verificou-se o frenesim de se querer saber o que realmente tinha ou estava a acontecer em Portugal.
Composição da minha família; Pai, Mãe, meus irmãos. Eu, Nando, Victor e Mélita, ou seja , seis pessoas.
Dia 30 de Maio de 1975 fui despedir-me da Marinha e da mãe que embarcavam para Lisboa com destino a Guimarães, nessa noite fui detido por causa do recolher obrigatório, só saindo na manhã seguinte.
Até dia 21 de Junho de 1975, fui levando ou acompanhando, espaçadamente ao aeroporto, muitas pessoas, que cedo começaram a demandar a Portugal Continental.
Sei que depois sai do Bairro Popular eu minha Mãe e a Mélita e em vez de irmos logo pela vala em direcção ao Bairro Salazar, devido aos acontecimentos fomos pela estrada de Catete, D. João II e finalmente pela Avª. Lisboa até ao Aeroporto, nesse Sabado dia 21 de Junho de 1975, o vôo estava previsto sair ás 08h30. Com o bilhete de avião e a chamada guia de desembaraço numa mão, e um saco com alguma roupa e discos noutra, passei a polícia de fronteira, demora na longa fila a caminho do avião.
Com o bilhete de avião e a chamada guia de desembaraço numa mão e um saco com alguma roupa noutra, passei a polícia de fronteira demora na longa fila a caminho do avião. No avião já se encontravam embarcados familiares de algumas pessoas que estavam ainda na longa fila de embarque. A angústia começou a apoderar-se de alguns deles pois era longa a demora. e depois de tudo resolvido lá embarcamos directos a Lisboa., tendo a avião saido para a pista às 11h45.
Momentos depois o grande passaro deixava Luanda rumo a Lisboa.
1975
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