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05/06/2012

DÁRIO E A QUEDA

Esta cena passou-se quem ia para o Palanca junto à casa do Sr. Morais  no topo da rua.  A casa era a única  e tinha um monte de terra apetitosa para uns saltos, a uns 10 m de largura. Vai daí, embalagem tomada sai salto. Um, dois, três, foi-se juntando malta,  das redondezas, cada vez mais velocidade e era diversão para todos. Até que...Em vez de 1 eram 2 na mota (o Dário a conduzir  e o Luis  atrás).Em rigor da verdade não me lembro como as coisas se passaram, ao pormenor mas juntando o que eles  me contaram , as deduções pós-situação, terão sido assim: Ao fazer um dos saltos, ele ter-se-á levantado (ou não), houve um  desiquilíbrio e quando a mota bateu no chão, fê-lo meio de lado, e foram bater de frente num poste (naqueles cinzentos, gordos, feios e com mania de se mudarem quando a mini-honda passa).Foi grave, o Dário ficou  inconsciente muito tempo, só se  lembra de acordar na casa de banho no 1º andar da casa do Sr. Morais, com ele a perguntar-me "Como te chamas?" averiguando o seu estado de (in)consciência. Não se lembrava de nada, desci e  vi a mota (a suspensão empenou de tal forma que a roda quase tocava na cabeça do motor). Subi  de novo,  não acreditando no que tinha acontecido. Conta o Luis  que ao sentir que iam bater colocou a mão dele na  testa do Dário e a puxou para trás.  Bateu  com o peito e (segundo ele) foi um estrondo. Creio que aquele gesto do Luis salvou a vida do Dário , pois à velocidade que iam, se batesse de cabeça, não havia escapatória. O medo do Dário  era  a reacção que o pai poderia ter, nem ao hospital foi. Um primo que tinha vindo de Cabo Verde e estava a viver com ele tratou de arranjar a mota, levou-a (não me lembro a quem) cortaram a suspensão e acrescentaram uns 10 cm, soldaram a coisa e assim passou  a ter uma mini  easy ryder como eu a chamava. Os quilómetros nunca mais aumentaram porque a bicha não tinha comprimento suficiente.  Após a vinda para Lisboa,  o Dário  levou-a  para Cabo Verde , vendeu-a  anos mais tarde (através do meu amigo  Moreira) e com o combu recebido (20.000$00) abriu  a sua 1ª conta no banco, que serviu para pagar  a carta de condução, perpetuando dessa forma a existência da sua  mini-honda na sua mente.


                       Mini Honda

Zé Antunes

1973

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