Entretanto mais tarde chegou a Lisboa o barco Italiano onde os caixotes com as bicuatas dos meus pais vinham. Fui assistir ao desembarque dos caixotes e das viaturas. Um Mercedes que descia pela rampa de repente chocou contra uma coluna de cimento ficando a frente toda danificada. Tinha sido feito propositadamente pelo trabalhador do Porto de Lisboa, em braço de prata, e digo mais sem estar habilitado para o conduzir.
Os caixotes que vinham nos barcos eram descarregados e aglomeravam-se às centenas ao longo do cais. Alguns deles eram deixados cair das gruas propositadamente só para os destruir. Já não bastara a pilhagem dos pretos. Aqui procedia-se na mesma. Quando viam que nos caixotes vinha algo de mais valor eram sistematicamente roubados.
Aqueles que não tinham família ou casa eram alojados em pensões ou hotéis que estavam vazios, no Parque de Campismo do Inatel na Costa da Caparica, com subsídios do IARN. Não foram só os brancos que saíram de Angola mas também pretos e mestiços que, tal como nós, foram perseguidos e fugiram da guerra.
Com a madeira dos caixotes o meu pai fez alguns móveis improvisados e dormíamos em colchões e cobertores emprestados. As nossas camas, a geleira, e algumas roupas acabaram por chegar. Começámos praticamente do zero.
A vinda dos retornados para Portugal mudou os hábitos de vida de muita gente que não estava habituada à nossa maneira franca de conviver e de estar na vida. Onde vivo há muita gente que veio do Ultramar aliás, por todo o país também. Quando conversamos com alguém distinguem-nos pelo nosso modo de falar e de ser e há sempre um patrício onde menos se espera. Somos estimados porque reconhecem o nosso valor. Há retornados em todos os quadrantes sociais, na política, na indústria, no comécio, enfim em todo o lado.
Mas o nosso coração está em Angola na nossa querida terra que poderíamos ajudar a construir e engrandecer e que nos foi negada pela traição dos ultra esquerdistas traidores do MFA com uma visão ideológica cega e a ambição dos chamados movimentos para a libertação de Angola sobretudo do MPLA.
Destruíram tudo o que construímos e sabe-se lá quantos anos mais levarão para que seja aquela Angola que deixámos em 1975!
Com a independência das antigas colónias portuguesas, (PALOP) a economia desses novos países degradou-se de tal maneira que a vida dos seus cidadãos (o povo) desceu a níveis tão baixos que eles, imagine-se, por ironia do destino, vêm para Portugal aos milhares. Como é óbvio, procuram instalar-se junto de familiares nos bairros periféricos de Lisboa que em Angola chamávamos musseques.
Há vários messeques, mas um dos mais conhecidos é o da Cova da Moura perto da cidade da Amadora. Há mais desses bairros da lata espalhados pela periferia das cidades satélites de Lisboa. Aí habitam cidadãos brancos, pretos e mestiços em pacífica convivência que trabalham honestamente nas mais variadas profissões tal como em Angola, nas mais modestas como na construção civil, limpezas, enfim, naquilo que conseguem arranjar mas, mesmo assim, têm um nível de vida muito superior à que tinham nas suas terras de origem. Infelizmente também lá habitam pessoas desonestas, ladrões e assassinos que nos estão a causar muitos problemas.
Portugal além se ser um país pequeno não é rico como Angola, cujas riquezas naturais como o petróleo, diamantes, minérios, café, etc. davam perfeitamente, se fossem utilizadas em proveito das suas gentes, uma vida digna para todos os seus habitantes e não só para os preveligiados. Mas eles estão aí e cada vez mais. Vêm com passaporte de turismo e por cá ficam alguns legais mas a maior parte ilegais.
Alguns habitantes desses bairros, a maioria de raça negra já nascidos em Portugal e, embora no nosso país a instrução básica seja obrigatória para todos sem excepção tal como já era em Angola em 1975, esses indivíduos preferem não estudar e dedicarem-se à vadiagem, ao roubo e à venda de droga.
É frequente nas ruas de Lisboa e cidades próximas (menos no interior) ver pessoal africano, pretos e mulatos por todo o lado. Se assim continuar daqui a pouco parece que estamos em Angola. As pessoas que vêm para cá muitos deles nasceram depois de 1975 por isso, desconhecem o que se passou, caso contrário não se sentiriam bem se fossem os mesmos que em Angola nos diziam: "vai para a tua terra colono"!
Penso que são muitos, os cabo verdianos, alguns guineenses e moçambicanos mas a maior parte são angolanos.
Algum desse pessoal africano que não quis estudar nem trabalhar mas quer botar figura com roupa, ténis de marca e telemóveis por isso, dedica-se ao roubo. Ultimamente juntam-se em grupos e assaltam os passageiros nos comboios principalmente os da linha de Sintra na zona de Amadora - Queluz.
O nosso Governo não tem sido suficientemente firme dando a necessária força e material adequado às autoridades policiais para actuar em conformidade nestas ocasiões como está a ser feito noutros países da Europa. Estrangeiro que não tenha o devido comportamento é imediatamente extraditado nascido ou não no país. No dia 10 de Junho de 2005, na praia de Carcavelos houve um arrastão provocado por pessoal africano dos bairros periféricos, imitando o que se passa nas praias do Brasil como se pode ver na fotografia. As autoridades foram apanhadas de surpresa mas actuaram. Pouco tempo depois houve assaltos nos comboios mas, actualmente a situação parece estar controlada, com as autoridades a actuar firmemente.
Na opinião da maioria dos portugueses esse pessoal africano provocador de desacatos deveria ser imediatamente repatriado para as suas terras de origem. Com essa espécie de gente não pode haver contemplações e se as autoridades agirem em conformidade como deve ser nestes casos os problemas acabavam de vez.
Esperemos que sim para não termos de assistir a este triste espectáculo de violência que não iremos tolerar.
Adaptado da internet
2006
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