TuneList - Make your site Live

20/06/2012

FORMÚLA 1



    
          
                                                         Autódromo de Jarama - Madrid



Estamos no ano de 1976 e a escuderia TYRREL e o seu designer, Derek Gardner, apresentam um conceito inovador que causou sensação na Formula 1, um carro com seis rodas: quatro rodas dianteiras de 10 polegadas e duas rodas traseiras. Inicialmente, este projeto foi considerado um truque publicitário, tal foi o impacto mediático à volta do Tyrrell P34. No entanto com o decorrer do campeonato ficou provado que não era tanto assim já que o Tyrrell P34 alcançou boas performances chegando mesmo a vencer um GP, a única vitória na Formula 1 de um carro de seis rodas. A estreia do P34 na Formula 1 aconteceu no GP da Espanha a 2 de maio de 1976 conduzido pelo sul-africano Jody Scheckter, o francês Patrick Depallier e a lenda sueca Ronnie Peterson (este já em 1977), O projeto foi abandonado devido à dificuldades do fornecedor de pneus em fazer compostos competitivos em tamanho reduzido para os pneus frontais.


Deixou no entanto uma grande obra, não só materializada nos títulos conquistados (e não esqueçamos também o tempo em que a equipa corria com material da Matra e da March), mas sobretudo com a descoberta de talentos como Cevert, Depailler, Scheckter, Cheever, Brundle, Alboretto e Alesi. O caso de Stewart e de Petterson fogem já um pouco à descoberta, pois eram pilotos com crédito quando se associaram ou correram para Ken Tyrrell, respetivamente. ( Outros pilotos que por lá passaram, foi já numa época onde comprar o lugar se tornava necessário para a sobrevivênvia da equipa, não acrescentando nada de especial à história do Team, talvez com excepção de Blundell, Modena e De Cesaris).




O March também fez um carro de 6 rodas, mas com dois eixos na traseira. O carro era bom, mas a caixa de câmbio era problematica e a March decidiu desistir do projeto


Ainda me lembro dessa estreia, para mais quando era um adepto total desse Team.

O Diniz , o Leitão, o Reis, o Pecos e eu lá organizamos tudo e numa tardinha de 6ª feira rumamos a Madrid, primeira paragem em Estremoz, abasteceu-se a viatura, um DATSUN 2200 a Diesel tipo banheira que na época estavam a substituir os velhinhos mercedes 190 D na praça dos táxis, Este automóvel veio de Luanda e ainda estava com a matricula de Angola.

Segunda paragem em Badajoz para se petiscar algo para acochegar o estomago, pois a viagem iria ser longa. Em Talavera de La Reina na longa recta antes de chegar à ponte que atravessa o rio Tejo, ao ultrapassarmos uma viatura, o nosso condutor pisou o traço continuo e ai na hora o veiculo que nos seguia ligou a sinalética e manda-nos encostar, manobra efetuada, encostamos à berma, onde a policia de transito do pais vizinho pede os documentos do condutor e da viatura, identificados todos nós perguntas para onde íamos e ao que íamos e porque daquela viatura ter matricula com mais uma letra do que as de Portugal, lá explicamos que o primeiro A era de Angola e que a restante eram iguais ás que circulavam em Portugal. Multa passada pois o nosso condutor tinha transgredido ao passar o traço continuo, multa essa de 4.000 pesetas que tivemos que pagar na hora, pois se não se pagasse o carro não sairia dali. Neste contratempo perdemos quase uma hora, chegando a Madrid pelas seis horas da manhã.

Entramos para o estacionamento do Hotel Gran Via, onde iriamos pernoitar nessa noite e fomos logo confrontados pela Policia de Madrid que revistaram a viatura toda, pois pensavam que levasse-mos droga e que tinha havido uma denúncia, mais 2 horas perdidas ali, só conseguimos nos acomodar ás dez da manhã. Almoçamos nas Portas do Sol e toda a tarde andamos a passear nos grandes armazéns que existiam já na época “ PRECIADOS “ E “ CORTE INGLÊS”. Domingo pela manhã rumamos a Jarama ao Autódromo e á tarde assistimos ao tão empolgado grande prémio de Espanha de Formula 1 com a tão desejada e expectante estreia do Tyrrel de 6 rodas, conduzido pelo sul africano Jody Scheckter, o francês Patrick Depallier , que acabou por desistir por falta de aderência ao piso.

Terminado o grande Prémio de Jarama e como tínhamos tudo arrumado, partimos em direção a Lisboa, sem antes de demorar um tempo mais que o normal visto o trânsito que se formou em direção a capital espanhola, parando mais tarde numa terreola para podermos jantar e empreender de novo a viagem, sem antes apanharmos um susto pois só tínhamos combustível para nas nossas contas 75 kilométros e o próximo posto de abastecimento estar a mais ou menos 100 kilométros, tivemos sorte pois as contas estavam erradas e chegamos ao Posto de abastecimentos com a reserva, mas viemos a saber depois que a reserva do Nissan dá-va para 50 kilometros. Chegamos a Lisboa pelas 8 horas da manhã de 2ª feira, e ai soubemos do acidente do Helder de Sousa que tinha ido a Madrid ver também o grande prémio e que teve um acidente nas curvas de Talavera despistando-se por causa do nevoeiro, foi só um braço partido.


1976

Sem comentários:

Enviar um comentário